Fundada em 27 de novembro de 1951, por Carlos de Albuquerque Lima, a Autoviária São Vicente de Paulo foi uma das maiores empresas urbanas da capital cearense, servindo os fortalezenses por mais de quatro décadas.
Carlos de Albuquerque Lima atuava no comércio de revenda de peças e acessórios como sócio da firma “A Herculano e Albuquerque”. A empresa iniciou suas atividades com uma frota de apenas 4 ônibus, que faziam a rota do bairro Nossa Senhora das Graças.
No início, obteve a concessão para explorar as linhas do Pirambu e Tirol, dois bairros de Fortaleza onde faltava de tudo, até ruas para os ônibus trafegarem. Homem de iniciativa, capaz de superar qualquer problema, esse destemido empresário passou a comprar os casebres que obstruíam as ruas, e assim foi possibilitando os locais por onde seus veículos se obrigavam a percorrer, conforme exigências da concessão.
Com a prosperidade dos negócios, a Autoviária chegou à condição de proprietária da linha Aldeota, concessão ganha legalmente, mas teve que abrir mão da importante conquista empresarial devido à concorrência desleal, segundo Carlos Albuquerque.
No fim da década de 70, a empresa compra a Viação Cruzeiro, passando assim a servir toda a área de Messejana.
Em 1979, adquire as primeiras unidades do monobloco O-364, um dos mais confortáveis e modernos veículos da época. Sua frota já somava um total de 120 veículos.
Naquele momento a Autoviária São Vicente de Paulo contava com 20 linhas servindo os bairros de Jardim Iracema, Álvaro Weyne, Barra do Ceará, Nossa Senhora das Graças, Vila Santo Antônio e toda a área de Messejana. Foi construída então a garagem da Av. Filomeno Gomes, no bairro Jacarecanga.
Durante a década de 80, adquiriu variados modelos de carrocerias, entre eles dois veículos da marca Volvo com carroceria Amélia, prefixos 121 e 122. No início da década de 90, a Autoviária adquire seus primeiros ônibus com chassis Scania F-112, carroceria Torino de 13 metros.
No seu auge, foi considerada a maior empresa de transporte e armazenagens do Ceará, transportava mais de 3 milhões de passageiros ao mês, operante em 43 linhas com cerca de 220 veículos e 2 garagens. Sua frota percorria 56 mil quilômetros todos os dias, equivalente a mais de uma volta ao mundo.
Em novembro de 1995, em meio à indecisão da Secretaria Municipal de Transporte em achar uma localização para a catraca, motoristas e sindicato insatisfeitos, realizam uma paralisação nas garagem da Autoviária, reivindicando a volta das catracas para o eixo traseiro, até então em alguns veículos o passageiro passava espremido por uma espécie de “curral”, diminuindo o espaço de embarque.
Em 1999, morre o fundador da empresa, Carlos Albuquerque. No mesmo ano, a empresa sofre uma cisão dando origem às empresas Rotasol (01) e Rota Expressa (33), que continuou sob o comando de seus descendentes. Albuquerque também foi sócio-fundador da Viação Bons Amigos, onde atuou entre 1963 e 1976.
Em janeiro de 2000, em homenagem ao seu fundador, a prefeitura de Fortaleza denomina uma artéria “bairro” com seu nome, Carlos Albuquerque, em Messejana, região populosa da cidade, na qual a Autoviária serviu durante tanto tempo e contribuiu para o crescimento e desenvolvimento da grande Messejana.
Crédito: Fortalbus