sábado, 7 de janeiro de 2012

Dos elegantes cafés vindos do Século XIX ao varejo atual



Praça do Ferreira - Arquivo Nirez


A Praça do Ferreira, esse logradouro hoje formado, ao Norte, pela Rua Guilherme Rocha – antiga Travessa 24 de Janeiro e Travessa Municipal; ao Sul, pela Rua Pedro Borges – antes Beco do Cotovelo e Beco do Pocinho; ao Leste, pela Rua Floriano Peixoto – antiga Rua da Alegria, Rua das Belas, Rua da Boa Vista, Rua D’el Rei e Rua da Pitombeira, e ao Oeste, pela Rua Major Facundo – antes Rua Nova D’el Rei, Rua do Fogo, Rua da Palma e Rua Nº 3; foi criada em “6 de dezembro de 1842, na gestão do intendente Manuel Teófilo Gaspar de Oliveira, cuja lei da Assembléia Provincial autorizava uma reforma no plano da cidade, eliminando dela o Beco do Cotovelo, a fim de ficar ali uma praça que se denominou Praça Pedro II


Café do Comércio - Registro de 1908, mostrando a elegância fortalezense. 
Arquivo Nirez


Café do Comércio no século XX

Antônio Ferreira Rodrigues - O boticário Ferreira – assim tratado por todos que o conheciam, nasceu no ano de 1804, na cidade de Vila Real da Praia Grande, hoje cidade de Niterói – Rio de Janeiro. Filho de Antônio Rodrigues Ferreira e Marcolina Rosa de Jesus.
Em 1824, recrutado para servir na Cisplatina, desertou e conseguiu embarcar para o Recife, onde o acolheu e protegeu, o negociante português Manuel Gonçalves da Silva. Conheceu em casa deste um comerciante rico e importante de Fortaleza, - Antônio Caetano de Gouveia, cônsul de Portugal, que o trouxe para o Ceará, como seu caixeiro, por volta de 1825 – ano terrível de seca no Ceará e da luta política da República do Equador.


Rua Major Facundo com a Pharmácia Galeno (Onde antes funcionou a Farmácia Boticário Ferreira) - Arquivo Nirez e restaurada por Sidney Souto


Pharmácia Galeno na Praça do Ferreira- Déc. de 40

Com 21 anos de idade, ainda em sua terra natal, obtivera muita prática em farmacologia, cujas receitas salvaram de difícil parto, a mulher do seu protetor, que o ajudou a obter da Junta Médica de Pernambuco, licença para instalar botica no trecho da antiga Rua da Palma, hoje Rua Major Facundo – onde funcionou a Farmácia Boticário Ferreira, Farmácia Galeno, do farmacêutico Joaquim (Yoyô) Studart da Fonseca, filho de Leonísia Studart da Fonseca, irmã do Barão de Studart, casada com João da Fonseca Barbosa, tesoureiro do Banco Cearense, em cujo local mais tarde se instalou a Loja de Variedades, hoje Loja Milano.


Sorveteria das Lojas de Variedades. Movimentadíssima. Tinha o melhor cachorro-quente da cidade com um molho espetacular. Ficava na Rua Baraõ do Rio Branco e tinha fundos correspondentes com a Major Facundo. As lojas de Variedades viraram a loja Samasa.
Houve até concurso para a escolha do nome, dentre três sugeridos, ficou Samasa (Sebastião Arraes Magazine S/A). Essa  foto é da inauguração, que foi em 16 de dezembro de 1949. Foto do arquivo Nirez


Lojas de Variedades Ltda - Arquivo Paula Figueiredo


Em 1902, o cel. Guilherme Rocha, Intendente à época, deu nova feição à praça arborizando-a, cercando o centro com grades de ferro – construindo o Jardim 7 de Setembro.


O lindo jardim 7 de Setembro - Arquivo Nirez

Existiam ainda na praça quatro quiosques que se denominava “café do Comércio”, “café Iracema”, “café Elegante” e “café Java” – o mais antigo, pois data de 1886 e se tornara o principal ponto de reunião da fina flor da cidade, e dos famosos intelectuais da inovadora Padaria Espiritual.


Café Elegante em 1910

Praça do Ferreira em 1919 com o Café Elegante- Arquivo Nirez 


Restaurante Iracema no Álbum de Vistas do Ceará, em 1908 - Nirez


Café Java

Em 1914 – na gestão do prefeito Rdo. de Alencar Araripe, a praça foi inteiramente reformada, recebendo iluminação moderníssima com cabos condutores subterrâneos.
Nova reforma se deu em 1920, o prefeito Godofredo Maciel mandou demolir os quiosques e retirar as grades centrais que constituía o Jardim 7 de Setembro, e, construir um pouco deslocado para o lado Sul, o coreto para os músicos das bandas das Polícias do Estado e do Município, levando efeito semanalmente às tradicionais e concorridas retretas que eram do agrado público.


Praça do Ferreira e a antiga Coluna da Hora em 1936, vista de cima do Excelsior Hotel. Arquivo de Peter Fuss

Dentre outros melhoramentos, o prefeito Raimundo Girão, em 1932, autorizou demolir o coreto, e em substituição erigir a “Coluna da Hora”, com relógio de quatro faces que servia de orientação para toda a cidade, cuja inauguração ocorreu no dia 31 de dezembro de 1933.
Hoje, no mesmo local, relógio com estrutura de ferro aos moldes do antigo relógio (montado sobre alvenaria) ao lado de antigo cacimbão, existente desde o início do logradouro.

A praça foi e será sempre a sala de visita da cidade para nós fortalezense e, para todos que aqui chegam. Sua posição geográfica, lembranças históricas e conhecida como cidade hospitaleira e agradável aos visitantes e adventícios que por aqui aportavam sob intenso calor, mas recebem, à noite, a aragem que vem do “Aracati”, amenizando o calor do dia, tornando suave as noites e aprazíveis os momentos de descanso para aqueles, sentados nos bancos da praça.


Fachada da Farmácia Pasteur - Nirez

Ainda gravada na lembrança, a chegada à praça, no quarteirão da Rua Major Facundo, em frente a Farmácia Pasteur, dos bondes que faziam diversas linhas, onde eram vistas pessoas que se despediam para subir ou descer do transporte, que rodeando a praça, seguiam itinerários diversos, carregando o lirismo de um adeus ou até logo... à exceção dos que faziam as linhas da Praia de Iracema e Prainha, porque seguiam percurso pela Rua Floriano Peixoto.


Rua Major Facundo, ocasião da passagem de um bonde. 
A foto deve ser de aproximadamente 1918. O prédio alto é o Cine Majestic inaugurado no dia 14 de julho de 1917 com o espetáculo de Fátima Miris. Só depois inauguraria como cinema - Arquivo Nirez

Bondinho na Major Facundo, lotado de alunos do Liceu

As casas comerciais à época e as lojas de hoje

O comércio centralizado na praça se diversificava na proporção da escolha dos produtos procurados e predominava o comércio varejista. Ainda hoje permanece o comércio diverso em toda a sua extensão.
Começando pela quadra do lado Oeste, na rua Major Facundo, esquina com a rua Guilherme Rocha, o edifício do Excelsior Hotel, considerado o primeiro arranha-céu do Ceará. Entrou para história como primeiro hotel de nível internacional da Região Nordeste. Construído em 1927, à base de argamassa e cal, com oito andares, pelo arquiteto Emilio Hinko, casado com Sra. Pierina Rossi Hinko, viúva do milionário Plácido Carvalho; inaugurado em 31 de dezembro de 1931; o hotel foi edificado no lugar de um sobrado de três andares que pertencia ao comendador José Antônio Machado.
Ao lado da entrada e parte térrea do edifício Excelsior - Rua Guilherme Rocha - onde funcionou por muitos anos o hotel mais chic e equipado da cidade; esquina com a Major Facundo, existiu a Farmácia Francesa, hoje Ótica Hora Certa e Disco & Cia.


Café Riche - Foto dos anos 20

A próxima quadra pelo lado poente da rua Major Facundo, com Guilherme Rocha, em direção a Rua Liberato Barroso, bem na esquina ficava o café Riche, depois Loja Broadway, de Alberto Bardawil, hoje, loja Tok Discos; vizinho com uma porta estreita, onde funcionou um armarinho, para venda de gravatas, camisas, lenços, canetas e relógio, hoje Rei das Canetas; a seguir as Lojas Sloper (com matriz no Rio de Janeiro) – era loja freqüentada pela alta camada da sociedade; os dirigentes vinham do Sul, e, as vendedoras eram moças de gradas famílias, que elegantemente vestidas, portavam até chapéus e luvas; nesse mesmo local se instalou à Flama - Símbolo de distinção - assim era o slogan da loja, hoje Banco Mercantil do Brasil; A seguir vinha o Cine Polytheama, dos irmãos Rola, hoje Cine São Luiz, geminado ao prédio que serviu de escritório à Empresa Ribeiro, de propriedade de Luís Severiano Ribeiro, hoje com rua lateral que dá acesso à Rua Barão do Rio Branco. Nesse local às tardes, era ponto de encontro de respeitáveis senhores “jovens há mais tempo”, que para ali se dirigiam para tirar “dois dedos de prosa” e botar olhar godê ou olho de mormaço para as moças em flor que ali passavam.
Poderiam ser vistos o engenheiro de acabamento do Edifício São Luiz, José Euclydes Caracas, os senhores Vinícius Ribeiro, Edgar e Humberto Patrício, Dr. Belo da Mota, Gen. Eurípedes Ferreira Gomes e seu cunhado, Thomaz Pompeu Gomes de Matos; Mais adiante a Pharmácia Pasteur – Estabelecimento de Eduardo Bezerra, hoje Lojas Marisa e Farmácia Avenida.


Este incêndio destruiu completamente o Edificio Majestic e as Lojas Brasileiras na Praça do Ferreira.

O Cine Majestic e Bar com cadeiras de pés de ferro e pequenas mesas de mármore, com música a cargo do pianista e compositor Mozart Gondim Ribeiro, tio dos estimados Humberto, Heitor Filho, Haroldo e Heloísa Diogo Ribeiro, freqüentado por expoentes da cidade, como Raimundo Gomes de Matos, Quintino Cunha, Dolor Barreira, Olinto Oliveira, Heribaldo Costa, Álvaro Costa, Des. Leite Albuquerque, Lauro Maia, Des. Ubirajara Caneiro, boêmio e poeta Cid Neto e outros. Imponente edifício de quatro pavimentos que pegou fogo na década de 1950, após a demolição, a Loja de Variedades, e, Lojas 4.400, hoje Lojas Riachuelo e Duda´s Burger; Farmácia Oswaldo Cruz – de propriedade de Edgar Rodrigues; no andar superior da Farmácia Oswaldo Cruz – o escritório por mais de 50 anos, de um dos mais brilhantes e atuantes advogados do Ceará, Olinto Oliveira (pai do Olinto Filho). Com ele trabalhavam, os ilustres causídicos – Walmir Pontes, Álvaro Costa, e os advogados Oscar Pacheco Passos e Moacir Oliveira, no imóvel que pertencia à Pierina Hinko; vizinho casa térrea de duas portas – o Foto Sales, de Tertuliano Sales, mais tarde de seus sucessores; em imóvel de igual formato de rótula – a famosa Garapeira Mundico com refresco de pega pinto, aluá, e, refresco de erva quebra-pedra, côco-babão, refresco de erva vassourinha, muito procurado pelos visitantes da cidade por ser medicinal. 


A primeira escada rolante de Fortaleza surgiu aqui, nas lojas 4.400 - Lojas Brasileiras de Preço Limitado, depois conhecidas como Lobrás, inaugurada na esquina da Rua Major Facundo com Rua Pará, no dia 09 de novembro de 1957. Vemos aqui suas duas fachadas à noite, iluminadas com motivos natalinos daquele ano. Com a derrubada desse prédio foi erguido, no local, o Hotel Savanah. Arquivo Nirez


Farmácia Oswaldo Cruz, em 1952. Foto Arquivo Nirez


Em tempos mais recuados, a mais famosa garapeira, Bem-Bem, especialista na excelente bebida conhecida por “jinjibirra” ou “gengibirra”, muito apreciada por todos, fermentada, feita de frutos, gengibre, açúcar, acido tartárico, fermento de pão e água, conhecido no Nordeste como champanhe-de-cordão, cerveja-de-barbante. Talvez fosse melhor escrita gengibirra, e que celebrizou o extrovertido Bem-Bem; vizinho ao Mundico, o Armarinho do Orion, com vendas de meias, gravatas, lenços e objetos masculinos. Ainda no mesmo quarteirão da rua Major Facundo – a mais célebre farmácia da cidade a antiga farmácia do Boticário Ferreira. Mais tarde – segundo familiares, nesse estabelecimento se instalara a Pharmácia Galeno, cuja sociedade em parceria com Silvino Silva Thé, hoje Lojas Milano; o Cine Moderno, da Empresa Severiano Ribeiro, com sua rica e esplendorosa marquise variegada, com cristais coloridos das mais vivas cores, no formato de meia concha ou cauda de pavão, dava toque de elegância e imponência à entrada do cinema; depois lojas Samasa, de Sebastião Arrais, hoje Sapataria Nova e Clínica de Olhos Rosangela Francesco. Esquina da Rua Major Facundo com a Liberato Barroso, de um lado, existiu nas décadas de 1940/60, o café Sporte, dos irmãos gêmeos José e Estevam Emygdio de Castro, muito estimados por todos, foram patrões na firma Emygdio & Irmãos, hoje Lojas Esquisita, de Pio Rodrigues, pai de Edir Rolim; do outro lado, na Rua Liberato Barroso com Major Facundo, foi Farmácia Modelo, depois Casa Veneza, hoje o local está desocupado.

No quadrilátero da Praça do Ferreira, lado Sul, lado que correspondia antes ao Beco do Cotovelo, que além das denominações oficiais, a praça, na época, era também popularmente conhecida por “Praça da Municipalidade”, por situar-se defronte do prédio da Intendência Municipal, onde também funcionava a sala do júri. No local, onde existiu o Abrigo Central, construído na gestão do prefeito Acrísio Moreira da Rocha.


Rainha da moda - Década de 40

A Rua Dr. Pedro Borges, situada na ala Sul da praça, esquina com Major Facundo – onde hoje se ergue o Edifício Torres, existiu a Casa Maranhense, depois a Loja Rainha da Moda, Pastelaria Chinesa, hoje Casa Amazônia – ao lado da escada que dava entrada para o Foto Ribeiro; vizinho à Loja Ceará Chic – de Irajá Vasconcelos; A Miscelânea, mercearia de primeira ordem, do Sr. Frota; Farmácia Belém, hoje Casa Pio; Posto Mazine, do Sr. Falcão – primeiro revendedor do fogão a gás, depois Grupo Edson Queiroz, hoje Farmácia Pague Menos, de Deusmar Queirós, proprietário da maior rede de farmácia do Brasil, homem generoso e de convicta religiosidade, pai de Mário Queirós, também avô de Pedro Henrique.

A Sapataria Clark, depois Salão Lord, hoje Roscel Jeans; Sorveteria Odeon, hoje Óticas Itamaraty, de Pantaleão Cavalcante; Leão do Sul, de Dimas de Castro e Silva, pai de Marçal Pinto de Castro; e na esquina da Rua Floriano Peixoto a Casa Maranguape, depois Lojas de Artigos Masculinos, de Agenor Costa, hoje Farmácia Avenida.
Do lado Leste, esquina com a Rua Dr. Pedro Borges, existiu a Casa Blanca, de J. Ary – Jean e Emilio Ary (irmãos), hoje ainda armazém de tecidos da C. Rolim; vizinho à antiga Padaria Lisbonense, de Pelágio Oliveira, hoje Shopping Lisbonense.
Inicio com o outro lado o Armazém de tecidos Leblon, hoje Lojas Leblon; seguia-se da Loja Oriano – engraxataria e polimento de calçados, hoje Lojas Otoch; assim como os demais, o prédio com pavimento superior do italiano Salvador Cunto – com alfaiataria; Loja Central, de Pedro Lazar e seu primo Adir Lazar. O Bar e Sorveteria dos Jangadeiros, de Luis Frota Passos; a Farmácia Faladroga, todas hoje, onde estão as Lojas Otoch; Livraria Alaor, hoje Óticas Mariz; Bar da Brahma – dos irmãos Coelho, onde serviam as deliciosas unhas e patas de caranguejo e o queijo flamengo com fatias de pão, local de encontro dos senhores de meia-idade que todas as tardes se reuniam para saborear a cerveja Boock Alen, depois Armazém do Povo, hoje Mundial Video Bingo; Farmácia Globo, hoje C. Rolim; Farmácia Santo Antônio, de Dalmário Cavalcante Albuquerque, hoje Bingo Cidade; Farmácia Humanitária, hoje Café L’Escale; Sorveteria El Dourado, do estimado homem de negócios – FigueiredãoAntônio Montenegro Figueiredo, hoje Farmácia Avenida; Caldo de Cana “O Merendinha”, Quezado, da Dona Zenaide Quezado de Aurora, hoje Lojas Helga; e Palacete Ceará, o Clube Iracema, mais tarde Rotisserie, casa de jogo de bilhar, do árabe Sr. Abraão, hoje agência da Caixa Econômica Federal. Ainda do lado Leste, na Rua Floriano Peixoto, numa diagonal, foi plantado uma muda de cajueiro, na administração Juraci Magalhães, simbolizando o lendário “cajueiro da mentira”, hoje com placa assentado ao lado com os seguintes dizeres: “Neste local existiu um frondoso cajueiro que, por frutificar o ano todo, era apelidado de “cajueiro botador” ou, por se realizarem, sob sua copa, cada 1º de abril, as eleições para o maior “potoqueiro” do Ceará, era também chamado de “cajueiro da mentira"


Cajueiro Botador na Praça do Ferreira em 1905 - Arquivo Assis de Lima

Foto Jaqueline Aragão
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Fonte: Diário do Nordeste


4 comentários:

  1. É RECONFORTANTE FAZER UM MERGULHO HISTÓRICO DE MINHA CIDADE ATRAVÉS DE FOTOS ANTIGAS DO ARQUIVO NIREZ PROPORCIONADO POR ESTE TRABALHO MARAVILHOSO DE FORTALEZA NOBRE, OBRIGADO E PARABÉNS PELA INICIATIVA DAS PUBLICAÇÕES

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  2. A Miscelânea era do primo de minha mãe. José Frota. Filho único de Antônio e Joaquina Frota. De Granja-CE

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  3. Eu não tive a feliz oportunidade de viver à época histórica, mas contigo me transportar a um passado rico e que, felizmente, a literatura me permite usufruir. Sou apaixonado por minha linda Fortaleza. A “Loira desposada do sol”, como poeticamente legendou o poeta PAULA NEY.

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