O bairro Vila União foi fundado pela Prefeitura de Fortaleza em 23 de agosto de 1940. Antes de ser chamado Vila União, aqui eram terras de propriedade da Sra. Maria de Conceição Jacinto, que em 1938 vendeu-as para o Dr. Manoel Sátiro, que logo tratou de lotear as terras. Vindo ela da cidade de União, hoje chamada Jaguaruana, deu o nome do loteamento de Vila União. Antes a localidade se chamava Barro Preto.
O bairro atraía muita gente para o Clube Vila União, famoso pelos bailes mominos e tertúlias - Arquivo Diário do Nordeste
O crescimento populacional da Vila começa depois da Segunda Guerra Mundial com o loteamento de terras da área. É um bairro com uma população dividida entre classe média, média alta e pobre.
Escola Cordeiro Neto - Foto de Wellington Leão
Continua a ser um dos bairros mais tranquilos da capital: Ainda se vê cadeiras nas calçadas. Segundo o IBGE hoje vivem cerca de 17 mil moradores e, tem três favelas importantes: Favela do Carvão, Jagatá e Complexo Lagoão.
Muito útil esse 'Informador de ruas' do Vila União - Foto de Wellington Leão
Defronte a praça central encontra-se a sede do Vila União Atlético Clube¹ que tem enfrentado dificuldades desde a década de 80 com o declínio dos clubes sociais. A população do bairro que compõe a maioria dos associados, no intuito de preservar o clube não deixando ir à bancarrota, iniciou nos últimos anos um processo de renovação, cancelando a realização de eventos que viessem a incitar a violência e promovendo o resgate dos valores que ensejaram a constituição inicial. Hoje o clube ainda sobrevive e é mantido com muitos esforços da coletividade e dos sócios através de bingos, festas e outros eventos. A população do bairro participa diretamente das atividades do clube Vila União, sendo certo que muitos moradores prestam serviços garantindo um incremento importante de renda. Porém o bairro procura suprir essa dificuldade há 20 anos com uma liga denominada “Liga Desportiva do Bairro da Vila União” que presta um grande trabalho sócio-esportivo todos os anos, tirando meninos e jovens do mundo das drogas e encaminhando para o esporte e cidadania.
Igreja Matriz do Vila União - Foto de Wellington Leão
Com o implantamento de um sistema de transporte urbano chamado VLT (veiculo leve sobre trilhos), a comunidade Lauro Vieira Chaves travou uma árdua batalha contra os poderosos da especulação imobiliária que junto com o governo Cid Gomes ameaçavam retirar várias famílias de suas residências e jogar as pessoas para 14km de distância sem uma mínima estrutura, quebrando laços de família, união, dignidade, mais os moradores se uniram, foram a luta e conseguiram mudar o traçado do VLT, sendo assim permanecendo em seus lares.
Praça Matriz do Vila União - Foto de Wellington Leão
A estrada de ferro que passa pela Vila União liga Parangaba ao Mucuripe e foi construída em 1942. A Vila União foi sede da Prefeitura de Fortaleza.
A Lagoa do Opaia é uma das mais importantes áreas de lazer do bairro - Arquivo Diário do Nordeste
Situado a cerca de 5 km do centro da capital, limita-se com os bairros do Montese e Fátima. Em referido bairro localiza-se a Lagoa do Opaia e o parque homônimo. Limita-se ao sul com o terreno do Aeroporto de Fortaleza. É considerado um dos bairros mais centrais da cidade, sendo equivalente a distância para os limites de Fortaleza, razão pela qual é procurado para instalação da sede de empresas de transporte urbano e entregas. Onde fica localizado o maior Supermercado “G Barbosa”.
Escola Papa João XXIII - Foto de Wellington Leão
Tradicional bairro suburbano, o Vila União emergiu social e economicamente, por meio da moda
No passado, a tranquilidade somente era interrompida pelo fluxo de carros que iam e viam do Pinto Martins. No mais, havia um cenário bucólico, destacado pela Lagoa do Opaia, as frondosas mangueiras, os cajueiros e uma comunidade pacífica, que se aglutinou desde quando o bairro se chamava Barro Preto.
O comércio de confecções desenvolveu-se e hoje a região reúne mais de 40 fábricas de pronta-entrega - Arquivo Diário do Nordeste
O presente é o desenvolvimento do lugar, que se tornou um centro do comércio atacadista da moda, empregando pessoas da região e fora dela, gerando renda, desenvolvendo a rede de serviços, e favorecendo a moradia para diferentes segmentos da sociedade.
Para o pesquisador e memorialista Marciano Lopes, o fato é que tanto o Vila União chamava a atenção por ser um recanto pacato, até mesmo pelo excesso de movimentação no Aeroporto Pinto Martins, como também por mesclar as classes média e média alta. “Por ser um corredor para o aeroporto, através da Avenida Luciano Carneiro, as classes sociais se mesclavam, especialmente no Restaurante Caravelle”, conta Marciano.
Restaurante Caravelle -Acervo de Pompeu Macário
Para quem deixava familiares, parentes ou conhecidos no Pinto Martins (que atualmente possui seu terminal na Avenida Senador Carlos Jereissati), era quase imperioso parar na volta no Caravelle, onde se impõe a personalidade carismática de seu proprietário, Oscar Victor de Holanda, 77 anos. O restaurante tem mais de 50 anos de funcionamento.
“Nunca houve época ruim para o Caravelle. No passado, o aeroporto movimentava a casa. Hoje, é a comércio de confecções”, diz Oscar, ressaltando que foi obrigado a se adaptar aos novos tempo, introduzindo refeições self-service.
É inegável que o setor de confecções atacadista alavancou o desenvolvimento do Vila União e se tornou um termômetro do setor na cidade, como afirma o presidente do Sindicato dos Corretores de Moda de Fortaleza e Região Metropolitana (Sincom), José Afonso Bezerra Júnior. “Para nós, o Vila União é principal centro de venda de confecções. Hoje, encontra-se à frente do Montese e da Maraponga”, avalia José Afonso. Ele informa que esse prestígio foi favorecido pela migração de mais de 40 fábricas de pronta entrega para aquele lugar, contribuindo na oferta de emprego e renda e diversificando os serviços do bairro.
Colégio Aurélio Câmara - Foto de Wellington Leão
“Se temos ou não um comércio em ebulição na cidade basta darmos uma volta, pela manhã, no Vila União. Há muitos carros em frente às lojas e isso significa que o setor está em plena atividade atividade”, ressalta o presidente do Sincom, destacando que várias fábricas já se instalaram no bairro, após a descoberta por marcas famosas.
Não obstante o lado emergente do bairro, as mazelas de um espaço localizado no subúrbio de Fortaleza são ainda muito visíveis, mesmo que lá tenha funcionando por mais de nove anos a sede administrativa da Prefeitura de Fortaleza.
¹Embalos de sábado - Tertúlias ficam na saudade
O antigo Vila União Atlético Clube é um testemunho de como o bairro mudou seu perfil. A referência de uma agremiação suburbana, famosa pelas tertúlias da década de 1970 e os bailes carnavalescos, faz parte de um passado glorioso.
A história é contada por um dos mais antigos moradores do lugar, o aposentado Francisco Jacinto de Sousa, 78 anos, popularmente chamado de Caboclo do Olho Cego.
Caboclo do Olho Cego - Arquivo Diário do Nordeste
Ele chegou ao Vila União, quando ainda se denominava de Barro Preto. A mudança de nome, conforme conta, aconteceu de forma simplória: alguns moradores formaram um time de futebol, o União Atlético Clube e, então, o lugar onde ficava o campo da equipe era conhecido como a “Vila do União”.
Caboclo do Olho Cego acompanhou as mudanças do bairro, percebendo que o desenvolvimento era inevitável, assim como as mudanças que iam surgindo no modo de viver e de se divertir dos moradores.
Do Clube Vila União, lembra as noites de sábado sempre repletas de gente do bairro e de localidades vizinhas, atraídas pelas animadas tertúlias. Ele conta que o lugar pacato sempre foi um atrativo para que pessoas de outros bairros de Fortaleza viessem desfrutar dos prazeres oferecidos no subúrbio, sem que houvesse – como aconteceu depois – a influência das drogas e da violência.
“Era muito comum soldados da Base Aérea pularem o muro do Aeroporto e vir passar as tardes aqui. Havia um moço que tocava violão e animava as tardes até a hora que retornava ao seu posto de serviço”, conta.
O Clube Vila União, ao contrário da maioria localizada no subúrbio que fechou suas portas, ainda está em funcionamento. As festas de carnaval deixaram de existir e, assim como as tertúlias, ficaram apenas na memória de que viveu aquela época.
Contudo, com uma população inventiva, o clube ainda abriga os principais eventos sociais do bairro. No lugar, são festejados bodas, aniversários de 15 anos e médias e grandes confraternizações de fim de ano. O clube mantém uma quadra de esportes, salão de festas e um bar, que ficam sempre à disposição da comunidade.
Editado em 07/12/2022:
"Achei estranho, uma matéria tão maravilhosa e rica em detalhes não citar nossa família "Parreão" ou os "Dantas" e nossas vacarias, ou mesmo o famoso Restaurante Alpendre da Vila e seus bailes sociais que vieram um pouco depois, mas que marcaram bastante a localidade, frequentado até pela Família Imperial Brasileira Orleans e Bragança, essas peculiaridades às quais todo nosso bairro e até bairros adjacentes conhecem. Não digo que pecou, a matéria, mas que lhe faltaram mais importâncias serem citadas. A praça do Vaqueiro, o Muribeca, a boate Boing, o Zé do Amâncio, o urubu que todos os dias desfilava na praça do Vila União à vontade, o Cordeiro Neto, o Aurélio Câmara, o "Papinha", a Horta, o terreno do seu "Zé Guedes", as "rezadeiras", o "Cará", os pedalinhos da lagoa, os chafarizes da praça e do "outro lado", a merenda do Zé do buzo, os quase 70 anos de Albert Sabin (aqui, em 1976), os campos da vacaria, corps, cebolão e horta, a feira dos cacarecos, o rio conhecido como "calombinhos", o caldo de cana na praça, as procissões e os dias de reis ( ficávamos trancados em casa, para não atender os chamados, rsrsrs). Não estou criticando, estou apenas acrescentando informações. Só recordando e agradecendo a matéria por trazer e me fazer lembrar de como aqui era prazeroso de se morar e a vontade de resgatar o "respeito de antigamente". Grato.
Daniel Dantas
Wikipédia/http://vilauniao.wordpress.com, Diário do Nordeste (Marcus Peixoto)
Adorei a matéria, sou moradora no bairro e gosto muito daqui, adorei conhecer um pouco mais de sua história.
ResponderExcluirObrigada, Gabriela! :)
ExcluirA verdadeira história em fotos do bairro Vila União está com a família do ex-vereador Jorge Vieira ( pai ). Adoraria ter cópias daquelas fotos.
ResponderExcluirMárcio Andrade
Morador do bairro Vila União
Encantada c a história do meu bairro!
ResponderExcluirgostei muito desse blog entre em contato
ResponderExcluirLinda história. Mas a fotos são muito recente. Tenho muito orgulho de nascido neste bairro de pessoas simples e respeitosas, minha avó também é uma das primeiras moradoras do bairro,quando o mesmo se chamava Barro preto.
ResponderExcluirFiquei feliz com a leitura dessa matéria! Meu bairro é simplesmente o melhor. Amo o Vila União!😍♥️🥰👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
ResponderExcluirA temperatura é ótima..
ResponderExcluirLembro- me bem.
Antes da construção da igreija, as missas eram celebradas na capelinha de santa Luzia prox. A Firestone e em também na lavanderia que existia próximo a escola Cordeiro Neto.
Missas essas celebradas pelo pe luis do planeta!
Minha familia tinha muitas terras no bairro preto. A capela de Santa Luzia foi construida pelo meu bisavo Francisco Parreao nos anos 1890 para a minha avo Isaura casar. A minha avo doou a capela para a igreja nao era pra ser destruida. Entao a família tinha grande vacaria. O progresso chegou destruindo quase tudo.
ResponderExcluirAs terras do tomaz era da expedicionario ate a base aerea. a nossa terra iniciava das terras do tomaszinho ate o aeroporto velho, antes terra de areial, tinhamos muitas mangueiras e cajueiros e gado. Sou uns dos netos da família Parreão.
Leila Nobre a Empresa nossa senhora de Fátima, foi a primeira empresa a explorar a linha Vila União, depois passaram por outras companhias e a um última foi a São José de Ribamar. Agora é explorada por outras empresas
ResponderExcluirTrabalhei três anos na Unidade de Ação Comunitária -UAC da Vila União, tinhamos um grupo de 112 idosos, e o Sr. Zé dos Buzios era um dos frequentadores! Na verdade a Vila União era um bairro de gente simples porém solidária, amiga e assim sendo viviam as dificuldades do tempo sem reclamar! Sinto saudade, hoje sou Aposentada da Prefeitura de Fortaleza, e sou grata a Deus pela oportunidade de Administrar aquela Casa de Serviço Social, como das danças, folquedos juninos, coroação de Nossa Senhora e muitas outras coisas que realizamos para tornar mais feliz os anos de vida daqueles a quem aprendí a amar!! Sou Ma.Auxiliadora , e tenho 81 anos de vida na sua maior parte fazendo a alegria desse Patrimonio vivo da Humanidade, que são os os IDOSOS. Parabéns pela matéria!
ResponderExcluirFaltou profunindade na história do bairro principalmente nos primórdios e falar das três primeiras familias: Raimundo Jacinto, Jose Rufino (Gadelha) e Flutoso. Sou filha de uma das mais antigas hoje com 98 anos.
ResponderExcluirMorei quando criança e adolescente no vila União.lembrome da matinê aos domingos no clube, mudei para. rio de janeiro no final dos anos 80.hj estou com 53 anos. bons tempos aquele...!!
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