Anúncio da Revista Bataclan de 1923
Todas essas transformações que aconteciam na Europa logo ganharam proporções maiores e acabaram sendo refletidas em outros países, aqui no Brasil não foi diferente. A França e a Inglaterra foram ícones da moda no século XIX, devido às suas conquistas econômico-militares e ao poder que exercia em muitas das nações do mundo.
A Europa do século XIX delegou à moda muitas transformações, notadamente nas mulheres. Assim, esse período foi marcado pelo antagonismo criado em relação à indumentária, onde os trajes masculinos ganharam um despojamento, enquanto as vestimentas femininas migraram de uma simplicidade para uma ornamentação – utilizando rendas, bordados e fitas; tornando-se mais sofisticadas. Mas não eram apenas as tendências europeias que chegavam a nosso país, muitos produtos estrangeiros começaram a ser comercializados com uma frequência maior. Com essas mudanças ocorrendo, a importância dada à moda agora era outra.
Durante o século XIX a moda chegou a se tornar um tema bastante relevante no meio social, ganhando até um espaço significativo nas mídias da época que eram compostas pelos jornais, os periódicos e pelas revistas. Toda a divulgação que ela obteve no século XIX, gerou no Brasil a construção de novos hábitos, pois as mulheres passaram a buscar por informações com maior frequência, queriam estar a par do que era utilizado na Europa. Assim, essas publicações que falavam sobre moda logo ganharam destaque no país, revistas específicas são lançadas destinadas para tratar somente desse assunto, ainda foram criados os guias e os manuais de moda.
Foi no ano de 1808, com a chegada da Corte portuguesa em nosso país, que inúmeras mudanças foram realizadas, em especial no modo de vestir e nos hábitos. Os brasileiros nesta época, principalmente os cariocas, tentavam reproduzir a corte e a moda parisiense, ultrapassando as barreiras do clima para viver o glamour estimulado pelo imaginário europeu. Ainda havia outro aspecto trazido pela moda, um aspecto que caracteriza a própria modernidade não só daquela época, pois, perdura até hoje: a uniformidade. Tal fato foi também bastante percebido na sociedade fortalezense. Examinando as imagens da época dos anos de 1920 e 1930, constatamos um estilo comum na indumentária – roupas, chapéus, sapatos e afins; também no corte dos cabelos, na maquiagem, dentre outros; tudo isso ocasionado pelas influências europeias.
A moda era tratada com frequência dentro das revistas que circulavam na capital cearense, mas não podemos deixar de mencionar que alguns fascículos abordavam-na superficialmente, apenas através de alguns anúncios que divulgavam os produtos que existiam nas lojas ou a chegada de novas mercadorias a cidade. O espaço destinado a tratar a moda de forma mais minuciosa estava reservado para os jornais de moda, os manuais de etiqueta e de civilidade. Os jornais e manuais apresentavam esse tema para as mulheres como algo indispensável, reforçando os atributos naturais e distinguindo essas damas como parte da “boa sociedade” por serem dotadas de elegância e bom-tom. Já a moda para os homens era abordada na busca de divulgar o perfil masculino correto e elegante que podia ser encontrado naqueles dotados de sobriedade e simplicidade. Esses jornais e manuais apresentavam ainda os modelos de roupas adequados para cada ocasião, a diferenciação entre os trajes usados por mulheres casadas e solteiras, dentre outras definições. Já os manuais de civilidade serviam para indicar as bases corretas de um bom vestuário, não fazendo relação com a moda, mas sim com os aspectos como a idade, o clima, o estado civil, a estação do ano e outros. Esses manuais ditavam os itens certos que deviam ser usados pela população.
A moda era tratada com frequência dentro das revistas que circulavam na capital cearense, mas não podemos deixar de mencionar que alguns fascículos abordavam-na superficialmente, apenas através de alguns anúncios que divulgavam os produtos que existiam nas lojas ou a chegada de novas mercadorias a cidade. O espaço destinado a tratar a moda de forma mais minuciosa estava reservado para os jornais de moda, os manuais de etiqueta e de civilidade. Os jornais e manuais apresentavam esse tema para as mulheres como algo indispensável, reforçando os atributos naturais e distinguindo essas damas como parte da “boa sociedade” por serem dotadas de elegância e bom-tom. Já a moda para os homens era abordada na busca de divulgar o perfil masculino correto e elegante que podia ser encontrado naqueles dotados de sobriedade e simplicidade. Esses jornais e manuais apresentavam ainda os modelos de roupas adequados para cada ocasião, a diferenciação entre os trajes usados por mulheres casadas e solteiras, dentre outras definições. Já os manuais de civilidade serviam para indicar as bases corretas de um bom vestuário, não fazendo relação com a moda, mas sim com os aspectos como a idade, o clima, o estado civil, a estação do ano e outros. Esses manuais ditavam os itens certos que deviam ser usados pela população.
Anúncio para o público masculino na Revista Ceará Illustrado de 18/08/1925
Analisando as edições das revistas A Jandaia, Bataclan e Ceará Ilustrado, foram encontradas poucas notas tratando a moda de maneira aprofundada. Algumas vezes as mulheres e a moda surgiam retratadas em poemas, ocasião essa bastante comum dentro das revistas, mas esses versos na maioria das vezes abordavam temas variados, traziam textos literários e também textos que se referiam a assuntos da época como as figuras ilustres, os clubes, dentre outros. Inúmeros eram os anúncios que ilustravam os fascículos das revistas da capital cearense durante o início do século XX. Dando continuidade à moda, podemos afirmar que os anúncios referentes a ela apareciam quase que de uma maneira generalizada. Era muito comum abrir uma revista naquela época e se deparar com uma publicidade bastante característica daquele período que detalhava diversos itens que estavam disponíveis nas lojas, as conhecidas “Casas de Moda”; às vezes, até mesmo os valores de determinados produtos eram divulgados e ainda o endereço onde se encontravam esses estabelecimentos.
Anúncio da Revista A Jandaia de 24 de maio de 1925
Anúncio da Revista Bataclan de 1923
Vale ressaltar que os anúncios de moda nem sempre eram direcionados apenas para as mulheres, o público masculino também ganhou um espaço reservado nessas publicações, onde os estabelecimentos e os produtos utilizados por eles eram divulgados dentro das revistas. Existiam ainda as lojas mistas especializadas nas vendas de artigos masculinos e femininos. Analisando os anúncios percebemos que algumas delas vendiam produtos mais refinados, direcionados para as classes mais abastadas como aquelas que ofereciam tecidos caros, sapatos, chapéus, dentre outros e havia também aquelas mais populares que possuíam um estoque diferenciado, oferecendo desde miudezas até brinquedos, artigos religiosos e afins.
Anúncio da Revista A Jandaia de 12 de julho de 1925
Além dos artigos de moda outros produtos também ilustravam esses anúncios, como cigarros, automóveis, medicamentos, bebidas, vitrolas e produtos de beleza. As revistas A Jandaia, Bataclan e Ceará Ilustrado possuíam um formato muito parecido ao publicar esses produtos, algumas vezes esses anúncios ganhavam ilustrações representadas por pessoas influentes da época que faziam o uso de um artigo em especial, mas vale ressaltar o fato de ser pouco utilizada naquele período a presença de um garoto propaganda. O mais usado era geralmente imagens em formato de caricaturas de pessoas ou até mesmo a imagem do próprio produto que ilustravam esses anúncios.
século XX e com as influências trazidas da Europa, o que caracterizou uma alteração nos hábitos da sociedade fortalezense que buscava através das suas relações comerciais e sociais, atingir um mesmo nível de outras capitais da época, já então modernizadas.
Maria Darlyele Gadelha de Castro
(Graduanda em Design de Moda)
Imagens: Revista Bataclan,
Revista Ceará Illustrado e
Revista A Jandaia
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