CARNAVAL COM ASTRA
(Marcha)
Letra e música de Francisco José Abreu
Vamos minha gente simbora
Carnaval chegou já está na hora
Vamos minha gente simbora
Carnaval com Astra é o melhor
Está na hora
Cerveja Astra é a melhor do Ceará
Em qualquer lugar você pode encontrar
Cerveja Astra geladinha o que, que há
Não há outra melhor no Ceará
Cerveja Astra chegou e abafou
Vamos beber e pular até o sol raiar
Cerveja Astra geladinha eu vou tomar
É a cerveja melhor do ceará
Mas quem foi que chegou
E abafou, foi a Astra, foi a Astra, sim senhor (Bis)
Foi em 1965 a solenidade da pedra fundamental do prédio, localizado no bairro do Papicu,
um dos bairros mais tradicionais de Fortaleza, contendo por exemplo o Hospital Geral de Fortaleza, peça importante da saúde pública cearense; o Terminal do Papicu, o mais movimentado terminal de ônibus da cidade, com um fluxo de 303.129 pessoas transportadas por dia; e também a Lagoa do Papicu.
O prédio foi construído pelo engenheiro cearense, Luiz Gonzaga de Carmo Paula¹, formado pela Universidade Mackenzie, de São Paulo.
Em 1970, houve a inauguração e lançamento da cerveja Astra, com festa no Clube Náutico Atlético Cearense.
A cerveja Astra foi criada pela firma J. Macêdo & Cia, em Fortaleza, produzindo então uma cerveja de marca própria. Astra, cerveja do Ceará!
“Eu fiquei em casa para ver a implosão da antiga cervejaria Astra (Brahma), muito ligada ao meu passado, pois participei de seu nascimento, paixão e – agora – morte, como associada de J.Macedo. Fiz a solenidade de pedra fundamental (1965), inaugurei e lancei o produto (1970) e agora estou assistindo ao desmonte (2010).”
Muitos colégios faziam passeios até a fábrica da Brahma, lá os alunos tomavam guaraná Brahma (a inconfundível garrafa marrom com “gominhos”), ganhavam lápis, régua e uma revistinha.
Dez segundos foi o tempo que o prédio da Brahma levou pra vir abaixo, no domingo, 16 de Maio. O estrondo foi sentido distante dali, na Beira Mar, por quem, na infância, adorava as réguas e lápis distribuídos nos passeios pela empresa e se enchia de refrigerante.
Em dez segundos, o prédio onde Paulo havia trabalhado no início dos anos 70 veio abaixo. Como divulgado pelo jornal O POVO, de pé, restou apenas a caixa d'água. Paulo recorda: passou ali bons anos da vida, como assessor de imprensa da Brahma e, antes, da empresa que fabricava a cerveja Astra, uma legítima criação cearense. A construção, que ficava no bairro Papicu, era não somente um amontoado de tijolos, mas um repositório de histórias.
Há quem se lembre até dos almoços na empresa, das festas, da pompa que gozava uma fábrica de cerveja. O jornalista Paulo Limaverde, 70 anos, por exemplo, resgata um dos pontos que o fazem recordar aquele tempo. "Acho que a Brahma era a única fábrica onde, na hora almoço, o funcionário podia tomar até dois copos de chope."
Paulo também relata um caso curioso. Antes de se instalar na cidade, para desbancar a concorrente local, a marca de cerveja teria feito uma presepada. "Eles compraram caixas de Astra, congelaram, depois levaram pra praia, deixaram no sol e, em seguida, distribuíram." O resultado foi calamitoso. "Deu dor de barriga em todo mundo. É, foi assim. O pessoal conta, ninguém prova nada, mas tenho certeza que eles fizeram isso."
Para as irmãs Dedê e Aldiane Oliveira, a memória despertada pela lembrança da fábrica tem menos a ver com cerveja do que com refrigerante. Quando crianças, elas faziam, junto com os alunos da Escola Dorotéias, passeios periódicos à empresa. A designer Dedê, 32 anos, fala que, além de ganhar brindes, "enchia o bucho" de Sukita. "Bebia porque não gostava de Coca. Eu tinha uns oito anos. Era na quinta série. A gente assistia ao filme da história do guaraná. Como é que fazia tudo, tinha palhacinho". Aldiane, 35, não se interessava tanto pelo refrigerante, mas pela produção em si da beberagem. "Gostava mais do processo produtivo. Como era feito o refrigerante, a garrafinha."
No dia da implosão do prédio da Brahma, Dedê estava em casa. Era domingo. O chão vibrou, ouviu-se um estampido. Havia fogos no Aterrinho da Praia de Iracema, ali perto, mas a menina da Sukita sabia que era fábrica despencando e deixando pra trás apenas um rastro de memória.
"Bons tempos que sinto, ao relembrar a fábrica que visitei varias vezes quando era criança, pela escola. Ganhava régua e lápis do guaraná Brahma, e refrigerante até dizer chega. só de memórias em fotos e pensamentos."
Paulo Duarte
Para implodir o prédio, foram necessários 250 kg de dinamite. A implosão durou 10 segundos. A população pode assistir, de longe, à implosão, cujo impacto pode ser sentido bem longe dali. E aquele cheiro de gás forte, lavando as garrafas.
Queda começa e o prédio central tomba e cai, chamando a atenção dos presentes. Ao fundo, os prédios altos e o mar são referência para a boa localização do terreno no Papicu - Foto de Tuno Vieira
Para o jornalista Paulo Limaverde, 70, o momento foi importante. "Foi uma emoção incrível. Porque aquilo acolá tinha uma parte grande da história. Tinha concurso, jantares, muita gente ia almoçar conosco. Tinha muita coisa interessante naquela fábrica."
Outro ângulo: o prédio mais alto foi o último a ir ao chão. A estrutura da caixa d´água não ruiu causando frustração aos presentes.
Histórico na Capital
A implosão mais antiga em Fortaleza foi em 1994, na Beira-Mar com o edifício Jalcy, de nove andares. Em agosto de 2000, foi abaixo o antigo prédio do Fórum Clóvis Beviláqua, no Centro da cidade. A última implosão na Capital aconteceu no dia 17 de fevereiro de 2002; um prédio inacabado na avenida Abolição com a rua Joaquim Nabuco. A estrutura tinha 15 metros de altura.
Uma curiosidade:
Foi Tarcísio Tavares o criador e executor do lançamento da Cerveja Astra no mercado.
Paulo Limaverde
¹ O Dr. Luiz Gonzaga era engenheiro civil, formado pela Universidade Mackenzie de São Paulo, com brilhante currículo. Filho de João da Light, figura ímpar da História de Fortaleza.
Ele sempre trabalhou para o Grupo J. Macêdo, onde teve oportunidade de dirigir e construir diversas obras, destacando-se a Cervejaria Astra, depois Brahma. Dele também, a sede, do O POVO, na Avenida Aguanambi.
Esse engenheiro era parente da família Dummar (primo de Demócrito). Mais tarde, resolveu nos deixar e ir morar nas terras da esposa, D. Nilce Scortecci, em São Paulo, onde veio a falecer.
Créditos: blog do Eliomar,
Jornal o Povo,
Site Autentica vida,
Site Cervejas do Mundo e
Mourão Cavalcante
Fortaleza destemida, dá pra rir e pra chorar....hoje acuada, na base do não vai lá, se for pode não voltar.... na verdade a fortaleza bela acabou, faz tempo, mesmo antes da prefeita nascer. Para mim não presta mais. Bye, bye, Fortaleza de Paula Ney "....ao longe em brancas praias embaladas, pelas ondas azuis dos verdes mares...."
ResponderExcluirEstou contigo...bye, bye tudo
ExcluirA Astra era orgulho de Papai (Luiz Gonzaga Carmo Paula). Sua determinação e carinho com a sua construção marcou nossas vidas nos anos 70. Na sua inauguração encheu uma banheira com Cerveja Astra e banhou-se demoradamente. Mamãe Nilce optou em tomar um tremendo pileque. Mesmo distante morando em São Paulo desde 1972 fiquei sabendo da "implosão". A vida roda. Ficou a feliz lembrança.
ResponderExcluirJoão Scortecci
eu tive a honra de trabalhar lá, onde conheci pessoas incriveis que guardo no meu coração até hoje. nos bastidores quem quiser saber falem comigo rsrsrsrsrs
ResponderExcluirPreciso fala com VC nariz
ExcluirCheguei a conhecer
ExcluirNARAIZ, PRECISO DE SUA AJUDA PARA SABER SOBRE UM FUNCIONARIO QUE TRABALHAVA NA NESTA FABRICA, CHAMADO OLAVIO, ERA TORCEDOR DO FLAMENGO, SOU FILHO DELE, ELE MORREU QUANDO TINHA 6 ANOS DE IDADE, E DESDE ENTAO NUNCA MAIS SOUBE NOTICIAS DELE, QUERIA SABER SE VC PODERIA ME AJUDAR, MINHA MAE SE CHAMA LUCIA.
Excluircomo faço para falar com voce Nariz
ExcluirTrabalhei lá de 73 à 80, tempos bons, iterrompidos por um tesoureiro chamado Hatoldo, mas que Deus o tenha. Abs.
ExcluirOlá Nariz! Gostaria de entrar em contato com você de alguma forma, meu pai trabalhou nessa fábrica nos anos 90, Raimundo Nonato, ou o Paiva, seria uma honra conversar com alguém que tenha convivido com ele durante esse período.
ExcluirGostaria de saber se existiu uma fábrica da cerveja Astra no bairro do Quintino Cunha em Fortaleza. Se existiu gostaria de saber do endereço. Por favor alguém me ajude...preciso encontrar uns familiares que moravam em frente a essa fábrica no Quintino Cunha a muitos anos.
ResponderExcluirAna, bom dia!
ExcluirA Fábrica da Astra ficava na Rua Lauro Nogueira, 1355, bairro Papicu.
No Quintino Cunha, há bastante fabricas de confecções têxtil.
Minha tia teve um relacionamento com um rapaz chamado Marcos que morava em frente a esta fábrica no Quintino Cunha. Preciso saber notícias dele e pra isso preciso saber onde ficava essa fábrica. O bairro eu conheço mas ñ sei em q rua ficava. Se alguém souber me ajude!
ResponderExcluirQueria ver a foto do rótulo da cerveja astra...a Lourinha gostosa
ResponderExcluirEu gostaria de saber se a fábrica da Astra produziu Brahma Chopp e Brahma Extra em latas de flandres nos anos 70/80. Sou colecionador e estou atrás dessas latas. Se alguém souber ou tiver alguma disponível, peço que escreva para andrebcm@hotmail.com
ResponderExcluirPor fotos da época, parece que a Astra fabricou Brahma Chopp e Brahma Extra em lata nos anos 70/80. Coleciono e busco exemplares dessas latas. Se alguém puder ajudar, favor me contactar: andrebcm@hotmail.com. Grato.
ResponderExcluirDurante 10 anos meu saudoso pai fez parte do quadro de colaboradores da fábrica Astra S/A (BRAHMA).
ResponderExcluirFOMOS muito felizes nesse tempo, principalmente nas festas de fim de ano que tinha lá.
O parque, muita comida e os brinquedos que ganhávamos... muitas saudades desse tempo !
Que trabalho maravilhoso o deste blog! Cadê a turma do Palácio da Luz pra reconhecê-lo? Gostaria de informações sobre o problema da contaminação da água da cervejaria nos anos 1990. Até hoje bebo Brahma com receio de sentir aquele gosto de novo. rss
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