Em direção ao oeste, segue a Praça José de Alencar ou Praça do Patrocínio, em homenagem a imagem de Nossa Senhora do Patrocínio, da Igreja do Patrocínio, cuja imagem foi presente do ilustre português, Joaquim Dias da Rocha, trazida de Portugal, cuja entronização se deu quando o pároco era Padre Barbosa.
Relíquias do lugar
Seguindo a rua General Sampaio, em direção à rua Guilherme Rocha, há várias casas residenciais antigas; a oficina de obras de artes do italiano exímio escultor, Sr. Vicente Raya; Dr. Edmundo Monteiro Gondim; Família Guedes; Família Justa; e, na esquina da rua Guilherme Rocha, o maior ponto de atração para os apaixonados por músicas - "Bar Americano" de propriedade do Sr. Pedro Benício Sampaio, famoso por seu caldo de cana com pastel feito na hora, aluá, canjica e pamonha, tapioca e pão doce. No outro lado, esquina da rua General Sampaio e rua Guilherme Rocha - Antiga rua do Ouvidor (lado nascente), assoma um pequeno edifício, onde funcionou a Caixa dos Ferroviários, que durante longos anos serviu como pagadoria das pensões às viúvas dos ferroviários.
Praça da Lagoinha, onde nas esquinas das ruas Guilherme Rocha e Tristão Gonçalves, existiram as Serrarias Viana e a do Sr. Alfredo Lopes; hoje se encontra por demais desfigurada, longe de sua singularidade. Foto do arquivo Assis de Lima
Em frente, na outra esquina, um casarão que serviu de residência do Governador do Estado, sede do Ministério do Trabalho, IAPAS, INPS, INSS, hoje Centro de Saúde José de Alencar. Seguindo pela rua Guilherme Rocha, a Igreja do Patrocínio; vizinho, antes de alcançar a esquina da rua 24 de maio, um sobrado onde residiu o Sr. Joaquim Barbosa Maia, irmão do Sr. Lopicínio Maia, donos da Garapeira que vendia especial gengibirra na rua 24 de maio esquina com rua SãoPaulo; vizinho ao sobrado, a mercearia de um senhor, conhecido por Dente de Ouro, na esquina da rua Guilherme Rocha com 24 de Maio, hoje Farmácia Patrocínio. Frente à mercearia do Sr. Dente de Ouro, existiu o prédio que serviu de residência do Governador Acioli, depois Fênix Caixeral, Lojas Brasileira, hoje Shopping Metrô.
Antigo INAMPS (atual CEMJA) – Foto de Conceição Lopes
Antiga loja Brasileiras e hoje o Shopping Metrô
Folhas de calendário
Pelo outro lado da rua 24 de Maio com rua Guilherme Rocha, a Escola de Datilografia da Sra. Nenen Lopes, irmã do Desembargador Daniel Lopes, cujo prédio tinha um sótão com várias janelinhas, descaracterizava o andar superior, dando as janelinhas impresso de vigílias. Indo pela rua 24 de Maio (lado da sombra), em direção à rua Liberato Barroso, várias residências de pessoas gradas da época, como as famílias: Mamede, Ari Maia Nunes, José Walter Cavalcante, as célebres professoras de línguas - Adelaide e Ifigênia Amaral, filhas de abastados portugueses, cujas aulas eram ministrada pelas mesmas na própria residência, predominando os idiomas inglês, francês e espanhol.
De conversa em conversa
No mesmo lado, destaca-se ainda a residência do Dr. Thomas Pompeu Gomes de Matos e Maria de Jesus, que cultivava a mais seleta e concorrida reuniões de calçada, onde para lá se reunia a fina flor da sociedade fortalezense, por ser também agradável o "papo" levado a efeito na "roda da calçada" que contava sempre com a presença dos doutores Araken Carneiro, Suzete, Vicente Silva Lima, Ari Maia Nunes, Prof. Gomes de Matos, Clodomir Girão; e, na esquina da rua 24 de Maio com rua Liberato Barroso, o prédio do Sr. Mazine, proprietário do Posto de Automóveis Mazine e da primeira concessionária da Gás Butano, após, transferido ao Sr. Edson Queiroz, que impulsionou esse portento econômico. Todos esses imóveis foram demolidos para dar lugar ao famoso "Beco da Poeira", local para comércio e de vendedores ambulantes. Agora voltemos ao lado da Praça José de Alencar, esquina da rua 24 de Maio com rua Liberato Barroso, imóvel de propriedade do empresário Pedro Philomeno Ferreira Gomes, depois deu lugar ao Lord Hotel, considerado o primeiro edifício residencial de Fortaleza dos anos cinquenta.
Pelo outro lado da rua 24 de Maio com rua Guilherme Rocha, a Escola de Datilografia da Sra. Nenen Lopes, irmã do Desembargador Daniel Lopes, cujo prédio tinha um sótão com várias janelinhas, descaracterizava o andar superior, dando as janelinhas impresso de vigílias. Indo pela rua 24 de Maio (lado da sombra), em direção à rua Liberato Barroso, várias residências de pessoas gradas da época, como as famílias: Mamede, Ari Maia Nunes, José Walter Cavalcante, as célebres professoras de línguas - Adelaide e Ifigênia Amaral, filhas de abastados portugueses, cujas aulas eram ministrada pelas mesmas na própria residência, predominando os idiomas inglês, francês e espanhol.
De conversa em conversa
No mesmo lado, destaca-se ainda a residência do Dr. Thomas Pompeu Gomes de Matos e Maria de Jesus, que cultivava a mais seleta e concorrida reuniões de calçada, onde para lá se reunia a fina flor da sociedade fortalezense, por ser também agradável o "papo" levado a efeito na "roda da calçada" que contava sempre com a presença dos doutores Araken Carneiro, Suzete, Vicente Silva Lima, Ari Maia Nunes, Prof. Gomes de Matos, Clodomir Girão; e, na esquina da rua 24 de Maio com rua Liberato Barroso, o prédio do Sr. Mazine, proprietário do Posto de Automóveis Mazine e da primeira concessionária da Gás Butano, após, transferido ao Sr. Edson Queiroz, que impulsionou esse portento econômico. Todos esses imóveis foram demolidos para dar lugar ao famoso "Beco da Poeira", local para comércio e de vendedores ambulantes. Agora voltemos ao lado da Praça José de Alencar, esquina da rua 24 de Maio com rua Liberato Barroso, imóvel de propriedade do empresário Pedro Philomeno Ferreira Gomes, depois deu lugar ao Lord Hotel, considerado o primeiro edifício residencial de Fortaleza dos anos cinquenta.
A Praça José de Alencar também foi palco de grandes manifestações públicas, comícios presidenciais, concentrações religiosas, pregações evangélicas, feira de amostra, Parque Shangai com o famoso "tira prosa", que consistia numa grande haste de ferro com dois barcos acoplados no meio desta, onde acomodavam dois casais em cada lado (espécie de barco), arremessando em direção do alto, até emparelhar-se fazendo ligeira parada no alto, o que causava grande suspense aos participantes da brincadeira, por sentir mal-estar, provocando vômitos, frouxidão urinária aos menos avisados e tonturas aos mais espertos cuja duração era de uns cinco minutos, assim aproximadamente.
Praça da Lagoinha
Praça seguinte, em direção do bairro Jacarecanga, era a Praça da Lagoinha - assim chamada por ter ali existido um pequeno lago. Nas esquinas das ruas Guilherme Rocha e Tristão Gonçalves, existiram as Serrarias Viana e a do Sr. Alfredo Lopes; vizinho em direção à rua Guilherme Rocha, casas de gradas famílias - Sr. Raimundo Arruda - "Arrudinha", casado com D. Irene Barbosa Arruda, educadora laureada e Diretora da Escola Normal, Justiniano de Serpa. Também ali residia a família do Sr. Clóvis Medeiros e mais tarde as irmãs professoras Adelaide e Ifigênia Amaral, poliglotas conhecidas na Cidade, pela exuberância do aprendizado linguístico, guardando distância ou prevenidas contra seus alunos, porque sabiam do seu grau de talento cultural.
Chegando à esquina da rua Guilherme Rocha com Avenida do Imperador (lado do sol), funcionou a mercearia do Sr. Antônio Bandeira de Moura, composta de uma família de cantores nacionalmente conhecidos, como as irmãs vocalistas Cleide e Adamir Moura e os cantores Carlos Augusto Moura e Henrique Moura, depois se instalou a "Padaria Ideal" dos português J. Neto Brandão - Jaime, João e Jorge.
Na outra esquina da rua Guilherme Rocha com Avenida do Imperador (lado da sombra), via-se a casa do médico de renomeada Newton Gonçalves, depois Hotel Imperador. Atravessando a rua Guilherme Rocha na outra esquina, a Farmácia São Francisco; seguindo pela Avenida do Imperador em direção à rua Liberato Barroso, a aprazível chácara do Dr. Eduardo Henrique Girão, casado com a Sra. Maria de Jesus Dias da Rocha, filha do comerciante português Frederico Dias da Rocha e Maria Umbelina Pontes, sem filhos.
Ao lado, a residência da professora de inglês - Miss Sanders; Casa de Luzanira Franco e seu pai Sr. Franco; residência do Sr. Antonio Galdino e vários filhos, sendo aproximadamente nove filhas e um filho, conhecido pela alcunha de Bebê Chorão e, por não terem sido contemplados pela beleza, a meninada inventou a seguinte quadrinha, e ao se aproximarem da casa começavam evocados assim o verso, aqui em destaque:
Na avenida do Imperador,
Não passa mulher sem homem
As filhas do Antônio Galdino
Estão virando lobisomem
E na pisada, tum, tum, tum!
Na entrada que dava acesso à Casa de Saúde Dr. César Cals, existiu um grande nicho bem emoldurado, onde era vista a imagem de tamanho natural de São Francisco de Assis, cuja redoma resguardava a imagem e no solo, em recanto próprio os fiéis que diariamente acendiam velas, prostrando-se aos pés da imagem, rezavam contritamente, faziam seus rogos, pedindo perdão pelos pecados e imploravam graças.
Quem se dirigia à Casa de Saúde para visitar os doentes, fazia suas orações em favor dos enfermos ali internados. Era uma verdadeira demonstração de fé e penitência no Santuário de São Francisco da Casa de Saúde Dr. César Cals, onde a devoção símbolo maior da cristandade tomava inabalável lugar no espírito de cada um, numa prova de obediência ao Pai Celestial.
Presença do sagrado
Assim Fortaleza mantinha aquela fidelidade e respeito aos ritos e costumes católicos. Por ser mesmo provinciana, podiam ser vistas as pessoas, que volteavam a Praça da Lagoinha, obedecendo aos círculos formados, onde podiam transitar três camadas de frequentadores.
Tudo a começar pelo primeiro circulo das senhoritas da sociedade que por lá faziam seu desfile em companhia de amigos onde também se marcava encontro para os apaixonados rapazes que iam até lá para tirar "linha" como era conhecido o que se chama "paquera" para culminar em namoro.
Vida provinciana
Na segunda alameda ou círculo os rapazes ficavam de pé, observando a passagem das moçoilas para lhes dirigir galanteios e iniciar uma aproximação para entabular uma "lera" e sentarem nos bancos da avenida para ouvir os dobrados das orquestras da guarda policial, que harmoniosamente dos coretos soltavam os mais variados sons de evocações e saudações feitas por militares, como epopeia de vitórias e de glórias dirigidas ao futuro.
José de Alencar
A Praça José de Alencar é uma homenagem ao escritor, advogado, deputado e ministro cearense José Martiniano de Alencar, um dos expoentes do Romantismo. Sua estátua, localizada no centro da praça, foi iniciativa do escritor e enxadrista Gilberto Pessoa Câmara, irmão de Eduardo Câmara, Maria Câmara (Maroquinha), religiosa Irmã Estefânia da ordem das capuchinhas; Mardonio Câmara, Nair Câmara, e Dom Helder Câmara. Entre as ruas 24 de Maio, General Sampaio, Guilherme Rocha e Liberato Barroso - onde está localizado o Teatro José de Alencar, fundado em 1910, com estrutura metálica importada da Escócia - do lado, esquina das ruas Liberato Barroso com Guilherme Rocha, existe um jardim projetado pelo paisagista Burle Marx, anteriormente era o Centro de Saúde do Estado do Ceará, ocupando grande parte da rua General Sampaio (lado da sombra), onde tiveram inicio os principais consultórios médicos no próprio Centro, para diagnosticar as diversas doenças que se podia acometer. Naquela época a medicina por sua natural precariedade, guiava-se pela intuição da própria doença.
A Praça José de Alencar é uma homenagem ao escritor, advogado, deputado e ministro cearense José Martiniano de Alencar, um dos expoentes do Romantismo. Sua estátua, localizada no centro da praça, foi iniciativa do escritor e enxadrista Gilberto Pessoa Câmara, irmão de Eduardo Câmara, Maria Câmara (Maroquinha), religiosa Irmã Estefânia da ordem das capuchinhas; Mardonio Câmara, Nair Câmara, e Dom Helder Câmara. Entre as ruas 24 de Maio, General Sampaio, Guilherme Rocha e Liberato Barroso - onde está localizado o Teatro José de Alencar, fundado em 1910, com estrutura metálica importada da Escócia - do lado, esquina das ruas Liberato Barroso com Guilherme Rocha, existe um jardim projetado pelo paisagista Burle Marx, anteriormente era o Centro de Saúde do Estado do Ceará, ocupando grande parte da rua General Sampaio (lado da sombra), onde tiveram inicio os principais consultórios médicos no próprio Centro, para diagnosticar as diversas doenças que se podia acometer. Naquela época a medicina por sua natural precariedade, guiava-se pela intuição da própria doença.
Crédito: Diário do Nordeste