Colégio Militar - Arquivo Nirez
As raízes históricas deste estabelecimento de ensino remontam ao fim do Brasil Império, quando foi criada pelo decreto 10.177, em 1 de fevereiro de 1889, a Escola Militar do Ceará tendo sido seu primeiro diretor João Nepomuceno de Medeiros Mallet. Em 1897 foi extinta e nos vinte anos que sucederam à extinção, funcionou no prédio o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, a Força pública do Estado do Ceará e o 9º Regimento de Artilharia Montada da Polícia Militar.
No ano de 1919, foi criado o Colégio Militar do Ceará - CMC, iniciando o ano letivo em 1 de junho, data de inauguração e, como tal festivamente comemorada. Destacou-se, neste período, o General de Divisão, graduado e reformado, Eudoro Corrêa, que exerceu o comando por mais de treze anos (1923 a 1936), fato pelo qual o CMF é conhecido por seus integrantes como "Casa de Eudoro Corrêa". O CMC foi extinto em 1938. Neste período de extinção, funcionou no prédio o Colégio Floriano.
Matéria do O POVO em comemoração ao aniversário de 15 anos do Colégio Militar do Ceará.
Jornal O POVO, 1 de junho de 1933.
"A Data de hoje marca um acontecimento de grande relevo para o Ceará, visto festeja-se com a fundação do Colégio Militar deste Estado, a 15 anos passados."
Colégio Militar - Arquivo Nirez
O Prédio: Origem e Destino
Colégio Militar - Arquivo Nirez
Colégio Militar em 1937
Em 22 de novembro daquele ano, o prestigioso comerciante e político cearense Joaquim da Cunha Freire, Barão de Ibiapaba, procura o Presidente da Província e, no desejo de amparar a pobreza da Capital, cuja situação se agravara com a seca, faz a oferta ao governo provincial da quantia de dez contos de réis (10:000$000) e de um terreno localizado entre as Ruas do Sol (atual Costa Barros), da Leopoldina, da Soledade (atual Nogueira Acioly) e a Rua do Colégio das Órfãs (atual Santos Dumont), devendo ali o governo provincial construir um Asilo de Mendicidade.
Colégio Militar - Arquivo Nirez
Terreno e dinheiro eram doados com a condição de que, enquanto o edifício não ficasse concluído, seria de exclusiva propriedade do doador e de seus herdeiros, no caso de sua morte. Logo, porém, que estivesse ultimada a construção passaria ao patrimônio da Província do Ceará, nos termos da Escritura lavrada pelo Escrivão Augusto Barbosa de Castro e Silva. As obras foram iniciadas quase imediatamente, recebendo-se mais donativos e utilizando-se nas mesmas o trabalho dos flagelados da seca, não só na construção como na fabricação de telhas e tijolos.
Desconhecem-se dados que positivem ter o Asilo de Mendicidade chegado a funcionar. Assim a Lei nº 2.152, de 10/08/1889, determinava a entrega da construção ao Sr. Bispo da Diocese do Ceará para servir de Asilo de Mendicidade. Poucos meses depois, já na República, o Decreto nº 04, de 24/02/1890, revogou a Lei citada e restituiu o prédio ao Patrimônio do Estado do Ceará, que não o utilizou até 1892, praticamente abandonado. Em 17 de março daquele ano, o Vice-Presidente do Estado, capitão Benjamin Barroso, telegrafava ao Presidente Floriano Peixoto, oferecendo-o para sede da Escola Militar, feitas as reformas e adaptações necessárias, aliás já projetadas e orçadas pelo Coronel Carlos Eduardo Saulnier de Pierrelevée, Diretor das Obras Militares, condicionando-se a oferta ao funcionamento ali da Escola Militar.
Em 1897, com a extinção da Escola Militar, retorna o imóvel à posse do Estado do Ceará. Somente pela Lei nº 1.931, de 05/11/1921, o poder Legislativo Estadual transferiu em definitivo para o Ministério da Guerra o velho casarão do Outeiro, onde já vinha funcionando desde 1919 o Colégio Militar do Ceará.
Caderneta escolar de 1970- Arquivo de Daniel C. de Figueiredo
1970 - Arquivo de Daniel C. de Figueiredo
Desconhecem-se dados que positivem ter o Asilo de Mendicidade chegado a funcionar. Assim a Lei nº 2.152, de 10/08/1889, determinava a entrega da construção ao Sr. Bispo da Diocese do Ceará para servir de Asilo de Mendicidade. Poucos meses depois, já na República, o Decreto nº 04, de 24/02/1890, revogou a Lei citada e restituiu o prédio ao Patrimônio do Estado do Ceará, que não o utilizou até 1892, praticamente abandonado. Em 17 de março daquele ano, o Vice-Presidente do Estado, capitão Benjamin Barroso, telegrafava ao Presidente Floriano Peixoto, oferecendo-o para sede da Escola Militar, feitas as reformas e adaptações necessárias, aliás já projetadas e orçadas pelo Coronel Carlos Eduardo Saulnier de Pierrelevée, Diretor das Obras Militares, condicionando-se a oferta ao funcionamento ali da Escola Militar.
Colegio Militar - Humanistas/1971- Arquivo de Daniel C. de Figueiredo
Colégio Militar de Fortaleza - Humanistas de 1971 - Arquivo de José Jairo Santana
Em 1897, com a extinção da Escola Militar, retorna o imóvel à posse do Estado do Ceará. Somente pela Lei nº 1.931, de 05/11/1921, o poder Legislativo Estadual transferiu em definitivo para o Ministério da Guerra o velho casarão do Outeiro, onde já vinha funcionando desde 1919 o Colégio Militar do Ceará.
Postal Colégio Militar
Em 1894, o edifício constava somente da ala fronteira à Praça da Bandeira, sendo o restante cercado por muros, sem nenhuma edificação interna. Mesmo a fachada não estava terminada: segundo documentação da época, apresentava 31 janelas do lado direito e 10 do esquerdo. A parte central da frente, com andar superior, é de 1910, completado o segundo andar na reforma iniciada em 1958. Numerosas modificações, obras novas e ampliações, foram feitas ao longo do tempo pelos Estabelecimentos de Ensino que ali funcionaram, destacadamente pelo antigo Colégio Militar do Ceará, Escola Preparatória de Cadetes e o atual Colégio Militar de Fortaleza.
Nesta histórica edificação, a partir de 1892, funcionaram quatro Estabelecimentos de Ensino do Exército: a Escola Militar do Ceará, o Colégio Militar do Ceará, a Escola Preparatória de Cadetes de Fortaleza, o Colégio Militar de Fortaleza; dois estabelecimentos civis de ensino: o Colégio Nossa Senhora de Lourdes e o Colégio Floriano. Nela aquartelaram a Policia Militar do Ceará e o 9º Regimento de Artilharia Montada.
Campo de futebol do colégio militar 1970-71- Arquivo de Daniel Caetano de Figueiredo
Interior do colégio militar de fortaleza 1970 - Arquivo de Daniel Caetano de Figueiredo
Colégio Militar de Fortaleza
1961 - Dias atuais
O novo estabelecimento, criado pelo Decreto nº 166, de 17 de Novembro de 1961, foi implantado a 1º de Janeiro de 1962, considerando-se o herdeiro do antigo Colégio Militar do Ceará e por isto comemora como data aniversária o 1º de junho, a exemplo daquele estabelecimento anterior.
Turma de 1971
Exerceram o comando do mesmo o Cel Inf Raimundo Teles Pinheiro; Cel Inf João Perboyre de Vasconcelos Ferreira; Cel Inf Petrônio Maia Vieira do Nascimento e Sá; Cel Art Haroldo Erichsen da Fonseca; Cel Art Hyran Ribeiro Arnt; Cel Art Roberto Pinheiro Klein; Cel Art Mario dos Santos André; Cel Inf Roberto Pontual Pinto de Lemos; Cel Eng Ricardo Moniz Aragão; Cel Inf Domingos Miguel Antônio Gazzineo; Cel Inf Roberto Luiz D’Avila Saraiva; Cel Art Adelson Leite Julião; Cel Inf Nilo Guilherme da Silva; Cel Inf Hiran de Freitas Câmara; Cel Inf Júlio Lima Verde Campos de Oliveira; Cel Art Nelson Marcelino de Farias Filho; Cel Art Eduardo Fernandes Ferreira, Cel Inf Adyr da Silva Sampaio; Cel Cav Luiz Alberto Roggia Pithan; Cel Art Estevam Cals THEÓPHILO Gaspar de Oliveira; sendo seu atual comandante o Cel Eng José Antonio MENDONÇA da Cruz.
O Colégio Militar de Fortaleza desfila na Avenida Heráclito Graça em 7 de setembro de 1970. Acervo Dan Fig
Os quatro estabelecimentos de ensino militar que funcionaram no casarão do Outeiro mantêm uma continuidade histórica, garantindo-lhe a unidade de uma tradição comum. Muitos dos que passaram pelo Estabelecimento anterior comandaram, serviram, exerceram o magistério, educaram filhos e netos no estabelecimento seguinte pela ordem cronológica, assegurando a permanência de seus valores e princípios tradicionais.
Foto do Governador Waldemar de Alcântara e General Sérgio Pires no desfile do Colégio Militar, publicada no Jornal O POVO, em 03-06-1988
Servi com o gen Bda hyran riberito arnt no Arsenal de Guerra do Rio em 1988.sds...
ResponderExcluirnasci em 1999
ResponderExcluirTrabalhei no CMF entre 1976 e 1978. Nesta época o comandante era o Cel Art Mário dos Santos André. Bons e saudosos tempos!!
ResponderExcluirLeila e resto das fotos que te passei não vai colocar?
ResponderExcluirEstou preparando uma nova postagem, Raphael, com aquelas fotos lindas q me mandastes. :)
ExcluirAbraços
Muito bacana, bom trabalho! Fui muito feliz no CMF, meu pai foi da turma de 62 e meu irmão também estudou lá... Hj não tenho colegas de CMF, tenho uma irmandade!
ResponderExcluirTive a gloriosa oportunidade de estudar neste nobre estabelecimento de ensino na década de 80, fui muito feliz e tenho orgulho disto, hoje meu filho estuda nesta nobre instituição de ensino, só que na cidade de Manaus-AM, mas posso dizer com todo sinceridade do meu coração é muito prazeroso velo usando esta brilhante farda e tendo orgulho de está lá. Parabéns CMF, continue enriquecendo-nos de sabedoria e orgulho.
ResponderExcluirParabéns CMF, tenho orgulho em dizer que estudei nesta nobre instituição de ensino.
ResponderExcluirSou Afonso Magalhães. GRANDE CMF, tenho muitas saudades estudei lá entre 1980 a 1984. Gostava muito de estudar Descritiva com o Prf. Fernando, Matemática com o Cel. Noé, História com Prof. Diogo, Química com o Américo etc...Lembro muito do meu Comandante de Cia. Cap. Wagner hoje Cel. e do meu monitor de Turma Sgt. João José o JJ. Bons tempos que não voltam mais! Meus irmãos são todos Militares me arrependo de não ter seguido a carreira.
ResponderExcluirParabéns CMF tenho orgulho em dizer que estudei nesta nobre instituição de ensino nos anos 80. Hoje vejo meu filho vestindo esta gloriosa farda, só que em Manaus no CMM e fico muito feliz em vê-lo ali.
ResponderExcluirNeste ano o CMF fez 100 anos e formou milhares de jovens. Estudei no CMF de 1965 a 1970. Eu era feliz, mas muito feliz, e não sabia. Bons tempos.
ResponderExcluirRoney Sergio Marinho de Moura, Moura 559, sou da turma CMF68. Tenho orgulho de de ter estudado no CMF.
ResponderExcluirMeu pai além de ter sido aluno do Colégio Militar do Ceará,foi subcomandante no período de 67 a 72.
Anos felizes e formador de cidadãos que amam o Brasil.