domingo, 31 de maio de 2009

Conforme pedidos, um pouco mais sobre o bairro Jacarecanga:

A avenida Filomeno Gomes, uma das principais vias do bairro Jacarecanga, homenageia o industrial Pedro Philomeno Gomes, dono de boa parte dos imóveis do bairro Jacarecanga. Ele foi dono de fábrica de redes e de grandes hotéis do Centro, como o Lord, fechado há muitos anos.
Entre alguns ex-moradores ilustres do bairro, estão o ex-governador Virgílio Távora; o desembargador Leite Albuquerque; o ex-prefeito de Fortaleza Acrísio Moreira da Rocha; o ex-governador do Piauí, Alberto Silva; o padre Antônio Thomás; o ex-ministro Brasil Soares; e o industrial Philomeno Gomes.
Nos primeiros edifícios da década de 20, os apartamentos funcionavam apenas como unidade de habitação. A área de serviço ficava longe do convívio da família, no último andar.
No fim da década de 40, o Jacarecanga era cheio de mansões e bangalôs. O calçamento era de pedras toscas e os trilhos dos bondes corriam ao longo da avenida, bem como os fios apoiados em postes da The Ceara Light and Power Ltd. (que fornecia energia elétrica para a cidade). As árvores eram pés de ficus-benjamins, regularmente podadas. A região, mesmo na época dos bondes, foi servida pelos ônibus de Oscar Pereira (que hoje dá nome a outra antiga rua do bairro).



Ao cruzar o século XVIII , Fortaleza é uma aglomeração urbana bem modesta, mantendo-se sem muita alteração, seja demográfica ou física, pelo restante do século . Este quadro começa a alterar-se a partir de 1930 com um crescimento desordenado , a cidade sofre uma experiência de inchação . As famílias abastadas localizavam-se em chácaras e palacetes , constituindo a área de maior manifestação dos traços arquitetônicos trazidos da Europa. Fazendo parte desta influência, esta a casa do intelectual Thomaz Pompeu Sobrinho, com influência do art-nouevau italiano, edificada na parte oeste da cidade, antigo bairro Fernandes Vieira, hoje Jacarecanga.
Esta zona, originalmente residencial, começou a degradar-se paulatinamente com o surgimento de indústrias, fazendo com que, as famílias de melhores condições financeiras fossem para a zona leste, desvalorizando-se gradualmente suas chácaras e palacetes.
Thomaz Pompeu de Sousa Brasil ou Th. Pompeu Sobrinho, intelectual brilhante, fez construir em 1929, no bairro Jacarecanga - fortaleza, uma edificação que lhe serviu de residência até o seu falecimento , em 9 de novembro de 1967, aos 87 anos de idade.
Destaca-se ainda pela imponência de suas linhas arquitetônicas originais, retratando bem a aristocracia de Fortaleza no início do século, época em que Jacarecanga era o bairro nobre da cidade. Até hoje, o bairro mantém a originalidade de parte do seu acervo de arquitetura residencial, destacando-se o palacete de Thomaz Pompeu Sobrinho, como uma referência para seus moradores, memória do passado e da história da cidade de Fortaleza. Protegida pela lei estadual nº 9.109/68 e adquirida pelo Governo do Estado do Ceará, a casa de Thomaz Pompeu Sobrinho será restaurada, ficando asseguradas as condições ideais para a sede da escola de artes e ofícios do Ceará num projeto conjunto entre a secretaria de cultura, o Instituto de Cooperação Ibero-Americano e o Ministério da Cultura.

O sobrado situado na avenida Francisco Sá, 1801, é uma das ultimas pecas integrantes do acervo da arquitetura residencial do bairro da Jacarecanga e exemplar do patrimônio histórico e arquitetônico de Fortaleza.

Remanescente de um acervo praticamente desaparecido, a casa sobressai das demais edificações do bairro por suas linhas de inconfundível exemplar de arquitetura art-nouveau, conscientemente projetada, de acordo com a variante dita, liberty, de procedência italiana.

Classificação geral da construção:

Autor do projeto: Thomaz Pompeu Sobrinho

Proprietário original: Thomaz Pompeu Sobrinho

Proprietário atual: Secretaria de Cultura e Desporto

Avaliação: monumento histórico arquitetônico

Época de construção: século XX, 1929

Na paisagem urbana do Jacarecanga estão impressas as marcas deixadas nos diferentes momentos da historia da industrialização cearense. Com a chegada das indústrias e das habitações operárias, sobrados e casarões, que remetem ao passado nobre da área, são abandonados pela elite fortalezense, cedendo lugar a instalação de indústrias, comércio e cortiços. A ação do poder público na construção de distritos e pólos industriais na região metropolitana, a oferta de atrativas vantagens fiscais para instalação de empresas em cidades interioranas e a cobrança excessiva de tarifas e impostos favoreceram a migração de indústrias da capital para outras cidades e o esvaziamento da função industrial do Jacarecanga. Bairro, densamente ocupado por famílias de baixa renda, deixou de ser prioritariamente industrial para ser comercial, de serviço e residencial, apesar de existir ainda algumas indústrias em funcionamento. Uma considerável parcela da população constituída de mão de obra não especializada e que trabalhava nas indústrias, encontra-se desempregada, pois não é considerado viável economicamente o deslocamento dos trabalhadores para o distrito industrial de Maracanaú. A atividade industrial, tão vulnerável as oscilações do capital, foi decisiva na estruturação do espaço do Jacarecanga, mas a sua migração também modificou profundamente a organização intra-urbana de Fortaleza.






16 comentários:

  1. Menina, qdo comecei a ver seu blog, a primeira coisa q me meio a mente foi esse casarão. Sou simplesmente facinada por ele. Morei algum tempo no Jacarecanga e todo dia passava em frente a esse casarão p/ir ao trabalho. Fico muito triste em ver q muitos outras belissimas arquiteturas antigas foram demolidas. Mas vc ta de parabéns por manter essas fotos e assim resgatar um pouco de nossa história. Um abraço Edvane

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  2. Oi linda, fiquei mto feliz ao ver seu blog,homenageando e resgatando a memória desse bairro que eu amo tanto, apesar de não morar nele...minha paixão pelo Jacarecanga, começou com a Itapucca Villa, ainda na ifãncia...chorei mto quado a demoliram e até hoje não me conformo. gostaria tanto de saber mais sobre ela, sua história e ver fotos pra matar a saudade...

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  3. Olá Edvane, eu tbm fico muito
    triste ao presenciar essas demolições
    sem sentido, acabando com a história
    de Fortaleza e com o nosso patrimônio.

    Obrigada pela visita, fico feliz que tenha
    gostado do blog, volte sempre!

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  4. Olá Rochelle, vou tentar me informar
    e quem sabe, fazer um post especial
    para que vc possa matar a saudade!

    Beijos e obrigada pela visita

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  5. Neste predio visinho a escola de aprendzes marinheiro, fiz o curso primario até à admissão ao ginásio,onde funcionava, o curso navegantes da professora, "Jarina"

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  6. Muito interessante........ é importante saber que existem pessoas preocupadas em preservar e difundir histórias do nosso querido jacarecanga!
    Parabéns, amei!

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  7. seria bom que os nossos governantes tivesse o bom senço e chamasse para se a responsabilidade de restaurar alguns bangalõs, e assim resgatar uam parte do passado glorioso deste bairro. e por que não tombalo como patrimonio cultural de nossa querida fortaleza.

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  8. OLá,
    Estou realizando uma pesquisa sobre a Escola de Artes e Oficios Thomaz Pompeu Sobrinho e gostaria da sua ajuda, se possivel,com fontes sobre o assunto.

    Att,
    Cassia.

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  9. Olá,
    Meu contato é cassia_mscbs@hotmail.com

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  10. Ricardo Martins Soares18 de abril de 2013 às 18:31

    Que tal uma lei em Fortaleza obrigando as construtoras de predios - espigoes - responsaveis pela devastaçao dos antigos imoveis, a restaurar ou mesmo a reconstruir, com a mesmissima arquitetura, casaroes ja' demolidos? Em Milao, na Italia, um dos maiores pontos turisticos é a belissima galeria Vitorio Emanuele II. Pouca gente sabe mas a mesma foi completamente demolida no segunda guerra mundial, com um bombardeamento e reconstruida depois em todos os detalhes. Por que lamentar a destruiçao dessas casas, palacetes e mansoes se existe remédio para isso?

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    1. Concordo em gênero, número e grau, Ricardo!
      Uma ótima ideia pra resgatar nossos casarões já demolidos para dar lugar a prédios e estacionamentos.

      Forte e caloroso abraço

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  11. Ricardo Martins Soares18 de abril de 2013 às 18:33

    Faltou meu e-mail para contato:
    Ricardo Martins Soares
    lusoparana@yahoo.com.br

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