Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Edson Queiroz
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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sábado, 18 de maio de 2013

Centro de Convenções do Ceará



Centro de Convenções

Em 28 de maio de 1973, realiza-se o lançamento da pedra fundamental do Centro de Convenções do Ceará, projeto do arquiteto José Neudson Bandeira Braga (Neudson Braga), na Água Fria.
A inauguração ocorreu em 09 de março de 1974, na administração do governador César Cals de Oliveira Filho, em terreno de cerca de 15 mil metros quadrados, o maior do Nordeste em seu gênero.


Hoje tem o nome de Centro de Convenções Edson Queirós.
Fica na Avenida Perimetral (hoje Avenida Washington Soares), vizinho à Unifor.

Após sua inauguração, foi palco de seu primeiro acontecimento - Assembléia Geral do Banco do Nordeste, sob a presidência do ministro do Interior, Costa Cavalcanti.

O Centro de convenções possui 15.200 m² de área, sendo aproximadamente 13.000 m² climatizada. Sua estrutura tem capacidade para receber até cinco eventos simultâneos, já que possui 7 blocos independentes e alguns sub-bloco (como A400, F Mezanino, mini auditório B1 e B2, etc).


Foto de 2011 de Paulo Targino Moreira

Em maio deste ano, o Chanceler Airton Queiroz e o Governador Cid Gomes assinaram o protocolo de intenções que prevê a ampliação e reforma do Centro de Convenções Edson Queiroz. O documento trata da devolução do equipamento para à Fundação Edson Queiroz que construirá para o Estado um teatro com capacidade para 1.800 pessoas e dois auditórios com capacidades, cada um para 400 pessoas.


Acervo de Fabio Mesquita Torres

Segundo a Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado, na época da construção do Centro de Convenções, na década de 1970, parte do terreno em que ele está localizado, cerca de 10 mil metros quadrados, pertencia à Fundação Edson Queiroz, que cedeu uma gleba para o equipamento. "A Unifor é a maior universidade privada do Nordeste, talvez a maior do Brasil, e tem se destacado, além da qualidade de ensino, no estímulo ao esporte e às artes. O que acontece neste momento é uma devolução onerosa em que o turismo de negócios do Ceará ganhará um equipamento moderno e capaz de nos tornar um dos estados com melhor estrutura nesse tipo de turismo no Brasil, se somando ainda ao Centro de Eventos do Ceará", destacou Cid Gomes.



Acervo Prêmio Caio 2007


O Centro de Eventos do Ceará, um dos mais modernos equipamentos para a realização de feiras do Brasil, se ressentia de um grande auditório para dar suporte aos eventos que aconteciam no local. Pela carência desse tipo de espaço, o local para convenções era improvisado em seus amplos salões.
Mas com a assinatura, no Palácio da Abolição, de um protocolo de intenções entre o governador Cid Gomes e o chanceler Airton Queiroz, para a ampliação e reforma do antigo Centro de Convenções Edson Queiroz, situado ao lado do Centro de Eventos, o problema será resolvido.

Foto de 2011 de Paulo Targino Moreira

O acordo prevê a reforma do Centro de Convenções Edson Queiroz, com o prédio sendo devolvido à Fundação Edson Queiroz. Por sua vez, a instituição construirá para o Estado um teatro e dois auditórios.
Uma passarela deverá interligar o Centro de Feiras aos novos espaços para convenções. Documento de transferência do equipamento será encaminhado à Assembleia Legislativa para aprovação.

O chanceler Airton Queiroz também destacou o potencial turístico e artístico do Centro de Convenções e ressaltou que haverá ampliação na estrutura física da Universidade de Fortaleza (Unifor), que tem atualmente 30 mil alunos.

Alguns Fatos Históricos:

*28 de maio de 1973 - Lançamento da pedra fundamental do Centro de Convenções.

*09 de março de 1974 - Inauguração do Centro de Convenções.

*21 de junho de 1974Abre-se a I Convenção Nacional do Café, no Centro de Convenções do Ceará.

*26 de junho de 1974 - Inaugurado o Congresso Nacional dos Garçons, às 9h, no Centro de Convenções do Ceará.


*25 de novembro de 1974 - Instala-se solenemente o II Congresso Cearense de Escritores, às 20h, no Centro de Convenções de Fortaleza, patrocínio da Secretaria de Cultura, Desporto e Promoção Social - Secult, iniciativa da Academia Cearense de Letras - ACL, do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) e Casa de Juvenal Galeno, com cooperação do Departamento de Assuntos Culturais do Ministério de Educação e Cultura - MEC.

*30 de janeiro de 1975 - Instala-se no Centro de Convenções, a II Jornada de Neurologia e Neurocirurgia do Nordeste, em solenidade presidida pelo governador César Cals.

*15 de novembro de 1975 - Abre-se, às 20h, o III Seminário Nacional de Irrigação e Drenagem, no Centro de Convenções, com a presença do Ministro do Interior, Maurício Rangel Reis.

*02 de dezembro de 1977 - Às 17h instala-se, no Centro de Convenções, a Academia Cearense de Língua Portuguesa, tomando posse a primeira diretoria, que tem na presidência o professor Hélio de Sousa Melo (Hélio Melo); primeiro vice-presidente, José Rebouças Macambira; segundo vice-presidente, Itamar de Santiago Espíndola (Itamar Espíndola); primeiro secretário, José Fernandes; segundo secretário, Mirson Lima; primeiro tesoureiro, Itamar Macedo; segundo tesoureiro, Hamilton Andrade; e diretor de publicações, Abdias Lima.

*18 de maio de 1979 - Lançamento, com início às 18h, de Mulher Mostra Mulher, no Centro de Convenções, promoção do jornal O Povo, com a presença da atriz Tônia Carrero e do Quarteto em Cy.

*18 de maio de 1985 - Abertos no Centro de Convenções, o IV Congresso Nordestino de Odontologia e o VI Congresso Cearense de Odontologia.

*15 de maio de 1990 Aberto, no Centro de Convenções Edson Queirós, o I Congresso Brasileiro de Advocacia.


*08 de maio de 2001 - Abre-se, às 19h com duração até o dia 11, no Centro de Convenções de Fortaleza, a TECN Hotel Nordeste 2001, a segunda mais importante feira de hotelaria do País, evento da CLCA Feiras e Promoções, que engloba a 5ª Feira de Produtos, Serviços e Tecnologia para Hotéis, Restaurantes, Bares, Lanchonetes, Lavanderias, Hospitais e Similares; o 4º Salão de Arquitetura & Design para Hotéis; o 3º Salão de Gastronomia Internacional; e o 1º Salão de Arquitetura & Design para Hospitais.

*15 de dezembro de 2004 - A deputada estadual Luizianne de Oliveira Lins (PT), o sindicalista José Carlos Veneranda (PSB) e os 41 vereadores eleitos, em Fortaleza, nas eleições de três de outubro, são diplomados pelo juiz Francisco Suenon Bastos Mota, que presidiu a junta apuradora das eleições.
O diferencial da cerimônia de diplomação, este ano, no Salão G do Centro de Convenções Edson Queiroz. Representantes de 11 escolas da capital que participaram do Projeto Eleitor Futuro, entregaram a prefeita eleita, prioridades que elegeram para os setores de esporte, educação e cultura.



Fontes: Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza, Blog do Fábio Mesquita e Blog do Evandro

sábado, 27 de novembro de 2010

Unifor - Universidade de Fortaleza




"Educação é gênero de primeira necessidade e investimento prioritário", palavras do criador da Unifor, chanceler Edson Queiroz, por ocasião do discurso de inauguração da Universidade de Fortaleza, em 1973, representam a mais viva expressão de responsabilidade e compromisso para com sua terra e sua gente.
A ideia da criação da Universidade de Fortaleza, concebida pelo industrial Edson Queiroz, não foi motivada meramente por estudos de mercado que revelavam a carência do sistema educacional do estado. Edson Queiroz, seu primeiro chanceler, planejava uma instituição 'viva' atuando decisivamente no processo de desenvolvimento da região.

Ele a queria para provocar a mudança do status social e econômico de seus beneficiários, com efeitos positivos para as famílias e para a comunidade. Para Edson Queiroz, "a Universidade de Fortaleza não pertence à Fundação Edson Queiroz: pertence a todos. A obra é de cunho nacional e todos os que aqui se formarem serão úteis à nação".


Desde então, o ideal de Edson Queiroz se materializou nos mais de 55 mil profissionais graduados e mais de 7 mil pós-graduados pela Unifor. Dos 1.270 alunos iniciais, cerca de 25 mil compõem a população atual do corpo discente em seus 31 cursos de graduação.

A Universidade está instalada em um campus de 720 mil metros quadrados, onde se encontra uma megaestrutura com cerca de 300 salas de aula e mais de 230 laboratórios especializados. O campus também é composto por auditórios, salas de vídeo, biblioteca, centro de convivência, núcleo de atenção médica, clínica odontológica, parque desportivo, teatro, espaço cultural, escritório para a prática jurídica, empresas juniores, TV universitária, escola de ensino infantil e fundamental e diversos outros núcleos de prática acadêmica e pesquisa.

O corpo docente altamente qualificado, composto de 1.100 professores, com mais de 80% de mestres e doutores, é responsável pela supervisão de centenas de projetos de pesquisa no domínio científico, tecnológico, artístico e cultural.


Interligada por diversos acessos de alta velocidade à internet, todos os processos acadêmicos e administrativos da Instituição estão integrados, possibilitando à comunidade acompanhar, virtualmente, em um mesmo ambiente, procedimentos didático-pedagógicos, acessar avançadas bases de dados para pesquisa e utilizar os recursos da educação a distância. Além disso, o campus da Unifor oferece cobertura de internet wi-fi gratuita em toda a sua extensão.

Sobre a Unifor, o chanceler Edson Queiroz declarou: "Não quero que falem agora da Universidade, mas sim daqui a dez, vinte anos, quando talvez eu não esteja mais aqui". Passados mais de trinta e cinco anos, muito pode ser dito sobre a Instituição. No entanto, o que mais concretamente deve ser considerado é o incontestável valor que hoje representa a Universidade de Fortaleza no cenário da educação brasileira.


O reconhecimento da Instituição e a sua maturidade acadêmica não vieram por acaso. É fruto do trabalho de profissionais que lutam e desejam que, pela educação, pelo ensinar e pelo aprender diário, se construa a sociedade justa e humana no mundo melhor que queremos.

Retrospectiva

26 de março de 1971
Instalação da Fundação Edson Queiroz. No mês seguinte, em plena fase de reforma do ensino universitário, a Universidade de Fortaleza recebe do Conselho Federal de Educação, por votação unânime e pela primeira vez na história das instituições de ensino superior particulares brasileiras, a autorização para funcionar já como universidade, sem que antes tivesse sido uma escola isolada.

15 de abril de 1971
Criação da Universidade de Fortaleza pelos Conselhos Curador e Diretor da Fundação Edson Queiroz.

17 de setembro de 1971
Lançamento da pedra fundamental do campus da Universidade de Fortaleza. 

12 de setembro de 1972
O Conselho Federal de Educação aprova processo de autorização para o funcionamento da Unifor.

4 de janeiro de 1973
Decreto do Presidente da República autorizando o funcionamento da Unifor.

17 de fevereiro de 1973
Início do 1º Concurso Vestibular da Universidade de Fortaleza.

21 de março de 1973
Inauguração e abertura dos cursos da Universidade de Fortaleza.

26 de março de 1973

Início do 1º período letivo da Universidade de Fortaleza.


18 de agosto de 1983
Com base no parecer nº 317/1983 do Conselho Federal de Educação, a Universidade de Fortaleza obteve seu reconhecimento concedido pela portaria nº 350 do Ministério da Educação, publicada no Diário Oficial da União.

A Unifor enfrentou duas grandes greves dos estudantes, em 1980 e 1984, que abalaram as estruturas da instituição. “Todas as greves foram por conta de aumento da anuidade. Queriam ensino público e gratuito, claro, aí os grupos empresariais concorrentes se aproveitavam disso. Ninguém acreditava que o chanceler Edson Queiroz criaria uma universidade que não fosse para ganhar dinheiro, ou que fosse, como ele costumava dizer, uma iniciativa pensada em prol do desenvolvimento da terra dele. Mas realmente a Unifor para ele não era negócio, era estratégia de desenvolvimento econômico através da educação. E o começo foi bem difícil, não corria dinheiro solto, ao contrário. A Unifor foi feita em cima de nãos, contenção e economia. A gente comia e pedia emprestado. Mas sempre honramos a folha de pagamento do corpo docente, prioritariamente. Salário de professor nunca atrasou um dia. Era assim”, garante Carlos Alberto Batista, ex-reitor. 
Crédito: Revista Unifor | 3ª edição | Março 2018. Foto: Acervo Eudes Baima


Missão

Promover a produção e difusão do saber, por meio do ensino, pesquisa e extensão, articulados, visando à formação integral do cidadão e à sua qualificação para o exercício profissional.

Princípios
  • Respeito ao homem e ao meio ambiente. 
  • Compreensão do ser humano, como princípio e fim do processo educativo. 
  • Preponderância da educação sobre a instrução. 
  • Disposição permanente para avaliar premissas e paradigmas. 
  • Comprometimento com a reputação da Instituição. 
  • Compromisso com o fortalecimento da cultura acadêmica. 
  • Contribuição permanente com as transformações sociais, culturais, políticas, tecnológicas e econômicas. 
  • Comprometimento com a ética na busca da verdade e no cultivo do belo. 
  • Respeito aos princípios democráticos. 
  • Promoção de relações de gestão participativa visando à sinergia entre as áreas estratégicas. 
  • Compromisso com a qualidade em toda a sua dimensão.

A Unifor figura entre as maiores instituições do País que apresentam um maior número de matriculados



Site da Unifor: http://www.unifor.br/

domingo, 24 de outubro de 2010

Bairro Edson Queiroz




Edson Queiroz é um bairro nobre situado na Zona Leste de Fortaleza. Juntamente com a Aldeota, Papicu, dentre outros bairros da região, formam a área nobre fortalezense.
O Nome do bairro foi dado em homenagem a um dos grandes nomes do estado, Edson Queiroz, fundador da maior universidade particular de Fortaleza, a UNIFOR e do Grupo Edson Queiroz, maior conglomerado empresarial do Nordeste.
No bairro é situado um dos maiores e mais movimentados shopping centers da metrópole, o Iguatemi Fortaleza.

São quase 23.500 moradores no maior bairro de Fortaleza.
O nome é uma homenagem ao dono do sítio Água Fria.

A comunidade que começou em um sítio, cresceu unida e hoje é uma das áreas mais valorizadas da cidade. Estamos falando do Edson Queiroz.

O bairro Edson Queiroz fica no lado da cidade que mais cresce. O principal acesso é a avenida Washington Soares, uma das mais movimentadas. O nome é uma homenagem ao dono do sítio Água Fria, uma salina, o primeiro empreendimento a chegar aqui.

Av. Washington Soares - Crédito da foto

A Universidade de Fortaleza deu visibilidade ao bairro, que foi rebatizado com o nome do industrial Edson Queiroz. Logo depois vieram o Fórum Clóvis Beviláqua e o Centro de Convenções.

Hoje vivem no bairro Edson Queiroz 23 mil pessoas e essas pessoas superam as dificuldades se articulando. O maior bairro em extensão de Fortaleza é também grande em iniciativas comunitárias. A associação dos moradores ocupa as crianças com aulas de reforço escolar. No Conselho Comunitário, a preocupação é com a profissionalização. Dona Antônia, integrante do Conselho Comunitário, conseguiu trazer um curso de informática, ela acredita que assim pode afastar os jovens da criminalidade.

As mulheres também fundaram uma associação. Elas trabalham com costura e aproveitam as datas comemorativas para gerar renda.

O primeiro nome do bairro foi Água Fria, por causa da fazenda de mesmo nome que ficava onde hoje, é o bairro.

Ainda tem gente que chama o bairro pelo antigo nome, e olha que o nome foi modificado há 26 anos. A avenida Washington Soares é o principal acesso para o litoral Leste do Estado e zona Sul da cidade. Aliás, o nome dessa via é uma homenagem ao primeiro dono dessas terras. Uma curiosidade: a fazenda Água Fria, foi comprada por 50 contos de réis. Hoje, o bairro esta numa das áreas mais valorizadas da nossa capital.

Agora voltando ao presente, o bairro Edson Queiroz é marcado pela grandiosidade. Prova disso é que lá fica o centro de convenções, a faculdade de fortaleza, o maior shopping da cidade e o fórum.

Do antigo nome, “Água Fria”, só restou uma lagoa que popularmente é chamada de “Lagoa Seca”.

O industrial Edson Queiroz é lembrado em uma estátua de bronze, na avenida Washington Soares.

Crédito das fotos: O melhor do bairro

No bairro também localiza-se o Centro Administrativo do Governo do Estado e até a sede da Regional II da Prefeitura de Fortaleza – mesmo o bairro pertencendo a regional VI.

São mais de 13 quilômetros quadrados. Por lá passam, todos os dias, pelo menos 50 mil pessoas. Gente que vai estudar, passear ou resolver alguma coisa. O Edson Queroz se explica com detalhes. São casas, terrenos e contrastes. Lá ainda dá para ver um roçado, e ao mesmo tempo, avenidas movimentadas. É a natureza que teima em aparecer no bairro, que tem como limite, a graciosidade do rio Cocó.

É a área de Fortaleza que mais cresce. Nenhum outro é maior que ele na capital e faz limite com outros nove bairros e com o mar também.

Nem todas as áreas desse extenso bairro  se desenvolveram com tamanha rapidez. Por trás da praça do fórum Clóvis Bevilaqua existe a comunidade do Dendê, a área mais carente do bairro.

Com o passar dos anos, a comunidade do Dendê cresceu. Hoje, segundo os moradores, são cerca de 7 mil famílias. Com as novas moradias, vieram os problemas. Um deles é o lixo, não é difícil encontrar sujeira espalhadas pelas ruas.

Outra reclamação dos moradores é em relação ao saneamento básico. No ano passado a Cagece informou que até dezembro seriam iniciadas as obras do sanear por aqui. De acordo com a comunidade isso não aconteceu.


Crédito: TV Verdes Mares

segunda-feira, 29 de março de 2010

Edson Queiroz - A Família



O apoio de uma mulher


"Esperto, tinha um táxi" 


“Conheci Edson Queiroz na praça do Carmo, onde morei 16 anos. Ele estava sentado num banco da pracinha mais tradicional do centro de Fortaleza. Eu, minha irmã e uma prima estávamos passeando.
- Quem é esse? - perguntei.
- Veja a placa do carro - respondeu uma delas. - É um motorista de táxi.
Mesmo assim, resolvi voltar e dar uma olhada.” Quem conta o conhecimento dos dois jovens é Yolanda Vidal Queiroz, que explica também a confusão da irmã e da prima: "O carro dele, com chapa de táxi, era a forma que Edson, em 1945 , tinha arrumado para conseguir combustível na época da guerra, quando havia racionamento".

O jovem as seguiu até em casa. Num depoimento de 1985, Yolanda lembra que, na romântica caminhada, ele veio conversar. "Um mês e dezoito dias depois estávamos noivos."

A praça e a Igreja do Carmo, onde Edson e Yolanda se viram pela primeira vez


Edson e Yolanda se conheceram em 28 de fevereiro de 1945. Ela estava com 16 anos. Nascera em 12 de novembro de 1928, em Fortaleza, filha de Luís Vidal, nascido em Estreito (posteriormente chamada Santana do Acaraú), e Maria Pontes Vidal, de Massapê. Luís era comerciante e, em 1925, quatro anos após o casamento (em 1921), mudara-se para Fortaleza, onde montara um armazém de peles e tecidos, que lhe rendera o suficiente para comprar fazendas e carnaubais. O casal teve cinco filhos.

Um deles, Luís, morreu aos 3 anos de idade. Ficaram quatro: Dagmar, Zilmar, Yolanda e José Maria. O pai de Yolanda, Luís Vidal, entretanto, morreria em 2 de janeiro de 1938, deixando a mulher e os filhos em boa situação financeira.

Na foto 3x4 o amor declarado

 
A hora de cortar o bolo, na presença da mãe Cordélia, do pai Genésio, da sogra Maria Pontes Vidal e da cunhada.

Setembro, um mês marcante para os Queiroz 

O primogênito Airton faz o primeiro aniversário 

Maria Pontes Vidal aprendera a ser mãe e pai de Yolanda. Assim que ficou sabendo da simpatia entre a filha e Edson, mandou investigar se o jovem tinha condições de montar e sustentar uma casa. Sócio da Genésio Queiroz & Cia e com vários pequenos negócios em sociedade com o pai, Edson já desfrutava de uma situação financeira invejável para seus 20 anos de idade.

Pouco mais de seis meses após a troca do primeiro olhar, Edson e Yolanda Queiroz se casaram, a 8 de setembro de 1945, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na presença de parentes e amigos das famílias dos noivos.

"Segundo a classificação de Koppen - informa o Almanaque do Ceará de 1941- o Ceará está contido na zona tropical, caracterizada pela extensão do período quente sobre todo o ano. " Efetivamente, a temperatura de Fortaleza varia de 26° a 30º, beneficiada pela proximidade do mar, não se percebendo, como acontece nos Estados do extremo Sul do país, as nuances das quatro estações do ano. Seja como for, o início da primavera teria uma influência marcante sobre a vida do casal. Edson e Yolanda foram morar na rua Dom Manuel, 446, e mudariam de residência três vezes ( para o número 566 da mesma rua em 1947, para a rua Barão de Aracati, 1546, em 1954, e para a rua Oswaldo Cruz, 712, em 1958 ). Todas as mudanças ocorreram no mês de setembro.

O primeiro aniversário de Myra Eliane

Um chaveiro para um plano de oito filhos 

Da esquerda para a direita: Airton, dona Yolanda, Paula ( no colo ), Renata, Edson Filho, Edson Queiroz e Myra Eliane 

Apenas um ano depois do casamento, nascia o primeiro filho do casal, Airton José Vidal Queiroz, a 14 de agosto de 1946. No ano seguinte, a 7 de novembro de 1947, nasceria a primeira filha mulher, Myra Eliane Vidal Queiroz. Na casa 566 da rua Dom Manuel, nasceriam outros dois filhos: Edson Queiroz Filho, em 6 de outubro de 1951, e Renata Vidal Queiroz, em 11 de junho de 1954. Os filhos caçulas do casal já nasceriam na casa da Barão de Aracati, 1546: Lenise Vidal Queiroz, em 25 de setembro de 1956, e Paula Vidal Queiroz, em 25 de abril de 1958.

Aniversário de Edson Queiroz de 1973 

Yolanda Queiroz recorda com ternura os primeiros anos de vida com o marido. Mesmo após a compra da companhia de gás, em 1951, continuaria viajando o tempo todo, para os Estados Unidos, para o Sul do país.

Nas constantes viagens, Edson se esquecia das datas dos aniversários dos filhos. Por isso, Yolanda fez para ele um chaveiro com espaço para oito nomes, onde mandou gravar as datas de nascimento de cada um. A razão do espaço para oito nomes é simples: ela queria ter oito filhos. Dois espaços, contudo, ficariam vazios, porque ela resolveu desistir, parando no sexto filho.

Homem temente a Deus, segundo a filha Renata, Edson nem sempre acompanhava a mulher aos cultos e às cerimônias religiosas, mas respeitava-lhe a religiosidade. "Ele aliás, sabia respeitar a individualidade de cada um."

Um pai preocupado e sem tempo

Os melhores dias da infância dos filhos passaram-se na casa da rua Oswaldo Cruz. "Edson, apesar das viagens e dos muitos negócios, sempre conseguia um tempo para a família, sobretudo nos últimos anos de vida", conta Yolanda, que assumiu como tarefa sua a criação dos filhos. Ela controlava os horários e as obrigações de cada um. Cronometrava tudo, a hora de brincar, os períodos de estudo. "Edson não tinha trabalho com os filhos. Só me ajudava quando os filhos estavam doentes, porque ele tinha um 'quê' de médico. Tratava deles. " Anos mais tarde, o empresário superatarefado seria também o "médico" dos dez netos. Antes de chamar um profissional de saúde, as filhas e as noras telefonavam primeiro para o sempre pronto avô. Durante o período de crescimento dos filhos, Edson Queiroz certamente se ressentia por não ficar com eles o tempo que gostaria e assim, paradoxalmente, se transformava num homem caseiro. Quando estava em Fortaleza, fazia questão de almoçar com a família. Yolanda, conhecedora dos seus gostos, orientava as empregadas, informando-as que ele preferia carne grelhada, peixe cozido ou frito e, invariavelmente, feijão. A sobremesa, saboreava coco ralado com rapadura ou doces caseiros.


 
Na foto, dona Yolanda com os netos

Das inúmeras viagens, sempre trazia brinquedos para os filhos - e depois para os netos. Mas sua preocupação não era trazer brinquedos caros e sim as novidades da Europa e Sul do país.

Um episódio com Edson Filho é ilustrativo da preocupação de Edson Queiroz com a saúde dos filhos. Um dia, a Kombi que levava o menino para a escola teve um acidente relativamente grave, mas nada aconteceu a seus ocupantes. Edson Queiroz estava em casa quando o telefone tocou e avisaram, mas ele, por alguma razão, entendeu que o menino se machucara. De pijama mesmo entrou no seu automóvel e saiu desesperado, em alta velocidade, subindo nas calçadas, avançando os sinais e acabou se chocando com um ônibus. Resultado: ele é que foi hospitalizado. Edson Filho estava bem perto e viu tudo.

Apesar de almoçar em casa diariamente e da sua preocupação em ensinar sempre alguma coisa nova aos filhos - numa semana mostrava como se faz sabão, na outra como se faz tinta, corta-se garrafa ou revelam-se filmes fotográficos, Renata recorda-se que o pai era muito ocupado, quase sem tempo para os filhos. "Eu vim conhecê-lo melhor nas férias, quando se tornava um homem liberto. " Em viagem guardava todas as rolhas das garrafas e premiava os filhos mais comportados. "Paula sempre ficava com elas." Renata ainda traz viva na memória uma cena ocorrida na Suíça, quando lá estudava, em pleno aeroporto, quando Edson Queiroz se despedia dela, voltando ao Brasil. "De repente, surpreendi uma lágrima rolando de seus olhos. Ele chorava. Isso me surpreendeu e eu aprendi que ele era muito humano. "

Um filho engenheiro, as filhas trilíngues

 Família reunida no casamento da filha Paula

Edson Queiroz, segundo a mulher, tinha um sonho frustrado: o de ser engenheiro. Por isso, fez o que pôde para que seu filho mais velho, Airton, cursasse Engenharia. Quando terminou a Escola Técnica de 2.' grau, ele foi para São Paulo e conseguiu ingressar na FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), mas só ganhou seu primeiro automóvel depois de seis meses. Estudava na FEI durante o dia, e no Mackenzie, onde fazia Economia, à noite. Depois de algum tempo, desistiu do curso de Engenharia, que fazia mais para agradar ao pai e retornou a Fortaleza. Começou a trabalhar na Esmaltec em 1968 e teminaria o curso de Economia no Ceará. Embora tenha desistido do curso de Engenharia, o pai fez questão que conhecesse os segredos da produção industrial e ele, de macacão, estagiou em todos os setores, nas prensas, na esmaltação e nos laboratórios. "Tive que me virar para aprender", confidência Airton, que só era instruído pelo pai verbalmente. Em 1970, já enfronhado em assuntos da fábrica, foi promovido por Edson Queiroz a gerente. No ano seguinte, logo após sua lua-de-mel, Edson Queiroz organizou para ele (com Mr. L. H. Caldwell Jr., diretor da Modernmade) um estágio na fábrica de fogões de Chatanooga, Tennessee, EUA.

O segundo filho homem do casal, Edson Filho, fez Engenharia, tendo iniciado o curso em São Paulo e o concluído em Fortaleza, porque, em conjunto com o pai, decidiu ser conveniente começar a trabalhar em 1973, na Esmaltec. Segundo Airton, a iniciação do irmão foi mais fácil "porque eu estava lá para orientá-lo". Dois anos depois, Edson Filho ocuparia o lugar de Airton e este, a convite do pai, foi trabalhar no escritório central do Grupo, ocupando o lugar de Edson Queiroz, que se mudou para outra sala.

Um momento de ternura nas Bodas de Prata

Dos outros filhos, Myra Eliane estudaria Direito. Quando se desquitou do marido, em 1973, Edson Queiroz a convidou a trabalhar no departamento jurídico do Grupo. Renata cursaria Administração de Empresas, Lenise, Economia e Paula, Pedagogia e Direito. Yolanda fazia questão que as filhas falassem fluentemente o francês e o inglês. Por isso, todas passaram dois anos no exterior, em Lausanne, na Suíça, e Londres, na Inglaterra.
Além de Myra, Edson Queiroz também convidou Lenise para trabalhar com ele.

 
Edson Queiroz e seu hobby: a fotografia

"Médico" e Mágico dos netos

O primeiro neto de Edson e Yolanda Queiroz, Igor Queiroz Barroso, nasceria em 19 de janeiro de 1972. À época de sua morte, em junho de 1982, Edson Queiroz tinha outros nove netos: Patrícia Leal Queiroz e Edson Queiroz Neto, Manoela Valença Queiroz e Otávio Valença Queiroz , Joana Queiroz Jereissati, Natália Queiroz Jereissati e Carla Queiroz Jereissati , Abelardo Gadelha Rocha Neto e Cláudio Queiroz Rocha .

Yolanda Queiroz informa que a relação do marido com os netos era "bagunçada". "Sempre que possível, levava alguns netos para dormirem em casa. " Para os netos, Edson Queiroz fazia mágicas e era o chefe da "boate" - ou seja, o quarto do casal, onde ele ficava horas brincando com as crianças. O filho Airton acredita que "ele passava com os netos o tempo que gostaria de ter passado conosco e não pudera".

Desde jovem gostava de fotografia. Teve seu próprio laboratório em casa, à Av. Dom Manuel, 566. Este hobby ele praticou por toda vida, fotografando a família e momentos das viagens com Yolanda. Das sextas-feiras à noite, quando chegava em casa, às segundas-feiras, quando saía para o trabalho, ficava fazendo mágicas para os netos, revelando fotografias ou vendo televisão.

Uma reunião de família, nas bodas de ouro dos pais

No Diário do Nordeste, de 9 de junho de 1982, a colunista social Sônia Pinheiro registrou um episódio do casamento da caçula Paula com Sílvio Ricardo de Oliveira Frota, em 10 de março do mesmo ano, que é revelador do comportamento em sociedade de Edson Queiroz. "Tinha mania de cantar em cada final de festa", escreveu ela, "tanto nas que costumava 'anfitrionar', como nas recepções comandadas pela lista afetiva. Era um costume seu que coloria cada ambiente. Assim eu o vi nas várias versões da 'Sereia de Ouro', que ele realizava para homenagear figuras de valor da sua terra, como também no casamento da caçula Paula com Silvio Frota. Naquela ocasião, passada a solenidade, ele tomou o microfone do crooner do conjunto e cantou com amigos, filhos e netos."

José, o irmão

Em meio à sua agitada vida, Edson Queiroz sempre achou um tempo para manter uma vida próxima à avó Herminda, à mãe Cordélia, aos irmãos e ao pai Genésio, seu conselheiro até o fim e que lhe sobreviveria em dois anos, tendo falecido em 15 de julho de 1984. Um de seus maiores amigos durante toda a vida foi o irmão José Antunes Queiroz, nascido em 19 de março de 1932.

Sete anos mais novo, José teve em Edson um segundo pai, capaz de orientá-lo e compreender suas bravatas e ousadias de jovem. Era simpático, elegante e fazia sucesso com as mulheres, mas acabou casando com uma jovem de Belém do Pará. Dos seis irmãos, foi o único ligado ao esporte , sobretudo à natação e ao remo. Era bom no iatismo, automobilismo e fazia grandes exibições e longos passeios no mar, quase sempre acompanhado. Numa das exibições, em 1964, a lancha virou e seu corpo só foi encontrado onze horas depois. A morte do irmão foi um dos momentos mais tristes para Edson Queiroz.

"Eu dava tranquilidade a ele”

 
Segundo dona Yolanda, essa foto é a que melhor reflete a figura de Edson

"Um dia - e isso aconteceu muitas vezes -", conta Yolanda Queiroz, "Edson me convidou para ir ao cinema. Era a época da construção da fábrica de fogões. Demos uma passada por lá, ele desceu -'espere uns dez minutos' - e eu fiquei rezando e dormi. Quando Edson voltou eram quatro horas da manhã. Minha parte no trabalho dele era essa: não atrapalhar suas iniciativas, apoiá-lo, acompanhá-lo, tomar conta da casa e dos filhos. Ele não tinha tempo para ver nada, eu dava tranquilidade a ele". A avaliação de Yolanda a respeito de sua contribuição ao marido é bastante modesta. Na verdade, ela era também a conselheira, a interlocutora válida, cujas opiniões ele sempre respeitou. Ele tinha o hábito de estudar minuciosamente cada novo projeto, cada nova possibilidade de negócio. E sempre valorizou as opiniões da mulher, a ponto de discutir cada um de seus projetos com ela. Comenta-se que a troca de idéias com Yolanda era um momento chave no processo de decisão de Edson . Após a conversa com Yolanda, ambos iam à casa de Genésio Queiroz, o pai, e com ele conversavam horas a fio. Edson também sempre prezou muito as opiniões do pai e jamais fez um negócio sem antes consultá-lo.

Se o juízo de Yolanda a respeito de sua contribuição é tão modesto, Edson Queiroz a julgava bem superior, considerando-a sua "fonte de inspiração".

 

Em 5 de agosto de 1976, falando aos formandos da Universidade de Fortaleza (instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz), concluiu assim seu discurso: "As palavras que vos dirijo traduzem os sentimentos da Patrona das vossas turmas, dona Yolanda Queiroz, minha mulher, co-responsável pela fundação da Universidade de Fortaleza e cuja presença em meus dias constitui uma fonte de energia e inspiração".

Veja também:

Edson Queiroz - Infância

Edson Queiroz - Juventude



 Crédito: Livro Edson Queiroz: Um homem e seu tempo de Mario Ernesto Humberg, 1986. 

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