quarta-feira, 27 de outubro de 2010

“Royal Briar – A Fortaleza dos anos 40”



“Royal Briar” era um nome de um perfume que as mulheres fortalezenses adoravam.

Na década de 40 Fortaleza tinha aproximadamente 200 mil habitantes, nem chegava a isso. Era uma cidade limpa, humana, com cheiro de flores dos seus jardins e de suas praças. A cidade vivia a euforia pelo término da Segunda Guerra Mundial, e a alegria que parecia estar em cada face, em cada sorriso...

Fortaleza era uma cidade com ares aristocráticos, tinha pudores de donzela. A França determinara a formação das senhoras de Fortaleza de boa estirpe, assim como comandava a moda, o padrão das lojas e a vida social que acontecia em clubes elegantes que até hoje existem como o Ideal, Náutico e Clube dos Diários.

A vida era pacata. Compunha do Centro e dos bondes. Aldeota era vista como uma “floresta de cajueiros”, hoje é um dos bairros mais elegantes do Nordeste.

Os homens usavam terno de linho irlandês, de dia, e de casemira inglesa, à noite. As mulheres usavam muita seda francesa, luvas e chapéu. Aliás, esse último era presença constante por causa do forte sol.

As fachadas no estilo “Art- Nouveau” imperavam nos bairros, como na Av. do Imperador e em Jacarecanga e Benfica.

A Praça do Ferreira também era afrancesada, como tudo em Fortaleza lembrava um pouco de Paris. A Praça era simétrica, nos bancos cortados à maneira de Versailles e Tulleries, com suas estátuas de louça. A Coluna da Hora, no centro da praça, fazia beleza e contrastava com as linhas retas da coluna: O Rococó e o Decó.

Era na Praça do Ferreira que estava e ainda está!!! O antigo Excelsior Hotel, com sete andares, e no livro dizia: “o maior do mundo em alvenaria, o mais luxuoso do Norte-Nordeste da época e a maior terrace do Brasil”. No alto do seu platibanda, tremulavam as bandeiras das nações amigas.

Cada nome lembrava a França, principalmente as farmácias, que eram muitas, como Pharmacia Pasteur, e Farmácia Francesa.

Não havia assaltos . Incrível, os únicos ladrões eram os que roubavam galinhas. Em praticamente cada esquina do centro, havia CAFÉS, como em Paris, uma legião de cafés, como o “Café Sport”. Eram sinais de bucolismo romântico, com toque parisiense.

Os bondes eram um símbolo de uma época de romantismo. Em 1947 foram extintos.


A Antigo Palacete Ceará, chamado popularmente de “Rotisserie”, uma das mais lindas fachadas

de Fortaleza. Teve dias e noites de glória, sediando o aristocrático Clube Iracema
Hoje sedia a Caixa Econômica.


Neste prédio funciona hoje a loja “Esquisita”. Na época da foto, funcionava o antigo “Café Sport

Rua do Barão do Rio Branco, próximo ao Passeio Público, ficava esse rico conjunto arquitetônico.


Fortaleza tinha belas residências, que eram grandes chácaras. Essa, ficava na Avenida Visconde de Cauipe, atual avenida da Universidade, no Benfica. Era a residência de João Gentil. O imóvel foi demolido e no local hoje funciona o curso de Ciências Sociais da UFC

Bonde transportando alunos do "Liceu do Ceará". Detalhe para o prédio do Photo Ribeiro.






O lindo prédio do Cine Majestic, com cadeiras da Áustria, esse prédio era lindo, não existe mais, foi destruído após um devastador incêndio. Era mais um cinema, nessa cidade que “respirava cultura”. Dos três prédios, só o da Pasteur permanece.


Ao lado do Palacete Guarany, ficava o prédio do Barão de Studart. No local hoje existe um estacionamento¬¬



Marciano Lopes



Crédito: Fortal

3 comentários:

  1. SINTO SAUDADES DE UM TEMPO QUE NÃO VIVI.CASAS, RUAS, MODA, ETIQUETA...UM TEMPO QUE PASSOU...SAUDADES.

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  2. Oi Laura!

    São fotos maravilhosas realmente!:)

    Obrigada pela visita!

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