Quem descobriu essas relíquias foi o cearense Terto de Amorim que há 13 anos mora na Holanda. Ele não é historiador e faz questão de frisar. O que o levou a gastar dias de folga imerso no Arquivo Nacional dos Países Baixos foi a curiosidade. "No ano passado, me dei conta de que conhecia parte do mapa do forte Schoonenborch e que o original pertencia ao Arquivo Nacional. Decidi ir até lá para vê-lo", refaz.
Depois do primeiro achado, Terto passou a pesquisar vestígios da passagem holandesa por Fortaleza e foi descobrindo outras raridades, inclusive o diário de Matias Beck. O que mais o chamou a atenção na leitura foi a visão holandesa dos índios daqui, bem diferente do indígena ingênuo ou selvagem retratado pelos portugueses.
Mapa de 1640
História curiosa
Terto conta que numa passagem do diário, Matias relata um episódio curioso. Um líder indígena aliado o procura para pedir armas e cachaça. O plano era embriagar a tribo dos anacés e depois matá-los. Matias escreve que recusou a proposta por ser "um cristão". "Por essa conversa você entende que o branco e o índio estão negociando. É um olhar diferente do dos portugueses quando falavam nos índios", diz Terto.
Ainda há muitos documentos interessantes para a nossa história no Arquivo Nacional dos Países Baixos. Terto continua indo pesquisar pelo menos uma vez por mês. Como a presença holandesa em Pernambuco foi muito mais significativa, há uma seção dedicada ao assunto. Já as referências ao Siará estão dispersas.
"É interesse deles também. Certos nomes e lugares eles não conhecem e eu conheço. É uma troca de informação", conta Terto. O foco maior da pesquisa é a cartografia.
Terto tem fotografias dos originais de 23 mapas. No fim deste mês ele estará em Fortaleza, novamente atrás de patrocínio para montar uma exposição do material. Por enquanto, seus achados não entusiasmaram muito a academia cearense. Nenhum historiador confirmou a relevância dos mapas de 1640 e 1649 apresentados por Terto.
Curiosidades:
A história do início de Fortaleza tem forte conexão com a Holanda. Naquele século XVII, os holandeses desafiavam o domínio português, ainda pouco consolidado em muitas capitanias, como a do Ceará. Por aqui, em 1649, a chegada de Matias Beck, foi fundamental para o desenvolvimento da vila que viria a se tornar Fortaleza. Ao redor do forte de Schoonenborch, construído próximo à margem do riacho Pajeú, a aldeia cresceu.
Antes disso, em 1612, o português Martim Soares Moreno ensaiara a instalação de uma vila em torno de um outro forte, o de São Sebastião, construído na margem do rio Ceará, perto de sua foz. Ainda antes, em 1603, nesse mesmo local, Pero Coelho de Souza havia erguido um primeiro fortim, o de São Tiago, a mando das autoridades portuguesas de pernambuco. O objetivo era espantar os franceses que andavam pelas terras entre o Ceará e o Maranhão.
Essas duas incursões duraram pouco e não deram origem a uma vila. Foi somente depois da partida de Martim Soares Moreno, com a chegada de Matias Beck que o aldeamento foi se consolidando.
Veja a cronologia:
1637: Com a partida de Martim Soares Moreno, o Forte de São Sebastião fica aos cuidados de uma pequena guarnição, que não resiste ao cerco das tropas holandesas, em 1637. Gedeon Mórris de Jonge comanda as tropas a serviço de Maurício de Nassau, que procurava ampliar a área da Companhia Privilegiadas das Índias Ocidentais. Em 1644 depois de oito anos de muitas dificuldades, os holandeses são dizimados pelos indígenas.
1649: O holandês Matias Beck chega à enseada de Mucuriba (Mucuripe). Na procura por um local adequado para se instalar na costa, desiste da Barra do Ceará por motivos bélicos (daquele local não se conseguia visualizar os navios ancorados na enseada do Mucuripe, o que facilitava ataques imprevistos) e logísticos (o assoreamento da foz do rio Ceará dificultava a entrada de navios e as marés sinalizavam as águas daquela foz, o que dificultava a obtenção de água potável). Escolhe, então, o morro de Marajaitiba, situado na margem esquerda do riacho Pajeú, onde ergue uma paliçada a que chama de Forte Schoonenborch, para onde foram trazidos os materiais aproveitáveis do fortim de São Sebastião.
1654: Os holandeses são expulsos pelas forças portuguesas comandadas por Álvaro de Azevedo Barreto, que tomam o Schoonenborch sem enfrentar resistência. A fortificação de Matias Beck desaparece totalmente.
1662: Os portugueses constroem um novo forte também chamado de Assunção. A construção vai permanecer como posto militar politicamente esquecido ao longo de todo o restante do século XVII
1726: Por Carta Régia, Fortaleza é elevada à categoria de vila. A instalação da vila acontece no dia 13 de abril de 1726, sob a responsabilidade do capitão-mor Manuel Francês. A data passa a ser o aniversário da cidade. O título de vila, entretanto, não muda o aspecto de abandono e pobreza em que o povoado estava mergulhado. Realidade que só iria começar a se transformar no final do século XVIII, quando o Ceará se desmembra da Capitania de Pernambuco.
Crédito: Jornal OPovo
Adorei seu site!!!!morei 3 anos em Fortaleza,na rua Dr.José Lourenço.quase esquina com a Santos Dumont.Tenho muita saudade daquele pedacinho de Fortaleza,da praça Luísa Távora,da Igreja das irmãs Missionárias(da Rui Barbosa).Adoro as fotos de Fortaleza antiga,uma saudade que não dá pra explicar de um tempo que eu não vivi.Parabéns,querida,por tanto capricho!!!!felicidades e que Deus te abençoe.Fátima
ResponderExcluirOi Fátima! Nossa eu tenho essa mesma saudade de um tempo que não vivi rsrs deve ser um sentimento normal para os amantes de Fortaleza como nós, né? :P
ResponderExcluirMuito obrigada pelo seu comentário e pelas gentis palavras.
Abraços
Nós temos uma ligação atávica com a cidade antiga!
ExcluirNobre amiga sou estudante de historia e moro no mucuripe na rua Coronel Manuel Jesuino da Costa,sabel alguma informaçao quem foi este senhor se ainda tem familia em Fortaleza pois quero fazer minha disertaçao sobre ele,um forte abraço
ResponderExcluirNo momento não tenho nenhuma
ResponderExcluirinformação, mas vou pesquisar
e conforme for, faço uma postagem.
Abraços
Leila Nobre. Sou bisneta do Coronel Manuel Jesuino da Costa. A minha familia pouco guardou da memoria dele, que foi nasceu na região de Canoa Quebrada, depois se estabeleceu em Fortaleza, onde foi dono das terras do Mucuripe e Varjota. Vou tentar juntar o maximo de informações possiveis para tentar incluir no wikipedia, para que o registro dele não fique esqucido. Um abraço, Rosana
ExcluirNossa, Rosana, vc apareceu na hora certa, estou louca atrás de informações sobre seu bisavô, mas infelizmente, não consegui nda. Se vc conseguir reunir esse material sobre ele, por favor me avise, tenho muita vontade de fazer uma postagem sobre alg q tanto fez pelo Mucuripe. Eu soube inclusive que foi ele quem cedeu o terreno para a construção do Cemitério São Vicente de Paula, fundando em 1916.
ExcluirTe agradeço desde já e obrigada pelo comentário!
Abraços
Nobre colega sou bis neto do coronel da guarda nacional Manuel Jesuíno da costa, meu avô Luís Jesuíno da costa filho de Manuel Jesuíno da costa casado com a senhora Francisca falcão costa, uma Falcão de cascavel e barutite,o coronel jesuino vêm de canoa quebrada Aracati de opnd evem as melhores famílias de Fortaleza.
ResponderExcluirAs terras do mucuripe foram dada pela a casa imperial as sesmaria, muito de seus desendets ainda recebe laudémio daquela região sendo proprietários de muitos imóveis naquela aria,estou a disposição da amiga para maiores informação, o inventario dos filhos do coronel ainda corre no fórum de Fortaleza. espero que possa ter ajudado, o coronel faleceu na década de 1940, seus restos mortais estao no cemitério e de seus filhos e netos tb,cimetrio doado por ele como tbm a igreja da saúde. qualquer duvida pode acesar meu email falcaomaia@uol.com.br,meu nome Alexandre Falcao moro no bairro Dionisio Torres,a nora do coronel a senhora Francisca Falcao Costa foi velada na decada de 1990 na igreja da saude com quase 90 anos.
Oi Alexandre, boa tarde!
ExcluirIsso tudo é muito interessante!!!
Temos muito o que conversar! rsrs
Vou lhe mandar um e-mail. :)
Forte abraço
Boa Noite!! Visitando seu blog,deparo-me com duas pessoa que são familiares. Sou filha de Adriano Jesuíno da Costa, prima de Rosana Jesuíno, que é filha de Manelito Jesuíno,que são filhos de Joana Rebouças da Costa.O Alexandre Falcão não conheço ainda.
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