Anos 60
Apesar do belo Teatro José de Alencar situado ali, o local
não recebia uma conservação e limpeza ideal, talvez pelo intenso tráfego de
veículos e pessoas vindas dos quatro cantos da cidade. Estrategicamente
localizada, a Praça se transformou já na década de 1960, num dos pontos mais
congestionados da cidade.
Durante muitos anos, a Praça José de Alencar, foi o principal ponto de partida de várias linhas de ônibus que tinham como destino os bairros da capital. Como a maioria das linhas tinham como trajeto o centro, várias delas foram sendo posicionadas na Praça, transformando-a num dos primeiros grandes terminais de ônibus de Fortaleza.
Com o difícil transito nos arredores, começava a transferência de paradas para outros locais do centro, como a Praça da Estação , por exemplo. Na segunda metade da década de 1960, já se falava em planos para a retirada dos ônibus da Praça José de Alencar.
Em 1971, o então prefeito José Walter Cavalcante entregou a reforma da Praça Castro Carreira, conhecida como Praça da Estação, sendo adaptada para servir como terminal de transportes coletivos. Para lá, foram transferidas 14 linhas da Praça José de Alencar, juntando-se aos ônibus de linhas intermunicipais.
Na gestão do prefeito Evandro Ayres de Moura, em 1975, decidiu-se por uma reforma radical na Praça José de Alencar, com isto, deixaria de funcionar como terminal de ônibus. Os coletivos passariam a ser do tipo circular, com paradas rápidas de dois em dois quarteirões no perímetro central. Os terminais de ônibus sairiam da Praça José de Alencar para as avenidas Tristão Gonçalves e Imperador, entretanto, não foi isso que aconteceu a curto prazo.
Ainda em 1975, uma pesquisa realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito, revelou que mais de 300 ônibus penetravam por hora na Praça José de Alencar, trazendo a necessidade de modificações de trafego no local, como a possibilidade de inverter mão em algumas ruas. A Praça José de Alencar tornou-se o maior terminal de passageiros urbanos da capital cearense, porém, em péssimas condições, pois os abrigos encontravam-se caindo aos pedaços, colocando em risco os passageiros que ali aguardavam seus ônibus. A sujeira também era outro agravante que fazia da Praça um feio cartão de visita para a cidade.
Um plano de transformação para desafogar o trânsito de veículos no centro começou com a reforma da Praça da Estação em 1978. Para lá, seriam transferidas todas as linhas do chamado Canal 2, aqueles coletivos que circulavam sobre a Bezerra de Menezes com destino ao centro, assim como as linhas do Canal 1, compreendendo os ônibus que demandavam da Barra do Ceará e da Avenida Francisco Sá. Totalmente reformada e adaptada para terminal de ônibus, a Praça da Estação foi entregue em 1979, organizando melhor o trânsito de coletivos na Praça José de Alencar.
Como ficou a distribuição das linhas
Com a entrega da Praça da Estação, foram transferidas da Praça José de Alencar as seguintes linhas: Bezerra de Menezes, Conrado Cabral, João Arruda, Jardim Iracema, Vila Santo Antonio, Nossa Senhora das Graças, Jacarecanga, Francisco Sá, Álvaro Weyne, Beira Rio, Cristo Redentor, Colônia, Monte Castelo, Santa Maria, Retorno, Bairro Ellery, Antônio Bezerra, Autran Nunes, Parque Araxá, Amadeu Furtado, Presidente Kennedy, Barra do Ceará (221), Jardim Guanabara, Conjunto Polar, Quintino Cunha, Padre Andrade, Barra do Ceará (222) e Conjunto Nova Assunção.
Agora seria a vez da tão esperada reforma da Praça José de Alencar. Com o início das obras, os ônibus foram transferidos provisoriamente para a Av. Tristão Gonçalves e Praça do Carmo. Com as modificações, somente os ônibus passariam a circular no perímetro da Praça através de um novo sistema de circulação do terminal.
A praça após a reforma de 1979
Os novos abrigos de estrutura metálica instalados para abrigar cerca de 50 linhas de ônibus ficaram posicionados apenas nos lados das ruas 24 de maio e Guilherme Rocha.
A reforma do terminal da Praça José de Alencar foi concluída em dezembro de 1979, agora recebendo um total de 54 linhas:
- Aguanambi 01 e 02;
- Av. 13 de Maio;
- Castelão - via Parangaba;
- Santa Tereza;
- Parque Dois Irmãos – Expedicionários;
- Montese;
- Vila Sarita;
- Av. Expedicionários – Perimetral;
- Prefeito José Walter – Expedicionários;
- Prefeito José Walter – Castelão;
- Prefeito José Walter – DNER;
- Prefeito José Walter – J;
- Prefeito José Walter – L;
- Mondubim – Siqueira;
- Mondubim – Maraponga;
- Messejana – Itaperi;
- Jardim Cearense;
- Itaoca – Expedicionários;
- Itaoca;
- Couto Fernandes;
- Av. Gen. Osório de Paiva;
- Vila Manuel Sátiro;
- Parque São José;
- Parque Santa rosa;
- Av. Expedicionários – Perimetral;
- Bela Vista;
- São Raimundo;
- Rodolfo Teófilo - José Bastos;
- Rodolfo Teófilo - B. Menezes;
- Parangaba;
- Av. José Bastos;
- São Francisco;
- Bairro João XXIII;
- Lineu Machado;
- Henrique Jorge;
- Cel. Francisco Nunes;
- Demócrito Rocha;
- Pan Americano;
- Jardim América - via Prado;
- Prado - via Jardim América;
- Vila União;
- Aeroporto - via Benfica;
- Jovita Feitosa;
- Parque São Vicente;
- Canindezinho – Jatobá;
- Clube de Regatas - V. Betânia;
- Bom Jardim;
- Parque Santa Cecília;
- Parque Santo Amaro;
- Granja Portugal;
- Bom Sucesso;
- Conj. Ceará - 1ª Etapa;
- Conj. Ceará - 2ª Etapa;
- Conj. Ceará - 3ª Etapa.
A Praça em 1981
A desmontagem iniciou em novembro daquele ano, as 52 linhas de ônibus que paravam ali, seriam agora distribuídas por pontos estratégicos ao longo do centro. O intuito do projeto era o reaproveitamento da Praça José de Alencar para ser um espaço tipicamente cultural e de lazer para a cidade. Com os trabalhos de recuperação, foram abertos trechos das ruas General Sampaio, São Paulo e 24 de Maio, proporcionando condições adequadas para o trânsito dos veículos na área.
Último ano de funcionamento do terminal de ônibus na Praça José de Alencar
Relação das linhas após a extinção do terminal
Um reordenamento definitivo entrou em vigor apenas em 1988, quando o Detran e a Prefeitura demoraram a encontrar um acordo comum para a elaboração de uma proposta técnica para circulação e parada de ônibus urbanos na área central. As mudanças não resolveram os problemas de mobilidade no centro de Fortaleza, mas improvisou as ruas comerciais do centro com paradas distribuídas nas próprias calçadas.
Sistema de paradas do centro criado em 1988 (Arte: Fortalbus)
Como bem conhecemos hoje, essas linhas, chamadas alimentadoras, deixam o passageiro no terminal integrado que de lá seguem ao centro sem a necessidade de pagar uma outra tarifa, sistema que se aplica para todas as regiões da cidade. Atualmente, essa integração se expande para fora dos limites físicos dos terminais, através do bilhete único que permite múltiplos embarques no período de 2 horas.
Av. da Universidade, um dos principais corredores de acesso ao centro - Década de 1990
Crédito: Fortalbus
Ônibus que está saindo ..é a rua Joaquim Magalhães..morei bem próximo essa esquina..cheguei em 82 e morei até 2002 mas meu pai ainda está lá ele tem um bar chamado Bar do Pedrinho..fui muito feliz na minha infância..ainda vou lá visitar
ResponderExcluirMuito bom, tbm marcou minha infância meu tio era motorista d da Emp/ cialtra eu paceava c. Ele nos ônibus saudades, logo depois trabalhei na empresa ficando só no bairro Aldeota não voutei mas lá, mas é gratificante ver o passado a quem foi do tempo. Parabéns mesmo quem fez a pesquisa.
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