sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Clube de Regatas Barra do Ceará



Croqui do Clube de Regatas da Barra do Ceará. 
Projeto do Arquiteto Ivan Brito. Acervo Sérgio Roberto

O clube em construção.
Fonte Alberto de Souza
O Clube de Regatas em um tempo não tão pretérito foi um importante pólo de lazer de Fortaleza. Nos anos 50 e 60, Fortaleza ainda era uma cidade provinciana e acanhada, com poucos habitantes e poucas opções de divertimento. 

A moda na capital da Terra do Sol era participar de clubes que ofereciam diversas modalidades esportivas, tertúlias, concursos de beleza e eventos culturais em seus salões elegantes.

Obra de construção do Clube em 1959. Edificação projetada pelo arquiteto Ivan Brito, professor da Escola de Arquitetura da UFC. Acervo Sérgio Roberto

Vista aérea do clube em 1959. Foto: A. Capibaribe Neto

Foto de 1977- Foto Gentil Barreira

A existência dos clubes sociais se justificava porque nos fins dos anos 50, as casas das famílias, mesmos as mais ricas, não possuíam piscinas ou quadras esportivas. Em vista disso, as famílias mais abastadas frequentavam clubes, não apenas para ter acesso ao esporte e ao lazer, mas para garantir status.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Os clubes mais importantes estavam localizados no entorno da Aldeota e do Meireles, como o Ideal, Náutico, Iate e, um pouco mais afastado do circuito tradicional havia o Clube de Regatas, na Barra do Ceará, encontro do Atlântico com o Rio Ceará.

O Clube de Regatas iniciou suas atividades no início da década 60. O clube era propriedade de Oswaldo Rizzato, em sociedade com o político Antony Costa.

Parte interna do prédio do Clube de Regatas

Fachada do prédio principal do clube

O lançamento foi marcado por diversas estratégias de marketing, como a publicação da planta do clube nos jornais para a venda de ações, feitas também no interior. Por esta razão, muitos dos sócios do clube não residiam na Capital.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Ivan Bezerra foi o arquiteto que elaborou o projeto do arrojado clube, cujas instalações incluíam: piscina, salão nobre com um imenso lustre de cristal trazido de São Paulo e quadra de tênis. O clube não era, portanto, um empreendimento para as pessoas mais humildes da região. No início, o clube era frequentado por pessoas que vinham de outros bairros.

Clube de Regatas da Barra do Ceará nos anos de 1970

Os sócios do clube que moravam nas áreas nobres enfrentavam um percurso longo para chegar ao Regatas. O esforço valia a pena, sem dúvida.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Desfile da Rainha do Colégio Júlia Jorge no clube.
Acervo Vandinha Feliz
Nos anos 60, muitas gerações de fortalezenses foram embaladas pelas tertúlias e festas realizadas no Clube de Regatas Barra do Ceará. Portentoso, o local recebia a classe média não só dos que residiam no seu entorno, mas pessoas vindas de todas as partes da Cidade ou até mesmo do Interior. Era a única opção em termos de clube social daquela área de Fortaleza.

Ali, muitos estudantes tiveram o sonho da conclusão do ensino de Segundo Grau consumado nos finais de ano, com grandes festas. 


Arquivo Pompeu Macário

O Clube de Regatas foi palco para shows de artistas de renome nacional, bailes de formatura e festas de confraternização. Outro atrativo interessante eram os bingos com prêmios que iam de automóveis a passagens aéreas.

Assim como muitos dos clubes sociais de Fortaleza, o Regatas começou a entrar em decadência no final dos anos 60. Os clubes passaram a competir com outras formas de lazer e foram perdendo importância.

E como ficou o Clube de Regatas e a população jovem da Barra do Ceará?

Na desigual sociedade fortalezense, os jovens das camadas mais ricas têm acesso a clubes e academias de esporte ou ginástica onde são iniciados em diversas atividades esportivas.

Na periferia não é assim e a juventude destas áreas está mais vulnerável aos riscos de uma cidade como Fortaleza, que apesar de importantes conquistas sociais, ainda apresenta muitas desigualdades.


Terreno do CUCA

A grande área com mais de 14 mil metros quadrados, localizada na Barra do Ceará, na maior Secretaria Executiva Regional de Fortaleza (SER I), insere-se em um meio urbano-paisagístico de extrema beleza e importância. Mas também vem acompanhada de graves problemáticas sócio-urbanas.

Configura-se em um quarteirão limitado ao Norte pela Avenida Radialista Leal Lima Verde e o Rio Ceará, ao Leste pela Avenida Presidente Castelo Branco, ao Sul pela Rua Vila Velha e à Oeste pela Rua Estevão de Campos. A ponte que dá continuidade à Avenida Presidente Castelo Branco faz ligação de Fortaleza a Caucaia, ajudando a compor a beleza cênica da região e potencializando o fluxo turístico para ambas as regiões.


A citada área, outrora dedicada às atividades de um clube recreativo (Clube de Regatas Barra do Ceará), atualmente encontra-se em estado de abandono. Sua utilização se dá em certos casos, quando jovens realizam partidas de futebol e brincadeiras coletivas diversas.

O terreno abriga atualmente, além de pequenas ruínas, uma grande edificação e uma piscina semi-olímpica (aterrada), sendo que estas serão aproveitadas por meio de sua reciclagem.

O terreno apresenta topografia com níveis definidos pela antiga configuração de uso e uma série de árvores adultas, que complementam e direcionam as premissas para o futuro projeto. Serão previstas, conforme decisões da coordenação do concurso, um total de 30 vagas para automóveis, sendo 02 para portadores de necessidades especiais, além de 02 vagas para ônibus de médio porte e espaço para guarda de motos e bicicletas.

Texto retirado do Projeto de José Otávio Sorato, Gustavo Braz Carneiro e Fábio Marcizio Gonçalves para a construção do primeiro Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte de Fortaleza, o CUCA em 18 de março de 2006.



O prédio do antigo Clube de Regatas, outrora restrito, hoje é palco do Cuca Che Guevara, construído na gestão da prefeita Luizianne Lins. Um sonho coletivo, realizado por uma gestão democrática e popular. Um espaço de juventude com esporte, lazer, cultura, arte e ciência.

Por quase duas décadas, o local ficou abandonado, até que a Prefeitura resolveu construir o Centro Urbano de Cultura, Arte e Esporte (Cuca).

Em 2009, o equipamento, que recebeu o nome do médico e guerrilheiro Ernesto Guevara de la Senra (Che Guevara) e passou por reformas durante mais de um ano, foi inaugurado com uma festa que contou, inclusive, com a participação do presidente Lula.

Nos 14 mil m² de área, foram construídos ginásios, anfiteatros, pista de esportes radicais, piscina semiolímpica, campo de futebol, salas de aula e de dança, biblioteca e um cine-teatro com moderna estrutura de som e iluminação, com capacidade para 220 pessoas. "Isso aqui é tudo para nós, que não tínhamos o que fazer nas férias", conta o estudante Inácio Albuquerque Filho, que reside no bairro e frequenta o Cuca.

O Cuca Che Guevara foi inaugurado no dia 10 de setembro de 2009.


O Cuca Che Guevara vem para tentar mudar um pouco a realidade dos jovens de Fortaleza. Trata-se de uma ação efetiva das políticas públicas para a juventude. No Cuca, os jovens terão acesso livre à cultura, esporte, lazer e qualificação profissional em um espaço coletivo que contempla ginásio coberto, anfiteatro, pista de esportes radicais, piscina semi-olímpica, campo de futebol de areia, cine-teatro, salas de aula e laboratórios equipados para cursos de informática e artes visuais.

A Secretaria de Esporte e Lazer de Fortaleza é parceira do Cuca porque compreende o esporte e o lazer como direitos humanos, sociais e universais, direito de todos, instância de emancipação social e desenvolvimento humano.


Fonte: Diário do Nordeste e Blog do Prof. Evaldo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“Royal Briar – A Fortaleza dos anos 40”



“Royal Briar” era um nome de um perfume que as mulheres fortalezenses adoravam.

Na década de 40 Fortaleza tinha aproximadamente 200 mil habitantes, nem chegava a isso. Era uma cidade limpa, humana, com cheiro de flores dos seus jardins e de suas praças. A cidade vivia a euforia pelo término da Segunda Guerra Mundial, e a alegria que parecia estar em cada face, em cada sorriso...

Fortaleza era uma cidade com ares aristocráticos, tinha pudores de donzela. A França determinara a formação das senhoras de Fortaleza de boa estirpe, assim como comandava a moda, o padrão das lojas e a vida social que acontecia em clubes elegantes que até hoje existem como o Ideal, Náutico e Clube dos Diários.

A vida era pacata. Compunha do Centro e dos bondes. Aldeota era vista como uma “floresta de cajueiros”, hoje é um dos bairros mais elegantes do Nordeste.

Os homens usavam terno de linho irlandês, de dia, e de casemira inglesa, à noite. As mulheres usavam muita seda francesa, luvas e chapéu. Aliás, esse último era presença constante por causa do forte sol.

As fachadas no estilo “Art- Nouveau” imperavam nos bairros, como na Av. do Imperador e em Jacarecanga e Benfica.

A Praça do Ferreira também era afrancesada, como tudo em Fortaleza lembrava um pouco de Paris. A Praça era simétrica, nos bancos cortados à maneira de Versailles e Tulleries, com suas estátuas de louça. A Coluna da Hora, no centro da praça, fazia beleza e contrastava com as linhas retas da coluna: O Rococó e o Decó.

Era na Praça do Ferreira que estava e ainda está!!! O antigo Excelsior Hotel, com sete andares, e no livro dizia: “o maior do mundo em alvenaria, o mais luxuoso do Norte-Nordeste da época e a maior terrace do Brasil”. No alto do seu platibanda, tremulavam as bandeiras das nações amigas.

Cada nome lembrava a França, principalmente as farmácias, que eram muitas, como Pharmacia Pasteur, e Farmácia Francesa.

Não havia assaltos . Incrível, os únicos ladrões eram os que roubavam galinhas. Em praticamente cada esquina do centro, havia CAFÉS, como em Paris, uma legião de cafés, como o “Café Sport”. Eram sinais de bucolismo romântico, com toque parisiense.

Os bondes eram um símbolo de uma época de romantismo. Em 1947 foram extintos.


A Antigo Palacete Ceará, chamado popularmente de “Rotisserie”, uma das mais lindas fachadas

de Fortaleza. Teve dias e noites de glória, sediando o aristocrático Clube Iracema
Hoje sedia a Caixa Econômica.


Neste prédio funciona hoje a loja “Esquisita”. Na época da foto, funcionava o antigo “Café Sport

Rua do Barão do Rio Branco, próximo ao Passeio Público, ficava esse rico conjunto arquitetônico.


Fortaleza tinha belas residências, que eram grandes chácaras. Essa, ficava na Avenida Visconde de Cauipe, atual avenida da Universidade, no Benfica. Era a residência de João Gentil. O imóvel foi demolido e no local hoje funciona o curso de Ciências Sociais da UFC

Bonde transportando alunos do "Liceu do Ceará". Detalhe para o prédio do Photo Ribeiro.






O lindo prédio do Cine Majestic, com cadeiras da Áustria, esse prédio era lindo, não existe mais, foi destruído após um devastador incêndio. Era mais um cinema, nessa cidade que “respirava cultura”. Dos três prédios, só o da Pasteur permanece.


Ao lado do Palacete Guarany, ficava o prédio do Barão de Studart. No local hoje existe um estacionamento¬¬



Marciano Lopes



Crédito: Fortal

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tiririca - Um vitorioso!



Reportagem de 15/3/1983 caderno 2:

“É difícil a vida no circo pequeno. Tem praça que a gente passa um mês, dois meses. Mas tem outras que não dá nada. A gente passa só três dias. Aqui, no Circo Real Madri, ganho pouco, mas está dando para ir. Não pago INPS, não tenho qualquer tipo de segurança. Mas o que vou fazer? Eu gosto de fazer os outro ri. Eu quero morrer palhaço”.

Crédito ao  blog singular e coisa e tal


O depoimento está contido na reportagem que fiz para o jornal O Povo, publicada no dia 15/3/1983. Era a primeira entrevista que Tiririca dava à imprensa, à época, ele, 17 anos de idade, a estrela do Real Madri, circo sem lona de cobertura.
Fiz a reportagem, juntamente com o fotógrafo Levi Fonseca. Procuramos um circo mambembe, e localizamos um, instalado no Parque São José, na periferia de Fortaleza.
Revendo, nos meus guardados (matérias que escrevi, à época de repórter) encontrei a que fiz, por acaso, com o cidadão Everardo Oliveira. Hoje, o famoso Tiririca.
A vida que segue.


No vídeo abaixo, mostra que Tiririca continua usando os mesmos artifícios cênicos que aprendeu no circo: o coadjuvante, “escada”, começa a contar uma história e o palhaço, nem aí, deturpando a fala do interlocutor, com palavras de duplo sentido, algumas pornográficas. A tática é infalível para a plateia cair na gargalhada.


É uma prova de que o circo não morreu, fazendo sucesso na televisão, e agora, no You Tube.

Eliézer Rodrigues


Levante a mão quem não lembra de quando esse cearense de Itapipoca estourou na TV brasileira cantando o hit ´Florentina´. De repente, Tiririca deixou as barracas de praia e restaurantes de Fortaleza, onde se apresentava regularmente, e deu sorte no eixo Rio-São Paulo.

Pelas bandas de lá, seu estilo irreverente (tanto no vestir quanto no falar e cantar) conquistou a mídia e o público. O resultado? Sucesso!

Com o primeiro CD, gravado nos anos 90 pela Sony Music, conquistou todo o Brasil com a música "Florentina". Participou de diversos programas de TV. Hoje já são cinco CDs gravados, um livro de piadas editado e Everardo é contratado fixo de uma emissora.

"O humor cearense já era forte e com a abertura em nível nacional, o público de outras cidades passou a ter acesso à nossa forma de fazer rir. Você não via em outras cidades esse tipo de humor que é feito aqui. Tanto é que participando de concursos de humor, os cearenses sempre se destacam", diz Everardo, ressaltando que a nossa maneira de fazer graça atinge todas as idades e classes sociais.

Tiririca 13/11/1994- Foto de Davi Barbosa

Ele nasceu no dia primeiro de maio de 1965, em Itapipoca. O município, que em tupi significa pedra lascada, fica no litoral oeste cearense e é conhecido como "cidade dos três climas", porque abrange sertão, serra e mar.

Ele começou a trabalhar aos 8 anos de idade nos picadeiros. Largou a família e foi embora com o circo que passava pela cidade. O apelido Tiririca foi dado pela mãe. Era assim que ela o chamava quando o filho estava zangado.

Tiririca começou como trapezista. Depois, foi malabarista e mágico. Um dia o palhaço oficial do circo faltou e ele ocupou seu lugar. Agradou tanto, das crianças aos idosos, que, com o passar do tempo, se tornou o palhaço mais requisitado do Ceará.

Fez sucesso se apresentando nas tendas de praia de Fortaleza. Com a ajuda dos donos dessas barracas, conseguiu gravar um CD, cujo carro-chefe era a música Florentina, que o tornou conhecido nacionalmente.


O primeiro CD também causou polêmica, por conta da música Veja os Cabelos Dela, considerada racista, já que o tal cabelo "parece bombril, de ariá panela". Os discos foram apreendidos, a execução das canções pelas rádios foi proibida e Tiririca, processado. Ele acabou sendo absolvido da acusação.

Circo mambembe

Tiririca teve seu próprio circo. Nada muito luxuoso. Circo mambembe, de poeira, sem lona, que era armado nos terrenos baldios dos bairros periféricos de Fortaleza. Era uma espécie de faz-tudo: administrador, apresentador, trapezista. Mas sua maior especialidade era mesmo arrancar risadas da plateia.

O estadão



"Eu sou de Itapipoca, mas foi em Fortaleza que a minha carreira começou e onde o público me conheceu. Esta cidade tem um peso na minha carreira, foi onde fiz minha vida. Quando meu filho (Everson) sugeriu a gravação do primeiro DVD, achei que era uma boa oportunidade para brindar quem primeiro me deu oportunidade", conta Tiririca

Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca, ganhou o apelido pela própria mãe, pois vivia emburrado e mal humorado. Ele nasceu no interior do Estado do Ceará, numa cidade chamada Itapipoca. 

Criado por sua mãe Maria Alice, Tiririca possui sete irmãos. Começou a trabalhar cedo, foi vendedor de algodão doce e picolé e sua carreira como palhaço iniciou no circo, atuando como equilibrista, malabarista e mágico. Num belo dia, quando o palhaço oficial do circo não apareceu na apresentação sua mãe decidiu: vá você Tiririca

Foi assim, o início da carreira humorística de Everardo, que demonstrou, ainda criança, ter o dom de agradar as pessoas com suas brincadeiras. Aos 16 anos de idade, saiu de casa e teve seu próprio circo que percorreu todo o estado do Ceará. Até que um dia colocaram fogo no seu circo. Esse episódio foi muito triste. 

Ele viu todo o seu esforço, toda a sua batalha e a sua história indo embora com aquele fogo. Tiririca passou fome, mas não desistiu de lutar. Com a ajuda de amigos e dos próprios fãs que o acompanhavam, reergueu lona, palco, ganhou roupas, montou seu show de humor e percorreu todo o território nordestino. 

Com seu talento nato, seu jeitinho inocente, sua alegria contagiante e sua criatividade conquistaram cada vez mais pessoas. Foi nessa época, nos anos 90, que Tiririca chegou ao auge de sua carreira.  


Conseguiu gravadora, ganhou disco de ouro e diamante, e assim ficou conhecido nacionalmente e internacionalmente.Teve seu próprio programa “A Vila do Tiririca”, participou da “Escolinha do Barulho”, foi figura carimbada no programa a “A Praça é Nossa” e hoje está contratado pela Rede Record de Televisão no Show do Tom, seu amigo pessoal . Essa é Minha História, minha vida. 

Vila do tiririca

Conforme o próprio nome afirma, o programa era ambientado em uma vila onde nela morava o famoso personagem Tiririca. Na extinta Rede Manchete.


“Se você tem fé em Deus e trabalha honestamente, consegue seus objetivos, tenho muita fé em Deus, e é por isso que estou aqui”. Tiririca






Depoimento da Mãe



"Fui eu quem coloquei esse apelido de Tiririca no meu filho, porque quando ele era pequeno só vivia ”tiririca da vida”, emburrado e mal humorado. Ele  foi criado pelo padrasto que não aceitava ele ser filho de outro homem e batia e maltratava muito meu filho.  


Desde pequeno meu filho é trabalhador. Começou  na luta aos oito anos de idade. Já vendeu picolé nas ruas, algodão doce, vassouras e rodos, maçã do amor, porque passamos muita fome. Não tínhamos nada para comer e a gente ia nos lixões para ver se a gente encontrava alguma coisa.  


Eu lembro que teve uma vez que o palhaço oficial do circo não apareceu e eu improvisei a roupa e Tiririca se apresentou como palhaço. Ele agradou tanto a platéia que continuou se vestindo. 


Ali ele vivia sua infância trabalhando e transmitindo alegria ao mesmo tempo. Um dia ele me falou: mãe quando eu vencer a primeira coisa que eu vou  fazer é comprar a sua casa. E cumpriu a promessa. Nunca nos desamparou, nem a mim e os irmãos e até hoje me ajuda. 


Tenho muito orgulho do meu filho, não só por ele ser o tiririca,mas por nunca ter se envolvido com coisas erradas e ser trabalhador e um bom pai. "             Maria Alice 



 Depoimento da Esposa


"Estamos casados há 13 anos. Temos uma filha e ajudei a criar três enteados que vieram bem pequenos morar com a gente e hoje já são adolescentes.


Agradeço todos os dias a Deus por ter colocado no meu caminho essa pessoa tão maravilhosa. Bom pai, bom marido e bom filho. 


Tem um caráter excepcional, não sei se é qualidade ou defeito,mas é muito franco, direto e sincero. É transparente, quando está feliz ou triste sua cara mostra, pois ele não sabe fingir.


É alegre e tímido ao mesmo tempo. Ele precisa conhecer muito a pessoa para ficar à vontade. Detesta falsidade e jamais fez média para conseguir alguma coisa. Ele é muito família, vive para o trabalho e para a família. Tirirca é uma pessoa tão boa que passa energias positivas a todos que estão ao seu redor." 


Nana Magalhães



Filhos do Tiririca- Florentina Evellyn 13 Anos, Erilandya 19 Anos, Antônio Everardo 14 Anos e Nanda Kaunny -1 Ano e Três Meses



Francisco Everardo e família

O  padrinho de Tiririca, ou melhor, de Francisco Everardo Oliveira Silva mostra à reportagem a casa onde morou o artista. “Isso aqui era uma bodega velha, antiga”, diz o padrinho, apontando para o imóvel. Muito pobre, a família morava de favor. Quando Seu Francisco ia buscar o pequeno artista para as apresentações no circo, ele conta que encontrava a seguinte cena: “A mãe dizia: ‘Não pode ir agora não que ele está fazendo dever’. Bichinho deitado no chão, escrevendo as coisas”, relembra.

Não há registro do aluno Francisco Everardo Oliveira Silva nas escolas de Itapipoca, mas os moradores contam que, na época dele, era comum ter aulas em casa ou então no antigo Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), onde os alunos tinham aula fora da escola.

“Eu sei que a gente estudava junto. Tinha uma professora que vinha para a casa da gente. Naquele tempo, não tinha negócio de colégio de estado, de prefeitura. Não existia isso, não”, afirma a agricultora Maria Socorro Sombra.

O ex-prefeito de Itapipoca Paulo Maciel, de 73 anos, lembra que o pai de Tiririca, Fernando Oliveira Silva, ensinou o hoje deputado federal a trabalhar no circo.
A mãe do humorista, Maria Alice da Silva, também atuava. Tiririca ajudava os políticos da época a atrair eleitores para comícios, com piadas fortes. “Eles eram uma família muito pobre, passavam até fome, porque o dinheiro do circo não dava. E a gente procurava ajudar.” Quando não estava no circo, a família ficava em frente à prefeitura em busca de oportunidades de pequenos trabalhos ou de acesso ao cafezinho do expediente.

Menino-cachorro

O circo mambembe da família de Tiririca era ainda alvo de espectadores insatisfeitos com as bricandeiras. “Chamavam para ver o menino que virava cachorro. Aí aparecia o Tiririca com um cachorro pequeno na mão e virava o bicho. Às vezes chamavam para ver a mulher que virava peixe e aí a mãe do Tiririca aparecia com um peixe na frigideira. O povo quebrava tudo”, lembrou.

Franciné Rodrigues de Souza, de 41 anos, que disse ser primo distante de Tiririca, lembrou que o circo de Tiririca ficava no bairro Boa Vista ao lado do estádio e no terreno onde hoje funciona o Colégio Paraíso do Saber. “Tinha um espaço ali. O circo era ali”. Tiririca estava sempre mudando de lugar. “Ele morou também no bairro Ladeira, depois morou entre os bairros Picos e Jenipapo”, disse.
Morador nos Picos, bairro da periferia da cidade conhecido por este nome por causa das montanhas pontiagudas de mata agreste, o pastor de cabras José Américo de Lima Teixeira, o Miudinho, de 67 anos, disse que jogava bola com Tiririca perto da estação de trem. “Ele sempre morou nos Picos, mas sempre estava no centro de Itapipoca”, afirmou. 

Matéria do Site LideBrasil




Lançamento em Juazeiro do Norte

Tiririca e o filho Tirulipa no programa Fábio Jr 


Tiririca - Ator de novela


Florentina




Em 2010, Tiririca lançou sua candidatura para deputado federal pelo estado de São Paulo por meio do Partido da República. Utilizou bordões como "O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto", ou "Pior do que tá não fica, vote Tiririca". No dia 3 de outubro de 2010 Tiririca torna-se o Deputado Federal mais votado do Brasil e eleito pelo estado de São Paulo com mais de 1 milhão e 300 mil votos.

Tiririca e o filhão Tirulipa


Na realidade, Tiririca foi o candidato a deputado que mais votos teve em todos os estados do Brasil.
Tiririca ficou apenas a 200 mil votos de ser o deputado federal mais votado da história, atrás de Enéas Carneiro (já falecido), que em 2002 recebeu 1,5 milhões de votos.


Com Luciano Lopes (Luana do Crato)

Com Shaolin
Tiririca no Fantástico - 1996


1996



Pegadinha com tiririca








Onde Tiririca vai chegar?!?!?! Não se sabe, mas ele já é um vencedor, vencedor da vida!