Em primeiro de fevereiro de 1965, chega finalmente a Fortaleza, a energia da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, às 18h30min, na Praça dos Libertadores, no Otávio Bonfim, com a presença do presidente da República, general Humberto de Alencar Castelo Branco.
Praça dos Libertadores, no Otávio Bonfim, local da chegada da energia elétrica.
Foto de 1963 - Arquivo Nirez
Desde 1912 a Capital era servida pela luz e força da Light, companhia inglesa que explorou o bonde, ônibus, além de luz e força, sempre com precariedade.
A empresa foi municipalizada, transformou-se em Serviluz, Conefor e finalmente em Coelce.
Promissória Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda - Acervo Carlos Juaçaba
Usina Elétrica Serviluz no Mucuripe. Década de 50/60 - IBGE
Naquele dia chegava a energia da Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco - CHESF.
A cerimônia da chegada da Luz de Paulo Afonso realizou-se com discurso do Governador Virgílio de Moraes Fernandes Távora (Virgílio Távora) e ligação da chave da luz pelo Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco.
Quando foi criada a CHESF, em outubro de 1945, sua área de concessão abrangia um “circulo de 450 km de raio a partir da usina a ser construída em Paulo Afonso”. Incluía, portanto, Salvador, Aracajú, Maceió, Recife e João Pessoa. Excluía Fortaleza e grande parte do Ceará.
Em 1960, a energia hidrelétrica produzida em Paulo Afonso passou a suprir a região sul do Ceará, incluída no “círculo” original. Para a distribuição da energia fornecida pela CHESF, foi criada a CELCA - Companhia de Eletricidade do Cariri, empresa de economia mista, subsidiária da SUDENE, mas com a participação acionária da própria CHESF, de Prefeituras municipais da região e, em escala bem menor, de particulares. Em 16 de setembro de 1960 era criada a CENORTE - Companhia Centro-Norte de Eletrificação do Ceará, empresa também de economia mista cuja maioria acionária era em sua quase totalidade do Governo Estadual, a qual pelo fato de não dispor de energia, muito pouco fez nos seus primeiros anos de existência. Ainda em 1960, o serviço público de energia elétrica em Fortaleza era operacionalizado de forma precária, pela SERVILUZ - Serviço de Luz e Força de Fortaleza, a partir de energia gerada por usinas termelétricas.
A SERVILUZ era uma autarquia pertencente ao município de Fortaleza, resultante da encampação da antiga Ceará Tramways, Light & Power. No restante dos municípios do interior cearense, onde existia o serviço de energia elétrica as próprias prefeituras o realizavam por administração direta, a partir de pequenos e precários grupos geradores, dentro de horários restritos, geralmente das 18 às 20 horas.
Situado em frente ao Passeio Público, na esquina das ruas Floriano Peixoto e Dr. João Moreira. Anos 40 - Livro Royal Briar
O prédio atualmente
Em 1962 o controle acionário da SERVILUZ passou da prefeitura de Fortaleza para a ELETROBRÁS, quando então a empresa transformou-se na CONEFOR - Companhia Nordeste de Eletrificação de Fortaleza. Paralelamente, a SUDENE criava a CERNE - Companhia de Eletrificação Rural do Nordeste, que passou a atuar também no Ceará, mas apenas em algumas cidades na região do baixo e médio Jaguaribe e na serra da Ibiapaba, na fronteira com o Piauí, produzindo e distribuindo energia proveniente de pequenos grupos geradores termelétricos.
Em 1964, aconteceu a chegada da energia de Paulo Afonso em Fortaleza. Na época, este foi um feito extraordinário dos técnicos da CHESF, uma realização importante da engenharia elétrica brasileira e uma conquista inesquecível do povo cearense: ficaram implantadas as condições básicas para que todo o Ceará pudesse contar com os benefícios da energia da CHESF. Nessa época, o Governo Estadual dotou a CENORTE de condições operacionais adequadas.
Vista aérea da usina de Paulo Afonso, que abastece o Ceará -
Acervo do Blog do Eliomar de Lima
Quando a expansão do sistema já estava em fase avançada, pois a energia distribuída já representava quantidades significativas de MWh e o consumidor passava a ser um dependente muito direto e exigente da qualidade do serviço oferecido, impunha-se uma mudança de rumos. A expansão não poderia parar ou mesmo diminuir o ritmo, deveria continuar de forma acelerada, para proporcionar ao maior número possível de cearenses os benefícios da energia elétrica da CHESF. Mas a operação eficiente e econômica, bem como uma manutenção adequada do sistema não poderia ser relegada ou postergada. Deveria ser inserida no rol das prioridades básicas do Estado. Com esse objetivo, o Governo do Ceará criou, mediante lei estadual de 05 de julho 1971, a COELCE - Companhia de Eletricidade do Ceará, autorizada a funcionar pelo Decreto Federal 69.469 de 05 de novembro de 1971.
Desde o ano de 1976, o prédio da sede do Sport Club Maguary, localizado na Rua Barão do Rio Branco, pertence à Companhia Energética do Ceará (Coelce). Posteriormente, a administração passou para a Fundação Coelce de Seguridade Social (Faelce).
Foto de Luana Andrade
Em 13 de março de 1987 a COELCE mudou sua razão social para Companhia Energética do Ceará, ampliando seus horizontes de atuação, passando a considerar todas as potencialidades energéticas locais como insumos para o desenvolvimento do Ceará.
Uma vez criada a COELCE, a ela foram incorporadas: a CENORTE (em 07/04/72), a CELCA (em 23/11/72), o acervo local e parte do pessoal da CERNE (em 23/02/73) e por fim a CONEFOR (em 04/05/73), com o Governo do Estado do Ceará mantendo o controle acionário da empresa, já que proprietário majoritário das ações ordinárias com direito a voto. Devido às parcelas das quotas estaduais do Imposto Único sobre Energia Elétrica - IUEE recebidos pelo Ceará e aplicadas integralmente pelo Estado na COELCE, em poucos anos foi ampliada a maioria acionária da participação estadual no capital da empresa, já que os demais acionistas limitavam-se a reaplicar seus dividendos garantidos pelas ações preferenciais.
Sede da Coelce na Rua Padre Valdevino
A Coelce na atualidade
2000 - 2006
Período de investimento significativo no reposicionamento de imagem e planejamento estratégico, visando à contínua expansão e melhoria dos serviços, com foco no relacionamento com o cliente e no lançamento de produtos e serviços, em resposta ao crescimento do mercado e suas necessidades.
Em 2006, o compromisso com ações de responsabilidade social classifica as ações da Coelce como ações preferenciais classe A no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo.
Também em 2006 a Coelce conquista, pela primeira vez o título de Mehor Distribuidora de Energia Elétrica do Nordeste, em premiação realizada pela Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee).
2007
Ressaltando o resultado de um intenso trabalho de aproximação com o clientes e melhoria contínua da qualidade dos serviços, a Coelce lança uma nova plataforma de imagem - "A nossa ideia é conhecer você" - marcando o fechamento do ciclo de reposicionamento junto à sociedade. Pelo segundo anos consecutivo, Coelce é eleita a Melhor Distribuidora de Energia do Nordeste (Prêmio Abradee).
2008
A empresa passa a utilizar um novo conceito de assinatura de marca: Coelce - Cada vez mais próxima de você. Ao mesmo tempo, moderniza e adequa toda sua rede de atendimento para garantir um serviço cada vez melhor e mais acessível aos clientes.
Nesse ano, a empresa ganha destaque mundial com o projeto Ecoelce, que possibilita a troca de lixo reciclável por bônus na conta de energia. Ele foi um dos dez ganhadores do prêmio World Business and Development Awards, da Organização das Nações Unidas, pela sua contribuição para o desenvolvimento sustentável.
Mais uma vez, a Coelce é eleita, pelo terceiro ano consecutivo, a Melhor Distribuidora do Nordeste (Abradee) e permanece entre as 150 Melhores para Trabalhar (Guia Exame-Você S.A.).
2009
Coelce conquista o título de Melhor Distribuidora de Energia do Brasil e mantém, pelo quarto ano consecutivo, a primeira posição no ranking das melhores da região Nordeste.
Fotos e croqui da Usina Elétrica Serviluz - Mucuripe
Croqui da Serviluz. Foto do livro sobre as obras da Prefeitura Municipal de Fortaleza em 1953. Acervo Alex Mendes
Foto do livro sobre as obras da Prefeitura Municipal de Fortaleza em 1953.
Acervo Alex Mendes
Foto do livro sobre as obras da Prefeitura Municipal de Fortaleza em 1953.
Acervo Alex Mendes
Foto do livro sobre as obras da Prefeitura Municipal de Fortaleza em 1953.
Acervo Alex Mendes
Foto do livro sobre as obras da Prefeitura Municipal de Fortaleza em 1953.
Acervo Alex Mendes
Foto do livro sobre as obras da Prefeitura Municipal de Fortaleza em 1953.
Acervo Alex Mendes
Foto do livro sobre as obras da Prefeitura Municipal de Fortaleza em 1953.
Acervo Alex Mendes