O bairro dispõe de equipamentos públicos que contemplam a atenção à saúde, leitura e cultura. Diz a história que no final da década de 1960 a prefeitura comprou terras da família Montenegro. O que antes era Mondubim, aos poucos foi virando um conjunto habitacional. O projeto era audacioso: construir uma cidade planejada com 4.200m no menor tempo possível O nome veio em homenagem a um político importante: o prefeito José Walter.
O Conjunto Prefeito José Walter foi construído em 1970 e está localizado entre os bairros Jangurussu e o Mondubim, nos limites de Fortaleza com Maracanaú. Foi criado em homenagem ao prefeito de Fortaleza, José Walter(¹) que foi conhecido por obras polêmicas como a destruição da coluna da Hora e do Abrigo central localizado na Praça do ferreira no centro da cidade.
Conjunto José Walter em 1972
4ª Etapa do Conjunto Habitacional do Mondubim (José Walter) 1972 - Foto Alex Mendes
Crédito da foto: Butecos Bikes
Quando inaugurado, há 40 anos, o Conjunto Prefeito José Walter era considerado o maior conjunto habitacional da América Latina. Hoje, já são mais de 26 mil pessoas residindo no local, de acordo com o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O bairro é arborizado, possui vários campos de futebol e lembra cidades tranquilas do Interior.Um local bastante frequentado por quem vive lá e também no Mondubim é a Lagoa do Catão. Apesar de ser urbanizada, ainda recebe poucas intervenções de limpeza, percebem os coopistas que frequentam diariamente o espaço.
Lagoa do Catão. Foto Queiroz Netto
Quando a questão é saúde, os moradores do bairro e adjacências podem contar com o Hospital Distrital Gonzaga Mota do José Walter, o Gonzaguinha. Uma unidade de emergência que chega a receber cerca de 18 mil pessoas por mês.
Além do hospital, outro local de referência é o Centro Social Urbano (CSU). Lá, acontecem eventos organizados pelos moradores, como a Semana de Arte de José Walter. Com mostras de artes plásticas, música, cinema, teatro e poesia, o festival revela os talentos do bairro. Dali, já saíram nomes que são nacionalmente conhecidos, garantem representantes da organização.
O evento é esperado anualmente pelos alunos da Rádio FM Cultura 87,9, que é Ponto de Cultura da Prefeitura de Fortaleza, do governo do Estado do Ceará e do Ministério da Cultura (Minc).
FM Cultura emite sinal para 32 bairros ao redor do Conjunto José Walter.
Somos Vós - Sheyla C. Branco
Somos Vós - Sheyla C. Branco
Biblioteca
O CSU do José Walter é frequentado por mais de 300 pessoas diariamente e abriga também a Biblioteca Regional do Complexo de Cidadania Adauto Bezerra. No acervo, constam mais de 800 obras, entre livros didáticos e paradidáticos.
Ainda assim, alguns moradores reclamam que o CSU está funcionando de forma precária. E que a infraestrutura do local não é aproveitada. "Lá já foi um lugar de referência para a prática de esportes, folclore, escola de música. Funcionava o dia inteiro, hoje está abandonado", queixa-se Maria Lidiane Menezes, moradora do bairro.
Hoje, o número de moradias do Conjunto José Walter continua a crescer, assim como sua infraestrutura viária. No bairro, está sendo construída uma ponte de 40m, ligando a Avenida D à Avenida Valparaíso, Conjunto Palmeiras, passando pelo rio Cocó, além de uma via de três quilômetros de extensão.
De acordo com a Secretaria Executiva Regional V, as obras fazem parte da reformulação da malha viária da Capital e têm o objetivo de desafogar o tráfego na Avenida Perimetral.
As construções das avenidas foram escolhas da população, tendo como instrumento o Orçamento Participativo.
Boneco
O Bonequeiro Boca Rica, que tem suas "criaturas" hoje expostas em museus do Japão, Estados Unidos, França e outros, foi igualmente morador do bairro. Assim como o Poeta Oliveira, que tem mais de 40 músicas regravadas por músicos consagrados como Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo. A "Dama do Teatro Cearense", Antonieta Noronha, que participou do elenco da TVE, nos anos 70 também foi moradora do José Walter.
TRADIÇÃO
600 mil se reúnem nas festas juninas
Em todo o Estado acontecem, em média, 240 festivais profissionais de São João, de acordo com a Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará. Mas é no bairro José Walter que a comemoração popular chega a reunir mais de 600 mil pessoas, segundo a organização do evento.
600 mil se reúnem nas festas juninas
Em todo o Estado acontecem, em média, 240 festivais profissionais de São João, de acordo com a Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará. Mas é no bairro José Walter que a comemoração popular chega a reunir mais de 600 mil pessoas, segundo a organização do evento.
Cumade Chica: é o nome do maior São João da Capital. Transformou a quadrilha de casa em festa tradicional
O Arraiá da Cumadi Chica, como é conhecido em todo o Estado, celebrou 37 anos de existência em junho deste ano. Ou seja, três anos depois da inauguração do conjunto habitacional, a festa começava a mobilizar os moradores. E a cada nova edição, recebe um número maior de pessoas.
A festa começou no quintal da casa de Francisca Maia de Souza, a tão conhecida Cumadi Chica, que guarda fotografias desde o primeiro dia do evento. "Rapidamente, o São João ficou grande, tomando conta da rua. Os meninos faziam de mim ´gato e sapato´", relembra.
Hoje, as quadrilhas não são mais organizadas por Dona Chica, já que grupos do Nordeste inteiro pedem para comparecer ao festival que tomou grandes proporções, explica.
Há três anos, a festança acontece no polo de Lazer do Mercado do Conjunto José Walter, entre as avenidas J e N, na 2ª Etapa. No local, são armados camarotes, feira de artesanato, parque de diversão, barracas de comidas típicas, caipirinha e lanches variados. A organização garante, ainda, um espaço especialmente montado para as crianças que comparecem.
A ampla participação do público é também revertida em doação para várias entidades beneficentes. A cada ano, mais de dez toneladas de alimentos são arrecadadas e, posteriormente, distribuídas. Pelas ações de boa vontade, Cumadi Chica já foi agraciada com várias comendas e medalhas de reconhecimento de instituições cristãs.
Aproximadamente quatro mil pessoas participam dos bastidores do evento, que, além de contribuir para a manutenção do folclore entre as novas gerações, gera trabalho e renda.
José Walter Cavalcante - (Crédito da foto - Juracy Mendonça)
(¹)José Walter Cavalcante nasceu em Capistrano em 16 de julho de 1927. Construiu a carreira política no estado do Ceará durante a década de 1960. Foi prefeito de Fortaleza entre 1967 e 1971, tendo sido indicado pela Ditadura Militar.
Formou-se em engenharia civil na Universidade Mackenzie, em SP, seguindo-se de diversas especializações no exterior. Professor catedrático de engenharia civil da Universidade Federal do Ceará, foi diretor da Estrada de Ferro e do Banco do Estado do Ceará, entre outros. Casado com Maria Amélia Cavalcante, tem 4 filhas, 8 netos e 1 bisneto. Vive com sua família em Fortaleza.
Engenheiro de profissão, sua gestão à frente da prefeitura de Fortaleza foi marcada por obras polêmicas, que descaracterizaram a memória da cidade, como a destruição da Coluna da Hora e do Abrigo Central, dois marcos identitários históricos de Fortaleza, antigamente localizados na Praça do Ferreira.
Crédito: Wikipédia, Diário do Nordeste e Tv Verdes Mares
muito legal
ResponderExcluirObrigada, Adriana!
ExcluirForte abraço
caraka, muito bom.
ResponderExcluirSuper interessante!! Moro lá e infelizmente a biblioteca no CSU não existe mais . . .
ResponderExcluirCheguei nesse bairro em 1970. Tinha acabado de me formar Professora, tive a maior oportunidade na vida, sendo pobre e filha de pai descuidado, foi no JWalter durante a década de 70 que me tornei Funcionária pública concursada, me casei e fui mãe, hoje sou aposentada.Amo o Conjunto J Walter.
ResponderExcluirTEMOS AGORA TAMBÉM A RADIO CULTURA WEB A PRIMEIRA RADIO NA WEB DO CONJUNTO DO BRASIL PARA O MUNDO
ResponderExcluirwww.radioculturaweb.com.br
24 agora noar com dica de saude e muito mais.
Morei neste bairro entre 1970 e 1976. Na rua 33, casa 31. Estudei no Diogo e no Polivalente. Fomos um dos primeiros moradores da primeira etapa. Muito alagamento quando chovia. a única praça construída era em frente ao grupo Diogo. As demais eram por fazer. Tinha um acampo na imensa praça das caixas d'aguas. O lugar era muito calmo, arborizado, e Frio, no "inverno". Pouca diversão, poucos ônibus, e muito longe do centro, à época. Mas foi um época de muitas amizades nas escolas e nas vizinhanças. bons tempos.
ResponderExcluirCheguei no José Walter em 1987. Na época o Arraiá da Cumadre Chica era na primeira etapa, na Rua 2. Mas a praça da Terceira etapa era a mais movimentada do bairro. Frequentava o cabaré da Maria Fernanda. Ponto turístico do bairro. Lá aprendi muito sobre sexualidade e fiz meu estágio focado em doenças sexualmente transmissíveis. Até hoje morro no bairro.
ResponderExcluirBoa tarde pessoal , sou o pastor Marcos e estou a procura de um funcionário que trabalhou no csu nos anos 2.000 ele se chama José Martins ... se alguém tiver o conhecimento de algum funcionário deste tempo sou agradecido... me chama 99871-5527...
ResponderExcluirSaudações a todos 🙋🏻♂️. Cheguei aqui no José Walter 2020, no planalto Airton Senna sempre ia, pois meu pai mora por lá. José Walter hoje 2024, muitas das mazelas, dominada por facções criminosas, o hospital Gonzaguinha não há emergência, é apenas maternidade, posto de saúde, Falta tudo
ResponderExcluirSaudações a todos.
ResponderExcluir✔️Cheguei no José Walter 2020, mas frequentava mais o planalto Airton Senna, meu pai mora lá. JW hoje 2024 é crítico, dominada por facções criminosas, praças danificadas, Gonzaguinha não há emergência, só maternidade, posto de saúde falta tudo, falta creches, festa junina tá fraquinha, o comércio só na avenida N, virei corno também quase esqueço. Bairro na UTI💥