Na Praça do Ferreira, antes de 1920, existiam quatro quiosques, um em cada canto, abrigando cafés e restaurantes. O Café Elegante ficava na esquina sudeste (Rua Pedro Borges com Rua Floriano Peixoto), o Restaurante Iracema na esquina sudoeste (Rua Pedro Borges com Rua Major Facundo), o Café do Comércio, na esquina noroeste (Rua Major Facundo com Rua Guilherme Rocha) e o Café Java, na esquina nordeste (Rua Guilherme Rocha com Rua Floriano Peixoto). O Café do Comércio e Café Elegante datam de 1891 e o Café Java de 1887.
No café Java, de propriedade de Manuel Pereira dos Santos, o Manuel Coco, foi que nasceu, em 1892, o movimento literário mais Importante de nossa terra, a Padaria Espiritual, composta de um "padeiro-mor", dois "forneiros", um "gaveta", um guarda-livros, um "Investigador", e os demais sócios eram "amassadores". Era por eles publicado um jornal com o nome de "O Pão".
A sede da "Padaria" era denominada "forno" e cada "padeiro" deveria ter um nome de guerra (pseudônimo). As sessões eram chamadas de "fornadas". Grandes vultos de nossas letras foram "padeiros", como Antônio Sales (Moacir Jurema), Henrique Jorge (Sarasate Mirim), Adolfo Caminha (Félix Guanabarino), Rodolfo Teófilo (Matos Serrano), Antônio Bezerra (André Carnaúba) e outros. O movimento não durou muito e em 1899 já não existia.
Em 1920, na gestão do prefeito Godofredo Maciel, a praça foi reformada e os quiosques retirados. O local onde ficava o Café Java (primeira foto) seria o que vemos nas outras duas fotos, na praça do tempo do prefeito José Walter e na atual. Vale a pena lembrar que a praça antiga só atingia até a Rua Guilherme Rocha, havendo naquela parte onde ficam as bancas de jornal atualmente, um quarteirão depois demolido sendo levantado no local o Abrigo Central.
A fotografia intermediária data de 1989 e mostra a praça construída na administração do prefeito José Walter Cavalcante, com os jardins "suspensos" servindo de trincheiras para marginais.
A foto atual, da objetiva de Osmar Onofre, mostra a praça construída e inaugurada em 1991 na gestão do prefeito Juraci Magalhães, onde vemos ao fundo os edifícios da Lobrás e o São Luís.
Crédito: Portal da história do Ceará/ Arquivo Nirez
Fico "catando" as matérias de seu blog, e paro nas que tem significado para mim.
ResponderExcluirMais uma vez o "orgulho" aflora!
Meu tioavô materno, Antônio Bezerra, e meu tioavô paterno, João Paiva(músico/poeta) foram membros da Padaria Espiritual.Nenhuma obra escrita restou de João Paiva, que era irmão de Manoel de Oliveira Paiva.
Sênzio Azevedo faz referência a João Paiva.
Há uma Poliantéia para Oliveira Paiva,com os membros da Padaria Espiritual, organizada por Antônio Sales.
É emocionante, o que os amigos escrevem sobre sua morte precoce,aos 31 anos(1892). Busque!!!
Forte abraço!
Lúcia Paiva
Cara Lúcia Paiva,
ExcluirJa vi essa mesma história acontecer. Troféu Puxadinha pra você
��
Nossa, vc é uma fonte inesgotável de cultura, sempre que "conversamos" fico sabendo de histórias e detalhes interessantes que para mim, que falo sobre o passado de nossa cidade, é muito importante ter acesso a esse tipo de informações que vc gentilmente compartilha. :)
ResponderExcluirSobre o assunto em questão, pode deixar que vou procurar saber. Obrigada!!!
Procure a Academia Brasileira de Letras.Sou tímida e não procuro essas pessoas.Procure os ocupantes das "cdeiras" de Antônio Sales e Oliveira Paiva("os imortais").Acredito que lá exista a "poliantéia" de que lhe falei.O atual presidente da ACL é ocupante da cadeira 25, cujo patrono é Oliveira Paiva.
ResponderExcluirTenho o privilégio de descender de duas famílias de intelectuais: Oliveira Paiva e Bezerra de Menezes- minha unica riqueza e por que não dizer?- "nobreza"....nada material...pra quê?
Beijos...obrigada, pela paciência!!!!
Lúcia
"Obrigada pela paciência" o quê? :O Nem pense nisso, vc não faz idéia do quanto que fico ansiosa para ler um comentário seu, sempre que entro no blog, já vou logo procurando se tem algumas linhas vindas de vc, o que me deixa muito contente quando me deparo com os seus comentários, sempre tão espirituosos e cheios de cultura, por isso, nem pense em agradecer, eu que lhe AGRADEÇO por tudo que já aprendi na sua "companhia virtual" :)
ResponderExcluirMenina, e existe algo mais glamouroso que descender de um Bezerra de Menezes ou de um Oliveira Paiva?!?!?!?!!?? rsrs Mesmo porq, dinheiro, alguns tem, mas um Nome Nobre, são para poucos, ou não é? :P
Beijos Mademoiselle hihi
É, não tem mais "salvação" !!! Antes era só na amada Fortaleza, agora tmb no blog de uma NOBRE!
ResponderExcluirNa ACL, três patronos são meus ascendentes diretos ou indiretos:
-Manoel Soares Bezerra de Menezes (meu bisavô materno)- cadira 25; Antônio Bezerra de Menezes(meu tio-avô,filho de Manoel)-cadeira 4; e Manoel de Oliveira Paiva(meu tio-avô paterno)-cadeira 26.Dá pra ter "vaidade", não é?
Sucesso, amiga!
Chic, o "Mademoiselle"!
Obrigada...beijinhos!!!!
Vaidade e muito orgulho, pois seus descendentes fizeram história. Tem uma frase muito famosa do Getúlio Vargas que se encaixa perfeitamente na sua linhagem, sairam da vida para entrar na história!
ResponderExcluirBeijosssss
Eu gostaria de entender o motivo pelo qual alguém decide demolir os 4 quiosques de uma vez...! Afinal, eram ineficientes? Estavam em mau estado suficiente pra causar algum risco ao povo? Eram, à época, feios ou ultrapassados? Havia algum interesse escuso 'no ar', digamos, uma politicagenzinha bem do tipo 'niquim'?!
ResponderExcluirAlgumas reformas por qual passou a Praça do Ferreira, eu não entendo, como é o caso dos quiosques!
ExcluirVeja outras reformas aqui: http://www.fortalezanobre.com.br/2012/03/as-diversas-reformas-da-praca-do.html
Basta procurar nos marcadores por boticário ou Praça do Ferreira.
Abraços e obrigada pelo comentário