Álbum Vistas do Ceará 1908
Avenida Bezerra de Menezes
Por volta da década de 80, o riacho Jacarecanga tornou-se de grande importância na região por localizar-se em um bairro Nobre. Ele era considerado uma área de lazer do Bairro Jacarecanga de Fortaleza, onde as pessoas aproveitavam a limpidez do riacho e tomavam banhos refrescantes em dias ensolarados. Aproveitava-se o riacho para a prática de pesca de peixes ornamentais e entretenimento dos moradores.
Em 1915, devido a seca no sertão nordestino, registrou-se a grande migração de sertanejos do interior do Ceará para a capital em busca de melhor qualidade de vida. A migração prejudicou o crescimento ordenado da cidade, favorecendo o aparecimento de moradias irregulares. Com isso, pessoas de condições socioeconômicas desfavoráveis começaram a ocupar as proximidades do bairro Jacarecanga, deslocando a elite para o bairro Aldeota.
Em 1915, devido a seca no sertão nordestino, registrou-se a grande migração de sertanejos do interior do Ceará para a capital em busca de melhor qualidade de vida. A migração prejudicou o crescimento ordenado da cidade, favorecendo o aparecimento de moradias irregulares. Com isso, pessoas de condições socioeconômicas desfavoráveis começaram a ocupar as proximidades do bairro Jacarecanga, deslocando a elite para o bairro Aldeota.
Nessa época, a praia era conhecida como Praia do Kartódromo
A praia lotada...e essa areia vermelha... Essa é a praia da Leste (ou Praia do Jacarecanga) e a areia vermelha (piçara) era o aterro feito na construção da Av. Leste Oeste. Nessa época não tinha ainda as barracas e nem o péssimo cheiro da estação de tratamento da Cagece.
No final da década de 1980 e início da década de 1990, instalou-se na Praia do Jacarecanga (Leste-Oeste) uma Estação de Tratamento de Esgotos. Logo, esses acontecimentos influenciaram bastante para que houvesse uma grande desvalorização do bairro, com a instalação definitiva de uma população de menor poder aquisitivo e escolaridade, além da desassistência pelos órgãos público-governamentais.
A partir de então, residia no local não mais a elite, mas os pobres que não reconheciam seus direitos perante o governo e que assim não reivindicavam as condições básicas de vida como, por exemplo, o saneamento básico da referida área. Deu-se início aos depósitos de entulho no leito do riacho e esgotos clandestinos com desembocadura no córrego em questão.
O riacho Jacarecanga foi sendo degradado ambientalmente. A mata ciliar desmatada para ocupação das moradias irregulares, que em tempos chuvosos, eram inundadas, facilitou o assoreamento do seu leito, eutrofização das águas do riacho e a proliferação de vetores como insetos, ratos e caramujos, responsáveis por riscos à saúde humana.
A foz do riacho Jacarecanga, que antigamente chamava-se Timbó, já era registrado pelos holandeses, quando estes estiveram no Ceará (Mapa de Fortaleza de 1649).
Às margens esquerda e foz deste foi construído em 1749 uma fortificação militar Reduto de Jacarecanga*, neste mesmo local nos dias de hoje localiza-se a Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará.
Com a expansão territorial de Fortaleza no século XIX, as margens do riacho Jacarecanga começa a ser consolidada como um bairro com casas de veraneio e igrejas ou conventos, como o Instituto Bom Pastor.
Localizado em parte na Avenida Francisco Sá, nas proximidades do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, o riacho Jacarecanga apresenta-se como uma grande fonte histórica para o bairro que lhe dera nome.
Durante várias décadas, o riacho Jacarecanga apresentou-se como uma rica fonte de sustento para a população do bairro, que pescavam em abundância os peixes das mais variadas espécies, algumas delas ornamentais. O riacho também foi uma área de lazer para os moradores que diariamente banhavam-se em suas águas.
Entretanto, ao iniciar-se o século XX, com a situação apresentada no Ceará, em virtude das migrações de povos do interior, o riacho acabou por ter suas margens indevidamente ocupadas por construções irregulares. Tal ocupação resultou em um processo negativo, uma vez que a mata ciliar que dava proteção fora desmatada, deixando as condições estruturais do solo em um índice de tal fragilidade que formou-se blocos de terra no leito do riacho, levando a uma gradual diminuição do nível das águas.
Não só esse processo levou a uma deterioração do riacho, o acúmulo de dejetos produzidos pelos migrantes as margens do riacho foi aumentando de tal forma que acabaram sendo carregados juntamente com os deslizamentos de terra, depositando-se nas águas do riacho e acarretando, consequentemente, um processo contaminativo das águas.
Hoje o riacho passa por uma acentuada degradação ambiental, está com o seu leito muito poluído, suas margens estão cobertas por entulhos, exala um odor muito forte, provocado pelo lançamento de esgotos, dentre outros problemas. O riacho Jacarecanga apresenta-se como uma fonte de depósito de resíduos dos mais diferentes tipos: orgânicos, plásticos, domésticos, etc.
O riacho tem uma extensão de 2,02 km. Há um índice de contaminação de 16000 coliformes fecais (micro-organismos presentes em águas contaminadas) por 100 ml (TONIATTI, Mariana – O POVO online).
A população que mora ao redor do riacho reclama muito porque os órgãos públicos não realizam obras de revitalização do córrego em questão, o que seria de extrema importância para melhorar as condições de vida da área em estudo. Contudo, a própria população ainda persiste nos hábitos de depositar lixo doméstico nas margens, escoar seus esgotos para o leito do riacho, desmatar a mata ciliar, realizar queimadas de lixo, dentre outros.
O riacho Jacarecanga foi sendo degradado ambientalmente. A mata ciliar desmatada para ocupação das moradias irregulares, que em tempos chuvosos, eram inundadas, facilitou o assoreamento do seu leito, eutrofização das águas do riacho e a proliferação de vetores como insetos, ratos e caramujos, responsáveis por riscos à saúde humana.
Lagoa (riacho) Jacarecanga em foto do Álbum Vistas do Ceará 1908.
A foz do riacho Jacarecanga, que antigamente chamava-se Timbó, já era registrado pelos holandeses, quando estes estiveram no Ceará (Mapa de Fortaleza de 1649).
Às margens esquerda e foz deste foi construído em 1749 uma fortificação militar Reduto de Jacarecanga*, neste mesmo local nos dias de hoje localiza-se a Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará.
Com a expansão territorial de Fortaleza no século XIX, as margens do riacho Jacarecanga começa a ser consolidada como um bairro com casas de veraneio e igrejas ou conventos, como o Instituto Bom Pastor.
Localizado em parte na Avenida Francisco Sá, nas proximidades do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, o riacho Jacarecanga apresenta-se como uma grande fonte histórica para o bairro que lhe dera nome.
Durante várias décadas, o riacho Jacarecanga apresentou-se como uma rica fonte de sustento para a população do bairro, que pescavam em abundância os peixes das mais variadas espécies, algumas delas ornamentais. O riacho também foi uma área de lazer para os moradores que diariamente banhavam-se em suas águas.
Entretanto, ao iniciar-se o século XX, com a situação apresentada no Ceará, em virtude das migrações de povos do interior, o riacho acabou por ter suas margens indevidamente ocupadas por construções irregulares. Tal ocupação resultou em um processo negativo, uma vez que a mata ciliar que dava proteção fora desmatada, deixando as condições estruturais do solo em um índice de tal fragilidade que formou-se blocos de terra no leito do riacho, levando a uma gradual diminuição do nível das águas.
Não só esse processo levou a uma deterioração do riacho, o acúmulo de dejetos produzidos pelos migrantes as margens do riacho foi aumentando de tal forma que acabaram sendo carregados juntamente com os deslizamentos de terra, depositando-se nas águas do riacho e acarretando, consequentemente, um processo contaminativo das águas.
Foto Sbpcnet.org
Hoje o riacho passa por uma acentuada degradação ambiental, está com o seu leito muito poluído, suas margens estão cobertas por entulhos, exala um odor muito forte, provocado pelo lançamento de esgotos, dentre outros problemas. O riacho Jacarecanga apresenta-se como uma fonte de depósito de resíduos dos mais diferentes tipos: orgânicos, plásticos, domésticos, etc.
O riacho tem uma extensão de 2,02 km. Há um índice de contaminação de 16000 coliformes fecais (micro-organismos presentes em águas contaminadas) por 100 ml (TONIATTI, Mariana – O POVO online).
Crédito da foto: http://connepi.ifal.edu.br
A população que mora ao redor do riacho reclama muito porque os órgãos públicos não realizam obras de revitalização do córrego em questão, o que seria de extrema importância para melhorar as condições de vida da área em estudo. Contudo, a própria população ainda persiste nos hábitos de depositar lixo doméstico nas margens, escoar seus esgotos para o leito do riacho, desmatar a mata ciliar, realizar queimadas de lixo, dentre outros.
Atualmente, o riacho poderia até ser um local de lazer para a população, servindo inclusive como fonte de renda para alguns, mas devido às ações contínuas de degradação ambiental,
decorrentes de ações antrópicas irresponsáveis, foi mais um exemplo claro do desrespeito e desvalorização ao meio ambiente.
No riacho Jacarecanga o descaso ambiental assumiu patamares alarmantes. Há uma grande quantidade de lixo nas margens e águas do riacho.
decorrentes de ações antrópicas irresponsáveis, foi mais um exemplo claro do desrespeito e desvalorização ao meio ambiente.
No riacho Jacarecanga o descaso ambiental assumiu patamares alarmantes. Há uma grande quantidade de lixo nas margens e águas do riacho.
Esgoto doméstico despejado no leito do Riacho Jacarecanga - Crédito da foto: Connepi2009
Segundo comentários da reportagem realizada pelo jornal Diário do Nordeste em 27 de Dezembro de 2007 "Com os canais e riachos cheios de lixo, a chegada das chuvas é um alerta para a população e para o poder público. Diversos mananciais da Cidade, em áreas onde é comum acontecer inundações e alagamentos, estão tomadas por lixo, vegetação e entulho. A pior situação, no entanto, acontece no riacho Jacarecanga, com tanto lixo que a quantidade de água que circula não é suficiente para escoá-lo".
Os moradores da região são responsáveis pela maior parte dos resíduos encontrados no local. Entretanto, constata-se que os moradores vivem um paradoxo, pois justificam suas ações afirmando que a falta de coleta de lixo e a carência financeira os levam a jogar seus detritos nas margens do riacho e até mesmo dentro de seu leito, ao mesmo tempo em que afirmam a importância da conservação das condições da qualidade de vida de todas as espécies da área do riacho. A população torna-se responsável direto pela situação que se encontra atualmente o querido riacho Jacarecanga.
*O Reduto de Jacarecanga, incorretamente grafado por BARRETO (1958) como Reduto de Jarecamara, localizava-se em Jacarecanga.
*O Reduto de Jacarecanga, incorretamente grafado por BARRETO (1958) como Reduto de Jarecamara, localizava-se em Jacarecanga.
É uma estrutura citada por BARRETTO, que informa tratar-se de fortificação existindo em 1749, artilhada com duas peças.
Posteriormente, instalou-se no bairro da Prainha a recém-criada Companhia de Aprendizes-Marinheiros, em 26 de novembro de 1864. Em 1 de Outubro de 1908, mudou-se para o bairro de Jacarecanga, onde permanece até hoje.
Impactos ambientais no riacho Jacarecanga e a importância da educação ambiental dos Ribeirinhos - Referências Bibliográficas:
BRASIL, Resolução nº 32, de 15 de outubro de 2003. Conselho Nacional de Recursos Hídricos
BRASIL, Decreto n°15274 de 25 de maio de 1982. Disponível em - www.semace.ce.gov.br. Acessado em 30/07/2009
D’ABRONZO, Giuliano Pereira. A importância da água. Disponível em www.tribunatp.com.br. Acessado
em 7/07/2009
DACOSTA, Ana Carolina Oliveira. Desperdício de água cresce. Disponível em www.recantodasletras.com.br. Acessado em 27/07/2009
GOBBET, Cassiano. Água contaminada. Disponível em www.ambientebrasil.com. Acessado em 2 de
agosto de 2009
SALES, José. Inventário ambiental, comentário do Caderno CIDADE, do jornal Diário do Nordeste.
Disponível em www.inventarioambientalfortaleza.blogspot.com. Acessado em 7/07/2009
TONIATTI, Mariana. Ciência e Saúde. Disponível em www.opovo.com.br. Acessado em 7/07/2009.
No começo de 2014 a Prefeitura Municipal de Fortaleza, inicia o processo de limpeza do Riacho Jacarecanga na administração do atual Prefeito Roberto Cláudio! Viva!
ResponderExcluirQue ótima notícia, Marcel! :)
ResponderExcluirDescaso atual
ResponderExcluirImpressionante o quão é descarado o racismo da autora. "Esses migrantes" são seus conterrâneos e passaram pelos piores flagelos. O problema não é a seca, mas a cerca. Não é culpa da população, mas descaso do Estado, que sequer leva saneamento básico e coleta de lixo decente para o povo.
ResponderExcluirNão acho que a autora do artigo 'Impactos ambientais no riacho Jacarecanga e a importância da educação ambiental dos Ribeirinhos' tenha cometido aporofobia, mesmo assim, substituí o "esses" por "pelos".
ExcluirObrigada pelo comentário!