sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pelas Praças da cidade - Parte II


Praça José de Alencar em 1910 - Arquivo Nirez

Limitada pelas ruas Guilherme Rocha, 24 de maio, Liberato Barroso e General Sampaio. O homenageado é José Martiniano de Alencar, neto de Bárbara de Alencar, heroína da Revolução de 1817.


Praça José de Alencar em 1929

 José Martiniano de Alencar (mais conhecido como José de Alencar), nasceu no Ceará no dia primeiro de maio de 1829. Vai morar em São Paulo e se matricula em 1846 na Faculdade de Direito onde começou a se dedicar às letras. Formado em Direito, em 1850 começa a escrever para o Correio Mercantil. Resolve se dedicar ao Jornalismo e se torna um crítico extraordinário. Sarmiento (2006, p. 36) afirma que seus romances começam a ser publicados “em 1857 o escritor inicia no “Diário do Rio” onde é publicado o seu primeiro romance: Guarani. A repercussão do romance foi internacional, o maestro Carlos Gomez, na Itália, escreveu a famosa ópera: O Guarani”


Praça José de Alencar com a Igreja do Patrocínio e o Prédio da Fênix Caixeiral. O prédio da Fênix foi demolido e no lugar foi construído o CEMJA

De 1861 a 1877, José de Alencar é eleito deputado pelo Ceará. Escreveu vários livros, romances, peças de teatro, etc. e morreu em 1877. Antes de 1870 a praça era conhecida como Praça do Patrocínio pelo fato de está em frente à Igreja Nossa Senhora do Patrocínio. A partir deste ano, apesar do povo continuar se referindo a praça pelo nome antigo, passou a se chamar Marquês de Herval. Em 1896 foi lançada no centro da praça a pedra fundamental que seria hoje o Teatro José de Alencar. Contudo, por inúmeras razões, o projeto não foi concretizado. Apenas em 1904, no Governo de Nogueira Acióli, a construção do teatro é oficialmente autorizada. Sua inauguração deu-se em 17 de Junho de 1910. Em 1929, por razão da comemoração dos cem anos de José de Alencar, a praça passou a ser chamada pelo nome do romancista. Nesta época, foi inaugurado o conjunto escultórico no centro da praça. 


Prédio localizado na Praça José de Alencar, rua 24 de Maio esquina com Guilherme Rocha, hoje faz parte do "beco da Poeira". Na parte de baixo desse prédio funcionou um curso de datilografia, em frente estava localizado a famosa Fênix Caixeiral, foto tirada próximo a igreja do Patrocínio - Arquivo Nirez

A praça ficou conhecida desde 1938, por praça José de Alencar pela estátua do romancista e pelo teatro, permanecendo até os dias de hoje. O Monumento é a estátua de José de Alencar que foi inaugurada em primeiro de maio de 1929. José de Alencar foi consequência de um concurso público elaborado para todo o Brasil em 17 de setembro de 1928 no Liceu de Artes e Ofícios no Rio de Janeiro, saindo como vencedor o escultor paulista Humberto Bartholomeu Cozzo. A comissão julgadora foi composta por José Mariano Filho, Gustavo Barroso, Ronald de Carvalho, Nogueira Silva e Gilberto Câmara.


Praça José de Alencar em 1981 - Foto Gentil Barreira

No memorial descritivo ele justifica seu projeto no binômio simplicidade e originalidade. Justifica preferir a posição de José de Alencar sentada por achá-la mais adequada a um homem que agiu mais com o cérebro que com ações; sentado, interrompe suas anotações para concentrar seu pensamento numa visão que só ele vê ao longe.


Praça Marquês do Herval - Arquivo Nirez

O monumento é feito de granito branco de Itaquera e pesa sessenta quilos. Os baixos relevos foram inspirados nos romances de Iracema e o Guarani. De estilo Art Déco” a obra de Cozzo é uma das mais apreciadas da cidade de Fortaleza.






"Foto feita no dia 24 de maio de 1900. Ali foi inaugurada, nesta data citada, a estátua do general Antônio de Sampaio, ferido mortalmente no dia 24 de maio de 1866 na Batalha de Tuiuti. Foi dado então o nome da Rua General Sampaio, da Rua 24 de Maio e inaugurada a estátua. Ao fundo vemos a Fábrica Proença. Achamos que a data deve ser esta pela movimentação e pelo acúmulo de gente e bandeiras em redor da estátua.
O 24 de maio da rua é a data da Batalha de Tuiuti onde o general Sampaio foi baleado mortalmente sagrando-se herói nacional. Não tem nada a ver com libertação dos escravos. A grande festa que houve no dia 24 de maio de 1900 foi na Praça Castro Carreira. Esta foto está na direção da Rua Castro e Silva e vê-se ao fundo a Fábrica Proença, local hoje ocupado por um shopping. Os galpões da estrada de ferro ficam à direta da foto, ficou fora da objetiva." Nirez

No início, em 1830, a praça era chamada de Campo D'Amélia, já em 1882 foi chamada de Senador Carreira, em 1890 de Vila Férrea e a partir de 1932 de Castro Carreira, mais conhecida como Praça da Estação. Na praça era o lugar onde as pessoas praticavam esportes como cavalhada e torneios hípicos da argolinha e onde as tropas coloniais e, posteriormente, as imperiais davam treinamento as suas milícias. Com a construção da Estrada de ferro de Baturité, em 1871, as pessoas passaram a chamá-la de praça da estação e a inauguração foi em 1900. Limitada pelas ruas General Sampaio, 24 de maio, Dr. João Moreira e Castro e Silva


Estátua de General Sampaio na Praça da Estação - Arquivo Nirez

O homenageado é o Dr. Liberato de Castro Carreira destacado no cenário político nacional por sua inteligência e cultura, Dr.Castro nasceu em 1820 em Aracati – CE e morreu em 1903 no Rio de Janeiro. Foi médico, senador e financista. Foi homenageado como médico da pobreza em Fortaleza, em 1845; médico consultante do Hospital Militar, em 1847 e em 1880 foi eleito com a maioria dos votos para Senador. O Monumento é a estátua de General Sampaio antes localizada na parte central da praça, a estátua do General Sampaio feita em granito cearense era fundida em bronze sobre um pedestal. Foi inaugurada em 1900, data do nascimento do patrono da Infantaria. Hoje, não é mais observada neste lugar, pois mudou-se para a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção (Quartel General).


Foto de 1909



Continua...

Parte I
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Crédito: O Centro Histórico de Fortaleza e seu patrimônio cultural arquitetônico

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