O "Instituto de Humanidades" foi o primeiro nome dado ao estabelecimento depois conhecido como Colégio Nogueira, fundado nos primeiros dias do mês de janeiro de 1904, nesta capital, à rua da Assembléia, com internato, semi-internato e externato e um vasto programa de ensino primário, médio e secundário.
Foi seu fundador o provecto professor Joaquim da Costa Nogueira que já havia fundado em Quixadá e Baturité outros institutos similares.
Procurando difundir tanto quanto possível o gosto pelas letras, entre seus alunos, o incansável educador fez publicar em 14 de julho daquele mesmo ano o primeiro número da "Revista Escolar", publicação esta que durou dez anos, sem solução de continuidade e que foi suspensa por motivo do bárbaro trucidamento do inesquecível moço José de Mendonça Nogueira, filho único do diretor, em outubro de 1914.
Somente em julho de 1925, a "Revista Escolar" reencetou a sua publicação, tendo, porém, de suspendê-la em outubro do ano seguinte, por falta de auxílio do Governo do Estado, conforme decreto nº 1682 de 30 de setembro de 1919.
Nos últimos anos a contar de 1910, passou a revista a ser editada em tipografia estabelecida ao lado do educandário, de propriedade e direção de José Nogueira, prestando assim grande serviço aos alunos.
Alunos do Instituto de Humanidades visitam a capela de Nossa Senhora da Saúde no Mucuripe em 1913. Acervo - Nilson Cruz
Piquenique dos alunos do Instituto de Humanidades no Mucuripe em 1913 -Nilson Cruz
- 15 de janeiro de 1904 - Surge o Instituto de Humanidades, colégio de propriedade do professor Joaquim da Costa Nogueira. Era conhecido por Colégio Nogueira. Ficava na Rua da Assembléia nº 33 (antigo), mas logo se transferiu para a Rua Formosa (Rua Barão do Rio Branco) nº 88 (atual nº 936). Mudou-se em 1910 indo para a Rua Sena Madureira nº 113 (atual nº 854), em frente à Igreja Presbiteriana, na esquina com o Beco dos Pocinhos, onde hoje fica o Centro Empresarial Clóvis Rolim. Em 28/10/1914 seu filho, José de Mendonça Nogueira, é assassinado no sereno de uma festa no Clube dos Diários e o velho professor se desnorteia, passando a viver em função da memória do rapaz, que era um dos esteios da administração do colégio.
- Em 28 de outubro de 1914 foi assassinado, na porta do Clube dos Diários, por Xisto Bivar, caixeiro da Livraria e Papelaria Cearense, o jovem José de Mendonça Nogueira, professor do Instituto de Humanidades do Professor Joaquim da Costa Nogueira, de quem era filho. O assassino foi absolvido no 3º julgamento.
- Em 1918 o professor Joaquim da Costa Nogueira já refeito dos efeitos que lhe causaram a morte de seu filho em 1914, abre novo estabelecimento de ensino, o Colégio Nogueira, funcionando em prédio da Rua General Sampaio, atual nº 1148, prédio que fora sede do Tiro Cearense. Com sua morte no dia 21/07/1935 desapareceu o estabelecimento.
- 24 de janeiro de 1930 - O Colégio Nogueira, do professor Joaquim da Costa Nogueira, muda-se para prédio na Rua 24 de Maio nº 139 (antigo).
- 21 de julho de 1935 - Morre, em Fortaleza, aos 68 anos de idade, o educador Joaquim da Costa Nogueira (Joaquim Nogueira), antigo diretor do Instituto de Humanidades fundado em 1904, e depois do Colégio Nogueira. Era cearense de Aquiraz nascido a 28/12/1866. É hoje nome de rua em Fortaleza.
- 28 de dezembro de 1966 - Centenário do nascimento do professor Joaquim da Costa Nogueira. O governador Plácido Castelo, que foi professor do Colégio Nogueira, sanciona lei que lhe dá o nome a um estabelecimento criado no bairro de São Gerardo. Às 17 horas, na Igreja São Bernardo, uma das frequentadas pelo Prof. Nogueira, o padre Jorgelito Cais de Oliveira, presidente do Conselho Estadual de Educação, celebra missa em memória do homenageado. Na sessão do dia 20, no Instituto do Ceará, o secretário deste, João Hipólito Campos de Oliveira, ex-aluno e ex-professor do Colégio Nogueira, evoca a figura do seu diretor Joaquim da Costa Nogueira, a quem considera um dos maiores educadores que o Ceará já teve.
Fonte: Álbum de Fortaleza -1931 e Portal do Ceará