quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Bairro Pan Americano



Casa de Antônio Boca Rica no Pan Americano. Acredito que a foto seja da década de 70. Crédito: Leninha Aguiar / Fotógrafo: Francisco Edson Gurgel de Aguiar / Agradecimento Especial: Melri Vieira

Um dos locais mais conhecidos do bairro é a Praça da Igreja. Um bairro pequeno em tamanho, e muito antigo. É pouco mais de meio quilômetro quadrado. No Pan-Americano vivem dez mil pessoas. Um bairro marcado por duas praças e ruas, que agora, levam nomes de estados brasileiros.


Casa do Seu Zé do Leite bem em frente a Lagoa na época. A pequena lagoa em frente a lateral da Igreja São Pio X. Crédito: Leninha Aguiar / Fotógrafo: Francisco Edson Gurgel de Aguiar / Agradecimento Especial: Melri Vieira


O Pan-Americano mantém costumes do interior. Lá vêm Adriano Mesquita, o leiteiro oficial do bairro. E não faltam freguesas que aprovam a qualidade do produto.
Por dia, Adriano vende 100 litros de leite. Nem parece que esta profissão está com os dias contados.

Ontem da rua Ceará, trecho próximo à avenida José Bastos. A foto é de 1970. Acervo Bairro Pan Americano-Memórias


As duas praças do Pan-americano guardam parte das histórias do bairro. Na praça Mauá existia o campo do monte. Era onde a meninada jogava bola. Na praça da igreja do Pio X, ficava uma lagoa. Era onde muitos gostavam de pescar.


"Aqui é a Igreja São Pio X ainda em fase de construção, esse espaço adiante da igreja é onde era a pequena lagoa que se formava em todos os invernos, pois a lagoa de Parangaba ficava tão cheia que escoava para lugares mais baixos e formava essa outra pequena lagoa por trás da igreja. Tempos bons! Ela era ótima para tomarmos banho... Nessa época ela tava seca, mas a terra ficava sempre úmida. Hoje temos no lugar, a Praça São Pio X" Leninha Aguiar

Igreja de São Pio X. Acervo Liandro Fiúza Soares


No verso da foto consta: "Esta foto é uma vista panorâmica do bairro Pan Americano com o vizinho bairro K-8, ou melhor, Couto Fernandes, pois na fotografia tem um ônibus parado no fim da linha do K-8 na rua Raimundo Porfírio Sampaio. Tem também um gado que é do Sr. Chico e tem umas 3 rezes na sombra do oitão da Igreja do Pan Americano e uma lagoa que vem água da lagoa da Parangaba. Estes pés de árvores que se avista depois das casas, ficam do K-8 para o bairro da Bela Vista, pois Fortaleza a não ser no Centro da capital, nos bairros e subúrbios tem muita mata, ou seja, manguerais, cajueiros, coqueiros e outros pés de árvores." Fortaleza 8-12-64 Fco Edson G. Aguiar.
Leninha Aguiar


Passagem do Papa João Paulo II pelo bairro Pan Americano, na av. José Bastos, no dia 09 de julho de 1980, próximo ao HEMOCE. Acervo 
Alex Mendes

Francisco José Barro, “seu Barrinha” lembra que antes do bairro ser tão habitado, circos e parque  aproveitam os grandes terrenos e sempre estavam por lá.
Seu Barrinha dá a possível explicação do nome do bairro. “O Pici fica há seis quadras daqui e o nome veio junto com a base aérea americana construída lá”, diz ele.


Rua Uruguaiana no Pan Americano - Valmigleison


No bairro funciona o 11º Distrito Policial e o posto de saúde Oliveira Pombo. A unidade de ensino mais antiga é a Escola Estadual Anísio Teixeira. O aposentado, José Coelho de Andrade, viu o colégio ser construído. Guarda com carinho a placa que recebeu em homenagem aos 50 anos da construção. Ele fala da época em que o pai vendia lenha numa carroça.


Foto do arquivo do blog do colégio


O Pan-Americano surgiu depois de alguns loteamentos. A história continua sendo escrita dia a dia. Edson Aguiar, um morador do Pan Americano, agora embarcou num desafio, quer escrever a história do bairro. Para isso distribuiu formulários entre os moradores mais antigos.Tudo para saber um pouco mais do lugar em que vive.


Crédito: Tv Verdes Mares


17 comentários:

  1. Leila, o cemiterio que eu te falei ficava vizinho ao cemiterio de São Casimiro que voce postou na pesquisa sobre a "Estação de João Felipe". Era um cemiterio Holandes de protestantes pois o Bispo catolico não aceitava que os protestantes fossem sepultados no cemiterio de São Casimiro. conta a historia que todos os ossos dos catolicos foram transportados com direito a procissão para o cemiterio São João Batista, mas os ossos dos protestantes ainda hoje estão enterrados debaixo dos armazens da RVC e suas lapides serviram de calçadas para as ruas de Fortaleza.

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    1. Que história essa aqui muito interessante sobre a situação das diferenças sobre os evangélicos muito bom saber isso é realmente história que poucos conhecem....

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  2. Nossa! Gente que absurdo toda essa história :0 Por isso que muito se fala sobre o Cemitério de São Casimiro, mas nada, ou quase nada do cemitério dos protestantes...

    Esses detalhes que vc forneceu, muito ajudarão na minha busca por dados sobre o cemitério, obrigada!
    Fiquei abismada em saber que as lápides foram usadas como calçadas, e que os restos mortais foram abandonados no terreno, que falta de respeito¬¬

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  3. Leila, no livro "Praças de Fortaleza" de: Maria Noélia Rodrigues da Cunha, nas paginas 106 e 107 que conta a historia da praça Castro Carreira, fala sobre o ocorrido nos cemiterios de São Casimiro e cemiterio dos ingleses protestantes e não holandeses como falei antes.
    Eu tenho o livro.

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  4. Não tenho o livro, vou atrás com certeza!

    Assim como vc, amo história, e da nossa cidade
    então... Fatos importantes do passado de Fortaleza, devem ser sempre lembrados, ainda mais um absurdo como esse, justamente para que não voltem a acontecer. Se bem que infelizmente aconteceu um caso bem parecido¬¬

    Lembra do caso do Bom Jardim?
    Onde moradores afirmaram que a areia utilizada numa obra da Prefeitura vinha de um cemitério e estaria contaminada? Eram restos de ossos, cabelos, roupas, alças de caixão e até partes de lápides com gravações do nome e data de morte espalhados pelo chão. Tudo estava misturado à areia destinada à obra de calçamento na rua Erizeu Ramos, no Bom Jardim. Aff

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  5. Lembro, inclusive eu moro perto do Bom Jardim, alem do fato que voce relatou, no cemiterio do Bom Jardim o IML cava uma cova raza e joga restos mortais em pleno dia.

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  6. :O Nossa, lastimável...
    É tanto absurdo que me pergunto
    onde anda o poder público que não
    toma uma providência para acabar
    com tanto descaso tsc tsc tsc

    Estou gostando muito dessa troca de
    conhecimento e informações! :)

    Abraços

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  7. Meu Pan Americano que nasci e me criei, lembranças vivas na minha memoria, lugar de grandes bons acontecimentos históricos.

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  8. Na praça Mauá existia o Campo do Panamérica e depois o Campo do Nova Esperança o Campo do Monte que você se refere hoje é a Escola Municipal Jose Batista de Oliveira, e o nome do Campo era Monte Verde.
    Um Abraço.

    Assinado
    Antonio Carlos

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  9. Vi numa fonte histórica esse relato, porém não tratava de separação entre católicos e protestantes, mas de ricos e pobres. Foi dado um prazo para os familiares retirarem os restos mortais dos seus entes queridos, antes da construção da Estação. Os que tinham mais recursos conseguiram fazer a remoção...

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  10. Gostaria de saber quem era uma moradora chamada Biela. Onde morava. Aqui no pan americano

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  11. Que pena que eu nao tive a sorte de conlhecer os moradores antigo dos bairros de fortaleza.ce talvez os antigo moradores nao eram tao ruim como de hoje

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  12. Quem lembra do seu João que vendia algodão doce na máquina de triciclo era lindo meuavô que faleceu com 101 anos em 2022.

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    1. Era meu avô já partiu com 101 ano ano passado

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  13. Quem lembra do Sr.carlinhos,tinha um mercantil de Alina na ria maranhao..Sr.benedito ...eu morava na rua Amazonas quando criança...a farmácia do Sr.dede..se alguém lembra e fala aqui

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