Praça Almirante Saldanha em 1930.
Vista da Rua Almirante Jaceguai
A praça foi criada no início do século XIX, chamada de Praça da Alfândega em virtude do prédio da Alfândega (Antes de o prédio ser construído, a Alfândega funcionou em prédio modesto no local onde depois seria a Praça Almirante Saldanha). Tem uma área de 5.820,00 m². Fica entre a Avenida Pessoa Anta, Rua Dragão do Mar, Almirante Tamandaré e Almirante Jaceguai.
Devido à inauguração do prédio de pedras da Alfândega em 1891, no início do século XIX, o local que até então era ocupado pelo modesto prédio da Alfândega (Isso porquê o prédio de pedras ainda não havia se iniciado, existindo no local apenas um terreno baldio cheio de árvores), foi criada a Praça da alfândega.
Foto Arquivo Nirez
Em 1915, em homenagem ao deputado do Ceará, o médico Fausto Barreto, a praça mudou de nome para Praça Fausto Barreto. No ano de 1932 retorna o nome original da praça. Na gestão de Álvaro Weyne, a nomenclatura é mudada para Almirante Saldanha, permanecendo até os dias de hoje.
A praça ainda é conhecida popularmente por Alfândega ou também por Praça do Café Avião¹.
O homenageado é o Almirante Luís Felipe de Saldanha da Gama² que nasceu em Campos dos Goitacases (RJ) em 1846 e morreu em 1895 durante a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. O Monumento é o busto do Almirante Saldanha.
Busto do Almirante Saldanha - Foto de Gerson Linhares
Em 12 de junho de 1935, o Diário Oficial do Estado, nº 499 traz o Decreto nº 221, do dia anterior, que muda o nome da Praça da Alfândega, para Praça Almirante Saldanha.Hoje é a praça onde fica o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Herma de Carlito Pamplona
No dia 03 de maio de 1936, o prefeito Álvaro Weyne, inaugura o Jardim Saldanha da Gama, na Praça Almirante Saldanha.
Reinaugurada na Praça Almirante Saldanha em 28 de março de 1978, a Herma de Carlito Pamplona que foi recuperada depois de desaparecer misteriosamente de praça existente no bairro Carlito Pamplona, o busto de bronze do pioneiro da industrialização em nossa terra, Carlito Narbal Pamplona.
¹ Café Avião
Em atividade há oitenta anos, o boteco foi fundado pelo bisavô do atual proprietário, João Barbosa Peixoto, para atender funcionários do porto. Hoje, é o público do Centro Dragão do Mar que frequenta a casa em busca de sanduíches como o avião lotado, que reúne hambúrguer, queijo de coalho, calabresa, presunto, ovo, bacon, alface e tomate no pão árabe. Novidade, as pizzas podem vir na versão nordestina, de carne de sol, queijo mussarela, requeijão, calabresa, tomate, cebola e orégano. Da carta de destilados, saem doses de rum Montilla.
² Luís Filipe de Saldanha da Gama
Nasceu em Campos dos Goitacases em 7 de abril de 1846. Bacharel em Letras, fez o curso da Academia da Marinha onde ingressou aos dezessete anos, sempre galgando postos até alcançar o de Contra Almirante. Representou o Brasil na Exposição de Viena (1873), na de Filadélfia (1876) e na de Buenos Aires (1882).
Recebeu as condecorações da Campanha Oriental, da Guerra do Paraguai, da Rendição de Uruguaiana e a do Mérito Militar. Liderou a Segunda Revolta da Armada (1893). Ao estourar a revolta era o Diretor da Escola Naval e não quis se envolver no conflito, preferindo manter a neutralidade, pois não admitia a intromissão de militares da ativa na política partidária.
Vencido pelas tropas de Hipólito Ribeiro em 1º de junho de 1895, foi morto em combate. Morto às mãos de Salvador Sena Tambeiro, um oriental comandado pelo caudilho João Francisco. Segundo testemunhas, as últimas palavras do almirante foram “Respeite-me! Sou o Almirante Saldanha!” e a resposta do Major foi: “Esses são os que eu gosto!”. Atacou-lhe com um pontaço de lança, degolou-lhe depois e também mutilou-o, arrancando-se-lhe orelhas e dentes. Antes de morrer, Saldanha ainda teria dito: “Basta, miserável”. Seu corpo só seria encontrado dias depois e sepultado no cemitério de Riviera.
No ano de 1908 seus restos mortais, juntamente com os do Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, foram trasladados para o Brasil e atualmente encontram-se depositados em um mausoléu no Cemitério de São João Batista (Campo Osório, RS, 24 de junho de 1895).
Luís Filipe de Saldanha da Gama
Em "Minha Formação" (1900), afirma sobre ele Joaquim Nabuco:
Eu tinha conhecido Saldanha na Exposição da Filadélfia, depois ligamo-nos muito em Nova York, onde morávamos no mesmo hotel, o Buckingham. (…) Pobre Saldanha! Nascido para o mundo, para o amor, para a glória, quem imaginaria, ao vê-lo naquele tempo em Nova York, que o seu destino seria o que foi? A esfinge da vida que lhe dera, ainda adolescente, um dos seus enigmas indecifráveis para resolver, destruindo nele a aspiração de ser feliz, reapareceu de novo a embargar-lhe o passo no momento em que podia disputar a primeira posição do país.
Joaquim Nabuco
Créditos: Leuda Reinaldo da Silva, Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Veja Brasil e Wikipédia
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