Era natural da Fazenda Angicos, distrito de Iboaçu, em Granja, onde nascera a 18/02/1870.
Foram seus pais José Soares Barreto e Mariana da Rocha Barreto. Lívio foi morar na sede Granja, onde chegou em 1878 e aí aprendeu, com o professor Francisco Garcez dos Santos, as primeiras letras.
Necessidades o forçaram, ainda criança, a trabalhar como caixeiro de um parente, atividade que o marcou por toda a vida, tendo, no trabalho, vivido a maior parte da infância.
Contudo, o forte apelo pela literatura, com José Barreto, Luís Felipe, Belfort e outros, funda um jornal literário – O Iracema – onde aparecem seus primeiros versos, já reveladores da inspiração e da originalidade daquele que mais tarde passaria a ser o principal representante do Simbolismo no Ceará, apesar da forte tendência romântica.
Sentindo o meio em que vivia intelectualmente atrasado para seus talentos, resolve seguir para Belém do Pará, em junho de 1888, onde trava conhecimento com o poeta João de Deus do Rêgo, que muito contribui para o seu aperfeiçoamento literário.
Regressa dali, em 1891, doente e acabrunhado de esperanças. Por esse tempo aparece, na sua terra natal, um outro jornal literário – A Luz – em que Lívio publica sonetos e ligeiras crônicas humorísticas.
Restabelecido no seio carinhoso da família, em fevereiro de 1892, ruma para a bela Fortaleza, onde se torna um dos fundadores (com o pseudônimo de Lucas Bizarro) da Padaria Espiritual – entidade literária que produzia o jornal – O Pão – tendo à frente o talentoso poeta Antônio Sales.
Intelectualmente satisfeito, mas afetado, fora do lar, por dificuldades financeiras, regressa ele como filho pródigo, acontecendo naufragar à altura da Periquara, Litoral do Ceará, em viagem no vapor Alcântara, salvando-se a nado, exímio nadador que era. Isto lhe rendeu um belo poema: “Náufrago”.
Segundo Artur Teófilo, “o Lívio era magro, pequeno, altivamente petulante.Tinha o olhar penetrante, sem vacilações, a fronte alta e abaulada e uma palidez baça de hepático.
Ria pouco e só entre amigos deixava por vezes transparecer sua fina verve elegante, um bocado pessimista e epigramática. Com o vulgo era sisudo, um tanto frio mesmo, com uns longes de bem entendido orgulho.
Usava casimiras claras, chapéu de feltro alto, e fumava cachimbo, à noite, embalando-se rapidamente na rede, com um livro de versos nas mãos.”
Lívio Barreto, autor de um único livro – DOLENTES – publicado postumamente por Waldemiro Cavalcanti. Faleceu na sua banca de trabalho, em Camocim, onde era guarda-livros da Agência da Companhia Maranhense de navegação a vapor, fulminado por uma congestão cerebral, às 3 horas da tarde do dia 29 de setembro de 1895, com somente 25 anos de idade.
O oficial da Marinha e escritor Adolfo Ferreira Caminha (Adolfo Caminha), cearense de Aracati nascido em 29/05/1867, autor de A Normalista, membro da Padaria Espiritual.
Era filho de Raymundo Ferreira dos Santos Caminha e Maria Firmina Caminha. Mudou-se para o Rio de Janeiro, ainda na infância. Em 1883, Adolfo entra para a Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. Cinco anos mais tarde, transfere-se para Fortaleza (1888). Apaixona-se por Isabel de Paula Barros, a esposa de um alferes, que abandona o marido para viver com Caminha. O casal teve duas filhas: Belkiss e Aglaís. Na sequência do escândalo, vê-se obrigado a deixar a Marinha e passa a trabalhar como funcionário público.
A sua primeira obra publicada foi Voos Incertos (1886), um livro de poesia. Em 1893, Adolfo publica A Normalista, romance em que traça um quadro pessimista da vida urbana. Usa as suas experiências e observações de uma viagem que havia feito aos Estados Unidos em 1886, para escrever No País dos Ianques (1894). No ano seguinte, firma sua reputação literária ao publicar Bom Crioulo, mas provoca escândalo, pois o romance aborda a questão da homossexualidade, o que massacrou a recepção crítica da obra. Colabora também com a imprensa carioca, em jornais como Gazeta de Notícias e Jornal do Commercio, e funda o semanário, Nova Revista. Já tuberculoso, lança o último romance, Tentação, em 1896.
Morre prematuramente no Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro de 1897, aos 29 anos, vítima de tuberculose pulmonar. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier. Hoje é nome de rua em Fortaleza.
O poeta Francisco de Paula Ney, era cearense de Aracati, nascido em 02/02/1858. É um dos Patronos na Academia Cearense de Letras - ACL.
SONETO
[dedicado a cidade de FORTALEZA]
Ao longe, em brancas praias embalada
Pelas ondas azuis dos verdes mares,
A Fortaleza, a loura desposada
Do sol, dormita à sombra dos palmares.
Loura de sol e branca de luares,
Como uma hóstia de luz cristalizada,
Entre verbenas e jardins pousada
Na brancura de místicos altares.
Lá canta em cada ramo um passarinho,
Há pipilos de amor em cada ninho,
Na solidão dos verdes matagais...
É minha terra! A terra de Iracema,
O decantado e esplêndido poema
De alegria e beleza universais!
O poeta Francisco de Paula Ney, era cearense de Aracati, nascido em 02/02/1858. É um dos Patronos na Academia Cearense de Letras - ACL.
SONETO
[dedicado a cidade de FORTALEZA]
Ao longe, em brancas praias embalada
Pelas ondas azuis dos verdes mares,
A Fortaleza, a loura desposada
Do sol, dormita à sombra dos palmares.
Loura de sol e branca de luares,
Como uma hóstia de luz cristalizada,
Entre verbenas e jardins pousada
Na brancura de místicos altares.
Lá canta em cada ramo um passarinho,
Há pipilos de amor em cada ninho,
Na solidão dos verdes matagais...
É minha terra! A terra de Iracema,
O decantado e esplêndido poema
De alegria e beleza universais!
Paula Ney morreu no Rio de Janeiro em 13 de outubro de 1897, aos 39 anos, vítima de tuberculose pulmonar.
Morreu em Fortaleza a 27 de setembro de 1898, aos 29 anos de idade, vítima de
traumatismo moral.
Tinha em confecção, para publicar, dois livros: Musa Triste (versos), e Grinaldas. Souza Pinto num trabalho que publicou sobre este iriditoso poeta, retrata nas seguintes linhas o moral e o físico do melancólico sonhador do Noivado funebre:
"Alma boa e inofensiva, enclausurada num corpo franzino e indolente, possuidor de belos dons de inteligência, espírito impressionável e nervoso, Bonfim Sobrinho era por natureza um triste, em toda a extensão deste vocábulo. Os versos que escreveu são quase todos sombrios, e, cheios de uma inspiração sentimentalmente dorida e magoada".
Bonfim Sobrinho morreu em 22 de junho de 1900, aos 25 anos de idade, em um hospital em Belém do Pará.
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