terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estação Central - João Felippe Pereira


Construída em estilo dórico-romano, a estação Central é o ponto de convergência das
 Linhas Troco Norte e Sul, integrando, assim, a malha ferroviária. 


A edificação da Estação de Fortaleza da Estrada de Ferro de Baturité, é projetada e construída com planta do engenheiro Henrique Foglare, no local do antigo cemitério de São Casimiro, praticamente com mão-de-obra dos retirantes da seca de 1877, em terreno que pertencia à sesmaria de Jacarecanga, de procedência da família Torres que fez doação a uma sociedade de oficiais do exército para o exercício de soldados. A Confraria de São José declarou-se dona da região e mais tarde a aforou à via férrea de Baturité. A obra, teve sua pedra fundamental lançada em 30 de novembro de 1873, mas somente foram iniciadas as obras em 1879, sendo, assim, inaugurada em 9 de junho de 1880, em frente ao antigo "Campo da Amélia", mantém-se praticamente inalterada até os dias de hoje.

Foto de 1905

O edifício desenvolvendo-se em um único pavimento, e domina completamente o espaço urbano da praça.
A fachada do bloco central possui colunas sobre pedestal encimado por frontão triangular, e escadaria demarcando o acesso ao interior do edifício. As fachadas contíguas possuem fenestração com aberturas em arco pleno, arrematadas superiormente por cornijas e platibandas.



Quem foi João Felipe

JOÃO FELIPPE PEREIRA


Nascimento: Inhamuns (Tauá)-CE, 1861

Falecimento: Rio de Janeiro (DF)-RJ, 1950

Período no Ministério das Relações Exteriores: 30.06.1893 a 07.10.1893

Arquivo do Itamaraty

Em 1946, quando era Presidente da República o Dr. José Linhares, cearense de Baturité, a Estação Central da RVC passou a ser chamada com o nome de Professor João Felipe, em homenagem ao ilustre engenheiro ferroviário cearense, nascido em Tauá, em 23 de março de 1861. João Felipe Pereira foi Ministro das Relações Exteriores, da Agricultura e Viação e Obras Públicas do Governo do Marechal Floriano Peixoto. Professor da Politécnica do Rio de Janeiro, João Felipe foi também diretor dos Correios e Telégrafos, Inspetor de Obras Públicas do Rio de Janeiro, Presidente do Clube de Engenharia e Prefeito do antigo Distrito Federal


Foto do final do século XIX

Embora especializado em sistemas de águas e esgotos, tendo contratado com o Governo do Estado do Ceará o projeto de construção do sistema de águas e esgotos da Cidade de Fortaleza, o que não chegou a concluir, quando Ministro das Relações Exteriores, o engenheiro João Felipe muito contribuiu para o desenvolvimento das ferrovias no Brasil.


Foto de 1926 - Acervo Sahra Gadelha

RFFSA - Estrada de Ferro de Baturité - Administração


Em 1908 a firma Boris Frères presenteou Fortaleza com dois álbuns impressos na França, mais precisamente em Nice, com dezenas de fotografias de Fortaleza e algumas do interior do Estado. O álbum grande tinha dezesseis páginas com dez fotos cada uma, num total de 160 fotos e o pequeno era exatamente a metade. Entre as fotos, acha-se esta, do prédio da administração da Estrada de Ferro de Baturité, depois Rede de Viação Cearense (RVC), Rede Ferroviária S/A (RFFSA), Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU) e hoje Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), construído no antigo local do Cemitério de São Casimiro.

A fotografia antiga que deve datar de 1905 mostra um prédio com a pintura muito usada antigamente, com listras horizontais de cores contrastantes alternadas. A parte do segundo pavimento era menor que a do primeiro. Em 1922 houve algumas reformas para a comemoração do Centenário da Independência e este bloco foi um dos que sofreram reforma, sendo aumentado o pavimento superior, modificada a entrada, sendo aproveitado do velho prédio as partes básicas.

Naquela época as linhas de trens saíam da Estação João Felipe e dobravam na atual avenida Tristão Gonçalves e por ela seguiam até encontrar-se com os atuais trilhos na altura da Rua Padre Cícero, na época a "parada do Amaral".


Daí a passagem de trilhos na foto antiga. Outra linha saía por trás da Estação e descia até a praia, passando pela Secretaria da Fazenda e Alfândega, indo até a Ponte Metálica. Em 1917 os trilhos começaram a ser colocados no Jacarecanga e depois foram retirados da chamada "Trilho de Ferro", atual Tristão Gonçalves, indo por onde ainda hoje vão, para desafogar o centro da cidade. Ironicamente, o Metrofor vai restabelecer o antigo caminho, só que subterraneamente.

Ainda hoje o prédio é ocupado pela administração da RFFSA - o que resta - e o pátio em frente e ao lado serve de estacionamento para funcionários e visitantes.


Crédito: Ofipro/Portal do Ceará/Nirez

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