(Essas casas foram as primeiras do bairro Meireles)
DO PACATO AO DINÂMICO: O BAIRRO MEIRELES COMO BAIRRO ELITISTA
Este local era fruto da especulação na expansão urbana de Fortaleza nos tempos do século XIX, em que a cidade tinha sua vida política e econômica quase que restrita ao Centro da cidade e a elite já procurava novos ares diante do crescimento urbano de Fortaleza, diante da frente migratória do interior cearense que, segundo ela, “enfeiava” a cidade, vivendo a Belle Epoque Francesa.
Avenida Getúlio Vargas (Atual Avenida Beira-Mar) próximo ao Náutico.
Foto Gazeta de Notícias de 12 de maio de 1959
O bairro Meireles hoje compõe, junto com outros 20 bairros a Secretaria Executiva Regional II (SER II), uma subdivisão administrativa da Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF).
O bairro possui uma excelente cobertura infra-estrutural.
Inicialmente o bairro era um loteamento receptor dos que fugiam do Centro e fizeram do Meireles (e da Aldeota) sua nova morada. Atualmente, o que vem à tona é a ocupação do bairro pela apropriação da infra-estrutura que ele apresenta e das oportunidades de emprego e serviços dispostos em suas vias de acesso, as quais possuem interligações com diversas outras regiões da cidade de Fortaleza. Aparece, entretanto, um outro dilema: a privatização do espaço urbano do Meireles. A favela do Campo do América, sob este olhar, pode ser mantida pelo capital especulativo de maneira proposital, ou seja, uma fragmentação do território promovido por essa racionalidade, em que consolida a desigualdade como uma estratégia.
Percebemos, ao infiltrarmos no bairro e percorrermos suas ruas, que há um paradoxo na sua dinâmica sócio urbana: espaços bucólicos, com ruas locais arborizadas quase que de forma homogênea e seus prédios contando com portarias, muitas vezes, equipadas com sistema de segurança privada, enquanto há uma vida nas ruas, vida comunitária, um foco de resistência do bairro, que são o Campo do América, algumas vilas e outras localidades.
O Náutico, um marco do bairro. Foto dos anos 50
Interior do clube em 1960
Revista Manchete - Náutico Atlético Cearense 1972
Interior do clube em 1960
Falar do Meireles é falar da nossa Beira-Mar, ponto de encontro de moradores e turistas. É o Meireles dos prédios altos e das novas construções, a todo momento, e de gente que resiste à modernidade.
Evilásio Mateus é barbeiro. Ele trabalha em uma casa que acabou rodeada por grandes prédios. Mesmo assim, ele mantém o costume de esperar pelos passarinhos. A rotina de trabalho começa cedo. A dele e a dos clientes também. “Eu chego às 5h, mas muitas vezes, quando chego, já tem gente. Não é todo dia que tem, mas sempre tem”, afirma.
Este é o Meireles, de moradores apaixonados. Gente como Tadashi Enomoto, que anda nas ruas admirado com a quantidade de prédios que não para de surgir. Quando o empresário foi morar no bairro, o lugar era bem mais horizontal. “Desde 1987 que eu moro aqui. Nessa rua, não existia prédios, só existia uns de no máximo três andares e, agora, se encheu de prédios pela valorização”, relembrou Tadashi.
Para cuidar da área de lazer do bairro, há oito anos, Tadashi criou a Associação dos Amigos da Beira-mar. Hoje, o grupo é formado por 600 pessoas e representa um pouco do carinho que os moradores tem com a avenida. “A Beira-mar é o quintal da nossa casa”, comenta Tadashi.
É a avenida turística dos hotéis e restaurantes; da praia; da Volta da Jurema; do Jardim Japonês, que está sendo construído; do esporte; do lazer; dos arrecifes; e da tradição. No local, fica o Clube do Náutico, há 80 anos. Com suas colunas em estilo greco-romano, o alviverde segue firme na história. Mesmo estando no metro quadrado mais caro de Fortaleza, a direção nem pensa em sair do local. “Várias propostas já vieram, mas não estudamos nenhuma, porque não há interesse”, informa Diógenes Almeida, diretor social do Náutico.
35 mil pessoas vivem no Meireles, bairro que está entre os 20 mais populosos da Capital, e dono de uma vista encantadora.
Evilásio Mateus é barbeiro. Ele trabalha em uma casa que acabou rodeada por grandes prédios. Mesmo assim, ele mantém o costume de esperar pelos passarinhos. A rotina de trabalho começa cedo. A dele e a dos clientes também. “Eu chego às 5h, mas muitas vezes, quando chego, já tem gente. Não é todo dia que tem, mas sempre tem”, afirma.
Este é o Meireles, de moradores apaixonados. Gente como Tadashi Enomoto, que anda nas ruas admirado com a quantidade de prédios que não para de surgir. Quando o empresário foi morar no bairro, o lugar era bem mais horizontal. “Desde 1987 que eu moro aqui. Nessa rua, não existia prédios, só existia uns de no máximo três andares e, agora, se encheu de prédios pela valorização”, relembrou Tadashi.
Para cuidar da área de lazer do bairro, há oito anos, Tadashi criou a Associação dos Amigos da Beira-mar. Hoje, o grupo é formado por 600 pessoas e representa um pouco do carinho que os moradores tem com a avenida. “A Beira-mar é o quintal da nossa casa”, comenta Tadashi.
É a avenida turística dos hotéis e restaurantes; da praia; da Volta da Jurema; do Jardim Japonês, que está sendo construído; do esporte; do lazer; dos arrecifes; e da tradição. No local, fica o Clube do Náutico, há 80 anos. Com suas colunas em estilo greco-romano, o alviverde segue firme na história. Mesmo estando no metro quadrado mais caro de Fortaleza, a direção nem pensa em sair do local. “Várias propostas já vieram, mas não estudamos nenhuma, porque não há interesse”, informa Diógenes Almeida, diretor social do Náutico.
35 mil pessoas vivem no Meireles, bairro que está entre os 20 mais populosos da Capital, e dono de uma vista encantadora.
O bairro está localizado na área nobre da Capital. E tem um dos metros quadrados mais valorizados.
Um bairro nobre e caro. No cartão postal, Avenida Beira-mar, hotéis luxuosos dão imponência ao Meireles. Caminhada ao ar livre no calçadão para se exercitar e esquecer da vida.
Os prédios são grandes, altos, espaçosos. O metro quadrado pode chegar a R$7 mil, dependendo do local.
O bairro guarda parte da história oficial do Estado. O Mausoléu Castelo Branco marca a trajetória do presidente cearense da época da ditadura. Ao lado fica a Residência Oficial do Governador e o Museu da Imagem e do Som. O desenvolvimento do lugar pode ser traduzido no comércio, ponto forte do Meireles.
Meireles 1996
O Meireles concentra a maior quantidade de prédios residenciais bonitos fora da orla, a maioria de altíssimo padrão, e também alguns dos empresariais mais modernos, como o Pátio Dom Luís e Etevaldo Nogueira Business Center. E ainda concentra as lojas mais luxuosas da cidade, nas avenidas Senador Virgílio Távora e Dom Luís.O urbanismo é razoável na maior parte do bairro, com fiação discreta, algumas calçadas ótimas, mas o asfalto está mal conservado em alguns pontos.
Fotos recentes do bairro:
Náutico e Pão de Açúcar
Meireles se transformou num mar de prédios
Villa Del Mare
Foto vendo-se a famosa feirinha da Beira-mar
Rua Tibúrcio Cavalcante
Saint Paul de Venice. Muito granito verde escuro,vidros com esquadrias douradas e um design belíssimo. Esse é dos anos 90
Rua Tenente Benévolo
República do Líbano
Rua Oswaldo Cruz
Rua Leonardo Mota
Nossa, olha que prédio altooooooooo
Magnífica área de lazer do Ed. Sanford
Fernando Silveira, chique :-)
Entrada do maior e mais luxuoso prédio da capital cearense - Mansão Macêdo
Entrada do Grand Place
Entrada do Etevaldo Nogueira Business Center
Casablanca - Muito elegante
Casa Rosa perto da Av. Dom Luís. Esse nome vem de uma antiga mansão cor-de-rosa do início do século XX, que havia no local. Ela não foi demolida, agora faz parte do prédio.
Olha que legal, o portão da casa também foi aproveitado no prédio :)
Muito legal isso de misturar passado e presente!
Casa Rosa - Granito branco, vidros espelhados, e os balaustres da mansão, sem dúvida uma bela junção de passado e presente
Calçada do Grand Place
Bela vista da noite caindo
A imponência do Meireles
Observação importante: Muitos dizem que o antigo Lidiápolis, deu origem ao bairro Aldeota e ao Meireles. Mas basta observar que na Carta da Capitania do Ceará de 1818 de António José da Silva Paulet, aquele pedaço já se chamava Meireles. Os moradores junto ao Campo do América, são os RR (Remanescente Resistente).
Carta da Capitania do Ceará 1818 de António José da Silva Paulet. (Clique pra ampliar)
Conforme nos esclarece Adelaide Uchôa, Lidiápolis era um loteamento situado nos Bairros Meireles e Aldeota, que se estendia, no sentido leste-oeste da Via Férrea Parangaba-Mucuripe até a Rua Nunes Valente. Anúncio da década de 30:
Crédito das fotos recentes: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=523193
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=531525
Fonte: Moraes Pereira, Felipe Silveira
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=531525
Fonte: Moraes Pereira, Felipe Silveira
Lidiápolis não era bairro; é o nome do Loteamento situado nos Bairros Meireles e Aldeota, que se estendia, no sentido leste-oeste da Via Férrea Parangaba-Mucuripe até a Rua Nunes Valente.
ResponderExcluirObrigada, Adelaide, coloquei na observação! :)
ExcluirForte abraço
Qual origem do nome meireles no bairro,tem haver com a escritora Cecília Meireles?
ResponderExcluirFicaria grata se alguém souber explicar.
Não amigo
ExcluirBelíssimas fotos, gostaria só de fazer uma correção, a foto que está com a legenda de Meireles 1996 na verdade é de 2006, sei disso porque morava muito proximo do local na época.
ResponderExcluirOnde era a antiga rua Lídia valente no Meireles ou mediações, qual seria a rua atual?
ResponderExcluirAtual Rua Nunes Valente.
Excluir