A convite de uns cearenses hospedados na sua pousada na Praia do Forte, a família Trindade, em 1985, veio conhecer o Ceará. Foi na região de Amontada e Itapipoca, que a família encontrou o seu “lugar ideal para viver”. A partir do seu espírito solidário, passaram a ajudar as comunidades locais na reivindicação de melhores condições de vida.
Em 1986, Júlio e seu filho Rodolphe criaram o Pirata Bar, empreendimento cultural e turístico que incorpora o conceito de responsabilidade social e o respeito às tradições locais e à identidade cultural de seus colaboradores. Hoje, o Pirata emprega cerca de 150 pessoas.
Em 1991, já com reconhecida experiência na área de responsabilidade social, a família Trindade criou a Fundação Pirata Marinheiros, que desenvolve suas atividades nas áreas de Educação para a cidadania, Preservação e educação ambiental e Desenvolvimento comunitário nos municípios de Amontada, Itapipoca e Fortaleza.
Em 1991, já com reconhecida experiência na área de responsabilidade social, a família Trindade criou a Fundação Pirata Marinheiros, que desenvolve suas atividades nas áreas de Educação para a cidadania, Preservação e educação ambiental e Desenvolvimento comunitário nos municípios de Amontada, Itapipoca e Fortaleza.
Em 1993, um terreno de 50 hectares em Amontada, de propriedade da família de Júlio, se tornou a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN de bioma litorâneo do Ceará. Em 1996, esse patrimônio ambiental foi ampliado em mais 464 hectares, com outra RPPN, no município de Itapipoca. Como são áreas vizinhas, o Estado conta hoje com um total de 514 hectares de litoral protegidos integralmente, sem que órgãos governamentais precisem arcar com os custos dessa preservação.
Júlio Trindade era membro fundador do Fórum Permanente em Defesa da Praia de Iracema e da Associação Asa Branca de proprietários de RPPN’s. Era membro representante do Trade Turístico do Comitê de Enfrentamento À Violência Infanto-juvenil, do qual participam várias secretarias do Governo do Estado, e do Conselho de Turismo da Costa do Sol, entidade que reúne instituições representativas do terceiro setor do Ceará.
Criou e executou o Projeto Piratinhas do Forró, que durante dois anos capacitou jovens em situação de risco para atuarem como músicos, e o Projeto Pirata Forró Solidário, que, em parceria com a Capacitação Solidária, durante seis meses capacitou 30 jovens músicos. (O Projeto Pirata Forró Solidário foi convidado a se apresentar no evento do BIRD em 2002). Criou o Projeto Esta Praia Tem Futuro, projeto de revitalização da Praia do Futuro.
Júlio foi parceiro e incentivador da Federação de Quadrilhas do Ceará e parceiro da Secretaria do Meio Ambiente (SEMACE) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) na realização de diversos eventos. Desde 1997, era agraciado pela Fundação Abrinq com o título de Empresário Amigo da Criança. Em 1999, Júlio Trindade recebeu o título de Cidadão de Fortaleza, da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
No Teatro José de Alencar recebendo o trofeu “Responsabilidade Cultural 2009″, na categoria “Empresarial Privada” - Julio Trindade, seu filho Rodolphe Trindade e pelo também “pirata” Ricardo Goellner – que vemos na foto, no ato do recebimento da honraria que prestigia a Comunidade Luso-Brasileira.
Júlio Trindade recebeu o título "Cidadão de Fortaleza". Iniciativa do vereador Francisco Caminha e reconhecimento da Cidade aos benefícios que prestou à cultura e à sociedade.
Júlio em retrato escolar
O menino Júlio
Na época de goleiro
Pastoreando cabras
Com a esposa Yane Trindade
Com o filho único Rodolphe
No Vaticano
As aventuras de Júlio em Brest
Com os netos: Louis e Pedro
Paris foi meu primeiro destino e me ensinou muitas coisas. Aprendi a falar francês fluente com sotaque parisiense e nenhum francês percebe que sou de fora. Conheci Yane em 1966 e então casamos, hoje somamos 45 anos de convivência. Em 68 tivemos o Rodolphe, nosso único filho. Fizemos muitas viagens pelo mundo, mas sempre retornávamos para a França, aquele país foi nossa casa durante 15 anos.
Viagens e Aventuras
Viagens e Aventuras
Na minha concepção, passar a vida num lugar só porque nasceu ali é muito comodismo. Sempre procurei o lugar ideal para viver e este seria o que eu mais me identificasse. Em busca de qualidade de vida, passei um período de 5 anos em Nice, no Sul da França, como agricultor.
Minha família foi a primeira a exercer uma postura ecológica na região que vivíamos. De forma auto-sustentável, experimentamos comer só o que plantávamos, sem qualquer agrotóxico. Criávamos cabras e nosso sustento vinha da venda de queijos da produção de leite. Por duas vezes o nosso queijo foi eleito o melhor da região em feiras agrícolas.
Nas viagens seguintes, conheci os Estados Unidos começando de San Diego até Seattle. Também subi para a British Columbia, no Canadá, que gostei mais pelo sistema político, por ser uma sociedade muito tranquila e democrática. Morei um tempo em Saint Martin, no Caribe. Para quem quer desbravar o mundo, é importante estar atento ao que está acontecendo no destino desejado. Eu procurava informações dos lugares que pretendia visitar, lia jornais e me atualizava a respeito dos países na minha rota e era infalível, isso facilitava minhas estadias.
Nas viagens seguintes, conheci os Estados Unidos começando de San Diego até Seattle. Também subi para a British Columbia, no Canadá, que gostei mais pelo sistema político, por ser uma sociedade muito tranquila e democrática. Morei um tempo em Saint Martin, no Caribe. Para quem quer desbravar o mundo, é importante estar atento ao que está acontecendo no destino desejado. Eu procurava informações dos lugares que pretendia visitar, lia jornais e me atualizava a respeito dos países na minha rota e era infalível, isso facilitava minhas estadias.
Trabalho
Por onde passei, exerci diversas funções e muitas delas pela primeira vez. Lavei pratos, faxinei banheiros, descarreguei caixas de frutas e legumes no antigo Mercado Les Halles em Paris, fui recepcionista noturno de hotel, garçom e maitre no Chez Antoine, um restaurante finíssimo de San Martin, no Caribe. Lá, servi grandes personalidades como o ex-presidente Richard Nixon e Jaqueline Kennedy Onassis, eu tinha um ótimo salário e recebia generosas gorjetas. Além disso, tive uma banca de jornal, e prestei serviço de analista de sistema para as Forças Armadas Francesas na década de 70. Ainda pesquei Salmão no Canadá, dirigi o Banzo Bar, o restaurante do Hotel Pelourinho e a Pousada da Praia do Forte na Bahia. No Ceará tentei pescar lagosta sem sucesso, até abrir o Pirata, minha caminhada foi longa e cheia de imprevistos.
Por onde passei, exerci diversas funções e muitas delas pela primeira vez. Lavei pratos, faxinei banheiros, descarreguei caixas de frutas e legumes no antigo Mercado Les Halles em Paris, fui recepcionista noturno de hotel, garçom e maitre no Chez Antoine, um restaurante finíssimo de San Martin, no Caribe. Lá, servi grandes personalidades como o ex-presidente Richard Nixon e Jaqueline Kennedy Onassis, eu tinha um ótimo salário e recebia generosas gorjetas. Além disso, tive uma banca de jornal, e prestei serviço de analista de sistema para as Forças Armadas Francesas na década de 70. Ainda pesquei Salmão no Canadá, dirigi o Banzo Bar, o restaurante do Hotel Pelourinho e a Pousada da Praia do Forte na Bahia. No Ceará tentei pescar lagosta sem sucesso, até abrir o Pirata, minha caminhada foi longa e cheia de imprevistos.
O Brasil começou na Bahia
Entrei no Brasil em 1981, através da região Norte. Trindade não é só o nosso nome, eu, Yane e Rodolphe estamos juntos o tempo todo. Pegamos um ônibus semi-leito em Belém do Pará e descemos até Salvador, onde um dia após nossa chegada iniciei meu primeiro negócio, o Banzo Bar, no Pelourinho. Mais tarde também arrendei o restaurante do Hotel Pelourinho e abri uma pousada na Praia do Forte. Na Bahia fiz muitos contatos e vivi um momento privilegiado social e empresarialmente falando. Lembro da primeira vez em 1982 que o Olodum saiu no carnaval de Salvador. O grupo estava sem dinheiro para abastecer seu trio elétrico e eu fiquei sabendo. Decidi que o Olodum não podia ficar de fora da Avenida, e forneci todo o diesel necessário para o circuito.
Entrei no Brasil em 1981, através da região Norte. Trindade não é só o nosso nome, eu, Yane e Rodolphe estamos juntos o tempo todo. Pegamos um ônibus semi-leito em Belém do Pará e descemos até Salvador, onde um dia após nossa chegada iniciei meu primeiro negócio, o Banzo Bar, no Pelourinho. Mais tarde também arrendei o restaurante do Hotel Pelourinho e abri uma pousada na Praia do Forte. Na Bahia fiz muitos contatos e vivi um momento privilegiado social e empresarialmente falando. Lembro da primeira vez em 1982 que o Olodum saiu no carnaval de Salvador. O grupo estava sem dinheiro para abastecer seu trio elétrico e eu fiquei sabendo. Decidi que o Olodum não podia ficar de fora da Avenida, e forneci todo o diesel necessário para o circuito.
O Projeto Tamar é outro trabalho que tive a oportunidade de participar no início, me orgulho de ter criado o primeiro logotipo da marca que é muito conhecida hoje em dia. Quando abri a Pousada da Praia do Forte, a região era muito primitiva, nesses tempos não existia ponte sobre o Rio Pojuca e a travessia para a praia era feita de balsa. A energia tinha acabado de chegar no local. Nenhum trabalhador tinha carteira profissional assinada, eu fui o primeiro empregador a assiná-las e praticar a legislação trabalhista. Por dois anos seguidos (83, 84), a nossa pousada foi eleita pela Revista Playboy como o melhor empreendimento do Brasil.
Um lar no Ceará
Morávamos na Bahia quando um amigo cearense convidou-nos a conhecer a Praia da Baleia. Em menos de seis meses após a visita nos mudamos para cá. A Família Trindade escolheu o Ceará, pois se apaixonou por ele. Vendemos todos os nossos negócios na Bahia e começamos do zero aqui. Em 85, comprei um barco lagosteiro de primeira linha e tinha uma equipe de oito homens para executar a pesca profissional. Nos anos anteriores, os pescadores voltavam com até 1 tonelada de calda. Mas no ano em que comecei a pescar, a lagosta sumiu do mar do Ceará, tudo conspirou para o fracasso, choveu muito, o clima mudou e anteriormente, houve muita pesca predatória.
Morávamos na Bahia quando um amigo cearense convidou-nos a conhecer a Praia da Baleia. Em menos de seis meses após a visita nos mudamos para cá. A Família Trindade escolheu o Ceará, pois se apaixonou por ele. Vendemos todos os nossos negócios na Bahia e começamos do zero aqui. Em 85, comprei um barco lagosteiro de primeira linha e tinha uma equipe de oito homens para executar a pesca profissional. Nos anos anteriores, os pescadores voltavam com até 1 tonelada de calda. Mas no ano em que comecei a pescar, a lagosta sumiu do mar do Ceará, tudo conspirou para o fracasso, choveu muito, o clima mudou e anteriormente, houve muita pesca predatória.
Meses depois eu descobri que tinha iniciado um mau negócio, após investir grande parte do dinheiro. Mais tarde, investiguei a história do barco com proprietários anteriores que fizeram tudo certo e também quebraram, ouvi relatos de mortes no mar e em terra, durante consertos da embarcação. Eu o vendi para outro pescador profissional de lagosta que veio a quebrar. Hoje sei que o barco era amaldiçoado.
Queríamos muito viver num lugar tranquilo, em paz com a natureza, mas com o projeto lagosteiro arruinado, decidimos nos mudar para Fortaleza, que em 85 ainda era uma cidade provinciana. Enfrentei muito nariz torcido por causa do meu bigodão, cabelos compridos e as roupas coloridas. No comércio, as pessoas verificavam meu cheque várias vezes antes de recebê-lo. A Fortaleza de hoje é outra cidade, não para de crescer, tem muitos executivos formados, empreendedores e gente que entende de negócios.
O Pirata: dificuldades até o sucesso
Como empreendedor, o Pirata representa meu último suspiro. Não era novidade na minha vida abrir um negócio em que só eu acreditava. Para abrir o Pirata, vendi os últimos bens de valor fazendo fundo de caixa: uma coleção de whikys famosos, um excelente aparelho de som que quase ninguém tinha na época e até meu carro. Inaugurei o Bar às pressas sem estar pronto para isso, porque precisava levantar dinheiro e depositar alguma coisa na conta do banco evitando que ela fosse encerrada por falta de fundos.
Como empreendedor, o Pirata representa meu último suspiro. Não era novidade na minha vida abrir um negócio em que só eu acreditava. Para abrir o Pirata, vendi os últimos bens de valor fazendo fundo de caixa: uma coleção de whikys famosos, um excelente aparelho de som que quase ninguém tinha na época e até meu carro. Inaugurei o Bar às pressas sem estar pronto para isso, porque precisava levantar dinheiro e depositar alguma coisa na conta do banco evitando que ela fosse encerrada por falta de fundos.
O nome “Pirata” provocou comentários de rejeição entre os meus amigos. Encontrei dificuldade até para fazer os cartões de visita. Eu e meu filho Rodolphe, que já éramos sócios, custamos a encontrar o único tipógrafo no centro da cidade que usava a fonte que queríamos impressa nos cartões. Até a escolha pela cor do papel foi complicada, porque queríamos que fosse preto e não existia no mercado, o tipógrafo deu-se o trabalho de pintar.
Depois de ter o Banzo e a Pousada da Praia do Forte, era evidente que eu tinha de recomeçar no ramo de bar e restaurante e que seria na Praia de Iracema, pois me identifiquei com o bairro. Em 1986 Fortaleza tinha uma lacuna nesta área e havia poucas opções que agradavam a juventude.
Hoje, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, quando se fala de Fortaleza, na maioria das vezes fala-se do Pirata também. Como empresário isso me enche de orgulho e felicidade.
Hoje, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, quando se fala de Fortaleza, na maioria das vezes fala-se do Pirata também. Como empresário isso me enche de orgulho e felicidade.
Julio e a música
O grande sanfoneiro Azeitona e seu trio pé de serra deram início ao Forró do Pirata e desde então este ritmo e suas tradições tem ocupado um espaço muito importante na programação da casa e na minha vida. Dorgival Dantas também fez parte da família Pirata durante cinco anos, e há mais de 11 anos que a quadrilha do Zé Testinha se apresenta todas as segundas-feiras no Pirata, mostrando toda a força da cultura do cangaço. O primeiro show Profissionalmente fuleiro do Falcão foi no Pirata, assim como Lailtinho brega vencedor da Meirinha e Rosicléa na final do 1º festival brega e corno do Brasil em 1989. E inúmeros músicos e artistas deixando um grande legado musical e cultural.
O grande sanfoneiro Azeitona e seu trio pé de serra deram início ao Forró do Pirata e desde então este ritmo e suas tradições tem ocupado um espaço muito importante na programação da casa e na minha vida. Dorgival Dantas também fez parte da família Pirata durante cinco anos, e há mais de 11 anos que a quadrilha do Zé Testinha se apresenta todas as segundas-feiras no Pirata, mostrando toda a força da cultura do cangaço. O primeiro show Profissionalmente fuleiro do Falcão foi no Pirata, assim como Lailtinho brega vencedor da Meirinha e Rosicléa na final do 1º festival brega e corno do Brasil em 1989. E inúmeros músicos e artistas deixando um grande legado musical e cultural.
Foi propagando a música, o forró e a música brasileira para dançar a todos os cantos que o Pirata se tornou referência de Fortaleza e do Ceará para o Brasil e para o mundo. Oferecendo espaço e condições de trabalho para novos artistas, hoje, tenho a sensação de dever cumprido por lutar pela cultura de Fortaleza e do Ceará e perceber o valor dos artistas locais.
Um Pirata de princípios
O Pirata é um lugar que encontrou no Ceará sua razão de existir e para mim é muito mais que uma empresa, é um elo privilegiado à sociedade, me deu oportunidade de exercer cidadania de forma grandiosa, é bom sentir que podemos exercer boas influências nas pessoas, ter um discurso prático através do exemplo, mostrando como se faz.
O Pirata é um lugar que encontrou no Ceará sua razão de existir e para mim é muito mais que uma empresa, é um elo privilegiado à sociedade, me deu oportunidade de exercer cidadania de forma grandiosa, é bom sentir que podemos exercer boas influências nas pessoas, ter um discurso prático através do exemplo, mostrando como se faz.
Defendendo este pensamento, comprei uma briga nos anos 90, no Distrito de Caetanos, em Amontada, quando tentaram injustamente expulsar mais de cem famílias de pescadores a fim de criar um assentamento. Foram muitos anos de batalha sofrendo atentados, e graças a uma reportagem do Moacir Maia, no Fantástico denunciando tamanha crueldade, conseguimos com que estas famílias não fossem expulsas.
De lá para cá sou visto como amigos por uns, e por outros como um empreendedor predatório do grande capital internacional querendo explorar o trabalhador. Talvez minha maior tristeza seja não ter o reconhecimento do trabalho feito nesta região, onde fundamos a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN de praia do Brasil em 1993 com mais de 500 hectares e mais de 2 km de praia. Como eu poderia preservar de um lado e destruir do outro?
De lá para cá sou visto como amigos por uns, e por outros como um empreendedor predatório do grande capital internacional querendo explorar o trabalhador. Talvez minha maior tristeza seja não ter o reconhecimento do trabalho feito nesta região, onde fundamos a primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN de praia do Brasil em 1993 com mais de 500 hectares e mais de 2 km de praia. Como eu poderia preservar de um lado e destruir do outro?
Temos ações importantes há mais de 20 anos através da Fundação Pirata Marinheiros criada em 1991. Nunca saí gritando nas ruas nem fiz propaganda pelas minhas contribuições sociais, apenas fiz o que foi preciso e estava ao meu alcance para melhorar a vida das pessoas dentro das suas necessidades. O trabalho social não é apenas usufruir do mérito de fazê-lo, mas sim instinto, sensibilidade e o olhar que temos para com o outro. Por causa disso, fui agraciado em 99 com o título de Cidadão Fortalezense, concedido pela Prefeitura de Fortaleza.
Em março de 2007, recebi outro título, o de Cidadão Amontadense, conferido pela Prefeitura Municipal de Amontada e em agosto do mesmo ano, a Assembléia Legislativa do Ceará me presenteou com o título de Cidadão Cearense. Tudo isso faz parte da pessoa que sou hoje, não somente porque me naturalizei brasileiro, mas porque me sinto verdadeiramente daqui, sem precisar me dissociar das outras origens.
Em março de 2007, recebi outro título, o de Cidadão Amontadense, conferido pela Prefeitura Municipal de Amontada e em agosto do mesmo ano, a Assembléia Legislativa do Ceará me presenteou com o título de Cidadão Cearense. Tudo isso faz parte da pessoa que sou hoje, não somente porque me naturalizei brasileiro, mas porque me sinto verdadeiramente daqui, sem precisar me dissociar das outras origens.
Dói meu coração quando ouço comentários maldosos a respeito do Pirata. Infelizmente, ainda existe muita gente preconceituosa em Fortaleza, que desconhece nossa filosofia de trabalho, que nunca teve o prazer de brincar sequer uma segunda-feira, mas blasfema contra um dos patrimônios do Ceará e da Humanidade.
Sei que muitos me amam e muitos outros me odeiam, mas todos me respeitam, não sei ser metade, sou sempre inteiro! Sou Antonio Julio Pirata d’Iracema, devoto de Santo Antonio, filho de Ogum e brasileiro por amor.
Texto biográfico deixado por Júlio Trindade
Morre Júlio Trindade, fundador do Pirata Bar
Comunidade portuguesa lamenta morte de Júlio Trindade:
Perdemos, no último sábado (30), aos 65 anos, o grande empresário português Júlio Trindade. Proprietário do Pirata Bar, uma das principais casas de show do Ceará, Trindade será sempre lembrado por sua história de superação e sucesso.
Júlio Pirata d’Iracema, como gostava de assinar, nasceu em Lisboa no dia 10 de março de 1946 em uma família humilde, com mãe camponesa e pai torneiro mecânico. Na adolescência, foi goleiro da Seleção Juvenil de Portugal. Com o pai, dono de fortes ideologias, aprendeu a defender seus princípios. Fugindo do regime ditatorial, Júlio deixa o país em 1964.
Em Paris, conheceu a esposa Yane, com quem casou em 1966. Viveram juntos na capital francesa por 15 anos, inclusive sendo a cidade natal do único filho, Rodolphe. Sempre viajando a passeio ou passando temporadas em países, como Estados Unidos, Canadá e Caribe, Júlio exerceu funções diversas (desde pescador de salmão e carregador de frutas a administrador de restaurante e hotel). O português aportou no Brasil assim como o descobridor, na Bahia, onde tocou empreendimentos turísticos a partir de 1981.
A vinda ao Ceará aconteceu em 1985, seis meses após a família Trindade pisar no estado pela primeira vez, a convite de um amigo para conhecer a Praia da Baleia. Após um início sem sucesso no ramo da pescaria, Júlio e o filho (e sócio) Rodolphe inauguram o Pirata, famoso pela segunda-feira animada na Praia de Iracema, marcado pelos shows de humor de outrora e o sucesso da música local, dos sanfoneiros Azeitona e Dorgival Dantas, no passado, até a quadrilha do Zé Testinha. Em 1991, com foco no trabalho social criam a Fundação Pirata Marinheiro.
Em 1999, foi agraciado com o título de Cidadão Fortalezense. A cidade de Amontada fez homenagem similar em 2007, mesmo ano em que Júlio foi reconhecido como Cidadão Cearense pela Assembleia Legislativa. No dia 10 de junho deste ano, Dia de Portugal, o empresário recebeu o Troféu Martim Soares Moreno da Comunidade Portuguesa.
Pedro Guimarães
Através do Projeto "Piratinha do Forró" ele conseguiu no período de dois anos, capacitar jovens em situação de risco para trabalharem como músicos. Criou também, o Projeto Pirata Forró Solidário, capacitando jovens músicos. Com o Projeto "Esta Praia Tem Futuro", buscou revitalizar a tão famosa e abandonada Praia do Futuro. Sua inquietude em defesa da vida e do turismo saudável, o tornou membro do Comitê de Enfrentamento À Violência Infanto-juvenil e do Fórum Permeante em defesa da Praia de Iracema. O nome desse guerreiro que partiu é Júlio Trindade, sem nenhuma relação com a Santíssima Trindade ele proporcionou o crescimento individual de muita gente em Fortaleza e no Estado do Ceará. Tive a sorte de conviver com o Júlio, desenvolver alguns projetos com ele e de poder ver minha filha que ele viu ainda na minha barriga, fazendo assessoria de comunicação para o mesmo. Cheguei a vê-lo algumas vezes indignado e furioso. Mas, conseguia expelir a fúria com a calma necessária e manter-se focado no objetivo. Lembro-me que um dia, conversando ele falou "julgar, criticar é muito fácil, o grande desafio é criar e possibilitar meios para a criação sub existir
Fonte: Site do Pirata, G1, O Povo
Minha querida
ResponderExcluirLeila Nobre
Foi com com imensa tristeza que através do teu Blog fiquei sabendo da morte do nosso querido Júlio Trindade. Lamento mesmo!
Não que eu fosse cliente assídua do Pirata, porém, meu marido, como bom Português, conhecia-o melhor que eu.
Sem dúvida, uma grande perda.
Parabéns pelo teu trabalho, teu Blog é o máximo!
Ametista
Oi amiga, triste notícia realmente!
ResponderExcluirSem dúvida o Júlio foi um grande
homem e seu legado ficará para sempre
e já faz parte da nossa história.
Que Deus possa confortar a família e os amigos
desse pirata, que tinha um coração gigante!
Muito obrigada por suas palavras
Beijos
Uma pena que talvez esta história se perca. Ele merece ter o seu nome da rua do Bar Pirata seja mudado para Rua Júlio Trindade.
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