Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Caucaia
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sábado, 15 de junho de 2019

Paraíso Perdido Park

O parque em pleno funcionamento.
Foto: Nivardo Nepomuceno
Inaugurado no ano 2000, próximo a praia do Icaraí, Caucaia, distante 18 km de Fortaleza, o Paraíso Perdido Park chegou trazendo novidades. Lincoln Morais inovou e além do parque aquático, seu empreendimento contava também com um zoológico particular. 

Por ser mais próximo da capital, o Paraíso Perdido tinha tudo para crescer e ser um sucesso. Aliás, em matéria de tamanho, só perdia mesmo para o Beach Park.

Parque aquático em funcionamento.
Acervo Renato Pantoja (Lugares Esquecidos)
Parque aquático em funcionamento.
Acervo Renato Pantoja (Lugares Esquecidos)
O local escolhido era bastante arborizado, com 46 mil metros quadrados e tinha como principal atração, o Zoológico Shangri-laO Parque Aquático, com toboáguas, piscinas, cachoeiras e rios, possuía estrutura organizada e segura. Apresentava infraestrutura hoteleira e o parque era temático, com bastante espaço para lazer. 

No chamado Parque Seco, a criançada podia usufruir de diversos brinquedos, como o Sit Skate e o touro mecânico. Os mais interessante no entanto, eram aqueles que imitavam as trilhas que geralmente surgem nos filmes de aventura na selva, como a Ponte do Equilíbrio. Tudo isso implantado numa lindíssima área verde, onde circulava uma constante e agradável brisa.


Parque aquático em funcionamento.
Acervo Renato Pantoja (Lugares Esquecidos)
O Paraíso Perdido fazia sucesso, pois unia as diversões de um parque aquático com aventuras em pontes, arvorismo (caminhada sobre árvores) e claro, visitas a um zoológico rico em diversas espécies de animais. Entre uma distração e outra, o visitante podia vislumbrar leões, tigres, onças pintadas, hipopótamos e chimpanzés e, ainda, rir das travessuras de pequenos macacos, e do gorjear de pássaros silvestres.

Por falar em pássaros, para adentrar ao zoológico, o visitante passava por dentro de um viveiro. 
Os animais eram originários dos mais diversos países. Além dos já citados, haviam também  cobras, avestruzes, emas, pássaros diversos, porcos-do-mato, crocodilos... Cada espécie tinha um local especial, semelhante ao seu habitat natural. O zoológico não tinha grades, os animais mais perigosos ficavam em espaços bem abaixo do nível do solo, e ainda tinham muretas e alambrado de proteção. A segurança era total.

Parque aquático em funcionamento.
Acervo Renato Pantoja (Lugares Esquecidos)
Como ponto negativo, estava o fato do estabelecimento não pagar seus funcionários em dia e não possuir todas as licenças ambientais. Mas o fator crucial para o fechamento definit do parque, que inclusive virou notícia no Brasil inteiro na época, foi a grave acusação de maus tratos aos animais. 
Inclusive, no site Lugares Esquecidos, há também outra grave acusação contra o proprietário do Paraíso Perdido. Consta que na época, circulava a denúncia de que os jumentos apreendidos pelo DETRAN-CE, eram oferecidos como alimento para os leões e tigres do parque. Se isso era verdade ou não, sem dúvida manchou ainda mais a imagem do estabelecimento.


Por determinação da justiça, o parque foi fechado em 2006, após serem comprovados os maus tratos sofridos pelos animais.
Com a determinação, quase todos os animais do parque foram então transferidos para outros estados, incluindo um rinoceronte, que se encontra hoje em um zoológico de São Paulo

Nome do Parque talhado na rocha. Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Situação do local onde ficavam os animais selvagens.
Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja
Visita ao parque 10 anos depois de ter sido fechado. Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Situação de abandono da entrada de acesso em 2016. Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja
Situação do local onde ficavam os animais selvagens.
Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)

Importante salientar que em 2012, o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu a triste situação de um leão e de uma leoa (Juba e Yasmin), que também faziam parte do parque e tiveram que ser transferidos para a Unesp de Botucatu, após denúncias de maus tratos no Paraíso Perdido. 

Assista ao vídeo AQUI.


Crédito: Ogritodobicho.com
Crédito: Ogritodobicho.com
O Notícias UOL também já havia noticiado a triste situação dos animais em matéria de 14 de dezembro de 2011. Na matéria, a ONG Mata Ciliar, do município de Pedreira (SP), relatava que o leão Juba viveu em dois lugares sofrendo maus-tratos. “Quando mais jovem o animal morava em um zoológico particular e de situação irregular no Rio de Janeiro, sendo desativado pelo Ibama em 2001. Depois disso, Juba foi transferido para outro zoológico, desta vez em Fortaleza, e novamente sofreu maus-tratos até o dia em que o local foi fechado devido às irregularidades”.

Na época, a ONG e o Ibama já haviam conseguido o transporte aéreo do animal do Ceará para São Paulo, viagem patrocinada pela empresa Tetrapark. “Juba já tem idade avançada. Uma viagem terrestre iria debilitar mais o animal”, dizia a analista ambiental Carla Sombra, do centro de triagem do Ibama. Ela explicou que, apesar dos esforços do Ibama em prestar assistência aos leões, eles não viviam em um local apropriado. “O centro de triagem é um local provisório, de passagem de animais apreendidos, que logo são adotados ou inseridos no habitat natural. Como Juba tem marcas no rosto provocadas pelos maus-tratos que sofreu e não é mais um animal vistoso, devido à idade avançada, nenhum zoológico se habilitou em adotá-lo".


Juba e Yasmin

Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Em 26 de fevereiro de 2007, o jornal Diário do Nordeste chamava atenção para os animais que ainda estavam no parque, mesmo após o fechamento do parque em 2006:

Restam 27 animais no zoológico após fechamento do Paraíso Perdido Park

Desde o fechamento do Paraíso Perdido Park, no Icaraí, ocorrido no ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) trabalha para manter a alimentação e a medicação dos bichos sob controle. Além disso, o Ibama ficou sendo o responsável pela transferência dos animais. Todos ainda permanecem no parque devido à falta de estrutura adequada em outros locais.


Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Desde novembro de 2006, já foram transferidos 67 animais, mas ainda restam 27 para este ano. Entre eles: dois hipopótamos, três onças pintadas, duas onças pardas, nove jacarés e 11 leões. Apesar do trabalho do Ibama, o processo de transferência dos animais não é fácil. De acordo como o analista ambiental do núcleo de fauna do Ibama, Alberto Klefasv, transportar os animais tem um custo bastante elevado.


Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
São animais de grande porte e, além de nos preocuparmos com a transferência deles, temos a alimentação e a medicação, diz Klefasv. Segundo o analista ambiental, o Ibama gasta, em média, R$ 20 mil por mês com a alimentação dos 27 animais do zoológico. Conforme Klefasv, as negociações com outros zoológicos do Brasil é demorada, porque os parques não querem arcar com as despesas de locomoção e, para isso, o Ibama deve entrar em acordo para não ter prejuízo.

Renato Pantoja, do site Lugares Esquecidos, recebeu diversas fotos feitas por um amigo (José Braga Martins) que foi até o local, 10 anos após o fechamento do parque, e narrou ao site tudo o que viu:


Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
"O parque foi fechado pelo IBAMA em 2006 e encontra-se abandonado até hoje. Tentei contato com o dono, que pesquisando na net vi se tratar de um tal senhor Lincoln, mas não o encontrei. Liguei para os números de telefone disponíveis nas matérias de jornal de 10 anos atrás e estão todos desativados.
Pois bem. Fui lá usando como navegador um amigo chamado Márcio.
Lá chegando, a primeira surpresa foi uma grande ladeira que carro 1.0 não sobe para dar acesso ao parque. 
Estando lá, percebi que havia pessoas dentro do parque e os chamei pelas frestas da porta. Um homem veio e disse que morava lá com autorização da polícia(!).


Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Falei que estava fazendo um trabalho acadêmico e gostaria de bater algumas fotos. Ele proibiu e disse que por ele deixaria, mas a PM vai lá aos domingos treinar tiro e não autorizou ninguém a entrar, mas que poderia bater fotos do lado de fora. Deve ser verdade a versão do cara, porque havia tiros nas janelas (blindadas) da portaria. Não quis insistir - apesar de muito frustrado - porque vi crianças e vi que realmente era uma família que morava ali, não eram vagabundos se aproveitando do espaço para praticar atos ilícitos. Também não quis subornar o cara porque acho que isso vai contra a ética UrBex*


Foto José Braga Martins/Acervo Renato Pantoja (2016)
Nas fotos, dá pra ver a grande pedra com o nome do parque talhado nela; uma grande escada; uma fonte que deveria ser belíssima e fazer um barulhão; a bela porta da entrada (com detalhes em vidro) e as catracas de saída, ao estilo "estação de trem". Deu pra ver ainda que a galera utiliza o local pra fazer despacho de macumba e olhando pelas frestas deu pra ver o toboágua, o que me deixou babando de vontade. Mas o mais curioso foi ver uma placa que ameaçava quem quisesse entrar lá. O curioso é que a placa era nova, recém-instalada.
Enfim, dei por encerrada a expedição, mas não a missão. Vou falar com um tenente amigo meu pra ver o que ele pode fazer pra eu tirar essas fotos do local por dentro."



Vejam a situação de descaso e abandono do parque em 2016, após 10 anos do fechamento do Paraíso Perdido:

Foto Erick Willians/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto Erick Willians/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto Erick Willians/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto Erick Willians/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto Erick Willians/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto Erick Willians/Acervo Renato Pantoja (2016)
Foto Erick Willians/Acervo Renato Pantoja (2016)
Alguns comentários de frequentadores do parque:

"O park era bem legal, essa mistura de park aquático com zoológico era irada, tinha um toboágua lá preto que era o mais alto, dava um medo imenso por ser aberto e ter umas ondulações, você jurava que ia voar longe kkk"

João Emanuel

"Fui 3 vezes (passeio do colégio, pois o ingresso individual "custava um Rim") o Zoológico foi o que mais me chamou atenção, havia um viveiro de pássaros que os visitantes "passavam por dentro", tudo era temático, o "telefone orelhão" tinha o formato de Arara, a entrada parecia uma caverna..."

Samira Caju

"Frequentei bastante em passeios do colégio, além do parque aquático e zoológico, tinha um espaço do terror, que você adentrava e tinham vários personagens de terror lhe assustando durante todo o percurso. Bons tempos"

Camila Aparecida

"Era ótimo esse park! Estava por lá quase todos os finais de semana! Tinha também uma ponte muito show tipo aquela das olimpíadas do Faustão e uma pista de patins! Cheguei a ir até uma festa a noite "Festa da Lua Cheia". Bons tempos!"

Júnior Pereira


"Lembro muito. "Paraíso Perdido". Assim que o estabelecimento abriu meu pai tornou-se sócio (na época vc comprava o título de sócio). Todos meus fins de semana eram lá. Adorava . Tenho muitas lembranças boas desse local."

PRH Grangeiro


"Sempre quis ir mas com a fama ruim, meus pais nunca deixaram. Ainda bem."

Lisa Martins


"... os tobogãsssss ir no amarelo foi uma realização para mim... kkkkkk no início eu só ia no vermelho..."

Michele Falconeri


"Visitei várias vezes o local, minha mãe trabalhou por lá. Relatava que muitos animais estavam subnutridos. Hoje em dia eu compreendo que não deve haver nenhuma forma de entretenimento envolvendo confinamento, muito menos de animais e ainda por cima os silvestres e selvagens!!!"


Mayara Freitas


"Eu tive o prazer de conhecer esse park quando criança , foi em um dia das crianças... primeiro tinha o passeio no zoológico, incrível ver leão, hipopótamos, macacos... fora que tinha arvorismo, tinha uma parte de escaladas e cards muito divertido e no fim do dia teve show com os palhaços. Um park incrível uma pena ter fechado mas se fosse eles aproveitaria ao menos a parte do park aquático e com um tempo tentava ativar o arvorismo. Gostaria de ter voltado mais vez lá."

Iancka Gomes

"Uma reportagem de um jornal e imagens de funcionários do parque sacrificando jumentos para alimentar os grandes felinos decretou a lacração dos portões, que nunca mais abriram.
Era interessante e havia uma enorme gaiola de pássaros, onde os visitantes podiam transpor internamente, numa via muito instrutiva"

Adauto Gouveia


*Urbex = Exploração Urbana



Fonte: http://www.lugaresesquecidos.com.br/Nivardo Cavalcante Nepomuceno/Ceará Notícia/Jornal Diário do Nordeste/www.mundodastribos.com/Noticias.uol.com.br e pesquisas na internet.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Os homenageados nas ruas da cidade - Parte VIII



O jornalista, ex-vereador e ex-deputado João Eduardo Torres Câmara (João Câmara), nasceu em Aquiraz, no dia 12 de dezembro de 1842. Fundou em 1895, o Almanaque da Cidade de Fortaleza, que a partir do ano seguinte seria Almanaque Administrativo, Estatístico, Mercantil, Industrial e Literário do Estado do Ceará, ou simplesmente Almanaque do Ceará.

Faleceu em Fortaleza no dia 06 de outubro de 1906, aos 64 anos de idade. Após sua morte, o Almanaque do Ceará passa a ser editado por seu filho Sófocles Torres Câmara (Sófocles Câmara) até 1931, quando passou para Joaquim da Silveira Marinho, que em 1941 entregou à dupla Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, passando em 1947 para A. Batista Fontenele e Leopoldo C. Fontenele, que o editou até 1961.
 

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Ex-vereador e comerciante, Joaquim da Cunha Freire foi o  primeiro e único Barão de Ibiapaba. Nasceu em Caucaia no dia 18 de outubro de 1827.  
Era filho do português Felisberto Correia da Cunha e de Custódia Ribeiro da Cunha e irmão de Severiano Ribeiro da Cunha, o Visconde de Cauípe.

Joaquim da Cunha foi presidente da província do Ceará por sete vezes: De 24 de abril a 26 de julho de 1869/ De 13 de dezembro de 1870 a 20 de janeiro de 1871/ De 26 de abril a 27 de junho de 1871/ De 8 a 12 de janeiro de 1872, em 30 de outubro de 1872/ De 12 de setembro a 13 de novembro de 1873 e de 21 de março a 23 de outubro de 1874.

Casou-se com D. Maria Eugenia dos Santos. Dedicou-se a carreira comercial e soube acumular avultada fortuna, tendo colaborado para melhoramentos materiais de Fortaleza.
O Barão de Ibiapaba morreu no Rio de Janeiro em 13 de outubro de 1907. 

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Tristão de Alencar Araripe nasceu em Icó em 7 de outubro de 1821. Era filho do coronel Tristão Gonçalves de Alencar Araripe e de D. Ana Tristão de Araripe - intitulada, Ana "Triste". Foi casado com sua prima-irmã Argentina Franklin de Alencar Lima, com quem teve oito filhos, entre os quais, Argentina de Alencar Araripe, casada com João Tomé da Silva.

Tristão de Alencar passou por diversos cargos públicos: Juiz municipal de Fortaleza, juiz de Direito de Bragança, na então Província do Pará,  juiz especial do Comércio de Recife, desembargador das Relações da então Província da Bahia e da Província de São Paulo e da Corte. Presidente do Rio Grande do Sul e da Província do Pará, ministro do Supremo Tribunal de Justiça, ministro da Justiça e da Fazenda (no governo de Deodoro da Fonseca), chefe de polícia na então Província do Espírito Santo (1856), Pernambuco (1858) e Ceará. Conselheiro de Estado; presidente das províncias do Rio Grande do Sul e da então província do Pará,  deputado da província do Ceará (em três legislaturas), oficial da Imperial Ordem da Rosa e Membro de inúmeras associações culturais dentre elas o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal permaneceu no cargo até a sua aposentadoria, em 25 de janeiro de 1892.

Morre no Rio de Janeiro em 03 de junho de 1908, aos 86 anos de idade.
Hoje é nome de rua no Centro de Fortaleza, indo até o Bairro de Fátima, com o nome de Rua Conselheiro Tristão.

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Dr. Paulino Nogueira Borges da Fonseca nasceu em Fortaleza, no dia 27 de fevereiro de 1842.
Era filho de Francisco Xavier Nogueira e de Maria das Graças Nogueira. Neto pelo lado paterno de Pedro da Costa Moreira e de Maria Nunes de Lima e pelo lado materno do Capitão Antonio Borges da Fonseca e de Rosa Maria do Sacramento, do qual era bisneto materno de Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, que governou o Ceará de 25 de abril de 1765 a 3 de novembro de 1781. Teve dez irmãos, dentre eles, o padre Francisco Xavier Nogueira, que foi presidente do Poder Legislativo no Ceará.

Casou-se duas vezes. A primeira em 22 de dezembro de 1866, com Ana Franklin de Alencar, filha do tenente-coronel João Franklin de Lima e de Maria Brasilina de Alencar (tia materna de José de Alencar), com quem teve dois filhos:
João Franklin de Alencar Nogueira (25 de outubro de 1867 - 2 de dezembro de 1947 - Engenheiro civil, historiador e escritor) e Maria Nogueira, falecida em 1869.

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Recife. Pouco depois foi nomeado promotor público de Saboeiro em substituição a Antônio Pinto Nogueira Acioli, cargo que deixou por ter sido escolhido pelo presidente Homem de Melo para ser oficial-mor da secretaria do governo, mas foi exonerado por Melo e Alvim, que sucedeu Homem de Melo, por divergências políticas. Voltou a fazer parte do governo provincial como secretário no governo do Barão de Taquari e no de Freitas Henriques. Exerceu os cargos de professor de Latim e diretor do Liceu de Fortaleza, inspetor geral da instrução pública, deputado geral por duas legislaturas (1872 e 1879) e vice-presidente da província, em cuja qualidade assumiu o governo provincial das mãos de João José Ferreira de Aguiar até o empossamento de Nogueira Accioli. Pelas reformas que realizou na instrução pública da província, foi condecorado com a Imperial Ordem de Cristo (1871).
Faleceu em Fortaleza, aos 66 anos em 15 de junho de 1908.
  
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Emília Freitas nasceu em 08 de janeiro de 1855 na antiga União, hoje Jaguaruana. Foi uma intelectual engajada, inclusive na causa abolicionista. Sua obra foi permeada pelas suas visões políticas e questionamentos à sociedade, assim como a cultura que recebeu em seus estudos (Emília falava inglês e francês) e sua visão de Brasil (a autora morou em Fortaleza e em Manaus, cidades que ela usa com muita intimidade como cenários em seu livro A Rainha do Ignoto).
Filha do tenente-coronel Antonio José de Freitas e de Maria de Jesus Freitas, após o falecimento do pai, a família resolve se mudar para Fortaleza, onde Emília estuda francês, inglês, geografia e aritmética, num colégio particular. Mais tarde se transfere para a Escola Normal, formando-se profesora.
Em 1873 começa a colaborar em diversos jornais literários do Ceará como Libertador, Cearense e O lyrio e a brisa, além de outros de Belém do Pará. A maior parte dessas poesias foi depois compilada no volume intitulado Canções do lar.
Um ano depois, após a morte da mãe, muda-se para Manaus em companhia de um irmão, exercendo o magistério no Instituto Benjamin Constant, destinado à instrução de meninos. Em 1900, casa-se e retorna ao seu estado original com o marido, o jornalista Antonio Vieira, redator do Jornal de Fortaleza




Emília de Freitas participa ativamente da Sociedade das Cearenses Libertadoras, que tinha caráter abolicionista, tendo inclusive discursado em 1893 na tribuna, fato este muito aplaudido e noticiado nos jornais.

Em 1899, sai A rainha do ignoto, sua principal obra, a que deu o curioso subtítulo de "romance psicológico". Trata-se de uma trama novelesca absolutamente insólita, marcada por traços ficcionais, que é considerada por alguns especialistas como um dos trabalhos pioneiros do gênero fantástico ou maravilhoso no Brasil. A autora consegue com rara habilidade acomodar o fantástico no plano da regionalidade e promove uma incursão pelo imaginário, chegando até o inverossímil.
Com a morte do marido, Emília retorna para Manaus, onde falece em 18 de outubro de 1908
, aos 53 anos de idade.


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Antônio Fiúza de Pontes nasceu em Lavras no dia 14 de junho de 1876, filho de Antônio de Pontes Fiúza Lima e Maria Umbelina de Carvalho Pontes. Estudou em Aracati (curso de latim do Cônego João Francisco Pinheiro), Fortaleza (Instituto de Humanidades e Liceu do Ceará) e Recife (Faculdade de Direito, turma de 1902). Promotor Público de Monte Alegre e São Miguel do Guamá (PA). Professor da Faculdade Livre de Direito do Ceará. Deputado Estadual e poeta, pertenceu ao Centro Literário, não chegou a publicar os livros Miosótis e Tempos Idos. É de sua autoria a Memória Histórica da Faculdade Livre de Direito do Ceará (1907). 

Em 19 de fevereiro de 1909, morre, aos 32 anos de idade, vítima de apendicite, em Fortaleza.




Leia também:

Parte I
Parte II
Parte III
Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza, Portal da História do Ceará, Wikipédia, Carta Capital, 1001 Cearenses Notáveis-F. Silva Nobre.

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