quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Praça Caio Prado - A Praça da Sé


A praça em 1913. Acervo Nilson Cruz

Praça Caio Prado - Postal de 1915

A primeira das praças





Desde a primeira vez que se desenhou uma planta da antiga Vila de Fortaleza, já aparecia o espaço livre em frente à Igreja de São José. Desta forma aquele areal foi o primeiro espaço público que depois viria a se transformar numa praça.

Catedral antiga que foi demolida em 1938 bem em frente à praça

Hoje a Praça da Sé é tomada diariamente por vendedores ambulantes da área de confecções. Poucas árvores debelam o sol causticante que banha a cidade. A praça tem uma estátua do imperador Dom Pedro II e no local que estava o Fórum Clóvis Beviláqua foi colocada uma fonte metálica em forma de cones que nunca funcionou.


Cartão Postal, circulado em 1917 - Monumento a D. Pedro II na 
Praça Caio Prado

Em volta desta recente intervenção o mato está alto depois das chuvas que caíram este ano. O espelho d´água está com água suja e pode servir de foco de reprodução de insetos. O aspecto é desagradável, mas os comerciantes em volta parecem não se incomodar com aquilo.


Antiga Sé (Catedral) de Fortaleza no dia 11/09/1938 foi rezada a última missa e em seguida ela foi demolida. 

A Praça da Sé está localizada em frente à Catedral Metropolitana de Fortaleza, que substitui a antiga Sé, demolida em 1938 para a construção da nova igreja, concluída apenas em 1972. A nova catedral é a sede da Paróquia de São José e a igreja foi projetada por George Henri Mounier. As torres da atual catedral têm 75 metros de altura, impondo-se majestosamente sobre o Centro da cidade. Por segurança, a igreja está cercada por grades de ferro.

O padre Serafim Leite descreveu a praça em 1726 na planta da Vila de Fortaleza desenhada pelo capitão-mor Manuel Francês, que enviou o documento para Lisboa naquele mesmo ano. Vale lembrar que à época o Brasil era colônia de Portugal.

Antiga Sé vista da Praça Caio Prado

Ainda naquele século XVIII o logradouro era conhecido como a Praça do Conselho. O ano era 1726 e ali estava instalada a Casa da Câmara do Pelourinho. A forca usada para os condenados no Brasil colonial ficava em frente à Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Aquele era o coração administrativo da vila que viria a se tornar capital do Ceará.

Passam-se os anos e em 1854 vai ter início a construção da primeira Sé. Em estilo colonial ela tinha um cruzeiro com o Cristo e as ferramentas do flagelo.


Monumento a D. Pedro II em foto de 1925 - Arquivo Nirez

No século XIX, mais precisamente em 1854 a antiga Praça do Conselho passa a chamar-se Praça do Largo da Matriz. Em 1861, o novo nome será Praça da Sé, depois que a igreja matriz passou a ser a Sé cearense. A denominação vai durar por todo o Império. Em 1889 a denominação passa a ser Praça Caio Prado, em homenagem a Antonio da Silva Prado. Esse paulista foi presidente do Ceará nos anos de 1888 e 1889 e morreu no exercício do cargo, recebendo a honraria depois do falecimento.



A Praça da Sé se localiza entre as ruas General Bezerril, Doutor João Moreira, Castro e Silva, Rufino de Alencar, General Bezerril e Alberto Nepomuceno. Como rua eixo da cidade, na esquina da rua Castro e Silva com Alberto Nepomuceno a rua passa chamar-se Conde D´Eu, o príncipe consorte da princesa Isabel.

Entre os anos 1889 e 1890, por seis meses a Praça Caio Prado volta a chamar-se da Sé, retornando a Caio Prado. Em 1903 uma nova troca de nome, o presidente do Ceará homenageado agora será Pedro Borges. Ele era médico do exército, foi senador da república, deputado federal e presidente do Ceará de 1900 a 1904. A denominação oficial vai durar até 1932, quando volta a ser Praça da Sé, o que permanece até hoje.


Efígie da imperatriz D. Teresa Cristina

A Praça da Sé tem uma imponente estátua de Dom Pedro II, vestindo o uniforme de gala dos oficiais da Marinha, o imperador traz uma espada à esquerda. A estátua foi uma criação do artista Auguste Maillard, e ela foi fundida em bronze, em Paris, por H. Gonot. O monumento com pedestal medem 4,80m. Na base da estátua existem duas placas de bronze com altos-relevos representando dois momentos históricos. Na primeira face, está a reprodução da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. Na segunda, uma cena de batalha do Campo Grande, acontecida no dia 16 de abril de 1869. O quilombo de Campo Grande é considerado pelos historiadores, maior que o de Palmares, e os negros resistiram bravamente aos ataques das forças imperiais.

A estátua de D. Pedro II, preparada no ano anterior, foi inaugurada em 1913, por iniciativa da Associação dos Jornalistas Cearenses. Na parte posterior do pedestal da estátua havia a efígie da imperatriz, Dona Tereza Cristina e uma placa. Ambas desapareceram. Não há informações sobre onde as placas foram parar. Tereza Cristina era princesa italiana e contam historiadores que ela ficou tão transtornada com o exílio após a proclamação da república, que morreu poucos dias depois de chegar a Paris.


A estátua de D. Pedro necessita de limpeza urgente e o pedestal foi pichado pelos vândalos de plantão. Os borrões mancham o escudo imperial sob D. Pedro e o texto em baixo-relevo informando os dados históricos do monumento.


Na Praça da Sé há ainda três bancas de revistas e no local, turistas fotografam a catedral e o monumento, apesar das condições. O patrimônio precisa de cuidados urgentes.



Fonte: Diário do Nordeste e pesquisa de internet

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