Praça do Ferreira - Arquivo Nirez
Até o seu tempo, a Feira Nova, — nome que se lhe aplicou em virtude de ser ali que os comboieiros costumavam expor à venda as mercadorias trazidas do sertão, — morria no beco do Cotovêlo, formada de uma linha modesta de casas modestas, em cuja extremidade se trifurcava em ruelas pobres.
Antônio Rodrigues Ferreira nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1799. Ainda jovem, veio para Fortaleza*, trabalhando como caixeiro para o cônsul Manoel Caetano de Gouveia. Foi vereador, prefeito e presidiu a Câmara Estadual do Ceará de 3 de março de 1843 até 29 de abril de 1859, quando faleceu. Como presidente, era o executor das decisões do Colegiado e suas ações são notórias na história da cidade de Fortaleza. Empenhou-se na construção da Santa Casa, foi o responsável pela construção da Praça do Ferreira e resguardou tenazmente, ao lado de Silva Paulet, a regular expansão urbana de Fortaleza.
Político brasileiro nascido no Rio de Janeiro, o folclórico Boticário Ferreira, que foi escolhido (1845) e reeleito várias vezes presidente da Câmara e que em sua homenagem, a Praça Municipal passou a se chamar Praça do Ferreira, duas semanas após sua morte. Da capital do Vice-Reino do Brasil, ainda jovem, veio para Fortaleza, trabalhando como caixeiro para o comerciante Manoel Caetano. Depois da proclamação do 2° Império, foi eleito vereador e assumiu a presidência da Câmara Estadual do Ceará (1843-1859), cargo que permaneceu até sua morte. Na sua época quem assumia a presidência da Câmara, também acumulava automaticamente as funções de prefeito. Como presidente e executor das decisões do Colegiado, suas ações tornaram-se notórias na história da cidade de Fortaleza. Na sua administração foram aplicadas com rigor as diretrizes do plano de urbanização da cidade elaboradas, durante o governo (1812-1820) do Coronel Manuel Inácio de Sampaio, pelo ajudante de ordens, o tenente-coronel de Engenheiros Antônio José da Silva Paulet. No documento estavam as primeiras normas de organização do espaço urbano de Fortaleza, como também, a elaboração do projeto para a construção de um novo Forte (1812-1823), no lugar onde existira o já desmoronado Forte de Schoonenboch. a velha fortaleza no monte à margem esquerda do Rio Pajeú, construído pelo holandês Matias Beck. No trabalho de Paulet, se incluiu a Planta da Villa da Fortaleza e seu Porto (1818). Na data de 17 de março (1823) a Vila de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção foi elevada à categoria de cidade recebendo o nome de Fortaleza de Nova Bragança. Como prefeito deu prosseguimento a implantação do traçado em xadrez, dirigindo a expansão da cidade para o lado Sul, Praça da Sé ou Largo da Matriz e Praça do Ferreira. Obedeceu tenazmente, o projeto do Engenheiro Paulet quanto a expansão urbana regular de Fortaleza, modelo de fácil adaptação em função da topografia plana da região. Contratou como seu auxiliar o arquiteto Adolfo Herbster, para dá continuidade ao direcionamento da malha urbana em xadrez. Foi obedecido um maior disciplinamento à expansão da cidade, proibindo-se a abertura de becos estreitos e/ou em deflexões, como nos arruamentos do traçado orgânico. Empenhou-se na construção da Santa Casa, foi o responsável pela construção da hoje famosa Praça do Ferreira. Ordenou (1856) um levantamento cadastral da cidade, resultando na planta organizada pelo padre Manuel Riego Medeiros, onde se constatou que a área urbana ia pouco além dos limites, mas observando-se o cumprimento às diretrizes em xadrez de Paulet. Três anos depois, Herbster elaborou a Planta Exata da capital do Ceará, acrescentando vários elementos, como o levantamento do sistema ecológico, vias de acesso à cidade, denominação dos Logradouros públicos, todo equipamento urbano público e privado então existente. Morreu em Fortaleza, aos oitenta anos, ainda no exercício do poder.
Em 1881, após a morte do Boticário Antônio Rodrigues Ferreira, a Câmara Municipal deu ao logradouro o nome de Praça do Ferreira em sua homenagem, mas em 1890 o Conselho da Intendência achou por bem retirar os nomes de pessoas de todas as ruas, avenidas e praças da cidade, recebendo as ruas numeração e as praças nomes como a Praça Municipal, novo nome da nossa Praça do Ferreira, mas durou pouco e no mesmo ano volta a velha nomenclatura.
A rua Major Facundo - Local da Botica do Ferreira
A rua Major Facundo - Detalhe para a 'Pharmácia Galeno'(Onde antes funcionou a Botica do Ferreira - Arquivo Nirez (Foto restaurada por Sidney Souto)
Gozando de enorme prestígio devido a personalidade de homem íntegro e capaz, além da passagem pelo batalhão de reserva de Fortaleza, logo ingressou na vida política. Foi eleito vereador em 1842 e presidente da Câmara no ano seguinte, mantendo-se nesse cargo e função até o ano de sua morte, 1859.
Este é o registro fotográfico mais antigo realizado no Ceará. O homem que vemos em seu leito de morte é Antônio Rodrigues Ferreira de Macedo, o boticário Ferreira. Morreu no dia 29 de abril de 1859, momento registrado na fotografia acima. Foto: Museu do Ceará
Até os dias de hoje o Boticário, como era popularmente conhecido, se faz presente na cidade, onde a Praça do Ferreira leva seu sobrenome e também a honrosa medalha ofertada pela câmara aos indivíduos que se destacam pelo trabalho social , em prol do coletivo e da cidade de Fortaleza.
Homenagem ao boticário
Exumação do corpo do Boticário Ferreira do São Casimiro para o Cemitério São João Batista
Medalha Boticário Ferreira - a medalha é uma forma de reconhecer e valorizar aqueles que se distinguam pelo notório saber e pelos serviços ofertados à coletividade. A Medalha recebeu esta denominação em homenagem a uma das mais ilustres personalidades que Fortaleza teve como administrador: Boticário Ferreira.
Já receberam a medalha:
entre outros...