Praia do amor infinito
Praia de Iracema em 1931 - Arquivo Nirez
Denominada Praia do Peixe, em sua origem na vida urbana de Fortaleza, ganhou o nome atual no fim dos anos 1920, em concurso jornalístico promovido por Adília de Albuquerque Moraes, pioneira do colunismo social no Ceará.
O poço da Draga, na Praia Formosa, hoje ocupado pela indústria naval. Ao longe, vê-se prédios como a Secretaria da Fazenda, o Passeio Público e a Cadeia Pública (Emcetur)
Tornaram-se famosos os serões artísticos do Jangada Clube, nos quais o industrial Fernando Pinto acolheu o cineasta estadunidense Orson "Cidadão Kane" Welles, e também, no âmbito do paladar nativo, o célebre e degustado caldo de cangulo do pioneiro restaurante Ramon, primeiro local frequentado pelo fortalezense para "jantar fora".
Ed. São Pedro - O Iracema Plaza Hotel - Por Eduardo
Trecho da praia de Iracema antes da colocação da estátua Iracema Guardiã de Zenon Barreto- Arquivo Nirez
Diz Gervásio de Paula, jornalista e nostálgico remanescente do apogeu do Estoril, que "o amor continua presente e permanente em todos quantos vivem, sobrevivem e revivem na Praia de Iracema".
Por Eduardo
Pesca em Iracema - Por Eduardo
Antiga Vila Morena, em seguida ex-clube privado dos soldados americanos aqui arranchados durante a Segunda Grande Guerra, hoje o Estoril posa de futura casa cultural com reinauguração infinitamente protelada.
Por Eduardo
Por Eduardo
O mar arrebentando nas pedras - Por Eduardo
O famoso Cais Bar - Por Eduardo
Pirataria
Mas logo ressurgia como ponto fervilhante da noite o Pirata Bar, através da visão lúdica do português/cearense Júlio Trindade, que ali institucionalizou "a segunda-feira mais animada do planeta", para gáudio do exacerbado bairrismo fortalezense, no parecer internacional do insuspeito "The New York Times".
Por Eduardo
Nos trilhos do tempo - Por Eduardo
Fortaleza logo se tornou renomado ponto turístico, o que foi bom por um lado, mas vieram gringos de toda parte e toda sorte, não apenas para ver o pôr-do-sol na Ponte dos Ingleses, mas também ávidos de favores sexuais retribuídos em dólar, fazendo proliferar locais "underground" e pontos de droga no até então aparentemente inexpugnável reduto de charme e tradição.
O Estoril - Por Eduardo
Por Eduardo
Sobrevivente da fúria do mar, do abandono dos abonados, da partida de Julio Trindade, do fechamento do Cais Bar e, em tempos mais remotos, da extinção da linha do bucólico bonde que ia até a Igrejinha de São Pedro, certamente a Praia de Iracema renascerá, com aquela força que une o elegante ao trágico, o solar ao sombrio, a alegria aos penares do amor, sentimentos que geram mutações e contrastes nos corações das cidades.
É como diz o polivalente artista e "iracemista" Audífax Rios: "Iracemar, verbo intransitivo d´Alencar. Transitável Iracema, quero caminhar teu presente e teu infinito".
José Augusto Lopes
Essas casinhas praticamente invadiam o mar de Iracema - Por Eduardo
Por Eduardo
Histórias de um bairro à beira-mar
Na primeira foto, cena de um cotidiano que data ainda do início do século XX, no qual as mulheres desfilavam pela praia com roupas de banho comportadas. Já os homens (segunda foto), de calças arregaçadas, observavam o movimento no Porto, com a chegada das grandes cargas de mercadorias. Ao mesmo tempo, jangadas encostavam com o apurado, ainda fresco, da pescaria em alto mar.
O registro iconográfico atesta as palavras de quem se dedicou ao longo da vida a pesquisar e guardar momentos da história da cidade das mais diversas formas. O respeitado pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, Nirez, cedeu imagens de seu arquivo que serão expostas no Formosa Iracema, espaço do Diário do Nordeste na Casa Cor Ceará 2011.
Na primeira foto, cena de um cotidiano que data ainda do início do século XX, no qual as mulheres desfilavam pela praia com roupas de banho comportadas. Já os homens (segunda foto), de calças arregaçadas, observavam o movimento no Porto, com a chegada das grandes cargas de mercadorias. Ao mesmo tempo, jangadas encostavam com o apurado, ainda fresco, da pescaria em alto mar.
O registro iconográfico atesta as palavras de quem se dedicou ao longo da vida a pesquisar e guardar momentos da história da cidade das mais diversas formas. O respeitado pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, Nirez, cedeu imagens de seu arquivo que serão expostas no Formosa Iracema, espaço do Diário do Nordeste na Casa Cor Ceará 2011.
O Ponta Mar Hotel - Eduardo
Por Eduardo
Além de preservar documentos do passado, a memória do estudioso não falha ao descrever, com propriedade e precisão de detalhes, hábitos, costumes e as transformações que marcaram a constituição da Praia de Iracema. "A Praia teve um período muito forte da intelectualidade no final dos anos de 1940, se estendendo até os anos de 1960, e com sede no Estoril", rememora.
Apesar da boêmia e da intelectualidade serem as referências diretas que se tem ao tratar do bairro, Nirez destaca um aspecto que as transformações culturais e naturais até minimizaram, mas ainda não destruíram: a beleza da praia.
Como diz o pesquisador, foi a construção do Porto de Fortaleza, na área do Mucuripe, que tirou parte da formosura e da agitação social do lugar. Ele observa que, durante quase 50 anos, a Praia de Iracema tinha um fluxo muito grande de pessoas graças à ponte metálica que funcionava como porto.
Apesar da boêmia e da intelectualidade serem as referências diretas que se tem ao tratar do bairro, Nirez destaca um aspecto que as transformações culturais e naturais até minimizaram, mas ainda não destruíram: a beleza da praia.
Como diz o pesquisador, foi a construção do Porto de Fortaleza, na área do Mucuripe, que tirou parte da formosura e da agitação social do lugar. Ele observa que, durante quase 50 anos, a Praia de Iracema tinha um fluxo muito grande de pessoas graças à ponte metálica que funcionava como porto.
Fotos do bairro com suas casas coloridas - Eduardo
O fato de o local ser o aporte do fluxo comercial do Estado fez o bairro importante, sendo um dos primeiros a receber os melhoramentos da modernidade, como a Alfândega de Fortaleza e a diversificação dos meios de transportes.
"Tinha a linha do trem que descia até a Ponte e como ela cruzava com a linha do bonde que vinha servir à Praia. Teve um dia em que aconteceu uma batida do bonde com o trem, um acidente que deixou vítimas fatais", explica. Depois, vieram os ônibus, "e era bem servida", destaca. Mas a tradição também andava lado a lado com as benesses do progresso e, conforme Nirez, podia-se ver carroças e pessoas andando a cavalo, burro ou jumento.
Rua Boris -Foto de Eduardo
Foto de Eduardo
A paisagem da praia não foi alterada somente pela velocidade da vida moderna, mas ainda pelo próprio movimento da natureza. Com o passar dos tempos, o mar começou a avançar, em resposta à própria construção do Porto do Mucuripe. "No final da década de 1940, o avanço começa a destruir as casas. Foi preciso colocar uma contenção que enfeou a praia, mas foi o jeito, senão ia derrubar tudo", lamenta Nirez.
O Iracema Mar Hotel e uma Pizzaria - Foto de Eduardo
Terreno onde ficava o DNOCS - Foto de Tiago
Essas transformações, seguidas pelo crescimento da própria cidade para outras regiões, fizeram com que o bairro entrasse em um processo de degradação paisagística e social. Fenômeno esse que poder público e sociedade civil se esforçam para conter com ações para requalificar a Praia de Iracema.
Dessa forma, tenta-se reescrever uma história mais "formosa" para o bairro e também para a própria capital cearense.
Naiana Rodrigues
A agitada noite da Praia de Iracema - Foto de Tiago
As fotos das postagens "Memórias da Praia de Iracema" estão expostas no Espaço Diário do Nordeste da Casa Cor Ceará 2011.
Quem quiser apreciar de pertinho, melhor correr, pois conforme o site oficial, a Casa Cor só funcionará até o dia 22 desse mês. De terça à domingo, inclusive feriados: De 16:00 às 22:00hs.
Leila,
ResponderExcluirParabéns pelo seu Blog. Através dele fico conhecendo um passado lindo e maravilhoso dessa cidade que eu amo, Fortaleza. Continue sempre com esse perfil bem informativo ao que se propõe neste instrutivo Blog. Um abraço amigo de quem lhe admira, Borjão.
Sem palavras, amigo!
ResponderExcluirObrigada pelo carinho e saiba que eu sou
uma admiradora sua e do seu "Blog do Borjão"
tbm!
Um caloroso abraço e fico honrada em vê-lo
por aqui! :)
Mara Hope em uma das fotos ainda com umas peças a mais =]
ResponderExcluirOlá, me chamo Cláudio Pereira, sou memorialista, poeta e cordelista da Cidade de Icó-CE.
ResponderExcluirEstou precisando de alguma foto da nossa conterrânea Adília de Albuquerque Moraes.
Poderiam me ajudar ?
Grato