Antiga igreja de São José - Última missa.
A então Prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (2005-2013) foi quem assinou a ordem de serviço para a reforma do Paço Municipal, antigo Palácio do Bispo, cuja primeira grande reforma foi feita em 1913, quando Manezinho do Bispo era o porteiro. Referido prédio é patrimônio do Município desde 1973, pelo que ocorreu o tombamento. A Chefia do Executivo Municipal transferiu novamente o Paço Municipal para o Centro. Busquemos recuar no tempo. Aos 16 de fevereiro de 1699, veio de Portugal uma Ordem Régia que determinava a construção de uma igreja, que seria a primeira Capela-Mor da Matriz de Fortaleza. Localizada com a frente para a cidade, e com Riacho Pajeú passando a alguns metros por detrás, sua construção foi iniciada somente 48 anos depois.
Nossa catedral foi inaugurada em 1978
Concluída em 1795, em 1820 foi demolida, e com festa para a cidade Fortaleza, aos 2 de abril de 1854 foi inaugurada a Igreja de São José. Com a posse do primeiro Bispo do Ceará, Dom Luís Antonio dos Santos (foto ao lado), a antiga Matriz aos 29 de setembro de 1861, foi transformada em Catedral. Esse templo ficou erguido até 1938, quando aos 11 de setembro foi realizada a última missa. Um ano após, foi lançada a pedra fundamental do majestoso templo, que depois de quarenta anos lá está. Por detrás dessa igreja, no segundo quartel do século XIX, e nas margens do Pajeú, foi construído um palacete pela família do Comendador Joaquim Mendes da Cruz Guimarães, na rua das Almas, hoje rua São José. Adquirido pela Igreja católica, esse palacete passou a ser abrigo dos Bispos, surgindo a partir de então a nomenclatura “Palácio do Bispo”, afinal o mesmo passou a pertencer ao episcopado, quando o mesmo fora entregue aos 21 de junho de 1860, embora o bispado já tivesse sido criado, conforme a lei estadual nº. 693 de 10 de agosto de 1853. Esse prédio funcionava, além da residência do Bispo, como uma espécie de Secretaria de Ação Social, pois, diversos registros fotográficos e relatórios ratificam que os pobres se enfileiravam em busca de ajuda.
Hoje são várias as modificações no local, com pavimentação asfáltica, trânsito maluco; a rua da Escadinha (Baturité) só não desapareceu por conta da resistência do saudoso pesquisador Christiano Câmara que era um geógrafo sentimental. O riacho Pajeú, que outrora era uma veia significativa, está atualmente como um vaso capilar e poluído. Eu pensei que essa atitude da Prefeitura de Fortaleza naquele 2008, tivesse sido um prenuncio para que o poder público voltasse a funcionar no Centro da Cidade, tal qual a histórica capital, João Pessoa. Até pouco depois da Revolução de 1930, denominava-se Parayba do Norte, no estado da Paraíba, e nunca a sede dos Poderes Executivos, Legislativo e Judiciário e repartições correlatas saíram do Centro. Que história é essa de querer revitalizar o Centro somente com a volta dos moradores?
Bônus:
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Colaborador: Assis Lima
Ex-Ferroviário, Assis Lima é radialista e jornalista.
Idealizou e mantêm o Blog Tempos do rádio
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