Foto rara da Casa JOHNSON, a única casa projetada por Oscar Niemeyer no Ceará. Foto de 1976 - Edgar Gadelha. Créditos M Williams
Casa Johnson, Fortaleza, Ceará
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer em 1942.
Planta da casa. Acervo Brazil Builds
Planta da casa. Acervo Brazil Builds
Acervo do amigo Sérgio Roberto
Foto de 1976. Créditos M Williams
NIEMEYER NA BEIRA MAR
Crédito: Maurício Cals
O Clube dos Diários e a AABB, foram demolidos e a casa Johnson, apesar de bem modificada, encontra-se parcialmente preservada, ainda bem! Foto de 1976
O imóvel que depois foi ocupado pelo Hotel Mareiro, na Beira Mar, já foi um dia a residência da Família Johnson, dona da Johnson Wax Works*. A companhia explorava carnaúba para a extração da cera. Aqui se instalaram na Fazenda Raposa, em Maracanaú. Não deu certo, passaram a fazenda à UFC.
Anos 70
Fotos da Casa Johnson em 1976 - Créditos M Williams
Mas e a casa? Poucos sabem, mas foi uma criação de Oscar Niemeyer. O arquiteto Romeu Duarte (UFC) comenta: “Era uma casa típica da primeira fase do Niemeyer: prismática, levantada sobre pilotis e com uma rampa interna que interligava todos os três níveis. Havia também uma piscina no térreo, estreita e extensa. Implantada sobre uma elevação do terreno, postava-se sobranceira sobre o mar”.
O tempo passou, intervenções houve e, a exemplo de outros projetos originais, se perdeu.
A casa não foi totalmente demolida, foi descaracterizada depois de sucessivas reformas.
A casa não foi totalmente demolida, foi descaracterizada depois de sucessivas reformas.
O imóvel ocupado pelo Hotel Mareiro
O Hotel Mareiro
Herbert Johnson, de Wisconsin, EUA, presidente da empresa S.C. Johnson, fabricante das Ceras Johnson e de outros produtos de limpeza, veio ao Ceará em 1935 para pesquisar as potencialidades da carnaúba. A cera produzida à partir dessa palmeira nativa era o principal item para os produtos fabricados pela S.C. Johnson, e Herbert Johnson quis conhecer o potencial de cultivo da carnaubeira a fim de assegurar uma fonte de recursos renováveis e manejáveis.
Depois de conhecer de perto o cultivo da árvore, a fim de assegurar uma fonte de recursos renováveis e manejáveis, o empresário decidiu instalar uma unidade no Ceará. Graças à carnaúba, a Ceras Johnson virou uma potência que atua em mais de 20 países e fatura bilhões de dólares anualmente. Falecido em 1978, o empresário foi sucedido pelo filho Samuel Johnson, hoje à frente da organização.
Logo após Herbert Johnson ter herdado o negócio da família, bateu à porta a Grande Depressão de 1929. Querendo garantir o fornecimento de cera de palmeira de carnaúba, crucial para os negócios da firma SC Johnson, Herbert decide visitar o país da sua origem, no Brasil. Confrontado com a duração da viagem usando os meios tradicionais da época (cerca de um ano), depressa encontrou no avião a alternativa, e o Sikorsky S-38 foi o escolhido. O anfíbio bimotor foi o primeiro sucesso comercial de Sikorsky, um verdadeiro iate aéreo, de excelente autonomia, conforto e fiabilidade, que tinha uma qualidade importante relativamente à concorrência: mantinha a altitude voando com apenas um motor. Capaz de levantar e aterrar em quase todo o lado era a ferramenta ideal para o trabalho. Johnson sai dos EUA em Setembro de 1935 com mais 5 homens, numa verdadeira expedição comercial e científica de dois meses pelo Brasil. O avião original foi mais tarde vendido à Shell, perdendo-se ao largo da Indonésia.
Foram precisos três anos e meio para a Born Again Restorations construir a réplica do Spirit of Carnaúba. Buzz conseguiu localizar dois suportes de fuselagem traseiros e a parte central da asa superior num armazém em Burbank. Vários planos foram também obtidos dos arquivos da Sikorsky e de outras proveniências, culminando numa das mais belas ressurreições no mundo da aviação antiga. Vestido de negro, vermelho e amarelo, com os seus dois motores Pratt & Whitney de 450 cavalos a rodarem em sincronia, um S-38 voou outra vez dos EUA ao Brasil, transformando novamente a vida da família Johnson.
Spirit of Carnaúba exposto no Hall Fortaleza - D' Neto
Hoje o Spirit of Carnaúba está exposto no Hall Fortaleza, na sede da empresa S.C. Johnson no Wisconsin.
Ricardo Reis
Créditos: Brazil Builds, Jornal O Povo e Ricardo Reis
Parabéns pelo material e pela iniciativa do blog.
ResponderExcluirExcelente. Era pra ser um ponto turístico sem igual.
ResponderExcluirMaravilhoso!
ResponderExcluirFotos preciosas do interior da casa, um estilo bem tranquilo, se comparado o que os americanos estão acostumados, só não entendi muito a piscina, parece bem pequena, eles viveram lá até quando ?
ResponderExcluirOs Johnsons passavam férias e viviam temporariamente até o inicio dos anos 7 qdo foi doado á Missão Batista. Se tornou uma especie de pousada. Missionarios de qualquer denominação poderiam passar ferias na casa, pagando uma pequena diária. O unico defeito era a piscina que ficava debaixo da cobertura e assim era gelada. Nisso, o gramado ficavo no sol e teria sido um local perfeito para uma piscina.
ExcluirPerfeito seu material.
ResponderExcluirMaravilhoso! Excelente material!
ResponderExcluirParabéns 👏👏👏
Gostei da matéria!!! Foram muitas informações adquiridas
ResponderExcluirParabéns pelo documentário. Me proporcionou enormes recordações. Do meu pai que trabalhou 30anos para empresa e do presente de casamento que ganhei . Foram três dias na Casa Johnson, que era chamada em 1975 de Vila Johnson. Saudades.
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