Da Escola de Aprendizes e Artífices (1909) até os dias de hoje.
A origem do IFCE remonta à Escola de Aprendizes e Artífices, criada em 1909 pelo então Presidente Nilo Peçanha, por meio do Decreto n° 7.566, de 23 de setembro. A Escola muda de nome diversas vezes até que, em1968, passa a se chamar Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE), para depois chamar-se Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (CEFETCE).
A atual instalações foram projetadas pelo arquiteto Emílio Hinko.
Em 1994, a Lei n° 8.948 de 8 de dezembro transforma as Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica. Essa mudança, porém, se dá de forma gradual e apenas em 22 de maio de 1999, através de um decreto, ocorre a implantação do CEFET-CE. E, finalmente, por decreto do presidente Lula da Silva institucionaliza-se IFCE.
A mais nova oferta de curso são os Integrados. Esses cursos consistem na integração do Ensino Médio com o Técnico. Os estudantes que concluírem o 9° ano do Ensino Fundamental podem ingressar nessa modalidade de ensino. Os cursos disponíveis são: Edificações,Eletrotécnica, Informática, Mecânica Industrial e Telecomunicações.
No final de 2006, abriram-se os primeiros cursos de engenharia do IFCE: Engenharia de Computação, Engenharia de Telecomunicações,Engenharia Mecatrônica e Engenharia Ambiental. O primeiro vestibular ocorreu entre janeiro e fevereiro de 2007, começando as aulas em 2 de maio de 2007 (calendário incomum devido à greve ocorrida no ano anterior).
O Instituto Federal do Ceará possui 12 campi distribuídos em todas as regiões do estado do Ceará.
Em Fortaleza, estão localizados o Campus Fortaleza (antiga Sede) e o anexo Aldeota (antiga unidade).
Estão previstas também a construção de um outro campus na capital próximo a Avenida Eduardo Girão e a construção da Reitoria no antigo prédio da extinta COBAL, também próximo à avenida citada.
Há também
Campus Maracanaú (antiga UNED Maracanaú)
Campus Juazeiro do Norte (antiga UNED Juazeiro)
Campus Cedro (antiga UNED Cedro)
Campus Quíxadá
Campus Sobral (antiga FATEC Sobral)
Campus Limoeiro do Norte (antiga FATEC Limoeiro do Norte)
Campus Crato (antiga EAF Crato)
Campus Iguatu (antiga EAF Iguatu)
Campus Acaraú (região norte)
Campus de Canindé
Campus Crateús (sertão dos Inhamuns)
Entrarão em funcionamento em 2012 os campi avançados de Baturité e Tianguá.
Linha do tempo
1909 - Por meio do Decreto de n° 7.566, assinado pelo então presidente Nilo Peçanha, em 23 de setembro é criada a Escola de Aprendizes Artífices. A instituição se instalou na atual Avenida Alberto Nepomuceno, em um prédio, anteriormente, ocupado pela Escola de Aprendizes de Marinheiros.
1914 - A sede da Escola de Aprendizes Artífices se transfere para o imóvel que abrigara a Milícia Estadual, localizado em frente à Praça Nogueira Accioly. A área, atualmente, integra o patrimônio do Teatro José de Alencar.
1932 - Já com 22 anos de existência, a Instituição muda novamente de sede, e passa a funcionar no prédio onde funcionara a Escola de Aprendizes de Marinheiros, no bairro Jacarecanga.
1937 - No governo de Getúlio Vargas, período popularmente conhecido como Estado Novo, a Lei nº 378, de 13 de janeiro, transforma a Escola de Aprendizes Artífices em Liceu Industrial de Fortaleza. A nova Instituição passa a funcionar no prédio que, por longos anos, é sede do Liceu do Ceará, na Praça dos Voluntários, no bairro Jacarecanga.
1940 - Novamente acontece a mudança de sede e o Liceu Industrial de Fortaleza passa a funcionar na rua 24 de maio, nº 230, no Centro de Fortaleza. No mesmo ano, em 17 de janeiro, o Interventor Federal no Ceará, Francisco Pimentel, faz a doação de um terreno de 29.973 m², localizado no bairro do Prado – atualmente Benfica –, para a edificação das instalações da escola.
1941 - Neste ano, um despacho do Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema, datado em 28 de agosto, estabelece para a instituição a denominação de Liceu Industrial do Ceará.
1942 - Com a mudança de institucionalidade, pelo decreto nº 4.121, de 25 de fevereiro, recebe a denominação de Escola Industrial de Fortaleza, e passa a oferecer formação profissional para atender à modernização do País com as profissões básicas do ambiente industrial.
1952 - A Escola Industrial de Fortaleza passa a funcionar no prédio localizado na Avenida 13 de Maio, nº 2081 – atual sede do Campus Fortaleza do Instituto Federal do Ceará.
Escola Industrial - Arquivo Nirez
1959 - Mediante a Lei Federal n° 3.552, de 16 de fevereiro, no governo do Presidente da República Juscelino Kubitschek, a Escola Industrial de Fortaleza ganha personalidade jurídica de Autarquia Federal. Passa a ter autonomia administrativa, patrimonial, financeira, incorporando a missão de formar técnicos de nível médio.
1965 - Na regime militar, durante o governo do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, a Lei nº 4.749, de 20 de agosto, acarreta outra mudança de Institucionalidade e cria a Escola Industrial Federal do Ceará.
1968 - No governo do Marechal Artur da Costa e Silva, a portaria Ministerial nº 331, de 6 de junho, institui a Escola Técnica Federal do Ceará que passa a ofertar cursos técnicos de nível médio nas áreas edificações, estradas, eletrotécnica, mecânica, química industrial, telecomunicações e turismo.
1994 - O Presidente da República, Itamar Augusto Cautiero Franco, sanciona, em 8 de dezembro, a Lei Federal n° 8.948, que permite transformarem-se as Escolas Técnicas em Centros Federais de Educação Tecnológica. A missão institucional é ampliada com atuação em Ensino, Pesquisa e Extensão.
1995 - Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, na ainda Escola Técnica Federal do Ceará, inauguram-se duas Unidades de Ensino Descentralizadas (UnEDs), nos municípios de Cedro e Juazeiro do Norte, com o objetivo de descentralizar o ensino técnico do estado.
1998 - Protocolizado, no MEC, o projeto institucional para a transformação da Escola Técnica Federal do Ceará em Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (CEFET-CE).
1999 - O Decreto s/n, de 22 de março, transforma a Escola Técnica em CEFET-CE. Em 26 de maio, o Ministro de Estado da Educação, Paulo Renato Souza, aprova, por meio da Portaria n° 845, o Regime Interno da Instituição.
2004 - Em 14 de setembro, já sob a Presidência de Luis Inácio Lula da Silva, através do Decreto n°5.225, o MEC reconhece a vocação institucional dos CEFETs para ministrar ensino superior de graduação e de pós-graduação lato sensu e stricto sensu.
2007- Marcando o início do projeto de Expansão da Rede Federal, é inaugurada, em 13 de novembro, a UnED em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza.
2009 - A Lei 11.892/2008, sancionada pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva, cria trinta e oito Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. O Instituto Federal do Ceará nasceu com nove Campi e conta com mais três, que estão em fase de construção.
Endereço do IFCE:
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho é filho de Francisco Anysio, que foi um dos homens mais ricos do Ceará, e de dona Haideé Viana de Oliveira Paula. Sua mãe era “especialíssima”, e embora tendo um problema grave no coração, morreu aos 89 anos de idade. O pai tinha uma enorme empresa de ônibus, que um dia pegou fogo, e ele foi dormir rico e acordou pobre. Chico Anysio nasceu na cidade de Maranguape, no dia 12 de abril de 1931. O pai de Chico foi casado quatro vezes e teve 17 filhos, dos quais só uma morreu. Aos sete anos o garoto foi com a família para o Rio de Janeiro e já começou a imitar as pessoas, e para ir ao cinema ou ao futebol, economizava o dinheiro do bonde, indo a pé para o colégio.
Foto quando ele ainda era quase uma criança, recém chegado ao Rio de Janeiro para início de sua brilhante carreira - Arquivo Nirez
Com 14 anos começou a ir aos programas de calouros do Rio e depois de São Paulo, e ganhava todos. A ponto de não o aceitarem mais. Foi ao “Programa Ary Barroso”, à “Hora do Padre”, ao “Trabuco”do Vicente Leporace, em São Paulo. E logo Renato Murce o aproveitou para um show. Ia fazer suas imitações nos clubes do Rio e ganhava seus cachês. Estudou para ingressar na Faculdade de Direito, passou, mas não cursou. Foi contratado para o rádio e depois de 15 dias, já tinha quatro profissões: era ator, locutor, redator e comentarista esportivo. Gostava de tudo e fazia tudo perfeitamente bem. Era a Rádio Guanabara. Foi galã de novelas, mas logo preferiu a linha de shows e de comédias, ao lado de Grande Otelo, Chocolate, Luiz Tito. E foi se multiplicando, sem nem mesmo ele saber como. Chegou um momento, porém, já na televisão, que achou que devia escolher uma estrada para ele. E escolher ser “vários”. Decidiu fazer vários personagens. E isso passou a ser o seu “diferencial”. Pensava: “Se um personagem cansar, ele sai, e fica outro. Foi ele que cansou, não eu”. Às vezes eram tão diferentes umas das outras, que nem mesmo ele entendia. Chegou a fazer 207 personagens na televisão. Seu começo nesse veículo de comunicação foi em 1957, fazendo o “Professor Raimundo”, na TV Rio. Tinha estado por muito tempo na Rádio Mayrink Veiga, sempre com sucesso.Na TV Rio, sob a direção de Walter Clark, o sucesso continuou. Como não havia video-teipe, ia de avião para São Paulo, e lá também fazia sucesso. Mas aconteceu de ver rejeitados alguns personagens seus, que mais tarde explodiram de tanto sucesso, como o “Coronel Limoeiro”, o “Quem-Quem”. E aí veio o video-teipe. Como já havia abandonado o rádio, dedicou-se então mais à televisão. Continuava, porém, escrevendo para o rádio. E seus personagens para a televisão ele mesmo escrevia. Só mais tarde foi tendo redatores, como o Antonio Maria, o Aloísio Silva Araujo, Max Nunes. Esteve na Record, e dentro do programa: “Essa Noite se Improvisa”, ganhou três carros, várias geladeiras, era enfim do primeiro time. Esse era um programa de Blota Junior, em que o apresentador dizia uma palavra e os concorrentes tinham que cantar uma música com aquela palavra. Chico ganhava quase todas. Quando esse programa mudou de estilo, Chico Anysio pediu demissão. Após sua saída da Record, foi para o Rio estrear o Teatro da Lagoa. Era o ano de 1969, e aí foi também convidado para ir para a TV Globo. Conheceu o Boni, que nele confiou totalmente, e a quem reverencia até hoje, como sendo o homem que mais entende de televisão.
Francisco Anysio se tornou o número um, entre os comediantes do Brasil. Mas aí teve uma queda e fraturou a mandíbula. Ficou um tempo com a dicção praticamente imobilizada. Foi para os Estados Unidos e sua recuperação aconteceu lentamente.
Casado seis vezes, o comediante tem oito filhos, sendo um adotado. Este é seu empresário. Os outros, que são adultos, também estão ligados à arte. Tem dois filhos pequenos, de seu casamento com Zelia Cardoso de Melo, que moram nos Estados Unidos. Só a caçula é mulher e seu nome é Vitória. O pai viaja para vê-los, pelo menos uma vez ao mês. Chico Anysio ainda é escritor. Tem quinze livros lançados e doze à serem editados. E é pintor. Vende seus quadros, vende seus livros, e consegue sucesso em tudo o que faz. Trabalhador incansável, dorme apenas quatro horas por noite e, sua explicação para tanta vitória, é o que um amigo lhe disse: “Não sou ator. Sou Médium”. Essa afirmação ele faz, num tom entre a brincadeira e a reflexão, e se pode ver em seus olhos, uma luz de gratidão, pois nem Francisco Anysio consegue explicar o inexplicável, que é Chico Anysio.
Década de 70
Chico Anysio nasceu em Maranguape, Ceará, em 12 de abril de 1931. Mudou-se com a mãe e três irmãos para o Rio de Janeiro aos 7 anos de idade. O pai ficou na cidade natal para tentar refazer a vida como construtor de estradas de rodagem, após perder toda a frota de sua empresa de ônibus num incêndio. A família foi morar numa pensão no bairro do Catete, na zona sul da cidade, abrigada em diferentes quartos.
Chico Anysio estudou para ser advogado, mas a vocação de comediante e a necessidade de trabalhar mudaram o rumo de sua vida. Ainda bem jovem, fazia imitações de personalidades e preparou um número com 32 vozes que o fez ganhar vários concursos de programas de calouros, como o Papel Carbono, de Renato Murce, e a Hora do Pato, apresentado por Jorge Cury, ambos na Rádio Nacional. O comediante ganhou alguns desses concursos mais de uma vez.
Dois testes para a Rádio Guanabara, um de locutor e outro de radioator, marcaram o início de sua vida profissional, por volta dos 17 anos de idade. Com 15 dias de trabalho, virou locutor nas madrugadas, ator de radionovela, comentarista esportivo (convidado por Raul Longras) e autor de três programas. De galã de novela passou para a linha de shows, ao lado de humoristas como Grande Otelo, Antônio Carlos e Nádia Maria. Em 1949, Chico Anysio foi convidado para trabalhar na Rádio Mayrink Veiga, onde escrevia 13 programas por semana.
Com Hélio Ribeiro no estúdio da Rádio Bandeirantes
Aos 19 anos, foi trabalhar na Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, mas um ano depois já estava de volta ao Rio. Trabalhou por um tempo na Rádio Clube do Brasil, até que, em 1952, retornou à Mayrink Veiga, como autor e diretor de vários programas (A Rainha Canta, com Ângela Maria; Rio de Janeiro a Janeiro; Buraco de Fechadura; Vai Levando), ao mesmo tempo atuava em programas do Haroldo Barbosa, do Antônio Maria e do Sérgio Porto, entre outros. E fez o programa que se tornaria um dos maiores sucessos da rádio, Escolinha do Professor Raimundo, inicialmente composta por três alunos: Afrânio Rodrigues (o que sabia tudo), João Fernandes (o que não sabia nada) e Zé Trindade (o que embromava o professor).
Cartaz Publicado no dia 12 de setembro de 1968
Chico Anysio passou a ser conhecido e foi parar na TV Rio: o professor Raimundo apareceu no vídeo pela primeira vez no programa Aí Vem D. Isaura, de Haroldo Barbosa, estrelado por Ema D´Ávila. O personagem era um tio da protagonista que vinha do Nordeste. Nomeado por Walter Clark – então diretor comercial da TV Rio - diretor da linha de shows da emissora, acompanhou programas de humor como Noites Cariocas, O Riso É o Limite, Praça da Alegria, além de outros.
O diretor Carlos Manga, para quem Chico Anysio já havia escrito 18 chanchadas da Atlântida (A Baronesa Transviada (1957), Alegria de Viver (1958), O Camelô da Rua Larga (1958), Entrei de Gaiato (1959), entre outros filmes), aproveitou o surgimento do videoteipe e propôs ao humorista gravar um programa com vários de seus personagens. Surgia, assim, o Chico Anysio Show - escrito por Chico Anysio, Haroldo Barbosa e Roberto Silveira, com direção de Carlos Manga -, a base dos outros programas que o comediante estrelaria na TV durante muitos anos seguintes. Na TV, Chico Anysio passou, ainda, pela Excelsior (para onde levou o seu Chico Anysio Show e fez o programa A Volta ao Mundo em 80 Shows), Tupi (também com seu programa) e Record (como uma das estrelas dos programas Essa Noite se Improvisa e Vamos Simbora, esse com Wilson Simonal).
Bento Carneiro, Vampiro Brasileiro
O humorista chegou à TV Globo em 1969, e em 1970 estreou o humorístico mensal Chico Anysio Especial, gravado apenas em externas. No ano seguinte lançou Lingüinha x Mr. Yes, seriado infanto-juvenil apresentado entre o Jornal Nacional e a novela das oito. Em 1972, estreou Chico em Quadrinhos. Já nessa época, começou a lançar discos com músicas utilizadas ou inspiradas por seus programas e personagens, além de continuar atuando no teatro, uma constante ao longo da sua vida.
Disco Cuca Fresca
Lado A
1- Cuca Fresca (Orlandivo-Durval Ferreira-Chico Anysio)
2- Discoteca Chico City (Durval Ferreira-José Roberto Bertrami)
3- Forro de Chico City (Nonato Buzar-Chico Anisio-Zé Menezes)
4- Festa na aldeia (Luiz Moreno-Chico Anysio)
5- Amaralina (Orlandivo-Durval Ferreira-Chico Anysio)
6- Segura o fio (Cel. João Cajá)
7- Pé de manacá (Hervê Cordovil)
8- Preta pretinha (Moraes e Galvão)
Lado B
1- Bem te vi (Nonato Buzar-Chico Anysio)
2- Vice versa (Orlandivo-Durval Ferreira-Chico Anysio)
3- Terra batida (Jonhson Barbosa-Chico Anysio)
4- Oitão (Nonato Buzar – Chico Anisio – Dominguinhos)
5- Maranguape (Nonato Buzar-Chico Anysio)
6- Mariazinha (Paulo Sérgio Valle-Márcio Moura-Regininha)
Em 1973, Chico Anysio lançou Chico City, programa humorístico inicialmente localizado em uma pequena cidade do interior – depois transformada em metrópole – e que apresentava quadros e esquetes encabeçados pelos mais variados tipos criados por ele. O programa era semanal e contava com a participação de outros comediantes, como Agildo Ribeiro e Luiz Carlos Miele, além de apresentar uma enorme galeria de personagens. Alguns desses já eram bastante conhecidos, como o ator canastrão Alberto Roberto, o professor Raimundo, o pão-duro Gastão Franco, o coronel Pantaleão, o pai-de-santo Véio Zuza, o velhinho ranzinza Popó, o alcoólatra Tavares e sua mulher Biscoito (Zezé Macedo) e o revoltado Jovem. Entre as novidades introduzidas na fase final do programa, havia a gaúcha Salomé – que, com linha direta com o presidente da República João Batista Figueiredo, fazia críticas ao governo. Um dos mais populares era Bozó, que tentava impressionar as mulheres mostrando seu crachá da TV Globo.
Painho
Baiano e os novos Caetanos
Em seguida veio Chico Total (1981), no qual o comediante, além de revisitar seus personagens, contava histórias, apresentava números musicais e recebia convidados. No ano seguinte, foi substituído por Chico Anysio Show, que ficou no ar até 1990. O programa apresentou diversas fases ao longo dos anos de exibição. Em sua estréia, apresentou personagens novos, como o galã com voz dublada Bruce Kane, e continuou contando com antigos personagens, como o jogador de futebol Coalhada, o político corrupto Walfrido Canavieira, o boneco de ventríloquo Chiquitin (que abria e fechava o programa nessa fase), o jornalista Setembrino, o garçon fanho Quem-Quem, o pai de santo Painho, a apresentadora de TV Neide Taubaté, entre muitos outros. Em 1984, o programa passou a ser dividido em cinco partes, com a primeira delas dedicada ao público infantil e a última com o Profeta, que finalizava o humorístico com uma mensagem de sabedoria. Novos personagens foram incorporados, como o pastor charlatão Tim Tones. Em 1985, uma nova reformulação levou à retomada de uma idéia que havia vigorado durante parte do Chico City: a transposição do cenário das piadas para uma estação fictícia de televisão, a TV QCV.
Em 1988, um recurso interessante foi introduzido na abertura do programa e de cada bloco: Chico Anysio, sentado em seu camarim, falava dos bastidores das gravações e recordava seus vários tipos em conversas com convidados especiais. Ao longo dos anos, Chico Anysio contou em seus programas com uma grande variedade de redatores e diretores. Entre estes últimos, estão Gonzaga Blota, Atílio Riccó, Roberto Talma, sua sobrinha Cininha de Paula (filha de Lupe Gigliotti), Maurício Sherman, Stepan Nercessian, entre outros.
Com o filho Bruno Mazzeo
Em 1990, em vez da tradicional combinação de personagens novos e antigos, o programa de Chico Anysio concentra-se em um só quadro, a Escolinha do Professor Raimundo, que já vinha sendo exibido no programa desde 1987, e que ganhou personagens novos como a D. Cacilda, interpretada por Cláudia Gimenez; o mineiro Barbacena, personagem de Antônio Carlos; e D. Bela, vivida por Zezé Macedo.
Reclame de 4 de março de 1982
Como um programa próprio, a Escolinha foi apresentada na Globo até 1995, voltando em 1999 como um quadro do humorístico Zorra Total. O elenco fixo era enorme, incluindo nomes como Lúcio Mauro, Rogério Cardoso, Antônio Pedro, Bemvindo Sequeira, David Pinheiro, Tom Cavalcante, Pedro Bismarck, Brandão Filho, Eliezer Mota, Lug de Paula, Nádia Maria, Rony Cócegas, Walter D'Ávila, Zilda Cardoso, Tim Rescala, Emiliano Queiroz e Colé. A Escolinha reunia várias gerações de humoristas, colaborando tanto para a popularização de novos comediantes, quanto para a valorização de antigos. Em 1994, o programa recebeu o Diploma de Honra ao Mérito no Festival Internacional de Filme e TV de Nova York. Esta era a segunda vez que o Festival premiava Chico Anysio, cujo programa recebera a Medalha de Ouro na categoria Humor em 1991. Anos antes, em 1990, o programa já havia sido premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Maria Zilda, Chico Anysio e Daniel Filho no Hippopotamus, casa noturna do Rio, no fim da década de 70
Em 1991, ainda com Escolinha do Professor Raimundo no ar, Chico Anysio estreou Estados Anysios de Chico City, seguindo a mesma linha de seus programas anteriores e contando com um elenco fixo de mais de 70 atores, muitos deles também na Escolinha. A experiência seguinte foi Chico Total, exibido durante o ano de 1996. O humorista misturava quadros com seus personagens a outros que reproduziam momentos de seus shows ao vivo. O programa deixou de ser exibido em 1997 a pedido do próprio Chico Anysio, que sofrera um acidente, fraturando o maxilar, e fora obrigado a passar por uma delicada cirurgia, da qual havia saído com paralisia parcial do rosto. O acidente o levou a uma temporada de tratamento nos Estados Unidos para recuperar a mobilidade do maxilar.
Com a irmã Lupe Gigliotti (já falecida)
Quando retornou ao país, em 1998, apresentou a proposta do novo programa, O Belo e as Feras, que, ao contrário dos anteriores, baseava-se na estrutura das sitcoms americanas. O programa estreou no início de 1999, pouco antes de Zorra Total, que reeditou a Escolinha do Professor Raimundo como um de seus quadros. Chico Anysio também aparecia no programa como Alberto Roberto, contracenando com convidados.
Ao lado da então esposa, Zélia Cardoso
Além dos programas próprios, Chico Anysio teve um quadro regular no Fantástico por 17 anos, de 1974 a 1991. Também foi supervisor de criação do programa Os Trapalhões no início dos anos 1990. Chico Anysio atuou, ainda, em diversos filmes, novelas e especiais. Também compôs canções (algumas em parceria com Arnaud Rodrigues, usadas em seus programas) e publicou vários livros. Atuou no teatro, protagonizando inúmeros shows, e se dedicou à pintura, realizando exposições de seus quadros em diversas galerias do Brasil.
Com a família
Ao lado do filho Nizo Neto
Em 2007, lançou o livro É Mentira, Chico?, uma enciclopédia de seus personagens, ilustrados pelos principais cartunistas do país. Muitos de seus mais de 200 tipos podem ser lembrados no DVD Chico Especial, lançado pela Globo Marcas para comemorar, em 2008, os 40 anos de Chico Anysio na TV Globo.
Com o filho André Lucas
Contracenando com filho Lug de Paula
Entre as novelas em que atuou na TV Globo estão Feijão Maravilha (1979), de Bráulio Pedroso, no papel de Salomé; Terra Nostra (1999), de Benedito Ruy Barbosa, onde interpretou o barão Josué Medeiros; Sinhá Moça (2006), também de autoria de Benedito, como o personagem Everaldo; e Pé na Jaca (2006), de Carlos Lombardi, vivendo Cigano. Em 2009, fez uma participação especial na novela Caminho das Índias, de Gloria Perez, no papel de Namit, um diretor de filmes trambiqueiro que ajuda Radesh (Marcius Melhem) a dar um golpe do dote na família de Deva (Cacau Melo).
O filho Rico Rondelli (vestido de azambuja) homenageando o pai no Domingão do Faustão
Bruno Mazzeo faz homenagem ao pai vestido de Justo Veríssimo no Domingão do Faustão
Chico Anysio também integrou o elenco do infanto-juvenil Sítio do Picapau Amarelo em 2005, como o Dr. Saraiva, além de participações em um episódio de Brava Gente (2007) e um de A Diarista (2004). Desde 2009, voltou a fazer parte do Zorra Total, com personagens famosos como Alberto Roberto, Justo Veríssimo e Bento Carneiro. Em 2010 e 2011, estrelou o especial Chico & Amigos, no qual revivia alguns dos personagens criados ao longo da carreira.
Nizo Neto e André Lucas homenageando o pai no Domingão do Faustão
No cinema, trabalhou como ator em diversos filmes desde a década de 1950, incluindo Tieta do Agreste (1996), dirigido por Cacá Diegues, onde interpretou o pai da protagonista; e Se Eu Fosse Você 2 (2008), de Daniel Filho.
Rodrigo (de Coalhada) é filho de Chico com Zélia Cardoso - Em cena do Domingão do Faustão em homenagem ao pai
Chico Anysio é casado com a fisioterapeuta Malga di Paula. Antes foi casado com as atrizes Nancy Wanderley, Rose Rondelli e Alcione Mazzeo; com a cantora Regina Chaves; e com a ex-Ministra da Economia do governo Collor Zélia Cardoso de Mello. Teve oito filhos, entre eles os atores Lug de Paula (famoso pelo personagem Seu Boneco da Escolinha do Professor Raimundo), André Lucas (com quem se apresentou no teatro com a peça De pai para filho, em 2009), Nizo Neto (o seu Pitolomeu, também da Escolinha) e Bruno Mazzeo (ator e roteirista). Além dos filhos, o humorista também trabalhou com outros parentes próximos, como sua irmã, a atriz Lupe Gigliotti e a filha dela, a atriz e diretora Cininha de Paula. Também já contracenou com os sobrinhos, a atriz Maria Maya (filha de Cininha) e o ator Marcos Palmeira (filho do cineasta Zelito Vianna, irmão de Chico).
A caçula Vitória de "Neide Taubaté" em cena no Domingão do Faustão
Vídeos:
Chico Anysio: garoto propaganda pioneiro das Havaianas
Chico Anysio (1969) - Show no Roquete Pinto
Chico City 1973 - Dom Pantaleão
Chico City (1972)
Chico City: Baiano & Os Novos Caetanos (1973)
Chico Anysio Show
Fontes: Netsaber, Depoimento concedido ao Memória Globo por Chico Anysio (02/08/2000) e You Tube