Foto antiga da Praia do Futuro - Anos 40
[...] Aproveito a oportunidade para uma explicação. A denominação praia do Futuro foi dada por mim, quando editorialista do Correio do Ceará. Mas o que eu queria dizer é que aquela era a praia de nosso futuro urbano, e não dar um nome definitivo a ela, sem sentido, aliás, para ser um nome próprio, para ter caráter toponímico. Mas o nome pegou e ficou [...]
Jornalista J.C Alencar Araripe
no jornal Diário do Nordeste em 31/07/95
Fotocópia da Manchete do Correio do Ceará de 4 de março de 1949.
As fotos aéreas da reportagem foram feitas pelo fotojornalista Luciano Carneiro, já estrela da redação Correio do Ceará. Luciano, então com 23 anos, tinha brevê da escola de pilotagem do Aero Clube de Fortaleza, o que lhe permitiu fazer as fotos aéreas da reportagem da futura Praia do Futuro, até então um imenso areal à beira-mar, sem acesso de transportes por terra ao centro da capital. No final dos anos 1940, as praias de Iracema e Mucuripe eram as mais frequentadas da região. crédito: http://blogdoims.com.br
Ocupação no alto da Duna por mansões e favela do Luxou em 23/05/2004.
Foto de Pedro Itamar de Abreu Júnior
"Vê-se o descaso da população de baixa renda com o ambiente vivido, em função da falta de identidade com a área e ausência de Educação Ambiental. A maioria dos habitantes que moram em meio de ruas e áreas de preservação, ainda não se apropriaram do espaço como definitivamente seu, até porque são terrenos que nunca lhes pertenceram legalmente, pois estes terrenos são de gerenciamento do poder público e de particulares. Isso se deve ao fato de que muitos desses ocupantes moram em terrenos da imobiliária Antônio Diogo (terrenos particulares), de áreas de preservação no alto das dunas, margem do rio Cocó (Prefeitura Municipal) e faixa de praia (terrenos da União)." Pedro Itamar de Abreu Júnior
Praia do Futuro, hoje tomada por barracas, boa parte fechada, já serviu de pasto para carneiros. Foto Geraldo Oliveira do jornal Unitário de 1975. Acervo Lucas |
Antigamente, as barracas da praia do futuro eram apenas palhoças de madeira. Crédito Jornal O Povo de 09/03/1983 - Barracas típicas de tábuas à época na Praia do Futuro.
Como bairro a "Praia do Futuro" está dividida em Praia do Futuro I e II. A área apresenta alguns problemas urbanos como a ocupação de terras públicas por habitantes de baixa renda, criando áreas de favela e sem planejamento urbano.
Barraca Saporil - Praia do Futuro
Jornal O POVO de 05/05/1976: A origem do nome Saporil é indefinida. Antônio Wanderley e Francisco de Assis Soares da Silva que trabalharam no bar durante três anos, tentam uma explicação: “No começo havia lagoa por todos os lados e, à noite, os sapos faziam muito barulho, foi daí que o nome apareceu”.
Fortune Drive in-Coração da Praia do Futuro em 1967 - Arquivo OPovo
Restaurante Bola Branca - Jornal O Povo de 10/04/1975
Casa de shows - Balanço do Mar - Reativação da Praia do Futuro em breve, matéria sobre dois novos restaurantes: Balanço do Mar e Fogão. Jornal O Povo 19/05/78
Barraca Balanço do Mar - Praia do Futuro. Acervo Totonho Laprovitera
Suas barracas tem diferentes estruturas e diferentes frequentadores. As mais conhecidas são Chico do Caranguejo (Desde 1987) e Crocobeach, porém existem outras bastante conhecidas, como a Vira Verão, que é point de gente jovem; a Itapariká, que tem ótima estrutura para crianças, com um parque aquático, pra quem não quer se preocupar com as crianças.
Não se pode deixar de comentar sobre as noites de quinta-feira, que tem shows de humor, forró, projetos de DJs com todos os gêneros musicais, e principalmente, a caranguejada, que é o prato mais conhecido e saboreado da praia.
Os hotéis com ótima infra-estrutura, com destaque para o Hotel Vila Galé, 5 estrelas, o mais requisitado do local.
Entretanto, não posso deixar de falar sobre a realidade: a sua estrutura não é completamente perfeita: muitos camelôs são inconvenientes. Sem falar na sua vizinhança: prédios abandonados, hotéis falidos e favelas, essa última vem crescendo constantemente, prejudicando a segurança dos turistas e dos próprios fortalezenses. Felizmente, nada como um bom caranguejo para você apreciar e esquecer estes problemas.
Praça 31 de Março. Foto publicada no Jornal O Povo em 29/04/1991
Antiga Praça 31 de Março, na Praia do Futuro-Jane Bandeira
\O Atenção na hora do banho O/
A praia é consideradas umas das mais perigosas, por possuir muitas valas e fortes correntezas.
Mas existem também muitas piscinas naturais onde as crianças podem brincar a vontade.
Praia do Futuro - Anos 50
História da Praia do Futuro
A avenida do futuro
Com as obras de início do Porto do Mucuripe (1939-1942), um loteamento criado em 1950 pela Imobiliária Antônio Diogo, na área da Praia do Futuro, surge como possibilidade de suprir as necessidades da elite fortalezense que buscava outro local para lazer.
"A partir da década de 1960, o porto do Mucuripe começou a ser questionado quanto a sua funcionalidade e necessidade de melhorias e a praia do Futuro (Loteamento Antônio Diogo), junto a ele, passou a figurar na mídia local com maior intensidade. Para isso, foi muito importante a necessidade de praias com balneabilidade.
A colocação, nos planos diretores, à época da incorporação da faixa de praia como algo que já acontecia em outras cidades em desenvolvimento, e que deveria ser vista com melhores olhos pelos gestores municipais, era um consenso nacional. A ligação do mar com a saúde, por intermédio de espaços de lazer e descanso, passara gradativamente a ser um ideário, principalmente das classes média e alta.
Isso foi demonstrado pela pesquisa hemerográfica como reflexo das expectativas da população de Fortaleza, que começou a cobrar dos poderes públicos uma nova área de lazer para a cidade, em função da impossibilidade de balneabilidade das praias de Iracema, Formosa e Meireles." Pedro Itamar de Abreu Júnior
A avenida do futuro
Desbravando as dunas da Praia do Futuro. Anos 70. Foto: Nelson Bezerra |
"A partir da década de 1960, o porto do Mucuripe começou a ser questionado quanto a sua funcionalidade e necessidade de melhorias e a praia do Futuro (Loteamento Antônio Diogo), junto a ele, passou a figurar na mídia local com maior intensidade. Para isso, foi muito importante a necessidade de praias com balneabilidade.
Subida para o Clube Caça e Pesca na Praia do Futuro. Anos 70. Foto: Nelson Bezerra |
A colocação, nos planos diretores, à época da incorporação da faixa de praia como algo que já acontecia em outras cidades em desenvolvimento, e que deveria ser vista com melhores olhos pelos gestores municipais, era um consenso nacional. A ligação do mar com a saúde, por intermédio de espaços de lazer e descanso, passara gradativamente a ser um ideário, principalmente das classes média e alta.
Isso foi demonstrado pela pesquisa hemerográfica como reflexo das expectativas da população de Fortaleza, que começou a cobrar dos poderes públicos uma nova área de lazer para a cidade, em função da impossibilidade de balneabilidade das praias de Iracema, Formosa e Meireles." Pedro Itamar de Abreu Júnior
Lançamento imobiliário, em 31/01/1965, na novinha Praia do Futuro. Jornal O Povo
"A partir da década de 1960, a praia do Futuro já surgia como expansão imobiliária, haja
vista a propaganda do jornal, que trata da construção de um prédio chamado Belo Horizonte, que comprovadamente não foi edificado."
A expansão em direção a esta praia, ultrapassou o ramal da Estrada de Ferro Parangaba-Mucuripe, onde se encontrava o chamado Sítio Cocó, estendendo-se desde o ramal ferroviário até a margem esquerda do rio Cocó.
A transposição da barreira física da via férrea e a incorporação dos terrenos de praias, dunas e mangues do Sítio Cocó, tiveram início quando a Prefeitura Municipal de Fortaleza autorizou, em 1954, o processo de parcelamento do Sítio Cocó e o loteamento Antônio Diogo, a chamada Praia do Futuro. Com os trabalhos do Porto do Mucuripe em andamento, mesmo em um ritmo lento, os terrenos situados nas suas proximidades foram sendo valorizados.
A Imobiliária Antonio Diogo, em 1950, loteou uma área, que se estendia do Farol do Mucuripe até a Barra do Rio Cocó. Compreendia 7 quilômetros de comprimento por 600 metros de largura. Cada uma das quadras, divididas em 12 lotes, tinha 20 metros de frente por 40 de fundo. (JUC, 2003a, p. 134).
"Com as linhas de transporte coletivo expandindo-se cada vez mais, passa Fortaleza a propiciar aos seus habitantes do subúrbio a oportunidade de chegar às zonas de praia com grandes facilidades. As praias Formosa, Meireles e Iracema eram as frequentadas a época, aparecendo daí problemas quanto ao conflito da presença das diferentes classes sociais, comportamento, segundo as elites que frequentavam incompatíveis com a boa higiene e costume.
"Em virtude da crescente afluência de usuários, em 1956, as praias já eram consideradas sujas, com lixo acumulado. Reclamava-se da “ molecagem e mulheres de má reputação que invadem trechos para onde se deslocam às famílias..." (JUCÁ, 2003:141).
Sendo assim, novamente as classes abastadas, como de costume, começaram a pensar, mesmo mantendo-se na mesma atividade de lazer praiano, de se afastar dessas pessoas. Foi aí que o loteamento, criado em 1950 pela Imobiliária Antônio Diogo, foi de acordo com as necessidades dessa elite que gradativamente se deslocava para a então Praia do Futuro. " Pedro Itamar de Abreu Júnior
Sobre a incorporação da área da Praia do Futuro, Dantas (2002, p. 69) assevera que este foi o último trecho de praia incorporado à zona urbana de Fortaleza:
[...] na qual predominavam usos tradicionais, e que, a exemplo de outras praias, incorporou-se ao espaço urbano, ora como periferia de zona portuária (o Porto do Mucuripe), ora como lugar ocupado para responder à demanda das classes abastadas que frequentavam a praia do Meireles.
No ano de 1968, já era procurada como opção de diversão em Fortaleza. Relata Abreu Júnior (2005, p. 182) que diz: "A partir de finais da década de 1970 e início da década de 1980, os terrenos na Beira-Mar, no bairro do Mucuripe até o estuário do rio Cocó, passaram a ser cada vez mais valorizados em função de uma crescente divulgação que existia uma área em Fortaleza que seria a futura Barra da Tijuca do Ceará, referindo-se a Praia do Futuro. Estes fatores foram determinantes para um grande movimento imobiliário em Fortaleza, em direção a essa área."
A transposição da barreira física da via férrea e a incorporação dos terrenos de praias, dunas e mangues do Sítio Cocó, tiveram início quando a Prefeitura Municipal de Fortaleza autorizou, em 1954, o processo de parcelamento do Sítio Cocó e o loteamento Antônio Diogo, a chamada Praia do Futuro. Com os trabalhos do Porto do Mucuripe em andamento, mesmo em um ritmo lento, os terrenos situados nas suas proximidades foram sendo valorizados.
A Imobiliária Antonio Diogo, em 1950, loteou uma área, que se estendia do Farol do Mucuripe até a Barra do Rio Cocó. Compreendia 7 quilômetros de comprimento por 600 metros de largura. Cada uma das quadras, divididas em 12 lotes, tinha 20 metros de frente por 40 de fundo. (JUC, 2003a, p. 134).
A Praia do Futuro, foi por muitos anos, área exclusiva de instrução para jovens aviadores do Aero Clube do Ceará. Arquivo Nirez
O jornal "Correio do Ceará" edição 11481, de 6ª feira, dia 04 de março de 1949 publicou grande reportagem de uma página com chamada na primeira página, de autoria de Luciano Carneiro, intitulada "A Praia do Futuro ainda não tem nome, os aviadores que a amam, chamam-na de "praia por trás do farol do Mucuripe". Na foto, vemos da esq. p/ dir.: Waldir Diogo, Olavo Rodrigues, Faustino de Albuquerque, Paulo Cabral, Adahil Barreto, Murilo Mota.
"Em virtude da crescente afluência de usuários, em 1956, as praias já eram consideradas sujas, com lixo acumulado. Reclamava-se da “ molecagem e mulheres de má reputação que invadem trechos para onde se deslocam às famílias..." (JUCÁ, 2003:141).
Sendo assim, novamente as classes abastadas, como de costume, começaram a pensar, mesmo mantendo-se na mesma atividade de lazer praiano, de se afastar dessas pessoas. Foi aí que o loteamento, criado em 1950 pela Imobiliária Antônio Diogo, foi de acordo com as necessidades dessa elite que gradativamente se deslocava para a então Praia do Futuro. " Pedro Itamar de Abreu Júnior
Outra foto dos intelectuais na futura Praia do Futuro - Arquivo Nirez
Personalidades e intelectuais visitam a Praia do Futuro, ainda pouco frequentada.
Arquivo Nirez
[...] na qual predominavam usos tradicionais, e que, a exemplo de outras praias, incorporou-se ao espaço urbano, ora como periferia de zona portuária (o Porto do Mucuripe), ora como lugar ocupado para responder à demanda das classes abastadas que frequentavam a praia do Meireles.
Praia do Futuro nos anos 60 - Arquivo de Alexandre Montenegro
No ano de 1968, já era procurada como opção de diversão em Fortaleza. Relata Abreu Júnior (2005, p. 182) que diz: "A partir de finais da década de 1970 e início da década de 1980, os terrenos na Beira-Mar, no bairro do Mucuripe até o estuário do rio Cocó, passaram a ser cada vez mais valorizados em função de uma crescente divulgação que existia uma área em Fortaleza que seria a futura Barra da Tijuca do Ceará, referindo-se a Praia do Futuro. Estes fatores foram determinantes para um grande movimento imobiliário em Fortaleza, em direção a essa área."
Praia do futuro no final da década de 70. Foto de Luiz Eduardo Bezerra
Uma reportagem do jornal O Povo, de 22 de abril de 1968, intitulada 'A Avenida do Futuro', se referia a necessidade do alargamento e iluminação de uma das vias de acesso, de nome Dioguinho.
Nilson Júnior, Débora e Torquato Neto sobre o muro em frente ao primeiro edifício erguido na Avenida Dioguinho. "Em janeiro de 1983, passamos férias em Fortaleza e ficamos alojados em um apartamento do referido prédio." Nilson Montoril
Nilson Montoril e Rosa Araújo na praia do Futuro, em agosto de 1980.
Arquivo Nilson Montoril
Essa foto é de data desconhecida, mas deve ser da década de 80
Foto de 1960. Imagem rara da Beira-mar, Praia do Futuro (à esquerda) e Porto do Mucuripe
Dunas da praia do Futuro e o Porto do Mucuripe, final dos anos 60
Foto do início dos anos 70
Praia do Futuro - Anos 80
Hoje a Praia do Futuro é a mais badalada de Fortaleza, tem cerca de 07 km de extensão com águas claras, dunas e um corredor de barracas que fazem a festa de moradores e visitantes, com frutos do mar e bebidas típicas.
Final dos anos 70
Anos 80
A Praia do Futuro tem início à partir do Mucuripe até a foz do Rio Cocó, numa extensão de 6 km. Famosa e movimentada, tem uma infinidade de barracas, onde são servidos pratos típicos, com especialidade em mariscos e peixes, além de promoverem shows e festas noturnas. Praia reta com faixa larga de areia clara e fofa, dunas e ondas fortes.
Foto de 1982
E por último um vendedor de picolé da Praia do Futuro que já foi até para o programa do Ratinho:
Ônibus de acesso: Praia Circular, Caça e Pesca, Papicu/Caça e Pesca.
Parte II
Crédito : Fortal, Praia do Futuro-Formas de Apropriação do Espaço Urbano de Pedro Itamar de Abreu Júnior e pesquisas na internet
muito legal!
ResponderExcluirCROCOBEACH SÓ TEM LADRÃO!!! DIZEM QUE É SEGURO,MAS NÃO É. POIS MUITO CUIDADO AO FICAR PERTO DA PISCINA,DEICHANDO SEUS PERTENCES DE VALORES EM BOLSAS OU SACOLAS,POIS SEMPRE TÊM ALGUÉM DE OLHO PRA FURTA-LO!
ResponderExcluirAntes era um verdadeiro paraiso,podia vadiar pela praia pela madrugada sem nenhum perigo.Hoje perigo constante a toda hora.
ResponderExcluiroi boa noite
Excluirposso te fazer umas perguntas ???
Excluirsobre o bairro da praia do futuro.
Onde eu encontro as fontes do trabalho?
ResponderExcluirNao vou nem de graça lugar horrível e violento
ResponderExcluirRealmente é um lugar deslumbrante e muito frequentada ponto turístico do Ceará
ResponderExcluirComo outras praias TBM tem suas dificuldade de urbanização e segurança mas está a frente de muitas...
Eu amo o estado do ceara e muito top
ResponderExcluirA praia do futuro é maravilhosa,pena que a segurança pública do local é precária.
ResponderExcluirObrigada por reunir infos tão históricamente importantes pra nossa cidade. Infelizmente Fortalezences não tem a cultura de valorização da história e da memória da cidade. Achei alguns pontos elitistas apontando a população de baixa renda como um problema da região sendo que são pessoas e famílias tão pertencentes da região quanto qualquer outro. Se a diferença entre classes é tão gritante, não podemos dizer q o problema são as pessoas, mas sim o sistema. Se a população e se as comunidades tivessem a assistência necessária do governo certamente teríamos um ambiente mais seguro, conservado e bonito. Reiterando também que a falta de compromisso social não é apenas das pessoas menos privilegiadas. Construções e empreendimentos que invadem e deterioram o ecossistema local como Praia do Futuro, Sabiaguaba, e a Propria Praia de Iracema (com construções a poucos metros da agua do mar) são invasivas e prejudiciais pra natureza, então é sem noção dizer que o problema da região é gente pobre e insegurança decorrente das favelas.
ResponderExcluirLembro do meu vô no BNB (clube algo do tipo) do Caça e pesca e uma foto da foz do rio cocó acho que é de 1975, muito diferente, evasão do rio era enorme, hoje parece que milhares de ano separam a foto da realidade, 2009 ele faleceu e nunca soubemos o que foi feito das fotografias que vi em 2006, para sempre em minha memória.
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