quarta-feira, 10 de junho de 2009

Catedral Metropolitana de Fortaleza

Catedral Metropolitana de Fortaleza é um monumento histórico. Em estilo gótico romano ou gótico moderado, a Catedral foi inaugurada em 1978, depois de ter passado quase quarenta anos para ser construída. Ela ocupa atualmente grande parte da Praça Pedro II (Caio Prado), no centro de Fortaleza, tendo capacidade para cinco mil pessoas.

Catedral da Sé antiga. Foi demolida em 1938, para a construção da atual Catedral.



O Templo destaca-se pela sua imponência arquitetônica e a beleza dos vitrais. No dia 11 de setembro de 1938, a antiga Sé, construída em 1854, foi demolida. As razões da demolição eram convincentes: uma forte rachadura nas bases da construção pelo lado do mar; levou os engenheiros da década de 30, a darem o grito de perigo. 
Nesta época Dom Manuel da Silva Gomes era o Arcebispo de Fortaleza

Igreja da Sé foi inaugurada em 22 de Dezembro de 1978. Foto Jornal O Povo

No dia 15 de agosto de 1939, foi plantada a pedra fundamental, início simbólico da edificação desejada. O projeto é de autoria do engenheiro francês George Mounier. O Vigário da época era Monsenhor Luis de Carvalho Rocha. A Catedral provisória passou a ser a Igreja do Rosário. Aos 22 de dezembro de 1978, sua Eminência, Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, inaugurou a nova Catedral. Durante o período da construção muitos se empenharam: Arcebispos, bispo, clero, governantes, empresários e o povo em geral, que deram a sua parcela de contribuição.


Jornal Âncora de 1949, lembrando ao povo sobre a necessidade da contribuição para a construção da catedral.
 
Catedral de Fortaleza antes da reconstrução da atual Igreja da Sé


 Igreja da Sé em 1914


Foram formadas várias comissões com o objetivo de angariar fundos como foi o caso da Papeleta Amarela, transferida depois para a Santa Casa de Misericórdia. Por quase 30 anos destacou-se o trabalho silencioso do inesquecível Pe. Tito Guedes Cavalcante (in memorian). O trabalho dele foi marcado pela humildade e abnegação não querendo para si publicidade e nem glória, mas, somente servir a Deus e a Igreja na dedicação a todos sem distinção. À esquerda da nave central temos a Capela de São José, padroeiro do Estado do Ceará e da Catedral de Fortaleza. À direita temos a Capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção, Excelsa Padroeira de Fortaleza. À esquerda do presbitério da Catedral encontra-se a Capela do Santíssimo Sacramento, onde os fieis e visitantes são convidados a parar um pouco e orar, em reconhecimento da presença viva de Jesus na Eucaristia.


Catedral em construção - Nirez

Construção da Catedral década de 70. José Garcia Martinez

Catedral em construção

Ainda sem as torres em 1967  - Acervo George Cintra

Foto de 1980

No centro do presbitério encontra-se o altar-mor trazido de Verona – Itália, presente de um amigo de Dom Delgado, ex-Arcebispo de Fortaleza. Como é comum, as grandes catedrais possuem criptas. A de Fortaleza também possui sua cripta. A princípio era subsolo-aterro. Ela é a única que desde a sua inauguração em 1962, consagrou seu espaço à juventude. 


A Cripta dos adolescentes, como foi denominada por D. Antônio de Almeida Lustosa, Arcebispo da época. Assim homenageia em seis altares, santos que morreram na adolescência: Tarciso, Domingos Sávio, Pancrácio, Luzia, Inês e Goretti. No altar central da Cripta está a imagem de Jesus adolescente, de braços abertos, expressando o acolhimento à todos os que visitam esta Igreja. Encontramos ainda a capela do Cristo Ressuscitado onde estão sepultados bispos e padres.  

A Antiga Alfândega



No final do Século XIX consolida-se a cidade de Fortaleza como centro urbano de importância regional e como capital do Estado. São executados programas de saúde pública e sanitária, grandes inversões na área industrial e principalmente nos sistemas de transporte. O sistema de transporte interurbano - A Ferrovia - foi inaugurada em 14 de setembro 1873, com sua Estação Central em 9 de junho de 1880. O transporte urbano - O Bonde elétrico - posto em uso 11 de dezembro de 1913. O Porto da cidade, é uma das preocupações mais citada em todos os documentos, como uma necessidade na estruturação da nova urbe. Suas primeiras obras são iniciadas, em dezembro de 1805, no sítio chamado Prainha, em Fortaleza, com a construção de um trapiche.

Essa foto foi publicada no "Álbum de Vistas do Ceará - 1908" e mostra a avenida Pessoa Anta ainda sem pavimentação, mas com os trilhos dos bondes de tração animal. Os combustores de iluminação a gás estão presentes, bem como algumas pessoas e até uma galinha quase em primeiro plano.O prédio da Alfândega, à direita, ainda não tinha o bloco total como hoje. Ao longe, o prédio da Escola de Aprendizes Marinheiros, que ficava no local hoje ocupado pela Secretaria da Fazenda. O prédio da Alfândega foi construído com pedras, tendo como argamassa areia com óleo de peixe. Seus construtores foram Tobias Laureano Figueira de Melo e Ricardo Lange. A Inauguração foi 15 de julho de 1891, mas a Alfândega só iniciou suas atividades no dia 10 de abril de 1893.

Outra foto do mesmo Álbum de 1908: A ponte da Alfândega 


Foto de meados da década de 1930, o mesmo trecho já traz o bonde elétrico com seus trilhos e fiação, o prédio da Alfândega ainda faltando parte do bloco em relação à hoje, o prédio da esquerda já é um outro, assobradado, uma bomba de gasolina na esquina e, ao longe o prédio da firma Leite Barbosa & Cia, de 1914 e o da Secretaria da Fazenda, de 1927. Vemos o gasômetro - depósito de gás carbônico para iluminação da cidade - que ficava ao lado da Santa Casa de Misericórdia. A avenida Pessoa Anta foi urbanizada em 1931-32, na gestão do major Tibúrcio Cavalcanti. O nome da avenida é uma homenagem a João de Andrade Pessoa Anta (1787-1825), mártir da Revolução de 1824, no Ceará. Foi bacamartado no dia 30 de abril de 1825.


Foto atual de Osmar Onofre, já traz o prédio da Alfândega, onde já funcionou a Receita Federal e hoje é ocupado pela Caixa Econômica Federal, completo, o prédio da esquerda não mais existe. Ao longe, estão a Secretaria da Fazenda e seu anexo que na foto não divisamos. À esquerda, vemos parte do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em 1999, seguido de antigos prédios que hoje abrigam anexos da Secretaria da Fazenda. (Créditos – Nirez).


Outros trapiches foram construído mais tarde. Um deles pelo inglês Henry Ellery, o chamado trapiche do Ellery, a que se referem os historiadores e cronistas, e estava localizado na mesma área, construído provavelmente, no ano de 1844.Existe e documentação da construção de um terceiro trapiche concluído em 21 de junho de 1857, tendo como construtor Fernando Hitzshky, medindo 154,00 m (cento e cinqüenta e quatro metros de comprimento) por 17,60m (dezessete metros e sessenta, centímetros) de largura.



No final do Século XIX o engenheiro inglês John Hawkshaw apresenta um projeto para o porto de Fortaleza. Defende sua posição em frente a cidade argumentando: "...a cidade, que é asseada e cômoda, já existe, e despendeu-se considerável capital em armazéns, prensas de algodão, repartições e edifícios para a comércio", explicando que "o antigo molhe deve ser removido, a fim de permitir passagem às areias e não convirá construir molhes perpendicularmente ao litoral. Se o cais que proponho for insuficiente. poderá construir-se um molhe paralelo a ele, ou então será melhor dar maior extensão ao cais. Convém estabelecer-se uma linha de trilhos que ligue o Porto ao caminho de ferro de Baturité. Recomendo um viaduto aberto no começo do quebra-mar, para facilitar a passagem das areias; é provável, porém, que, apesar disso, formem-se depósitos no ancoradouro; e, nesse caso, dragagens regulares e periódicas darão ao Porto a necessária profundidade. Importa em 220.000 libras o orçamento provável das obras indicadas no plano."




O contrato para a construção foi celebrado em 05/05/1883, mas as obras somente se iniciaram em 14/10/1884, para serem inauguradas em 15/07/1891. Adornos e elementos estruturais em ferro fundido e forjado viriam integrar-se ao novo prédio onde passaria a funcionar a Alfândega, em Fortaleza. Esguias colunas com fuste cilíndrico, decoradas com capitéis coríntios, escadaria monumental dupla em dois lances, balcões, corrimãos, gradis, oriundos de Glasgow, escolhidos dos catálogos da empresa Walter Mac Farlane.


À época da sua inauguração, isto é, ao final do império, o conjunto portuário, passa a compor parte importante na estrutura econômica do Estado e peça fundamental no sistema de transporte interurbano, como nó de ligação com o transporte marítimo para importação/exportação. A existência deste processo é de significativa importância, pois será determinante na localização da edificação e no seu aspecto formal. O edifício foi localizado no extremo do terreno, hoje limitado pelas Avenidas Pessoa Anta e Almirante Tamandaré, que iria ser usado para depósito a céu aberto das mercadorias/produtos não perecíveis e armazéns para mercadorias/produtos com necessidades de armazenamento e estavam divididos em armazém de importação e de exportação. Armazéns com funções similares, também faziam parte do programa arquitetônico da Estação Central no centro da cidade e que jogavam um papel no processo de distribuição e ordenamento das importações/exportações bem como do controle dos impostos.
Portanto, o prédio defini-se claramente como uma edificação com características ferroviárias, com praticamente todos os detalhe construtivos formal e tecnicamente do ideário deste tipo de edifício, tais como plataforma de carga e descarga, portões de amplas dimensões, piso para trafego intenso de carga e outros, que lhes confere uma personalidade própria e marcante no contexto urbano, com suas estruturas em pedra formalmente despojadas.Ao que parece, o projeto original foi completamente concluído, um grande bloco central de dois pavimentos para a administração do conjunto mercantil da aduana (bloco central), com seus armazéns (ambos os blocos laterais ao bloco central), tendo anexo e ao mesmo tempo vinculado a este na cabeceira leste, um edifício, também de dois andares, para a administração do Porto.



Arquivo Nirez

O conjunto de edifícios da Alfândega é constantemente alterado ao longo da sua existência decorrente das mais distintas solicitações, ora políticas, proveniente do novo regime - A República - com seu apoio aos empregos gerados pelo a necessidade ao respaldo as oligarquias locais, ora às necessidades meramente de crescimento espacial para armazenagem.
Na primeira década do Século XX lhe é adicionado um pavimento ao armazém central.
Na década de quarenta passa também a ter dois pavimentos ao armazém leste.
Na década de oitenta o edifício passa ao controle da Caixa Econômica Federal que recupera o edifício do incêndio de 1978, demole um quinto Bloco, de igual forma e volume, que se encontrava no pátio do atual edifício, hoje conhecido somente por fotografias.

Pátio de armazenagem da Alfândega a céu aberto - Junho de 1913 e Maio de 1911


Pátio de armazenagem da Alfândega a céu aberto - Foto da primeira década do século XX

Incêndio no Prédio da Receita Federal em Fortaleza

Na noite de 29 de janeiro de 1978, um incêndio destruiu parte das instalações da Delegacia da Receita Federal em Fortaleza localizada no antigo prédio da Alfândega, na Av. Pessoa Anta, 287, na Praia de Iracema.


As proporções do sinistro foram muito grandes, destruindo além das instalações da ala esquerda superior do prédio, bens móveis, patrimônio bibliográfico, arquivo de documentação e objetos diversos.
Graças às providencias administrativas adotadas, não houve solução de continuidade nos trabalhos da Delegacia, apesar das condições precárias e desconfortáveis em que ficou funcionando, enquanto se restauravam as áreas atingidas.
Este foi o quinto incêndio naquele prédio, sendo os anteriores, de menores proporções.
Do lamentável acontecimento, vale ressaltar a preocupação e interesse da população local pela restauração do prédio, tendo em vista o que ele representa como patrimônio histórico -urbanístico, e o empenho dos funcionários na recuperação dos documentos e no atendimento ao púbico, pura que todos os setores funcionassem normalmente e fosse mantida a imagem da Receita perante os contribuintes e o público em geral.
Refletindo o interesse da comunidade fortalezense pelo destino do edifício da Alfândega, a Assembléia Legislativa aprovou uma proposição do Deputado Aquiles Peres Mota a seguir transcrita:

EXMO SR. PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO CEARÁ
Aquiles Peres Mota, Deputado abaixo assinado, requer, na forma regimental, que V. Exa. submeta à deliberação do Plenário o relato e solicitação que se seguem:
1-Na noite do dia 29 de janeiro o último, o edifício da Alfândega de Fortaleza teve a metade do primeiro andar destruída por um incêndio, exatamente nas instalações onde funcionavam diversos setores da Delegacia da Receita Federal.
2-Tratando-se de uma edificação de indiscutível valor histórico e que marca fortemente a personalidade arquitetônica de Fortaleza, é indispensável que aquele imóvel seja restaurado com as feições que lhe devam tradicionalmente na paisagem fortalezense
3-Assim o Deputado signatário deste requer que, aprovada esta proposição pelo plenário, ,seja dirigido um apelo ao Sr. Superintendente Regional da Receita Federal em Fortaleza, no sentido de que encaminhe aos órgãos competentes do Ministério da Fazenda a aspiração dos cearenses de que a reconstrução do edifício da Alfândega, recomponha as suas feições arquitetônicas tradicionais, a fim de que a capital cearense não perca uma das presenças mais caracterizadoras da sua paragem e da sua História.
Em novembro de 1979, os órgãos da Secretaria da Receita Federal já estavam nas novas instalações, no Edifício do Ministério da Fazenda em Fortaleza.


Século XXI

Com a construção do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e a execução do Projeto CORES DA CIDADE, se inicia o processo de renovação e revitalização do bairro da Prainha, estando incluído neste conjunto de obras a recuperação parcial do prédio da antiga Alfândega pela Caixa Econômica.


Fotos de Fortaleza

(Clique nas imagens para ampliar)
Essa foto de data desconhecida foi feita próximo a Praça do Ferreira
Detalhe para os carros da época


Essa foto é antiga...é do século xx

A praça José de Alencar anterior a 1870 se chamou do Patrocínio pela Igreja



R. Coronel Bezerril nos anos 50


Essa foto é dos anos 40


Foto de 1950


A rua Major Facundo, no quarteirão entre as ruas Guilherme Rocha e São Paulo, fotografada do sobrado que ocupava o local do atual Hotel Savanah.


A cidade em 1937

terça-feira, 9 de junho de 2009

Mais uma da seção °°°Fotos Antigas°°°


Eu amo fotos, podemos viajar olhando uma bela foto e até conseguimos nos transportar para o momento em que ela foi feita...nossos pensamentos viajam, embarcam numa viagem rumo a um passado hora esquecido...

Foto de data desconhecida da praça Cristo Redentor


Foto de de 1953. Já vemos o edificio Sul America levantado nesta data. Mas não vemos a construção do Savanah, que foi inaugurado em 57.

Cartão postal de 1950 do Náutico Atlético Cearense

Foto de 1954

Foto de 1966

Foto de 1968


Foto de 1979 da Praia do Meireles

Foto de 1991(catedral à esquerda)


A cidade tinha belas residências como essa que ficava na Avenida Visconde de Cauipe

Foto de 1930 da Praia de Iracema

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Bondes em Fortaleza



Bonde Joaquim Távora com funcionários da Tramway. O trajeto desse bonde era: Major Facundo /Liberato Barroso/Floriano Peixoto/Pedro I (Igreja coração de Jesus)/Visconde Rio Branco onde ficava a garagem, almoxarifado e mecânica da empresa.

 
Foto de meados do século XX Em frente a Praça da Estação

Um viajante inglês registrou a existência de bondes em Fortaleza na década de 1870, mas outras fontes afirmam que a primeira linha de bondes puxados por cavalos, entre a estação ferroviária e o centro de Fortaleza, foi inaugurada pela Companhia Ferro-Carril do Ceará (FCC) em 25/4/1880, usando bitola de 1.400 mm a mesma usada pela Trilhos Urbanos na linha de bondes a vapor em Recife. A Ferro Carril do Parangaba abriu uma linha para o lado Sul da cidade em 18/10/1894 e a Ferro Carril do Outeiro (FCO) iniciou sua linha no lado Leste de Fortaleza em 24/4/1896. A Ceará Tramway, Light & Power Co., Ltd., registrada em Londres em 11/12/1911, comprou os sistemas da FCC e da FCO e inaugurou a primeira linha de bondes elétricos da capital cearense em 9/10/1913, agora com bitola de 1.435 mm. A linha Parangaba foi fechada em 1918 e não chegou a ser eletrificada. Todos os veículos elétricos de Fortaleza tinham um padrão, com troles: a United Electric construiu 30 em 1912 e dez em 1924. A linha de bondes de Fortaleza foi fechada por problemas elétricos em 19/5/1947 - três semanas após o fechamento do sistema de bondes em Belém. Vinte anos depois, em 25/1/1967, a Companhia de Transportes Coletivos inaugurou duas linhas de trólebus entre o lado Oeste da cidade e o Largo do Carmo.


Viagem experimental do primeiro bonde elétrico de Fortaleza em 1913. 
Experiência do 1º bonde elétrico em Fortaleza - Presentes os senhores: Coronel Ildefonso Albano - Intendente Municipal, Dr. J. G. Marques Porto - Diretor de obras públicas (no motor), Sr. E. M. Scott - Gerente da The Ceará Light e engenheiro Picanço desta Companhia. A saída do primeiro bonde elétrico em Fortaleza, deu-se da Praça do Ferreira, onde vemos a aglomeração popular aguardando a chegada das autoridades e convidados.
Acervo Nilson Cruz

Foto da da mesma época, mostra o bonde elétrico, na Floriano Peixoto, aberto prefixo 76, na linha do Outeiro, passando ao lado de uma bomba de gasolina. Reparem na arquitetura dos prédios... Banco do Brasil, na época...(por volta dos primeiros cinco anos da década de 1930). (Clique nas imagens para ampliar)



Antiga Sé (Catedral) de Fortaleza. Segundo Nirez, "no dia 11/09/1938 foi rezada a última missa na velha Catedral e em seguida ela foi demolida juntamente com seu cruzeiro cujos santos que o enfeitavam estão hoje no Museu São José do Ribamar, no Aquiraz."
Segundo Adolpho Quixadá, duas linhas passavam pela praça - Prainha e Praia de Iracema. Nirez confirma: "Existiam duas linhas que passavam por ali, uma era a "Prainha", que ia até o pé da subida da ladeirada Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha, hoje em frente ao Centro Cultural Dragão do Mar, logo após aCapitania dos Portos; a outra linha era da Praia de Iracema,que seguia pela atual Avenida Pessoa Anta."




A foto, tirada nos anos 40 na Praça do Ferreira, Fortaleza, Ceará, nos mostra os três principais meios de transporte disponíveis na época: os bondes elétricos, os ônibus e os táxis. Os bondes logo seriam extintos, em 1947, ficando o transporte coletivo por conta dos auto-ônibus.


Dois empreendimentos marcaram, na mesma data - 31 de Junho de 1871 - e por iniciativa da mesma pessoa - Estevão José de Almeida -, o início da história dos bondes de Fortaleza. Um tratava-se de um "tram-road" (uma outra forma de dizer "tramway") para veículos urbanos a tração animal, e o outro consistia numa via para bondes a vapor, ligando a cidade à povoação de Messejana. O prazo para a conclusão das obras, estipulado em três anos, não foi cumprido, pelo que efetuou-se novo contrato com Tomé A. da Motta, que denominou a empresa de "Companhia Ferro-Carril do Ceará". Finalmente, em 25 de Abril de 1880, inaugurou-se o serviço dos bondes, com 25 veículos de cinco bancos, rebocados por muares, sistema que atravessou a virada dos séculos XIX / XX, mantendo-se por mais alguns anos. Por volta de 1910/11, começou-se a cogitar a eletrificação. Em 4 de Fevereiro de 1911, chegou à cidade

o engenheiro Ker Box, a fim de estudar as condições, chegando a uma conclusão favorável.

A fotografia dos anos 30 nos mostra um bonde elétrico da Ceará Tramways, Light & Power

Praça do Ferreira, na rua Pedro Borges
esquina com Floriano Peixoto,
em Frente à Mercearia Leão do Sul.

Reparem numa loja A Cearense, bem típico
Entrementes, a Cia. Ferro-Carril Cearense assinou contrato com a municipalidade, também expressando o intento de adotar a tração elétrica, e, não obstante, inaugurou mais uma linha de bondes a burro, ligando a cidade à região onde se localizava o tiro cearense. Por fim, em 24 de Junho de 1912, a CFCC passou à "The Ceará Tramway Light and Power Co. Ldt.". Transcrevendo as palavras de Stiel, à página 124 da "História do Transporte Urbano no Brasil", "Às duas horas da tarde, com a presença da sociedade cearense e representantes da imprensa, o coronel Tomé de A. Motta vendeu por escritura a referida empresa, bem como a do Outeiro . . . A nova empresa obteve concessão dos serviços de "tramways" por 76 anos a partir de maio de 1911, luz e força elétrica. Eram então diretores da companhia, C. Hunt; A. A. Campbell Swinton; E. B. Forbes; Sir Howland Roberts e Tomé A. da Motta. Como quase todas as empresas de transporte da época, era de origem inglesa, sendo representantes no Brasil, Hugo Stenhouse na av. Rio Branco, 46 - Rio de Janeiro." Os primeiros bondes elétricos chegaram em 13 de abril de 1913 e a inauguração se deu no dia 9 de outubro do mesmo ano.
Poucos meses depois a tração animal foi extinta na cidade.
Os primeiros anos do bonde elétrico foram marcados pela baixa renda e a consequente precariedade, o que acarretou protestos por parte de usuários, chegando a ocorrer atos de vandalismo, como danos deliberados de via e veículo. A partir de 1925 foram perpetradas medidas para o melhoramento do serviço, construindo-se a nova linha para a vila Messejana, e em 1927 inaugurou-se uma espécie um tanto bizarra de tramway, que consistia num sistema de bondes puxados por um trator inglês do tipo Simplex. Essa linha ligava Fortaleza a Cajazeiras. Em maio de 1945 a Light decidiu passar a empresa às mãos estatais, iniciando as negociações com o governo, que, por fim, assumiu o sistema, mas por pouco tempo. Por fim, como já ia acontecendo em diversas cidades brasileiras, o serviço de bondes também não foi estimulado em Fortaleza, acabando por extinguir-se em 1947. Mais tarde, como era de se esperar, constatou-se que os ônibus convencionais não davam vazão à demanda de transporte, e tentou-se a opção dos trolebus (cujo serviço começou em 1967), os quais, como de costume, tiveram o mesmo destino dos bondes, em 1971.


Praça do Ferreira nos anos 40. O serviço de bondes ainda existia seria extinto em 1947- mas os ônibus já têm presença Os veículos tinham capacidade para 20 passageiros.


Bonde de tração animal - Fortaleza - 1900. Em 25 de abril de 1880 é inaugurado o serviço de transporte de passageiros por bondes em Fortaleza, no Ceará. A empresa que explorava o serviço era a Cia. Ferro-Carril do Ceará. A frota constava de 25 bondes de 5 bancos cada, e funcionavam de 6 da manhã às 9 horas da noite. A foto é do início do século XX.


Bonde de tração animal - Fortaleza
O serviço de transporte de passageiros por bondes a burro em Fortaleza, Ceará, inciou em 1880 e perdurou até 1913, quando foram substituídos pelos bondes elétricos. A imagem, do princípio do século XX, mostra uma das características típicas desses veículos que era o uso de cortinas nas laterais, para proteger os passageiros da forte intensidade do sol do local.


Manutenção de bonde - Fortaleza - Anos 20O veículo da foto é um caminhão destinado à manutenção da rede aérea do sistema de bondes da cidade de Fortaleza, no Ceará, durante os anos 10 e 20. Pertencia à Ceará Tramways, Light & Power, empresa que implantou o serviço de bondes elétricos a partir do ano de 1913.


Veja também:

O bonde - Parte II (Jacarecanga)
O bonde - Parte IV (Bonde Soares Moreno)
O bonde - Parte V (Bonde Benfica)
O bonde - Parte VI (Bonde Praia de Iracema)
O bonde - Parte VII (Bonde Prainha) 
O bonde - Parte VIII (Bonde Outeiro)
O bonde - Parte IX (Bonde Alagadiço)
O bonde - Parte X (Bonde Joaquim Távora)
O bonde - Parte XI (Bonde Prado)
O bonde - Parte XII (Bonde José Bonifácio)



urbano e pesquisas na internet