A ideia de fundar o Ceará Sporting Club veio no dia 2 de junho de 1914, pelos jovens Luís Esteves Júnior e Pedro Freire, durante um encontro à tarde no Café Art Noveau, que funcionava na Praça do Ferreira. Neste encontro, eles resolveram convidar mais alguns amigos para discutirem a ideia e se reunirem à noite, na residência de Luís Esteves - localizada na Rua Tristão Gonçalves, 6.
A empolgação tomou conta de todos e logo foi providenciada a ata de fundação do, até então, Rio Branco Foot-ball Club. Participaram do histórico encontro 24 pessoas que, por unanimidade, escolheram Gilberto Gurgel como presidente. Além dos três fundadores já citados, tomaram parte do evento: Newton Rola, Walter Barroso, Bolívar Purcel, Aluísio Mamede, Orlando Olsen, Raimundo Padilha, Ninito Justa, Meton de Alencar Pinto, Gotardo Moraes, Arthur de Albuquerque, Cincinato Costa, Carlos Calmon, Eurico Medeiros, José Elias e Rolando Emygdio.
Para ajudar na aquisição do primeiro material, composto de camisas lilases e calções brancos, o grupo juntou dois mil e duzentos réis. No ano de seu surgimento, o Rio Branco disputou um campeonato, que foi organizado pelos próprios clubes da época. Na partida final, realizada em 22 de outubro, o Rio Branco conquistou o título, vencendo o Rio Negro por 1x0, gol assinalado por Olsen. Naquele dia, os campeões formaram da seguinte maneira: Aldo, Garcia e Speedy; Célio, Carlito e Gotardo; Abreu, Pinto, Meton, Olsen e Ninito.
Exatamente um ano depois da sua fundação, uma assembléia geral se reúne com dois objetivos: escolher um novo nome para a equipe e eleger a nova diretoria. Por consenso, a agremiação passou a se chamar Ceará Sporting Club. Sua indumentária também mudou: calções brancos e camisas brancas com listas verticais pretas. No dia 10 de junho de 1915, o jornal Diário do Estado - do Partido Conservador Cearense - trazia na página dois, da edição de número 150, a novidade.
NOVA DIRETORIA - Eis a íntegra da notícia, mantendo-se a grafia utilizada na época:
“Hontem, às 19 horas, effectuou-se a posse da nova diretoria do Ceará Sporting Club (antigo Rio Branco), a qual havia sido eleita para reger os destinos desta futurosa sociedade na presente temporada sportiva. Depois da cerimônia de posse, foram distribuídas várias bandejas de bebidas finas entre as pessoas presentes, ouvindo-se então vários e amistosos brindes entre as comissões dos clubes que se fizeram representar. A nova directoria do Ceará ficou assim organizada: presidente: Nelson Gurgel do Amaral; vice, Meton Pinto; thesoureiro, Artur Braun; secretário, R.H. Justa; directores: Gothardo Moraes, Célio Moraes, R. S. Garcia, José Elias Romcy e Carlos de Alencar Pinto. A nova directoria continuou o dificílimo e espinhoso cargo de treiner (treinador) e capitain geral ao conhecido e competente footballer José Braga Abreu”.
O mesmo jornal já havia publicado, dez dias antes, sobre a reunião que seria responsável pelo nascimento da primeira entidade gestora do futebol cearense: “Reunir-se-à domingo, 30 do corrente, a primeira sessão preparatória para a instalação da Liga Metropolitana Cearense de Foot-Ball, a qual será presidida interinamente pelo distincto footballman Alcides Santos”. Até bem pouco tempo, dizia-se que a Liga jamais existira. No entanto, documentos históricos comprovam o contrário. Vale salientar que a entidade funcionou até 1920 sem jamais ganhar personalidade jurídica. Ela seria substituída pela Associação Desportiva Cearense (ADC) em 1920. A exemplo da sua antecessora, a ADC também não existia de direito, até 1936 quando, enfim, teve seus estatutos publicados, exatamente no dia 29 de janeiro daquele ano.
NA PRIMEIRA DÉCADA UM CAMPEONATO
Até hoje, a maior façanha do Ceará foi a conquista do pentacampeonato de 1915 a 1919, sob a égide da Liga Cearense Metropolitana de Futebol (LCMF), a primeira entidade gestora do desporto local. Ao lado do Stela, Rio Negro e Maranguape e sob a chancela da Liga Cearense Metropolitana de Futebol, o Ceará disputa o primeiro campeonato em solo cearense.
A final ocorreu em 07 de novembro de 1915. O Diário do Estado trouxe a seguinte manchete acerca da esperada decisão: "O Stela Foot-ball Clube o Ceará Sporting Club disputam amanhã o título de campeão do Ceará no campo do Bemfica".
ENCERRAMENTO – Leia um trecho da matéria: "Terá logar amanhã no campo do Bemfica, propriedade do Stella Foot-Ball Club o último match de foot-ball que encerrará a temporada do presente anno, no qual lidarão as poderosas equipes do Ceará Sporting Club e Stella Foot-Ball Club, devendo o jogo ser de uma animação sem igual, visto os dois contendores disputarem um custoso objecto de arte, que será offerecido pelo vencido ao vencedor".
"A Victória difficil será de disputar, pois ambos os teams se acham ultimamente constituídos, adiantando contudo que o Ceará Sporting tem uma magnífica linha de ataque que será bem dominada pela defeza do Stella F.C . Os teams estão assim formados: Stella: Gilberto; Oscar Cabral, Oscar Loureiro, Carlos Alberto, João Gentil (capitão), Clovis Hollanda; Riquet, Clodoveu, J. Bruno, Walter Barroso, Walter e Olsen. Ceará: Aldo; Meton, Garcia, Ninito, Silveira, Rola; Abreu, Pacatuba, Humberto (capitão), Gotardo e Guilherme".
ASSISTÊNCIA - Na edição de 09 de novembro de 1915, o Diário do Estado relatou a vitória do Alvinegro da seguinte forma: “Effectuou-se domingo último no field do bairro do Bemfica o anuciado jogo de foot-ball entre as poderosas equipes do Stella Foot ball Club e Ceará Sporting Club. A numerosa assistência que enchia as archibancadas do Stella teve incontestavelmente a magnífica oportunidade de assistir ao lindo jogo desses fortes elevens, cheio de phases e lances lindos”.
“Terminou esse interessante match com o resultado favorável ao Ceará, que conseguiu marcar mais um goal do que o seu adversário. O primeiro foi shutado por Humberto Ribeiro, capitão do Maranguape Foot-ball club, e o segundo, resultado de um oportuno passe do forward Guilherme Augusto, phayer do Rio Negro, foi marcado por Pacatuba, também do Maranguape. O único goal do Stella foi shoot de Pedro Riquet, um dos magníficos forwards do poderoso e sympathisado Stella. Actuou como referee o senhor Lucio Bauerfeldt, que foi imparcial nas suas deliberações”.
PERMISSÃO - Como se pode notar, na época o regulamento permitia que os times que fossem eliminados emprestassem seus jogadores aos classificados para as fases seguintes - fato que se prolongou até meados da década de 30. Em 1916, o Vozão novamente conquista o título. Desta feita, o Ceará vence o Maranguape, na final realizada no dia 06 de agosto de 1916, por 2x0, gols de Walter Barroso.
Os campeões formaram-se com: Gotardo e Meton; Padilha, Ninito e Silveira; Walter Barroso, Rola, Bolívar, Orlando e Mamede. Em 1917, no dia 8 de dezembro, o Vovô volta ao Prado, local dos certames anteriores, para enfrentar o Stella, na final do campeonato. Pelo placar mínimo, o Ceará derrota seu adversário e conquista o tricampeonato. A equipe jogou com Aldo: Garcia e Gotardo; Célio, Carlito e Braga; Walter Barroso, Meton, Olsen, Mamede e Braun.
Na emocionante partida, realizada no dia 17 de dezembro de 1918, o Vovô foi a campo com Aldo; Garcia e Gracho; Célio, Carlito e Ninito; Walter Barroso, Meton, Mamede, A. Braun e Enoch. Em 1919. Todas as demais equipes têm um único objetivo: quebrar a hegemonia do Mais Querido e evitar a conquista do pentacampeonato. E o Fortaleza quase consegue.
PENTA - A equipe fundada por Alcides Santos, ganha o 1º turno. Assim, na decisão do returno, precisaria apenas do empate para ser campeã. Ao Ceará, somente a vitória interessava, pois lhe daria o penta, haja vista que, no critério de desempate - que levavam em consideração os pontos conquistados em toda a competição - ele ficaria à frente do rival.
E o triunfo veio no dia 30 de novembro daquele ano, por 2x1, numa virada espetacular, ocorrida nos minutos finais do jogo. Humberto Ribeiro marcou para o Fortaleza, mas Walter Barroso fez os dois gols da histórica conquista. Os pentacampeões jogaram com: Aldo; Garcia e Gotardo; Célio, Moraes, Braga e Aloísio; Walter Barroso, Mamede, A. Braun, Enoch e Cearense.
Campo do Prado em tarde de jogo entre Ceará e Maguary, em 05 de junho de 1927
DOIS TETRAS MARCARAM A HISTÓRIA RECENTE
O Ceará voltaria a colocar a mão na taça no ano de 1922, quando se comemorava o centenário da Independência do Brasil. Além desse fato em si, a conquista foi importante, pois serviu para evitar que o seu rival conquistasse o tricampeonato. O Alvinegro importou diversos atletas do Pará. Dois deles se destacaram: Pau Amarelo e Vitório. Na partida final, acontecida em 18 de outubro, o Vovô goleou o Fortaleza por 4x1, dois gols de Pau Amarelo, um do Abreu e outro do Deca. Clodomir descontou para o rival. O time campeão formou com: Aldo; Gotardo e Meton; Saracura, Vitório e Cantuária; Walter Barroso, Abreu, Deca, Pau Amarelo e Braun.
Em 1939, o clube enfrenta o seu maior jejum sem títulos: seis anos. O campeonato desse ano só se encerraria no dia 11 de fevereiro de 1940, com a goleada de Porangabuçu sobre o Tramways, por 6x2, dois gols de cada: Aníbal, Farnum e Biinha (2). César e Zé Walter descontaram para o adversário.
O Ceará voltaria a colocar a mão na taça no ano de 1922, quando se comemorava o centenário da Independência do Brasil. Além desse fato em si, a conquista foi importante, pois serviu para evitar que o seu rival conquistasse o tricampeonato. O Alvinegro importou diversos atletas do Pará. Dois deles se destacaram: Pau Amarelo e Vitório. Na partida final, acontecida em 18 de outubro, o Vovô goleou o Fortaleza por 4x1, dois gols de Pau Amarelo, um do Abreu e outro do Deca. Clodomir descontou para o rival. O time campeão formou com: Aldo; Gotardo e Meton; Saracura, Vitório e Cantuária; Walter Barroso, Abreu, Deca, Pau Amarelo e Braun.
Em 1939, o clube enfrenta o seu maior jejum sem títulos: seis anos. O campeonato desse ano só se encerraria no dia 11 de fevereiro de 1940, com a goleada de Porangabuçu sobre o Tramways, por 6x2, dois gols de cada: Aníbal, Farnum e Biinha (2). César e Zé Walter descontaram para o adversário.
Ceará Sporting Club 1958 - Crédito da foto
Nos início dos anos 60 veio a conquista do tricampeonato. O esquadrão preto e branco tinha nomes inesquecíveis, que levaram o clube à vitória seguidamente em 1961/62/63: George, William, Alexandre, Benício, Mauro Calixto, Ivan Carioca, Gildo, Charuto, Carlito, Carneiro e Aloísio Linhares, dentre outros.
Depois deste tricampeonato viria um novo período sem ganhar títulos. Foram sete anos sem dar a volta olímpica no velho Estádio Presidente Vargas. A demora, todavia, seria compensada com a célebre final em 1971, ocorrida em três de agosto. Em campo novamente os dois maiores rivais do futebol local.
1968 c/ Nando - irmão de Zico (primeiro agachado da direita p/ a esquerda)
Depois deste tricampeonato viria um novo período sem ganhar títulos. Foram sete anos sem dar a volta olímpica no velho Estádio Presidente Vargas. A demora, todavia, seria compensada com a célebre final em 1971, ocorrida em três de agosto. Em campo novamente os dois maiores rivais do futebol local.
Ceará Sporting Club 1972 - Campeonato Brasileiro - Crédito da foto
O Fortaleza vencia a partida por 2x1, dois tentos de Mimi. Carlindo havia assinalado para o Vovô. A torcida do Fortaleza já fazia a festa quando, nos minutos finais, foi marcada uma falta na entrada da área. O atacante Vitor colocou com rara felicidade a bola no fundo da meta do Tricolor e acabou com o jejum. Inconformada, a torcida do Fortaleza derrubou o alambrado do PV e o árbitro Armando Camarinha sequer reiniciou a partida.
Acabava o sofrimento da galera alvinegra, que deixou o PV numa alegria repetida somente sete anos depois, quando, comandado por um histórico tricolor, o técnico Moésio Gomes, o Ceará comemoraria no Castelão o seu segundo tetracampeonato. As circunstâncias foram parecidas.
A Evolução dos Escudos
1914 - 1915
Primeiro escudo oficial do Ceará Sporting Club, ainda com o nome de Rio Branco Foot-Ball Club, usado por apenas um ano. Mudaria suas cores pela dificuldade de se obter uniformes com as cores do símbolo.
1915 - 1954
Continha sete listras alternadas em branco e preto, além de trazer as iniciais CSC: Ceará Sporting Club. Foi envergado na camisa Alvinegra nas conquistas do pentacampeonato (1915-1919), no título do Centenário da Independência do Brasil em 1922 e em outros títulos importantes.
1955 - 1969
Era inspirado no escudo do Santos Futebol Clube (SP) e continha uma bola na parte superior, o nome "CEARÁ", além de nove listras alternadas em branco e preto. Foi um dos escudos que mais trouxe glórias ao Alvinegro cearense, como o tricampeonato (1961-1963) e a conquista do Norte/Nordeste em 1969.
Este escudo foi utilizado em alguns jogos no ano de 1969. Além deste, neste mesmo ano o Ceará também utilizou camisas com um outro escudo escrito "CEARÁ" na diagonal e fundo branco. Até o final da década de 60, o Ceará, assim como alguns outros clubes, também chegou a jogar sem nenhum escudo na camisa alvinegra.
1970 - 2003
Trazia em destaque o nome do clube, "CEARÁ", além de nove listras alternadas em preto e branco. Com este escudo o Vozão venceu os dois tetracampeonatos que ostenta (1975-1978; 1996-1999), além de conquistar a melhor colocação de um time cearense em campeonatos nacionais: 7ª colocação em 1985. Conquistou também o vice-campeonato da Copa do Brasil em 1994, participando da Taça da Confederação Sul Americana de Futebol (Conmebol) em 1995.
2003 - hoje
Atual símbolo do clube, reestilizado pelo publicitário Orlando Mota (Mota Comunicação), o novo escudo Alvinegro modernizou-se, ganhando a data da fundação do clube "1914", além das cinco estrelas na parte superior do escudo representando o pentacampeonato estadual (1915-1919). Traz o preto como tom principal, mas não deixa de lado o branco, simbolizado pelas listras. Fez tanto sucesso que foi "adotado" pela torcida antes mesmo de tornar-se oficial.
Mascote
Para muitos o apelido Vovô é devido ao fato do Ceará Sporting Club ser o mais velho clube do estado.
Um depoimento de Aníbal Câmara Bonfim, um dos fundadores do América Futebol Club, conta a real história. Segundo o dirigente americano, os meninos alvi-rubros costumavam treinar no campo do Ceará. Nesta época, o presidente do Ceará, Meton de Alencar Pinto, de forma alegre, começou a tratá-los de “meus netinhos”. Ao encontrar com os garotos do América no campo alvinegro, Meton saía sempre com a mesma brincadeira: “Vamos, meus netinhos, vamos aprender bem para açoitar o Fortaleza. Mas respeitem o Vovô aqui”.
Acabava o sofrimento da galera alvinegra, que deixou o PV numa alegria repetida somente sete anos depois, quando, comandado por um histórico tricolor, o técnico Moésio Gomes, o Ceará comemoraria no Castelão o seu segundo tetracampeonato. As circunstâncias foram parecidas.
Time do Ceará em 1972 ou 1973 - Em pé: Mauro Calixto, Mauro Cruz, Pedrinho, Nagel, Joãozinho e Carlindo; Agachados: Lima,Erandir, Victor, Edmar e Da Costa. Crédito da foto
Depois do tri, em 1975/76/77, o Vozão parte para o tetra. As coisas, contudo, não acontecem como os alvinegros imaginavam. O time perdeu o turno inicial para o Fortaleza. O presidente Eulino Oliveira tomou uma decisão inusitada e muito questionada: convidou para dirigir tecnicamente o Vovô, no segundo turno, Moésio Gomes, o Paim, um dos mais importantes nomes da história leonina. A jogada de mestre surtiu efeito.
Moésio foi o grande articulador da vitória. Montou um esquema impecável, reeditando o seu consagrado quadrado de ouro, formado pelo trio do meio de campo e mais o atleta Tiquinho. A vitória consagradora surgiu no dia 28 de dezembro, diante de 47.340 pagantes.
Foi Tiquinho quem, aos 45 minutos do segundo tempo, fez o gol solitário do jogo, que foi imortalizado pela narração de Gomes Farias. Sem dúvida, é o gol mais reproduzido em toda a história do futebol cearense e quiçá brasileiro. Naquele dia, Moésio mandou a campo: Sérgio Gomes; Júlio, Artur, Darci e Dodô; Edmar, Erasmo e Amilton Melo; Jangada, Ivanir e Tiquinho.
TERCEIRO TETRA - O Ceará voltaria a repetir o mesmo feito 21 anos depois. No período de 1996 a 1999, um novo tetra é registrado na sua história. Desta feita, sem o dramatismo do anterior. Basta lembrar que, na final acontecida no dia 21 de julho de 1999, o adversário foi o novato e já extinto Juazeiro Empreendimentos. O placar de 0x0 garantiu a conquista.
ZEZINHO - Em 2004, ao impedir o tricampeonato do Fortaleza dentro de campo, o Alvinegro voltou a dar alegria a sua galera. Certos do título, os dirigentes do Leão chegaram a convocar a torcida para uma carreata no dia seguinte. Eis que, na partida final do returno, realizada no último dia 17 de abril, aos 44 minutos do segundo tempo, o atacante Zezinho faz um gol de placa no Castelão, e o time, idealizado por Pedro Freire e Luís Esteves, ganha o returno. Na sequência, numa manobra considerada a mais imoral do futebol cearense, o Fortaleza, que se negou a disputar as finais marcadas pela Federação, conseguiu no tapetão o título daquele ano. O documento no qual o Fortaleza se negara a ir para as disputas foi roubado de dentro da Federação Cearense de Futebol (FCF) e até hoje o assunto não foi esclarecido.
Em 2006, não houve tapetão que desse jeito. O rival se preparava para conquistar o seu primeiro tetracampeonato - contando com o vergonhoso título do tapetão, no ano anterior. Só que, nos jogos finais, foi atropelado pelo Alvinegro. Com duas vitórias por 1x0, o Vozão acabou com o sonho do adversário e mostrou que "tetra é luxo" e uma prerrogativa do time detentor da maior torcida do Estado.
Moésio foi o grande articulador da vitória. Montou um esquema impecável, reeditando o seu consagrado quadrado de ouro, formado pelo trio do meio de campo e mais o atleta Tiquinho. A vitória consagradora surgiu no dia 28 de dezembro, diante de 47.340 pagantes.
Ceará Sporting Club 1981 - Crédito da foto
Foi Tiquinho quem, aos 45 minutos do segundo tempo, fez o gol solitário do jogo, que foi imortalizado pela narração de Gomes Farias. Sem dúvida, é o gol mais reproduzido em toda a história do futebol cearense e quiçá brasileiro. Naquele dia, Moésio mandou a campo: Sérgio Gomes; Júlio, Artur, Darci e Dodô; Edmar, Erasmo e Amilton Melo; Jangada, Ivanir e Tiquinho.
TERCEIRO TETRA - O Ceará voltaria a repetir o mesmo feito 21 anos depois. No período de 1996 a 1999, um novo tetra é registrado na sua história. Desta feita, sem o dramatismo do anterior. Basta lembrar que, na final acontecida no dia 21 de julho de 1999, o adversário foi o novato e já extinto Juazeiro Empreendimentos. O placar de 0x0 garantiu a conquista.
ZEZINHO - Em 2004, ao impedir o tricampeonato do Fortaleza dentro de campo, o Alvinegro voltou a dar alegria a sua galera. Certos do título, os dirigentes do Leão chegaram a convocar a torcida para uma carreata no dia seguinte. Eis que, na partida final do returno, realizada no último dia 17 de abril, aos 44 minutos do segundo tempo, o atacante Zezinho faz um gol de placa no Castelão, e o time, idealizado por Pedro Freire e Luís Esteves, ganha o returno. Na sequência, numa manobra considerada a mais imoral do futebol cearense, o Fortaleza, que se negou a disputar as finais marcadas pela Federação, conseguiu no tapetão o título daquele ano. O documento no qual o Fortaleza se negara a ir para as disputas foi roubado de dentro da Federação Cearense de Futebol (FCF) e até hoje o assunto não foi esclarecido.
Em 2006, não houve tapetão que desse jeito. O rival se preparava para conquistar o seu primeiro tetracampeonato - contando com o vergonhoso título do tapetão, no ano anterior. Só que, nos jogos finais, foi atropelado pelo Alvinegro. Com duas vitórias por 1x0, o Vozão acabou com o sonho do adversário e mostrou que "tetra é luxo" e uma prerrogativa do time detentor da maior torcida do Estado.
A Evolução dos Escudos
1914 - 1915
Primeiro escudo oficial do Ceará Sporting Club, ainda com o nome de Rio Branco Foot-Ball Club, usado por apenas um ano. Mudaria suas cores pela dificuldade de se obter uniformes com as cores do símbolo.
1915 - 1954
Continha sete listras alternadas em branco e preto, além de trazer as iniciais CSC: Ceará Sporting Club. Foi envergado na camisa Alvinegra nas conquistas do pentacampeonato (1915-1919), no título do Centenário da Independência do Brasil em 1922 e em outros títulos importantes.
1955 - 1969
Era inspirado no escudo do Santos Futebol Clube (SP) e continha uma bola na parte superior, o nome "CEARÁ", além de nove listras alternadas em branco e preto. Foi um dos escudos que mais trouxe glórias ao Alvinegro cearense, como o tricampeonato (1961-1963) e a conquista do Norte/Nordeste em 1969.
1969
1970 - 2003
Trazia em destaque o nome do clube, "CEARÁ", além de nove listras alternadas em preto e branco. Com este escudo o Vozão venceu os dois tetracampeonatos que ostenta (1975-1978; 1996-1999), além de conquistar a melhor colocação de um time cearense em campeonatos nacionais: 7ª colocação em 1985. Conquistou também o vice-campeonato da Copa do Brasil em 1994, participando da Taça da Confederação Sul Americana de Futebol (Conmebol) em 1995.
2003 - hoje
Atual símbolo do clube, reestilizado pelo publicitário Orlando Mota (Mota Comunicação), o novo escudo Alvinegro modernizou-se, ganhando a data da fundação do clube "1914", além das cinco estrelas na parte superior do escudo representando o pentacampeonato estadual (1915-1919). Traz o preto como tom principal, mas não deixa de lado o branco, simbolizado pelas listras. Fez tanto sucesso que foi "adotado" pela torcida antes mesmo de tornar-se oficial.
Mascote
Para muitos o apelido Vovô é devido ao fato do Ceará Sporting Club ser o mais velho clube do estado.
Um depoimento de Aníbal Câmara Bonfim, um dos fundadores do América Futebol Club, conta a real história. Segundo o dirigente americano, os meninos alvi-rubros costumavam treinar no campo do Ceará. Nesta época, o presidente do Ceará, Meton de Alencar Pinto, de forma alegre, começou a tratá-los de “meus netinhos”. Ao encontrar com os garotos do América no campo alvinegro, Meton saía sempre com a mesma brincadeira: “Vamos, meus netinhos, vamos aprender bem para açoitar o Fortaleza. Mas respeitem o Vovô aqui”.
Dessa forma, o apelido ficou eternizado e quando alguém fala no Vovô, não há nesse país quem goste de futebol, que não associe ao Ceará Sporting Club, embora o Vovô também seja usado como mascote pelo Coritiba. Essa figura simpática que é o Vovô foi desenhado ao longo dos anos de várias formas. O colaborador Marcos Medina solicitou e o diretor de arte alvinegro José Lívio desenhou um Vovô feliz, representando a alegria de ser ALVINEGRO.
Crédito: Site Oficial
Gostei muito da matéria, parabéns! Porém não consegui visualizar algumas fotos..
ResponderExcluirObrigada! ;)
ExcluirVou corrigir!
Adorei a matéria, muito bem explicada
ResponderExcluirAi que bom! :D
ExcluirGostei demais da matéria
ResponderExcluir