O clamor por mestres que cumprissem devidamente os encargos da profissão foi uma constante em relatórios dos presidentes de província do Ceará durante todo o século XIX. Mestres devidamente habilitados eram garantia de uma boa escola.
O edifício foi projetado pelo engenheiro civil austríaco Henrique Foglare. A obra ficou a cargo do engenheiro civil Henrique Theberge, responsável pelas obras públicas provinciais, sendo executada pelo mestre pedreiro Francisco de Sousa Brasil.
Concluída em 6 de dezembro de 1882, a edificação só veio a ser utilizada dois anos depois. O edifício sediou a Escola Normal até 1923, quando foi ocupada pelo Grupo Escolar Norte da Cidade. O aspecto da edificação foi provavelmente “modernizado” nessa época, quando teve sua coberta modificada, implantando-se uma platibanda no lugar da antiga coberta à vista. O frontão triangular que marcava a entrada norte também desapareceu.
Em 1947 e 1954, o prédio serviu de sede para o Instituto Médico do Ceará. A partir dessa data, funcionou como a Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará. Desde 1987, sedia o atual IPHAN.
O prédio hoje
Histórico da Escola Normal do Ceará...
"A aspiração para criar escolas de formação de professores no Brasil começou ainda no Império, porém havia dificuldades na criação das Escolas Normais em todo o país. Em 1879, a Reforma de Leôncio de Carvalho, que tinha valor somente no Rio de Janeiro, foi um marco para a criação desse tipo de escola.
No Ceará, a primeira tentativa de criação de uma Escola Normal deu-se em 1837, no mandato do presidente da província, José Martiniano de Alencar. A Lei 91, de 05 de outubro de 1837, criava temporariamente a Escola Normal do Ceará, porém a escola não foi instalada por falta de recursos e continuidade administrativa. Após esse fracasso na tentativa da criação da Escola Normal, o estado ficou ainda um longo período sem sua escola de formação de professores.
Somente com a Lei 1790 de 1878, ressurge o interesse na criação da Escola Normal, que viria a se concretizar apenas no fim do Império, no ano de 1884.
A regulamentação da recém-criada Escola Normal do Ceará foi orientada por legislações concebidas em anos anteriores a sua efetivação. Essa regulamentação estava presente na Lei nº 1790, de 28 de dezembro de 1878 e no Regulamento da Instrução Pública de 1881. "Somente no ano seguinte (1885), é expedido o primeiro Regulamento da instituição”.
Escola Normal do Ceará foi o primeiro nome da nova instituição de ensino e seu prédio ficava localizado na Praça Marquês de Herval (posteriormente chamada de Praça José de Alencar). A Escola Normal teve algumas mudanças de localização durante esses anos. No período de 1919 a 1923, a escola foi instalada no pavimento térreo da Fênix Caixeiral.
Escola Normal ainda em construção. Imagem de cartão postal capturada em 23 de julho de 1923. Acervo Carlos Augusto
Após reivindicações, o presidente do estado, Justiniano de Serpa, mandou construir o novo prédio da escola na Praça Figueira de Melo (onde hoje funciona o Colégio Justiniano de Serpa). A escola funcionou nesse local até 1958, ano em que se mudou para o Bairro de Fátima, já com o nome de Instituto de Educação do Ceará. Além das mudanças de locais, a Escola Normal também mudou várias vezes de nome.
Ao longo de sua trajetória a Escola Normal recebe várias denominações: Escola Normal Pedro II (Lei nº 2260, de 28 de agosto de 1925), seu segundo nome; Escola Normal Justiniano de Serpa (Decreto-Lei nº 122, de 2 de março de 1938); Instituto de Educação (Decreto-Lei nº 2007, de 7 de fevereiro de 1947) e, no final dos anos 50 recebe sua atual denominação, Instituto de Educação do Ceará (Lei nº 8559).
Instituto de Educação Justiniano de Serpa no final dos anos 40.
Acervo Marcos Moreira
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Juntamente com a Escola Normal do Ceará, foi criada a sua Escola de Aplicação, também chamada Escola Anexa, que ficou em funcionamento até o ano de 1918. A Escola de Aplicação era o local da prática pedagógica dos alunos da Escola Normal. Essa escola ressurgiu em 1922 com a denominação de Escola Modelo.
No Ceará, as idéias modernas de educação também já eram pregadas desde o final do século XIX. Após viagem aos Estados Unidos, o advogado e professor de latim, Amaro Cavalcante, apresentou um Relatório ao presidente da província e à população cearense. Tal Relatório foi escrito em 1881 e dava informações acerca da instrução primária americana.
A Reforma de 1922, mais conhecida como Reforma Lourenço Filho, realizada no governo de Justiniano de Serpa, marca o início de uma nova fase da educação no estado. Ela ocasiona mudanças no ensino primário e normal do estado."
Crédito: Janderson (Uma metamorfose ambulante)
Crédito: Janderson (Uma metamorfose ambulante)
O prédio foi construído sob a orientação do engenheiro José Gonçalves da Justa, para sediar a Escola Normal, inspirado no modelo de um colégio suíço. Sua construção teve início em 11 de agosto de 1922, em frente à Praça Filgueira de Melo, na gestão do Presidente Justiniano de Serpa. A finalização da obra se deu no governo do Presidente Ildefonso Albano, sendo inaugurado em 23 de dezembro de 1923. A atual denominação adquirida em 1961 veio em homenagem ao Dr. Justiniano de Serpa. É um dos mais tradicionais estabelecimentos de ensino de Fortaleza.
Colégio Justiniano de Serpa - Antiga Escola Normal
Primeiramente chamou-se Escola Normal Pedro II, e por algum tempo deste 1918 funcionou no andar térreo da Fênix Caixeiral, à rua 24 de Maio, esquina noroeste com rua Guilherme Rocha, daí saindo em 23 de dezembro de 1923, data que se transferiu para a bela sede da Praça Figueiras de Melo, (antes chamada Praça dos Educandos e também Praça do Colégio), começada a construir em 11 de agosto de 1922, sob planta do Eng. José Gonçalves Justa, na gestão do Presidente Justiniano de Serpa, mas somente inaugurado em parte, pelo seu sucessor, Senhor Ildefonso Albano. A conclusão do Edifício verificou-se no governo do Capitão (depois Major) Roberto Carneiro de Mendonça (1931/34). Mais tarde, teve o nome de Instituto de Educação Justiniano de Serpa.
O edifício, com dois pavimentos, possui planta dividida em três vãos, ficando a escada no vão central.
As normalistas de 1958/59 - Acervo Sônia Lúcia machado Braga |
Foi construído em tijolo e cal, e sua estrutura horizontal é composta de barrotes no piso superior e tesouras de madeira na coberta. Os forros são de madeira tipo saia e camisa.
A fachada principal – encimada por balaustrada e um frontão arredondado em sua parte central – possui marcações horizontais, que definem a linha de piso do primeiro pavimento e de coberta e marcações verticais, definindo o acesso e a área do balcão, também com balaústres, no pavimento superior.
Protegido pelo Tombo Estadual segundo a lei n° 9.109 de 30 de julho de 1968.
A fachada principal – encimada por balaustrada e um frontão arredondado em sua parte central – possui marcações horizontais, que definem a linha de piso do primeiro pavimento e de coberta e marcações verticais, definindo o acesso e a área do balcão, também com balaústres, no pavimento superior.
Protegido pelo Tombo Estadual segundo a lei n° 9.109 de 30 de julho de 1968.
"A Praça Figueiras de Melo contém um valioso patrimônio Arquitetônico miraculosamente preservado, nele encontramos jóias como o Colégio da Imaculada Conceição, a Igreja do Pequeno Grande e o prédio da Escola Normal. A praça que o circunda era bem traçada, com lindos canteiros e os bancos confortáveis de madeira com estrutura de ferro fundido, uma constante das praças da cidade."
Royal Briar
Olá Leila...
ResponderExcluirapesar de ter dado apenas uma vista rápida, adorei o seu blog...tem mta coisa sobre essa nossa cidadezinha linda...
vi q vc usou um texto meu pra falar da Escola Normal, estou fazendo minha monografia sobre esta instituição...
Gostaria de saber como vc conseguiu essas fotos da Escola, como faço pra consegui-las em tamanho normal??
entre em contato cmg...email: jandersonsaldanha@gmail.com
muito interesante a historia
ResponderExcluirdo colegio Estadual Justiniano de Serpa !!!
Gostaria de conhecer as ementas das disciplinas lecionadas atualmente na Escola Normal,estou fazendo minha monografia á respeito.Obrigada.
ResponderExcluirMeu endereço para mandar sobre as ementas é:claudia-micheline@hotmail.com
ResponderExcluirgostaria de fazer o curso pedagogico como fasso para me escrever Meu endereço é:lizonetesouza@hotmail.com
ResponderExcluirO Curso Normal foi extinto por determinação da LDB. Uma perca, no meu ponto de vista pois na faculdade é muita teoria e no curso normal nós aprendiamos ate como escrever de maneira linear no quadro, todas as brincadeiras e cantigas, as contações de historia. Enfim o que resta é o Curso de Pedagogia em alguma faculdade.
ExcluirA LDB não extinguiu o curso Normal, pelo contrario, respeitou o direito adquirido das normalistas. O mercado foi que não oferta mais o curso, pela baixa procura. O Instituto de Educação do Ceará ainda ofertava em 2020.
Excluirgostei muito da sua historia sobre o colegio estadual justiniano de serpa, eu queria saber mais sobre o colegio pois eu irei estudar la nesse ano (2010) e foi muito bom saber mais ok?!
ResponderExcluirqualquer coisa: prdeal@hotmail.com
Olá,Leila
ResponderExcluirAdorei seu blog...
Estou na defesa da minha monografia e gostaria de saber como se deu A formação de professore no Ceará na década de 1980 aos dias atuais,não consigo produzir por falta de material,
Grata,
Silvana
Olá Silvana!
ResponderExcluirVou ver o que tenho aqui para
lhe ajudar.
Abraços e fiquei feliz em saber
que vc gostou do blog.
Seu blog é muito bem elaborado.Um bom referencial de pesquisa.
ResponderExcluirParabéns!
Gildênia Moura
Muito obrigada, Gildênia!
ResponderExcluirVolte sempre!
Olá, Leila
ResponderExcluirParticiparei na UECE do X ECHE (Encontro de Historiadores da Educação)no sábado, dia 30/07/2011, com a palestra sobre a Escola Normal do Ceará e apresentarei fotos da instituição que pesquisei em seu blog (postarei seus créditos). Seu acervo é muito rico.
Parabéns!
Gildênia Moura
Oi Gildênia, bom dia!
ResponderExcluirFico muito feliz em saber que o blog lhe ajudou, é justamente esse o propósito, levar nossa história ao maior número de pessoas.
Estarei aqui com pensamento positivo para que vc faça uma palestra maravilhosa!
Obrigada pelos créditos e pelo comentário
Beijos
Muito bom o seu trabalho, vou apresentar um seminário na UFC e com certeza mencionarei o seu nome e o seu trabalho!
ResponderExcluirContinue sempre com esse belo trabalho
Yara
Nossa, Yara, nem sei o q dizer... Muito obrigada mesmo!!! :)
ExcluirPode deixar, é sempre um enorme prazer falar sobre a Fortaleza que a maioria de nós não conhecemos...
Um forte abraço e obrigada pela gentileza!
como foi gostoso relembrar minha escola JUSTINIANO DE SERPA sou da época do cientifico 1970-1973.
ResponderExcluirInocência
Adorei relembrar meu colegio lá pelos idos de 69 a 71
ResponderExcluirqual o nome e contato da senhora? tenho uma grande amiga que estudou nessa época.
ExcluirComo faco Para poder descobrir o nome complete de um rapaz Edi Edson.pois gostaria de saber dele foi ima paixao de colegio no 1ano do 2 gray em 1994 pela manha.
ResponderExcluirOla Leila, bom dia! Que blog sensacional. Adorei. É muito bom rever nossa Fortaleza antiga e ter a oportunidade de rever dados do Justiniano de Serpa foi muito bom. Fui aluna no período de 1969/1975. Estudei nos três turnos. Gostaria muito de reencontrar colegas daquela época. PARABENS
ResponderExcluirObrigada, Zulene! :)
ExcluirForte abraço
estudei nela de 1979 a 1981.amei!
ResponderExcluirBoa tarde, Leila! Não sabes o quanto estou neste momento emocionada, ao ver a foto das alunas do Colégio Est. Justiniano de Serpa no ano de 1967, eu era aluna da 2ª série do curso ginasial. Daquela epoca eu trouxe apenas uma única foto e, aqui no Rio de Janeiro durante uma enchente a perdi. Sinto muita tristeza por não ter fotografias daquele período tão feliz da minha adolescência. Lembro-me que um dia antes da minha partida para o Rio, minha colega de sala Teresinha Iranildes Araujo de Souza, naquele dia fizemos várias fotos na escadaria do colégio mas, não tive tempo de esperar serem reveladas. Nunca mais tive contato com essa minha colega, gostaria muito de encontra-la. As vezes me pergunto: será que as nossas fotos ainda existem? Sinto muitas saudades da época em que fui aluna desse inesquecível colégio; dos meus professore: Marcelo Matos, Luciara, dona Castelina Castelo Branco, do nosso diretor profº Sobreira, da nossa amável orientadora profª Carmem. Quanta saudades!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nubiana
ResponderExcluirOi.. Eu fiz o ginásio e científico nessa escola, me formei em 1972...sera q a gente se conhecia, rs. O diretor era o sobreira e a vice a carmem.. Algumas amigas... Raimunda, leticia. Iraci,Fábiola..
ResponderExcluirSou filha ,da Francisca Helena que falou esses mesmo nomes e ficou muito feliz quando ouviu o nome da Fabíola eramamigas
ExcluirEstudei no Colégio Justiniano de Serpa de 1994 a 1996 onde conclui o então 2º grau. Anos de muito aprendizado e experiências maravilhosas. A arquitetura do prédio ainda hoje me encanta. Inevitável quando transito naquela região não subir aquela escadaria para se deparar com o hall de entrada com aqueles históricos quadros de ex-diretores. Muito bonito mesmo.
ResponderExcluirGostaria de ver fotos do desfile , manequim padrão, não estou lembrado da data exata. Acho que em 1983, 1984, 1985,1986, por aí , lembro que o desfile , final foi realizado no clube líbano brasileiro.nesta época é disfilamos no programa do Irapuan Lima .
ResponderExcluirBom dia. Adoro ver esse site, sempre que posso mato a saudade. Alguem dos admiradores desse site foi aluna do Justiniano de Serpa na decada de "70"? Gostaria muito de manter contato com alguem da turma da 4ª série ginasial turno da tarde do ano de 1970. (Fátima, Socorro e Célia) especialmente.
ResponderExcluirOlá, meu nome é Kamila e sou estudante do Colégio Estadual Justiniano de Serpa atualmente, gostei muito do seu blog, especialmente, esse texto sobre a escola normal.Estou fazendo um trabalho escolar e necessito de imagens do colégio justiniano de serpa , por isso gostaria de saber onde vc conseguiu essas fotografias e de que ano elas são ??
ResponderExcluirObrigada desde já !!!!
Boa tarde!
ResponderExcluirEstou elencando elementos para elaborar meu projeto de mestrado na UECE. Gostaria de encontrar um nome de alguma normalista, de preferência uma das primeiras para eu pesquisar e é sua biografia.
Olá leila nobre,muito lindo seu trabalho,gostaria de saber se você tem em meio aos seus arquivos história sobre a professora jovenilda coelho albuquerque(albuquerque coelho*) já procurei muito por ela,preciso encontra -lá se puder ne ajudar lhe agradeço muito.
ResponderExcluirOi!
ExcluirMuito obrigada! :)
Infelizmente não tenho informações sobre a professora! :(
Forte abraço
Que saudades! Frequentei essa escola. Fizemos muita bagunca. Nao sei quantas vezes pulamos o muro depois do sino tocar. Obrigada! ...Monique Ray
ResponderExcluirSou Graciete concluí o cientifico no ano de 1970.Gostaria de ter contato com essa galera boa de amigos.
ResponderExcluirProf.Sildacio, Albert...
Meu nome é Daniele e terminei o ensino médio no Justiniano nos anos de 2001 a 2003,sempre amei este colégio,sua arquitetura ,história e ao ver as fotos só veio muita saudade de tempos tão bons,obrigado por trazerem a história e nossa Cidade!!
ResponderExcluirMeu nome é Cláudia. Estudei dois anos no Justiniano de Serpa, e um ano e meio no IEC. Foram anos com ricas vivências nestes dois equipamentos de ensino.
ResponderExcluirQuanto à informação que só estudava mulheres e havia exame admissional. Procede? - Everardo Brito
ResponderExcluirBom, Everardo, a escola foi criada para formar professores, independente de sexo, mas a procura realmente foi do sexo feminino, tanto que as normalistas entraram para a história.
ExcluirSobre o exame, provavelmente sim, pois era normal nas escolas antigas.
Grato pelo esclarecimento.
ExcluirO período que estudei no Justiniano de Serpa 1969 a 1975 sempre foi exclusivamente mulheres.
Excluir