Raríssimo Cartão-Postal possivelmente de sua inauguração, 1931 |
A primeira construção no local data de 1825 e era um sobrado (construção de dois andares) pertencente ao Comendador José Antônio Machado.
Este sobrado foi construído pelo engenheiro Coronel Conrado Jacob de Niemayer, com a utilização de mão de obra de presidiários.
No sobrado funcionou o Hotel Central e o Café Riche.
Em 1926 foi comprado e em 1927 demolido.
No sobrado funcionou o Hotel Central e o Café Riche.
Em 1926 foi comprado e em 1927 demolido.
O sobrado que pertenceu ao comendador José Antônio Machado. Demolido depois para dar lugar ao Excelsior Hotel |
Um novo projeto, inspirado num edifício existente em Milão, Itália foi construído no mesmo local, sendo desconhecido o autor deste projeto.
Esta construção, de estilo eclético, foi o primeiro arranha-céu da cidade e utilizava na sua estrutura alvenaria de tijolos e trilhos* de trem, (sem cimento) e é considerado "o maior edifício de alvenaria no mundo"**. A decoração interna é da própria Pierina Rossi utilizando materiais importados da Europa.
Postal de 1940 |
Postal de 1934 |
Pierina Rossi era italiana e depois de ficar viúva casou-se com Emílio Hinko, arquiteto húngaro residente em Fortaleza.
Este arquiteto foi o construtor do Palácio do Plácido, majestosa construção, cópia de um Palácio Veneziano, que o Sr. Plácido de Carvalho havia mandado construir para a bela Pierina. Ficava na Avenida Santos Dumont, possuía pequenos chalés para servirem de moradia dos serviçais do castelo.
Nos anos 60 o castelo foi vendido.
Nos anos 60 o castelo foi vendido.
Anúncio do hotel - 1953 |
"Diziam se tratar do maior do mundo em alvenaria...da época..." já foi um dos orgulhos dos fortalezenses, quando era anunciado como “maior hotel do Norte e Nordeste" como descrito em cartão-postal da época.
Inaugurado em 31 de dezembro de 1931, o prédio do Hotel Excelsior possui 07 andares. Na época, era o maior prédio em alvenaria já construído no Brasil. Naquela época, o hotel oferecia luxos como água corrente aquecida, luz elétrica, cozinha internacional, correios, telefonia e excelentes cômodos. Era considerado o único hotel de luxo do Ceará. Atualmente, o prédio destina-se à moradia da família e de alguns inquilinos.
Endereço: Rua Floriano Peixoto, em frente à Praça do Ferreira .
Ficha do Hotel da época que Amélia Earhart se hospedou- 1937 |
Foto do início dos anos 30 |
Matéria do Diário do Nordeste:
EXCELSIOR HOTEL - Teve o início de sua construção em 1928. No dia 31 de dezembro de 1931 surgia em Fortaleza o primeiro arranha-céu do Ceará e "o maior prédio de alvenaria do mundo" com sete andares em estilo eclético. O Excelsior Hotel foi o primeiro hotel de nível internacional do Nordeste. Localização: Rua Guilherme Rocha, 172.
O comerciante Plácido de Carvalho, que teve forte atuação no cenário empresarial de Fortaleza, nas duas primeiras décadas do Século XX, até a primeira metade dos anos trinta, registrou seu reconhecido bom gosto, em vários prédios que construiu, destacando-se, entre outros, o famoso Palácio Plácido, que ele erigiu para homenagear sua mulher, a italiana Maria Pierina Rossi; o Cine-Theatro Majestic Palace, o Cinema Moderno e o imponente Excelsior Hotel. Dos quatro monumentos arquitetônicos só resta o Excelsior, porém, há cerca de dez anos fechado, pois como hotel encerrou suas atividades. Com nove pavimentos, incluindo o térreo e o terraço da cobertura. O Governo do Estado, através da Secult, deve efetuar, de imediato, o tombamento daquele que é apontado como “maior prédio do mundo em alvenaria”. Ocupando espaço nobre no centro da capital, na Praça do Ferreira, fazendo esquina com a Rua Guilherme Rocha, o Excelsior Hotel já foi um dos orgulho dos fortalezenses, quando era anunciado como “maior hotel do Norte e Nordeste, com a maior terrace do Brasil”. Ali, durante décadas, se hospedaram as maiores personalidades do cenário artístico, político e empresarial do País. Entrou em declínio quando o fluxo turístico descobriu as amenidades da orla marítima e o centro ficou em desuso.
A visão de um repórter
A visão do terraço do primeiro arranha-céu. Um retorno à época em que superlativos não tinham acento agudo e "vizinho" e "aprazível" se escreviam com "s". A visão do repórter que subiu ao terraço do "primeiro arranha-ceu" (sim... "céu" também não tinha acento) da cidade é o retrato do que era a Fortaleza dos anos 30. "É um terraço aprasibilissimo, de onde se descortinam belissimos panoramas do mar, das serras e dos sertões visinhos", descrevia no texto sobre a inauguração do Excelsior Hotel. Um "mundo" enxergado do sétimo e último andar. Era de onde a Fortaleza construída chegava mais perto das nuvens. Mesmo sem a pompa de outrora, ele sobrevive em um dos cantos da Praça do Ferreira, vazio e austero.
Matéria de capa, edição de O POVO de 2 de janeiro de 1932:
O hotel começara a funcionar no primeiro dia do ano. "Hontem", detalhava o jornal. A solenidade de inauguração, no entanto, se dera às 16 horas do último dia de 1931. Até o interventor federal estava lá, era o senhor Carneiro de Mendonça. O prédio que mudava a cara da cidade virou acontecimento. Decoração, infra-estrutura, tabela de preços, tudo estava lá, detalhes minuciosos na matéria sobre a inauguração. Boa parte da população nunca conseguiria hospedar-se ali ou muito menos pronunciar o nome da "poderosa organização universalmente conhecida".
O fabricante do material de refrigeração do hotel era a Copeland Products inc. de Mountm Clemens, Michigan, ENA. O material de refrigeração era descrito em altura, largura e peso. A geladeira de oito portas do bar, por exemplo, tinha capacidade para 500 garrafas de cerveja e 12 quilos de gelo. "Os segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto e setimo andares contem apartamentos e quartos avulsos, todos obedecendo a fino gosto, elegantes decorações, instalações sanitarias de primeira ordem e agua gelada em todas as dependencias do edificio" - isso mesmo, tudo escrito sem acento.
Mais detalhes podem ser encontrados no livro Caminhando Por Fortaleza de autoria do escritor cearense Francisco Benedito de Sousa.
O Livro pode ser adquirido na Livraria do Centro Cultural Dragão do Mar, nas Bancas de Revistas na Praça do Ferreira ou diretamente do autor através do telefone: (85) 493-2518.
*De acordo com o pesquisador e ex-ferroviário, Assis Lima, os trilhos usados não foram de trens. As ferragens para a construção do prédio vieram da Polônia, juntamente com uma encomenda para a estrada de ferro de Baturité, que à época já era denominada RVC. A encomenda chegou em 1929. Fonte: Relatório da RVC de 1929, criminosamente destruído em 1998 por ser entregue às intempéries de prédio com telhado comprometido. As chuvas de 98 levou os insensíveis dirigentes da ferrovia a colocarem "papéis velhos" no lixo.¬¬
**Leia : Excelsior Hotel - Queda de uma lenda
Leila, não sei se notaste... telefone do hotel em 1953... (55) 12 e (55) 13...
ResponderExcluirRogério Almeida
Quem sabe dizer se pode visitar o prédio la no Último andar?
ResponderExcluirAgora é faculdade é?