Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Barão de Studart
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Antônio Bezerra de Menezes




CABEÇA DE FOGÃO: Um cognome para definir a expressão de vida inquietante, corajosa, desbravadora de Antônio Bezerra de Menezes. Nasceu em Quixeramobim(CE) a 21 de fevereiro de 1841. Filho do doutor Manoel Soares da Silva Bezerra e de Maria Teresa de Albuquerque Bezerra, nascida a 13 de agosto de 1818 e falecida às 21 horas de 5 de maio de 1908. Neto pelo lado paterno do tenente-coronel Antônio Bezerra de Menezes e Fabiana de Jesus Maria Bezerra e bisneto do coronel Antonio Bezerra de Souza Menezes e Ana Maria da Costa, da família Antunes. Pelo lado Materno neto do tenente-coronel Manoel Alexandre de Albuquerque Lima, pernambucano, da família Albuquerque Melo, e de sua mulher Maria de Nazaré Bezerra de Menezes.

JORNALISMO: Na juventude participou do movimento abolicionista, em função do qual ingressou no jornalismo. Com Teles Marrocos e Antônio Martins, fundou o jornal " O LIBERTADOR ", em 1881, que alcançou renome na imprensa do Ceará como órgão devotado à causa emancipadora. Em 1884 e 1885 fez publicar no jornal "A CONSTITUIÇÃO" as impressões de viagem empreendida à zona norte do Estado em comissão que lhe fora confiada por Caio Prado, então Presidente da Província. Os trabalhos foram, mais tarde, enfeixados em livro sob o título NOTAS DE VIAGEM AO NORTE DO CEARÁ. Com Antônio Augusto de Vasconcelos, Ferreira do Vale e o médico Guilherme Chambly Studart, fundou "O CEARÁ". Pode-se afirmar sem receio de medo que colaborou em todos os jornais literários publicados em Fortaleza, na sua época. Em 1859 fundou "A ESTRELA" com José Barcelos. Havendo-se aposentado como empregado público, que foi por muitos anos, mudou sua residência para Manaus (AM), onde ocupou o lugar de diretor do Museu e foi redator principal da"PÁTRIA", órgão da colonia cearence naquela cidade.

LITERATURA: Ele entrou de cabeça no mundo literário, sendo essa uma das suas mais significativas contribuições. De volta ao Ceará, continua entregar-se aos estudos de sua predileção pretendendo escrever um livro sobre o Estado que no que abundam mapas , gravuras, etc. Foi membro do Instituto do Ceará(1887)sendo um dos seus doze fundadores, da Academia Cearense de Letras(1894), do Centro Literário de Fortaleza(1894) e foi o primeiro presidente da Sociedade de Ciências Práticas e um dos mais ativos padeiros da Padaria Espiritual(1892) com o nome de guerra de André Camurça. Pela intensa atividade realizada foi considerado como uma das mais impressionantes figuras do Ceará intelectual, apesar de autodidata, pois não o ornava nenhum diploma acadêmico, soube projetar-se, em alto estilo, na vida cultural, cívica e política de sua terra. Bem se disse dele que "nunca uma pessoa trabalhou com maior desinteresse e renúncia de toda e qualquer vantagem em prol do progresso de nossa terra".

ABOLICIONISTA: Abolicionista de convicção, foi um dos mais ardorosos e eficientes defensores da extinção do cativeiro. Fez diversas reuniões na Chácara Salubre, e conta-se que quando os terrenos da Chácara foram vendidos encontraram verdadeiros subterrâneos espalhados pelo local. Ele vendia as jóias da família para libertar negros. E sua maior vaidade encontra-se nos escritos do Ceará ainda hoje é a "Terra da Libertação".

PUBLICAÇÕES: "Algumas histórias do Ceará","Província do Ceará", "Dúvidas Históricas","Sonhos de Moço", livro de poesias, "Lampejos","Três Liras", juntamente com Antônio Dias Martins e Justiniano de Serpa, e"O Ceará e os cearenses", coletânea de artigos vindo à luz em Manaus, onde residiu entre 1896 e 1901 na busca de melhores condições de vida.

HISTÓRIA GERAL E CIENTÍFICA: Jornalista combativo cronista delicado, estudioso das ciências naturais, historiador de profunda acuidade. A história cearense deve-lhe a maior das contribuições. É sem conta o número de suas crônicas, artigos de jornais e de revistas sobre os mais variados assuntos. Historiador penetrante, exato e honesto, grande amante do Ceará, além de estudioso das ciências naturais e inspirado poeta. Foi uma figura notável das letras cearenses. O grande feito das suas atividades mentais apurou-se no domínio da literatura e no das investigações científicas. Patrono da Cadeira número 14 da Sociedade Cearense de Geografia e História e cujo primeiro ocupante foi Alba Valdez, pseudônimo de Maria Rodrigues e que atualmente é ocupada pelo maranhense Mozart Soriano Aderaldo. Da Academia Cearense de Letras, de que é membro fundador, é Patrono da Cadeira número 4, ocupada sucessivamente por João Otávio Lobo, Antônio Furtado Bezerra de Menezes, Raimundo Girão, e na atualidade por José Milton de Vasconcelos Dias. Nominou uma das ruas de Fortaleza e um de seus bairros. Apoiou, juntamente com Álvaro Dias Martins, Antônio Papi Júnior, Guilherme Chambly Studart (mais tarde Barão de Studart),...Rodrigues de Carvalho, Justiniano de Serpa, Martinho Rodrigues de Souza e Raimundo Farias Brito, a criação do Centro Literário em oposição à Padaria Espiritual. Foi também um estudioso profundo de ciências naturais. Poeta primoroso. "ALGUMAS ORIGENS DO CEARÁ" foi o seu último excelente esforço histórico, indispensável aos que estudam a evolução econômico-social do Ceará. Faleceu em Fortaleza(CE) no dia 28 de agosto de 1921.




quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Jornal 'O Cearense' - Ano:1825


O jornal O Cearense era semanal.
Ele era publicado em Fortaleza na Tipografia Nacional. O número 1 é de 12 (Uma quarta-feira) e o 5º é de 22 de Janeiro. Tinha por lema "A opinião he quem avigora ou dezorganiza a ordem social" (Grafia da época).

Custava 80 réis o número avulso e a assinatura saia $200 por trimestre.
As folhas avulsas eram vendidas na Loja de Manoel Alves de Carvalho na Praça Carolina, "actual Conselheiro José de Alencar". Na realidade, hoje a Praça recebe o nome de Praça Waldemar Falcão.

Damasceno Vieira no capítulo 27 das "Memórias Históricas Brasileiras", volume II, dá esse jornal como existente ainda em 1828, e qualifica-o como um jornal neutro.

Barão de Studart


Fonte- Instituto do Ceará

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Guilherme Studart - Um Barão


Ceará, Terra do Sol. E do brilhantismo de homens como o Dr. Guilherme Studart - que se fez Barão não por condescendência de ordem política, mas tão somente por força de um merecimento inteiramente pessoal. Pelo reconhecimento ao humanitarismo de um ser iluminado a que poucos terão o privilégio de se dizerem conterrâneos. Toda uma vida dedicada à pesquisa histórica, ao resgate do fato mais longínquo que pudesse consolidar cada vez mais a nossa identidade cearense-brasileira. Um nobre não apenas de títulos, mas, sobretudo, nas atitudes para com o irmão mais humilde e desamparado. O médico capaz e devotado. Um homem, enfim, de fé inquebrantável.

Guilherme Chambly Studart, o Barão de Studart, (Fortaleza, 5 de janeiro de 1856Fortaleza, 25 de setembro de 1938) foi médico, historiador e vice-cônsul do Reino Unido no Ceará. Filho de John William Studart, comerciante e primeiro vice-cônsul britânico no Ceará, e de Leonísia de Castro Studart.

Fez os primeiros estudos no Ateneu Cearense, transferindo-se, posteriormente, para o Ginásio Bahiano. Matriculou-se, em 1872, na Faculdade de Medicina da Bahia, onde doutorou-se em 1877. Exerceu, durante muitos anos, a atividade médica, principalmente no Hospital de Caridade de Fortaleza.

Participou ativamente do movimento abolicionista no Ceará, como um dos membros da Sociedade Cearense Libertadora. Discordando dos meios defendidos por esta, desliga-se para fundar, ao lado de Meton de Alencar, o Centro Abolicionista 25 de Dezembro, em 1883.

Logo depois da morte do pai, em 1878, herdou o título de vice-cônsul britânico no Ceará.

Católico militante, dedicou-se à caridade e à filantropia. Como reconhecimento, o então bispo do Ceará, D. Joaquim Vieira, solicitou a autorga do título de barão da Santa Sé, concedido, em 1900, pelo Papa Leão XIII.

Foi membro de inúmeras instituições, destacando-se a Academia Cearense de Letras, o Instituto do Ceará, o Centro Médico Cearense, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, o Instituto Histórico e Geográfico Pernambucano, o Centro Literário, o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, o Instituto Histórico de São Paulo, o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o Instituto Histórico e Geográfico Fluminense, a British Medical Association, a Sociedade de Geografia de Paris e a Sociedade de Geografia de Lisboa.

Autor de inúmeros trabalhos nas áreas de Medicina, línguas (Elementos da Gramática Inglesa, 1888), Geografia e biografia. Foi na História, entretanto, que ele se destacou, publicando mais de uma centena de textos, entre artigos e livros, abordando, especialmente, a História do Ceará. Suas obras são, ainda hoje, essenciais para o estudo da matéria.

Sua batalha foi para que a memória do Ceará não se perdesse. Lutou e conseguiu desenvolver vários trabalhos, hoje fonte de pesquisas para vários historiadores do Brasil e de vários países. Uma de suas frases, proferidas diante de amigos e considerada a mais importante para muitos, foi quando já cansado pelos anos disse:

Cquote1.svgInicio hoje a publicação dos documentos relativos à vida do Brasil Colônia: vejo assim realizado um dos mais queridos projetos. Do que me pertence faço de bom grado, partilharem os amantes da história pátria, tendo como certo que eles encontrarão algum subsídio aproveitável ao cabedal que há anos vou acumulando e ora lhes é ofertado. A este volume muitos outros se seguirão, se as forças, já tão alquebradas mo consentirem.Cquote2.svg


Óbito do 3º Marquês de Viana atestado pelo Barão de Studart

O Barão de Studart foi o mais profundo e honesto historiógrafo cearense, cognominado o nosso Heródoto.

Figura exponencial dos meios culturais e católicos no Ceará.

Pertencia a um sem número de associações e sociedades nacionais e estrangeiras.

As obras de Barão de Studart e os documentos que redigiu para a História do Ceará formam valioso patrimônio para a cultura do Brasil.

Foi a figura máxima dos abolicionistas conservadores, não daqueles de João Cordeiro, de "Matar ou Morrer".

O Baronato que lhe outorgou a Santa Sé, com a assinatura de Leão XIII, no breve de 22 de janeiro de 1900, foi um dos prêmios de sua conquista enorme de bondades. A comenda foi solicitada pelo Bispo Dom Joaquim Vieira que conhecia sobejamente os refolhos d'alma do ilustre varão homenageado.

Faleceu em 25 de setembro de 1938 em Fortaleza. Foi um dos fundadores do Instituto Histórico do Ceará, expoente máximo da cultura Alencarina.

"Barão de Studart foi um dos maiores historiadores do Ceará. Foi até mesmo maior do que Capistrano de Abreu, para o estudo do Ceará. Pela abordagem e pela bibliofilia, dono da maior documentação crítica.
Barão de Studart era um historiador nato, valorizava muito a questão de documentos, a pesquisa era muito bem fundamentada. "


Crédito: Literatura Real, Diário do Nordeste,
Ceará Cultural e Revista do Instituto do Ceará
comemorativa do primeiro centenário de
nascimento do Barão de Studart

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Diário do Governo do Ceará - O pioneiro


Publicado em Fortaleza a 1º de Abril de 1824. Inscreve-se este como o primeiro jornal que teve a Provincia. O redator era o Padre Gonçalo Ignácio de Loiola Albuquerque e Mello Mororó. Foi Manoel de Carvalho Paes de Andrade quem de Pernambuco remeteu o material tipografico necessário à publicação. Isso mesmo diz o Ofício circular estampado no 1º número. O navio portador da tipografia foi a escuna de guerra "Maria Zeferina". A remessa foi comunicada à junta Provisoria do Ceará por Paes de Andrade em Ofício de 9 de Março.
O diretor dos trabalhos, Francisco José de Salles, que fez parte da revolução de 1824, foi preso e pagou com sacrifícios e atribulações o amor às ideias, que professava.
Seu nome figura na "Relação das pessoas, que mais se desenvolveram no malvado sistema republicano da capital da provincia do Ceará", feita na Secretaria de estado dos negócios da justiça, em 12 de Janeiro de 1825 e assinada por J. Carneiro de Campos.


Na Ata do supremo conselho (26 de Agosto) e no termo da instalação do Colégio para eleição dos deputados, que deviam compor do Governo supremo salvador (28 de Agosto) ele se assina Francisco José de Salles Jurubeba, diretor da Tipografia nacional.

O cabeçalho do novo jornal dizia assim:

Nº 1º Diário do Governo do Ceará
Preço 40 réis.
Cidade do Ceará - Quinta-feira, 1º de Abril de 1824.
Seguiam-se o 1º artigo sob o título 'Sessão do estabelecimento da typografia', o 2º sob o título 'Expediente' e Sub-título 'Officio Circular, o 3º sob o título 'Officio da Villa do Crato e o 4º sob o de 'Resposta ao Officio da Camara do Crato.

Embaixo da 4ª e última página dizia:
"Na typografia Nacional do Ceará".
O 1º número do Diário tinha 20 centimentro de comprimento e 14 de largura por página, rápido cresceu em tamanho e passou a custar mais caro, 80 réis o exemplar.

Era o seguinte o pessoal empregado:

Redator: Padre Mororó, com o ordenado de 400$;
Impressor: Francisco José de Salles, com ordenado de 300$;
Compositores: Felippe José Fernandes Lana e Urbano José do Espírito Santo (mais tarde Urbano Paz Jerepemonga) com ordenados cada um de meia pataca por dia, nos três primeiros meses, e com um aumento proporcional ao adiantamento que fossem mostrando.
Havia mais dois serventes com a diária de 200 réis.
Foi encarregado da venda do jornal e mais trabalhos que saissem da tipografia, o negociante João Bezerra de Albuquerque e o avô do desembarcador João Firmino e do Dr Raymundo Ribeiro.
Todos os ordenados eram pagos pela Fazenda Pública e ficaram assentados na sessão do Governo à 29 de Março de 1824. O redator e o impressor e o vendedor das gazetas tinham o pagamento em quarteis, os compositores mensalmente e os serventes por semana.
O Diário saia duas vezes por semana, às quartas e aos Sábados.

No intuito de favorecer a tipografia nacional expediu o Governo a circular determinando que os membros dos conselhos da Provincia se cotizassem em 6$ cada ano em benefício dela.
Para inteiro conhecimento do leitor quanto aos dizeres do primogênito do jornalismo Cearense, aqui vão transcritos os quatro artigos de que ele tratou, merecendo notar-se a lingugem usada:

"Sessão do estabelecimento da typographia - Em 29 de Marços de 1824. Abriu-se a sessão a horas competetes, leo-se a Acta passada, e achou-se conforme. Despacharão-se varios requerimentos de partes, e expedirão-se varias ordens, e officios. Tendo-se na sessão do dia vinte do corrente Accordado que o Governo faria a creação dos officiaes, que deveriam compor o trabalho da typographia nacional, e os ordenados, que deverão vencer, em quanto do rendimento della não podessem ser pagos: Acordou o governo, que seria o imprensario Francisco José de Salles enviado pelo Excellentissimo senhor presidente do governo de Pernambuco, e venceria o ordenado de trezentos mil réis annuaes pago pela Fazenda Nacional a quarteis, para coadjuvar ao Imprensario, e instruir a mocidade haverão dois ajudantes compositores: Felippe José Fernandes Lana e Urbano José do Espirito Santo com o ordenado cada hum de cento e sessenta réis por dia nos primeiros tres mezes, e dahi em diante, se lhe augmentaria o ordenado a proporção de seu adiantamento; haverão mais dois serventes com ordenado de duzentos réis por dia e finalmente haveria hum redactor do Diário do Governo, que seria o Padre Mororó, pessoa de instrucção e conhecimentos, que venceria o ordenado de quatrocentos mil réis, e todos os referidos ordenados serão pagos pela mesma Fazenda Pública, e recolhendo-se a ella o resultado da venda das folhas, e mais papeis, que se venderem, nomeando o mesmo Governo a João Bezerra de Albuquerque, negociante desta praça para vender em sua loja com o lucro de 8 por cento e outro sim, que as folhas, que se não occuparem meia folha de papel por um, e outro lado se vendão a vinte réis e as que passarem a outra página, se vendão a quarenta réia, porém se for folheto. o Imprensario como administrador da Typografia regulará o preço por que se deve vender, intelligenciará ao Gazeteiro, o Redactor inserirá nas suas folhas, composições e escriptos, os memoriaes, lembranças e queixas, que qualquer indivíduo lhe requerer, e da mesma forma o Imprensario as imprimirá quando lhe requererem, contanto que paguem a taxa estabelecida, e as aprezentem assignadas, e reconhecidas. O Redactor, Imprensario e Gazeteiro serão pagos a quarteis. Os ajudantes compositores mensalmente, os serventes como pessoas pobres semanariamente pela folha, que o Imprensario assignará para o Almoxarifado.

Expediente - Officio Circular - Temos uma typografia nacional enviada a este governo pelo excellentissimo presidente de Pernambuco Manoel de Carvalho Paes de Andrade, nosso honrado Patricio, que só se esmera no bem estar do Brazil. Esta vantagem real abre o caminho livre as nossas commodidades, e legitimos interesses, e he obra prima da liberdade do Brazil.

Officio da Villa do Crato - Temos prezente o officio de V. Excellencias do primeiro do corrente a que acompanharão por decretos de dissolução da assembléia constiuuinte, e legislativa do Brazil plenamente congregada no Rio de Janeiro; pela proclamação de sua magestade, imperial, o manifesto, insinuações para nova eleição de Deputados remettidos daquella corte; e apesar do laconismo que se observar em dito officio, elle veio por-nos em perplexidade pelo modo decizivo com que V. Excellencias, supremas authoridades desta provincia, mandão sem mais reflexão dar o passo preliminar para a perdição e desgraça dos que tem confiado em V. Excellencias a guarda, e defeza de seus inalienaveis direitos.

Resposta ao Officio da Camara do Crato - Recebemos de V. S. S. datado de 28 de Fevereiro pretérito. Nelle brilha o amor da Patria com rasgos tão vivos, quaes já não aumiramos em hum povo desde muito o mais briozo, e denodado. O nosso prazer, he summo; os nossos sentimentos iguaes; e esperamos continuem V.S.S. á dar ao Brazil inteiiro o espectaculo encantador do mais glorioso patriotismo. Sejão V.S.S. com as corajozas Camaras da Comarca-nova o alvo á que atirem com setas de amor e admiração todas as outras da provincia. Maldito seja o cearense, que não propugnar pela Liberdade de sua Patria! Deus guarde a V.S.S Palácio do Governo no Ceará 31 de Março de 1824 da Independencia e liberdade do Brazil. Illustrissimos Srs Prezidente e membros da Camara do Crato. Com as Rubricas do Governo."

Ao Diário do Governo do Ceará precederam a Gazeta do Rio de Janeiro[1808], A Idade do Ouro do Brazil, da Bahia[1811], Aurora Pernambucana[1821], Canciliador do Maranhão[1821], O Paraense[1822] e a Abelha de Itaculumy[14 de Janeiro de 1824].
Só três anos e meio (1º de Outubro de 1827) depois de publicado o Diário do Governo do Ceará foi que no Rio de Janeiro surgiu o Jornal do Commercio, o mais importante representante da imprensa na America do Sul.

É bom deixar claro que antes do Diário, houve na época do notável governador Manoel Ignacio de Sampaio, uma Gazeta, mas essa não era impressa, redigia-a o próprio Sampaio, que a fazia circular. Chamava-se Gazeta do Ceará.
O Diário foi o pioneiro, não existe no Ceará jornal impresso que fosse anterior ao do Pe Mororó.

"Intangivel, mysterioso esse jornal de nascença, vida e morte desconhecidas de todos e por todos!"

Barão de Studart


Fonte: Instituto do Ceará
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