quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Herbert Johnson - Um homem de coragem e iniciativa



Herbert Johnson, de Wisconsin, EUA, presidente da empresa S.C. Johnson, fabricante das Ceras Johnson e de outros produtos de limpeza, veio ao Ceará em 1935 para pesquisar as potencialidades da carnaúba. A cera produzida a partir dessa palmeira nativa era o principal item para os produtos fabricados pela S.C. Johnson, e Herbert Johnson quis conhecer o potencial de cultivo da carnaubeira a fim de assegurar uma fonte de recursos renováveis e manejáveis.

Herbert Johnson Jr. ganha Medalha do Mérito Industrial da FIEC

Herbert Johnson foi presidente da S.C. Johnson, fabricante mundial de produtos de higiene e limpeza, fundada em 1886, que veio ao Ceará pesquisar sobre a carnaúba. Herbert Johnson, homenageado in memoriam, foi representado pelo bisneto, Connor Leipold, e pelo vice-presidente da SC Johnson na América Latina, Jose Latugaye, que afirmou estar contente com a honraria, destacando que a empresa possui "uma relação muito profunda com o Ceará". 

Então presidente da SC Johnson, fabricante das Ceras Johnson e de outros produtos de limpeza, o industrial americano Herbert Johnson veio ao Ceará em 1935 para pesquisar as potencialidades da carnaúba - principal insumo para os produtos fabricados pela empresa. Depois de conhecer de perto o cultivo da árvore, a fim de assegurar uma fonte de recursos renováveis e manejáveis, o empresário decidiu instalar uma unidade no Ceará. Graças à carnaúba, a Ceras Johnson virou uma potência que atua em mais de 20 países e fatura bilhões de dólares anualmente. Falecido em 1978, o empresário foi sucedido pelo filho Samuel Johnson, hoje à frente da organização.


A Federação das Indústrias do Estado do Ceará – FIEC entregou no dia 26 de julho a Medalha do Mérito Industrial a Herbert Fisk Johnson Jr. (in memorian), empresário norte-americano precursor do Grupo Johnson no Ceará. A medalha foi recebida por Connor Leipold, bisneto de Herbert Johnson Jr., que também trabalha no Grupo Johnson. A solenidade foi uma realização da Confederação Nacional da Indústria – CNI e FIEC em celebração ao Dia da Indústria.

Um homem com coragem e iniciativa



Em sua visita ao Brasil, Herbert Johnson Jr. também fundou a Fazenda Raposa que, em 1937, tornou-se o maior centro científico e de coleção de palmeiras ceríferas do mundo. 

Na década de 40, construiu a Vila Johnson, na beira mar – um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer – e a fábrica da empresa na Rua Dragão do Mar, responsável pelo grande avanço no refino e industrialização da cera de carnaúba. Já na década de 60, criou a Escola Johnson, que funciona até hoje e atende mais de 1.500 alunos por ano. 

Em sua visita ao Brasil, Connor Leipold também conheceu o escritório da Associação Caatinga em Fortaleza. Na ocasião, foi apresentado à equipe de trabalho e recebeu, entre os materiais institucionais e didáticos, um exemplar do livro “Caatinga um Novo Olhar”.

Herbert Johnson Jr. sensibilizou toda a sua família para a preservação da Caatinga. Seu filho Samuel Johnson, com o intuito de ajudar na preservação deste bioma, institui o Fundo Samuel Johnson, gerido pela The Nature Conservancy (TNC). O objetivo do fundo era adquirir uma relevante área de Caatinga no Ceará, para transformá-la em uma unidade de conservação, bem como fundar uma instituição local que pudesse gerir esta área e fomentar a preservação da Caatinga. Com esse propósito surge a Associação Caatinga e a Reserva Natural Serra das Almas, que atua há 14 anos para a preservação e conservação dessa floresta exclusivamente brasileira.


Fazenda Raposa, em Maracanaú (Foto: Stênio Saraiva)

Expedição pioneira gerou multinacional

Fisk Johnson

Samuel Johnson

Quando cruzou o céu de Fortaleza no dia 17 de novembro passado, o avião Sikorsky – modelo da década de 30, mas reluzindo de tão novo – chamou atenção. Do lado de fora, via-se o nome Carnaúba na fuselagem. Dentro, o empresário Samuel Johnson, dono da empresa S.C.Johnson, mais conhecida por Ceras Johnson, estava no comando.


Frank Lloyd Wright e Herbert Johnson

A aeronave era uma réplica perfeita do hidroavião usado por Herbert Johnson, pai de Samuel, em 1935. Herbert partiu da cidade americana de Racine e, após uma viagem de três meses, pousou na água, em frente a Avenida Beira-Mar, pois Fortaleza nem possuía aeroporto. Tinha um objetivo: conhecer a carnaúba tête-à-tête. A empresa de Johnson já usava a cera nos seus produtos para polimento de assoalhos e ele queria ter certeza de que havia palmeiras para produzir matéria-prima em quantidade suficiente.
O grupo dispunha em Fortaleza de uma parafernália mandada por navio. Toneladas de equipamentos de caça, pesca e acampamento. Só facas, vieram 144. Veio também um pequeno laboratório que viabilizou o cruzamento de sementes das palmeiras que produziam cera mais pura. O melhoramento criou exemplares vigorosos. Graças à carnaúba, a Ceras Johnson virou uma potência que atua em vinte países e faturou 5 bilhões de dólares em 1998.


Cera Johnson's Prepared Wax

Sede da S.C. Johnson

O herdeiro Samuel organizou essa segunda viagem de 1998 para prestar uma homenagem ao pai e à planta que mudou os rumos de sua empresa. Hoje ela fabrica dezenas de produtos que usam a cera como matéria-prima e os vende para mais de 100 países. “Meu pai me pediu, antes de morrer, em 1978, que refizesse a sua expedição”, contou Sam à revista SUPER INTERESSANTE. “Afinal, foi graças a ela que a carnaúba passou a fazer parte dos nossos negócios.”


Reserva natural Serra das Almas é um dos pontos turísticos da cidade de Crateús

Sam Johnson, filho de Herbert, aproveitou a vinda ao Ceará e fez algumas doações a entidades do Estado: a Fazenda Raposa (plantação de carnaubeiras , situada em Maracanaú, foi doada à Universidade Federal do Ceará (UFC); a Reserva Serra das Almas, localizada em Crateús, transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), foi doada à Associação Caatinga; a Escola Johnson, no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, hoje pertencente à rede de ensino da Secretaria da Educação do Estado.

Jornal O Povo de 16 out. 2004, p.11 - “Empresário percorre caminhos do avô”. 

Leia também:

Escola Johnson - 50 Anos
A Casa Johnson na Beira-Mar


Jornal O Estado, Site A Caatinga.org, Revista Super Interessante -Árvore com brilho próprio e Forbes

Um comentário: