sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A Cearense



No dia 1º de janeiro de 1923 foi registrada a firma Aprígio Coelho de Araújo, com o estabelecimento "A Cearense", na esquina da Rua Floriano Peixoto nº 219/223, com Rua Pedro Borges, olhando para a Praça do Ferreira. Em 1930 foi reinaugurada após reforma e em 1939 mudou-se para a Rua Barão do Rio Branco nºs 1068/1074.

Em 08 de dezembro de 1939, a loja A Cearense, inaugura seu novo prédio na Rua Barão do Rio Branco nºs 1080/84, em frente ao Cine Majestic, obra do arquiteto Sylvio Jaguaribe Ekman, no estilo Art-Déco, local antes ocupado pelo Teatro Taliense ou Concórdia, seguido do Colégio Anacleto.
Depois o prédio da A Cearense, foi ocupado pelas Lojas Singer.
A Cearense tinha um slogan: "A casa que cresce, diminuindo os preços".

Diz a manchete: Prédio próprio em construção a inaugurar-se em 1939. Acervo Lucas Jr

A fachada da A Cearense na Barão do Rio BrancoFoto da Aba Film
Arquivo Nirez

Prédio que antes era ocupado pela A Cearense, no dia da inauguração da Singer Sewing Machine Company (01/12/1950), na Barão do Rio Branco. Foto do livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

A Cearense era uma das principais casas¹ de tecidos de Fortaleza, na década de 40. Localizava-se  no meio do chamado 'Quarteirão Sucesso', na rua Barão do Rio Branco.
Aprígio Coelho de Araújo, homem de larga visão e de muito bom gosto, mandou construir sua loja inspirado nas grandes “maisons” parisienses: gigantesco salão, bastante requintado, com ambientes de espera e nichos iluminados para exposições de peças finas. Ao fundo, uma elegante escada em forma de leque se bifurcava e dava acesso aos salões dos dois andares superiores que tinham imensas rodas vazadas como visores emoldurados por  belos gradis de ferro. De linhas ‘art-déco’, como era comum às lojas chiques daquele tempo, sua frente era rigorosamente simétrica, com duas vastas  vitrinas laterais  e muitos manequins artisticamente vestidos.²


Acervo Lucas Júnior

Acervo Lucas Júnior

¹ A expressão ‘casa’, certamente, seria de influência francesa ‘maison’.

² Nos idos de 40, as lojas de tecidos ou casas de fazendas, como eram mais conhecidas, tinham esmero em suas vitrinas, caprichavam nos “vestidos” de suas bonecas-manequins que eram montados por verdadeiros mestres na arte de modelas as roupas, usando apenas o tecido e alguns alfinetes, sem ser necessário cortar pano nem utilizar linha ou agulha.



Fontes: Royal Briar de Marciano Lopes (2ª Edição) e 
Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo



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