segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Casarão Meton Gadelha - Av. Filomeno Gomes


Foto Álbum Fortaleza 1931 

A postagem de hoje é bem marcante para mim, pois passei parte da minha infância no Jacarecanga, e a brincadeira que eu mais gostava era procurar tesouro no enorme quintal desse casarão, que na época já encontrava-se abandonado e bem deteriorado...





Esse casarão, com três pavimentos, era a residência do empresário Meton de Alencar Gadelha, que era dono da Tipografia Gadelha e mantinha o Jornal do Comércio. Ele construiu esta casa e a inaugurou no dia 08 de dezembro de 1930. O construtor foi o engenheiro Alberto Sá.
A casa tinha um grande recuo da calçada e muros baixos.

No dia 04 de setembro de 1945 ele vendeu a casa para seu sócio da firma J. Villar & Cia, José Vidal da Silva


De 1977* até 1979, funcionou no casarão o escritório da CISA Caju Industrial S/A, dos sócios Ari Albuquerque e Barcelos
Foi o proprietário da empresa que fez um bom uso do imenso quintal do casarão e mandou construir uma quadra de futebol de salão. Quadra essa que anos depois, já nos últimos dias da casa, servia para festas de quadrilha da vizinhança. Eu mesma tenho flashes de memória dessas festas...
A casa foi demolida em 1985, três anos após a morte de Meton Gadelha.


Foto antiga, provavelmente quando ainda era a residência de Meton de Alencar Gadelha - Nirez

Inauguração da estátua de Gustavo Barroso na Praça do Liceu (3 dezembro de 1964). Ao fundo vemos o casarão. Acervo Renato Pires

Década de 80. Acervo Renato Pires

O Empresário Meton Gadelha
De Tipografia Gadelha a Imprensa Oficial 

No dia 11 de outubro de 1933 o Decreto-Lei 1.112, assinado pelo Interventor capitão Roberto Carlos Vasco Carneiro de Mendonça, cria a Imprensa Oficial que se instalou no dia seguinte em prédio na Rua Senador Alencar nº 115, onde funcionava a Tipografia Gadelha, de Meton Gadelha & Cia., de quem foi adquirido o material gráfico. O primeiro diretor da Imprensa Oficial foi Alfeu Faria de Aboim. O primeiro chefe geral das oficinas foi Eduardo Carvalho e o técnico dos serviços de impressão, José Alves de Moraes. Depois a Imprensa Oficial mudou-se, em 03/08/1934, para prédio na Rua Senador Pompeu nº 24 (atual 512). 


Praça do Liceu (Gustavo Barroso), vendo-se o Casarão Meton Gadelha. Acervo pessoal de Afonsina Braga

Quando a casa estava sendo demolida na década de 80 (essa pontinha laranja da casa ao lado, era onde eu morava) - Arquivo Nirez

Casarão Meton Gadelha demolido - Anos 80. Acervo Renato Pires.

Em 1975, quando já era Departamento de Imprensa Oficial - DIO, foi transformada por força de lei em empresa pública com a denominação de Imprensa Oficial do Ceará - IOCe. Por fim foi para a Avenida Washington Soares, onde foi desmontada, estando hoje seu acervo em redor do prédio da Secretaria de Cultura acabando-se no sol e na chuva. 

Imagem atual do Google Earth

Atualmente, no terreno do Casarão, está o edifício Carajás. 




Notícias sobre Meton Gadelha:



Meton Gadelha fez parte do quadro de diretores/fundadores do Ideal Club.


De acordo com o jornal A Razão (fotos ao lado), Meton Gadelha era casado com a senhora Guiomar Borges Gadelha e tinha pelo três filhos, Meton, IvoneDiva.

No Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Meton de Alencar Gadelha (Meton Gadelha), morreu no Rio de Janeiro, no dia 7 de novembro de 1982, foi proprietário da Tipografia Gadelha, adquirida pelo Governo do Estado e transformada na Imprensa Oficial. Também consta que ele era carioca nascido em Botafogo, mas nos jornais da época (foto ao lado), é comum encontrar textos onde se referem a Meton como sendo nosso conterrâneo.


* De acordo com o Sr. Renato Casimiro (leitor do blog), a data correta seria 1972, pois foi a data que ele entrou na Cisa (foi seu primeiro emprego), logo após se formar em químico. 


Todos os créditos vão para o amigo Nirez

19 comentários:

  1. É com emoção que leio seu post, pois essa foi a casa da juventude de meu pai, Roberto Vidal, filho de José Vidal Silva. Lembro que meu pai comentava como ele e os irmãos costumavam brincar no quintal imenso e em sua caixa d'água.
    José Vidal Silva Neto

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  2. Assim como seu pai, eu amava brincar nesse quintal, mesmo não sendo moradora da casa, mas
    como vizinha, eu me achava meio que no direito de desfrutar dessa maravilha antes da triste demolição. :(

    Um abraço apertado José Vidal
    Amei seu comentário

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  3. Passei inúmeras vezes em frente a este casarão! Morei na travessa Quixeramobim que também abriagava construcoes muito interessantes!!! Não me lembro exatamente, mas acho que no final da década de 70 começo dos anoso 80! Leila, obrigado por trazer tão boas recordações!

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    1. Eu que agradeço o seu comentário, Heitor! :)

      Forte abraço

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  4. MI LEMBRO COM SALDADE DESSE CASARAÕ POIA EU E MINHA FAMILIA MORAMOS MUITO TEMPO LA, TINHA EU 6 ANOS DE IDADE HOJE TENHO 34 ANOS E PROCURO VOLTAR NO PASSADO VENDO ESSAS IMAGENS MARAVILHOSAS

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    1. OLA ME LEMBRO MUITO DE VC POIS VC BRINCAVA COM O MEU IRMÃO SERGIO PF ME DE SEU FACE PARA PODERMOS CONVERSA PQ EU TO NO BLOG DA MINHA FILHA

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    2. Vou entrar em contato pelo e-mail q vc me passou, será um enorme prazer falar contigo, eu tbm quero resgatar esses momentos de infância! :)

      Bjos

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  5. Adorei a postagem, me esclareceu algumas coisas.
    Estou fazendo uma pesquisa profunda sobre a vida e obra do poeta Uruburetamense, Soares Bulcão.
    A Tipografia Gadelha, publicou uma importante obra desse autor; "Variante Pela Cidade do Arraial" em 1932.

    Gostaria de saber se esse material está desponivel de alguma e onde posso encontrar.

    Agradeço muito qualquer informação sobre.

    biggust18@hotmail.com
    Gustavo Castro

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    1. Oi Gustavo, boa tarde!

      Procurei a obra da Tipografia Gadelha e infelizmente, não encontrei!¬¬
      Mas colocando 'Soares Bulcão' no Google, apareceram muitos textos interessantes, muitos sites falam sobre ele, inclusive o site da Academia Cearense de letras, vc já viu? :)

      Forte abraço e eu que agradeço o comentário!

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  6. Olá Leila... também tive o prazer de viver nessa época na Praça do Liceu . Você sabe informar de quem era o casarão que ficava mais adiante (Rua Philomeno Gomes esquina com Francisco Sá)..onde funcionou a sede do Ferroviário Atlético Clube?. Grande Abraço!

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    1. Era o Solar de Luiz Moraes Correia, Dr. Lemos. :)

      Forte abraço, amigo

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  7. também conheço bem esse casarão em 1977 até 1979 funcionou o Escritorio da CISA Caju Industrial S/A meu tio Proprietario da CISA, construiu até uma quadra de futebol de salão no quintal onde tinha bastante espaço. Eduardo Barcelos

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    1. Eduardo Barcelos? O prorietário da Cisa inicialmente foi Vicente Coelho Barcelos e Ari Albuquerque, logo depois a mesma mudou-se para Pacajús e o Sr, Barcelos, meu Pai, adquiriu a parte do Ari, seu compadre. e por ai vai...

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  8. Oi, Leila, sempre com bom trabalho.
    Só para que alguns leitores desinformados não confundam o Meton de Alencar Gadelha com o Meton de Alencar que tem o nome da rua que passa justo em frente à Faculdade de Direito. Este Meton era médico e foi Secretário de Saúde no governo Acioli, no início do século XX, era adversário de Rodolfo Teófilo.

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    1. Ótima observação, Walden! :)
      Obrigada pelo comentário!
      Abraços

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  9. A propósito do comentário de Eduardo Barcelos e do texto da própria editora da página, relembro que tendo sido técnico da CISA, e tendo trabalhado aí, a data mais correta é entre 1972 (meu primeiro emprego já formado em química) e 1979 (pois entre 1977 e 1979 eu não mais trabalhava na CISA). Os sócios da CISA eram Ari Albuquerque e Barcelos.

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    1. Muito obrigada pelo rico comentário, Renato Casimiro.
      A história é feita de retalhos, que vamos costurando e recontando cada dia com mais detalhes e mais fiel ao passado. Beijos

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    2. Não era Eduardo e sim, Vicente Barcelos (Dr. Barcelos).

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    3. à bem da verdade, no casarão em tese, Vicente Coelho Barcelos e Ari Jaime de Albuquerque, eram socios na empresa, PLANASA - Planejamento do Nordeste SA, que se instalou no mesmo no inicio da decada de 70. A CISA - Cajú Industrial SA, foi constituida no final da mesma década, meados de 77...

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