Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Estrada de Messejana
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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sábado, 9 de outubro de 2021

Messejana - Quando os caminhos eram veredas

 

O. Justa 1919

O processo de assentamento das populações que mais tarde dariam origem a Messejana teve início quando o território cearense recebeu as primeiras incursões organizadas, tanto a mando da Coroa Portuguesa, quanto pela Igreja Católica. Cada incursão tinha objetivos diferentes e, ao longo do caminho, deparava-se com diversas etnias, nativas ou recém-chegadas, de outros pontos do território brasileiro, principalmente do Nordeste.

Em meio a essa diversidade, destacava-se a população de nome Potiguara, estabelecida no litoral cearense depois de enfrentar inúmeros conflitos na região onde hoje está situado o estado do Rio Grande do Norte. Dessa presença é atribuída a expressão Ceará, nome dado mais tarde ao rio que fica na divisa entre Fortaleza e o município de Caucaia, expressão trazida por eles, replicando nome de rio existente em sua terra natal.

Antiga Estrada de Messejana


No entanto, uma das principais concentrações de nativos entre o final do século XVI e início do século XVII dava-se na Serra da Ibiapaba, interstício entre o Ceará e o Maranhão. Este último contando com significativa presença francesa, fato motivador do envio da expedição de Pero Coelho às veredas cearenses, cujo intuito era o de garantir o julgo português sobre aquela estratégica região.

Essa tentativa, ocorrida a partir de 1603, logrou certo êxito, principalmente ao derrotar os inimigos de seu intento em algumas batalhas. Contudo, a condição não lhe era favorável devido à escassez de recursos para sobrevivência, falta de estrutura e clima hostil, fatores que somados à tentativa de dar sequência à sua campanha, visando a expulsão dos franceses do Maranhão, tenha resultado na
mitigação de suas forças, obrigando-o a retornar com seu séquito para a região próxima ao Rio Ceará.

Estrada de Messejana - O. Justa 1919

No esteio desse insucesso, seguiu outra malograda expedição quatro anos depois, agora comandada por padres jesuítas sob o pretexto de “ganhar almas” para a
Igreja Católica. Tendo à frente os Padres Luís Figueira Francisco Pinto, essa tentativa de instituir um processo de “civilização” desembarcou na foz do Rio Jaguaribe, em fevereiro de 1607, iniciando ali uma longa jornada de um mês, culminando com sua chegada à enseada do Pará, região próxima ao atual município de Parucuru. Ali, eles passaram cinco dias juntos a alguns índios, preparando-se para a subida da Serra da Ibiapaba, com objetivos específicos,
e sempre focados nos interesses da Coroa Portuguesa.

A Messejana dos anos 20. Acervo Museu da Imagem e do Som


Depois de outra extenuante caminhada, o grupo liderado pelos religiosos alcançou a região da Serra da Ibiapaba, onde adensavam-se várias etnias. Lá, os padres
passaram a aprofundar os seus trabalhos de catequese.
Infelizmente, no início de 1608, um ataque desferido por índios Tocarijus resulta na morte do Padre Francisco Pinto e, consequentemente, na fuga antecipada do Padre Luís Figueira para a mesma região onde a combalida expedição de Pero Coelho estivera anos atrás.
Estabelecido após o infortúnio e martírio do colega, o Padre Luís Figueira organiza um pequeno ajuntamento que ele denomina em seus relatos de “Aldeia de São Lourenço”, por ter sido fundada no dia em que o dito santo é homenageado pela Igreja Católica. Esse refúgio serviu de abrigo ao padre até o seu embarque,
deixando para trás as lembranças daquela infeliz viagem, tudo exposto no documento intitulado “A Relação do Maranhão”.


As duas tentativas desastrosas de estabelecer o domínio 
português no Ceará não contribuíram substancialmente para indicar o início de um processo de povoamento denso da região, tendo em vista que antes do europeu já habitavam aqui populações nativas e recém-chegadas, como é o caso da etnia Potiguara.  
Apenas entre 1611 e 1612, com o retorno de Martim Soares Moreno ao Ceará como seu Capitão-Mor, observa-se o florescimento da ocupação do litoral a partir da construção, por obra do próprio Martim, de uma ermida em homenagem a Nossa Senhora do Amparo e de um fortim na embocadura do rio Ceará, passando essa edificação a servir como um dos pontos de ancoragem daquele litoral.


Esse estabelecimento português acontece de forma mais tranquila devido à relação amistosa entre o fidalgo português e o chefe Jacaúna, liderança dos potiguaras em
território cearense, conhecida por Martim Soares Moreno desde a sua passagem junto à comitiva de Pero Coelho, amizade cultivada devido à forma como o Capitão-Mor respeitava seu povo, o que era facilitado pelo conhecimento que tinha da língua dos índios.
Jacaúna e seu povo foram trazidos da região do rio Jaguaribe até o Forte, a convite de Martim, para habitarem próximos ao rio Ceará, onde ficava a base de operação da ocupação portuguesa. O objetivo era ajudar na construção das estruturas necessárias para a manutenção da população e resguardar a região contra o ataque de tribos arredias à presença estrangeira. A aldeia de Jacaúna distava do referido
Forte cerca de meia légua, aproximadamente três quilômetros, onde hoje temos a fronteira entre o bairro da Floresta e Álvaro Weyne, em Fortaleza.

Antiga Estrada de Messejana. O. Justa 1919

Seguido a esse momento, em 1613, Martim Soares Moreno deixa o Ceará para se dedicar a outras missões em nome da Coroa Portuguesa, só retornando em 1621,
passando então mais uma década junto ao amigo Jacaúna, repelindo ataques às tentativas de afirmação portuguesa na região. Em 1631, Martim deixa em definitivo o Ceará para combater a ameaça holandesa que avançava sobre os interesses lusitanos.
É notável a participação potiguara nos acontecimentos que movimentaram o início do século XVII no litoral cearense, contribuindo em muito nos primeiros passos dados a caminho da consolidação do adensamento da região. De forma menos agressiva, essa etnia mantinha relações de negócios com os portugueses desde as tensões no Rio Grande do Norte, fato que ajuda a estabelecer o julgo colonial no Ceará. Contudo, dentro desse grupo social e cultural brotou o interesse em afastar os portugueses, tendo como causa o histórico de massacres e humilhações, 
inclusive por meio da escravidão contra os índios.

Estrada de Messejana. O. Justa 1919

Nesse cenário, fortalece-se a figura de Amanay, ou Algodão, filho de Jacaúna, que opera junto aos holandeses e outras lideranças nativas, formando uma aliança cujo resultado é a expulsão dos portugueses do Ceará no ano de 1637 e, por conseguinte, a tomada do Forte de São Sebastião, na Barra do rio Ceará. Nesse momento, inaugura-se um período que duraria até 1644, quando ocorre um grande massacre de holandeses por conta da insatisfação dos índios e em represália as mesmas práticas utilizadas pelos portugueses contra suas populações.
Depois de vários conflitos, o lugar do Forte é transferido pelo holandês Mathias Beck para a atual localização da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, situada às margens do majestoso Rio Pajeú, que naquela época corria de beira à beira, fato esse acontecido em 1649.

Estrada de Messejana. O. Justa 1919

Nessa altura, Portugal atua para restaurar sua primazia. Para tanto, aproveita as falhas cometidas pelos invasores do momento para incitar as tribos, promovendo,
assim, a desestabilização do domínio holandês, fato esse dado por encerrado no ano de 1654, devolvendo o controle daquelas terras à Coroa Portuguesa. Por conta disso, algumas populações que apoiaram os holandeses no primeiro momento, inclusive os potiguaras de Amanay, mantêm-se afastadas da região do forte, possivelmente com receio de novas represálias por parte dos portugueses.

Nesse meio tempo, visando evitar os problemas que envolviam um cenário de conflito e tensão, a Coroa Portuguesa se previne contra novas rebeldias, impedindo
qualquer atividade que pudesse configurar revanche contra os apoiadores dos holandeses, sem deixar de manter as estratégias de controle destinadas aos povos nativos. Esse novo contexto favorece a organização do território cearense,
culminando com o surgimento bem definido das três aldeias do forte: Parangaba, Paupina e Caucaia.


Messejana / Edmar Freitas - Fortaleza: Secultfor, 2014. Coleção Pajeú


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Espaços da elite na capital cearense


Até a segunda metade do século XIX, a cidade de Fortaleza passava por uma evolução urbana lenta. Nesse período, Fortaleza estava vivenciando um processo de urbanização ainda incipiente, pois o próprio espaço considerado urbano era restrito à determinada área da cidade, correspondente, hoje, às ruas próximas à Praça do Ferreira e ao Forte de Nossa Senhora da Assunção. A ação da administração pública visava modificar a disposição espacial da cidade, dando-lhe um ordenamento que se pautava nos discursos e práticas vigentes na Europa e que se difundiam no Brasil com o advento da República a partir do Rio de Janeiro, Capital Federal, e a ascensão de uma classe média que se aburguesava nos padrões da burguesia do velho continente. No final do século XIX, a capital cearense tinha em torno de cinco quilômetros, possuía 34 ruas no sentido norte –
sul e 27 no sentido leste – oeste, 3 boulevards e 15 praças. Nas primeiras décadas do século XX, Fortaleza sofreu um crescimento espacial, mas ainda carecia de uma moderna estrutura urbana. 


No século XIX, a capital cearense sofre intervenções no seu traçado urbano. Em um primeiro momento, no ano de 1818, quando o urbanista Silva Paulet projeta a planta de Fortaleza em formato xadrez, e em um segundo momento, no ano de 1875, por Adolfo Hebster, que deu continuidade ao projeto, finalizando a “Planta Topográfica de Fortaleza” que tinha por finalidade disciplinar a expansão urbana e racionalizar os espaços da cidade, eliminando becos e vielas:

Para os que precisam se esconder, ocultar seus males sociais, ou para os que ousam segredar terríveis verdades, o labirinto é a forma perfeita da cidade. Para aqueles que em vigília tem o dever de perscrutar o escuro das vielas em busca de maus pagadores, de deficientes sociais, ou mesmo de revolucionários, e que se põem a auscultar as conversas 
da taverna, o bulício das ruas, o leva – e – traz  da falação da arraia 
miúda e o veludo dos segredos da revolução; a reta, o plano, a 
iluminação direta, a transparência, é a cidade querida.
PECHMAN, Robert Moses



As transformações urbanas, sobretudo na segunda metade do século XIX, demostram que a cidade de Fortaleza passa a se destacar como importante centro urbano. É nesse período que ocorre a Guerra de Secessão Norte - Americana (1861-1865), momento em que a necessidade de abastecer o mercado europeu favoreceu a expansão da cultura do algodão no interior cearense. Com o crescimento da produção algodoeira e a comercialização de tal produto no mercado europeu, a cidade de Fortaleza assume a hegemonia político–econômica da província, destacando-se entre as demais cidades importantes do Ceará, como CratoAracati, Sobral e Icó. A construção da Estrada de Ferro Fortaleza – Baturité, em 1873, e a expansão do porto, local de partida do algodão exportado para a Europa, favoreceram a consolidação de Fortaleza como principal centro econômico e social do Ceará.

O crescimento populacional de Fortaleza na passagem do século XIX para o século XX, pode ser explicado pelo seu histórico de imigrações. No período de secas prolongadas como as de 1877, 1889, 1900 e 1915, uma imensa quantidade de sertanejos deslocou-se do interior para a capital, vitimados pela fome, muitas vezes não conseguindo chegar a Fortaleza devido a longa caminhada. Muitos ficaram na capital cearense, não retornando para os seus locais de origem, tornando-se mendigos, vadios, meninos de rua, prostitutas e, junto aos pobres que a cidade já possuía, aumentavam o número de miseráveis em Fortaleza. 

O tecido social de Fortaleza era formado por esses pobres e mendigos, um reduzido grupo de comerciantes e industriais, além de profissionais liberais e intelectuais. 
A elite, composta pelos comerciantes, industriais, profissionais liberais e intelectuais compunha o restrito grupo social privilegiado que procurava se diferenciar da chamada “ralé”, terminologia utilizada na época para definir os pobres. À medida em que as classes privilegiadas se auto-legitimavam pelo status social e poder aquisitivo, promoviam uma forte divisão entre os grupos sociais, transformando os espaços de convivência. 

Praça Gustavo Barroso (do Liceu). No lugar dessas duas casas do centro, hoje tem um bloco de apartamentos, a rua à esquerda é a Avenida Filomeno Gomes. Foto do início da década de 40 - Arquivo Nirez

A elite, inicialmente, residia no centro da cidade, em casas próximas do comércio e de áreas de lazer, restando para os indigentes se instalarem nos arrabaldes da cidade, em áreas como o Outeiro e o Arraial Moura BrasilContudo, buscando-se posicionar enquanto grupo hegemônico, a elite utilizava estratégias de diferenciação social nos espaços de convivência da cidade. Por isso, aos poucos,  ocorre um lento afastamento da moradia desse grupo do centro da cidade para áreas nos arredores como o bairro do Jacarecanga, que se torna um dos primeiros bairros residências da elite e que passa a ser mais um elemento de diferenciação social desta, no início do século XX: 

Belíssimo casarão na Avenida Filomeno Gomes (Jacarecanga). Pertencia a Meton de Alencar Gadelha
Arquivo Nirez

Palacete localizado na Avenida Francisco Sá, esquina da Praça do Liceu. Era a residência da 
família Morais Correia - Arquivo Nirez

As áreas escolhidas por essa elite eram preferencialmente as que hoje correspondem os bairros de Jacarecanga e Benfica. No Jacarecanga, podíamos encontrar, mesmo que de forma não muito adensada, residências edificadas à feição de palacetes, segundo os ditames do ecletismo, tão em voga no começo dos anos 1900. Tais edificações se concentravam principalmente nos arredores da Praça Fernandes Vieira (Praça do Liceu). 
No Benfica, detectava-se a existência de chácaras esparsadas, ao longo da hoje Avenida da Universidade Avenida João Pessoa, assim como na área do atual bairro Joaquim Távora
Algumas casas apalacetadas também surgiram na região do Alagadiço, hoje correspondente à Avenida Bezerra de Menezes. Os bairros que se afirmaram 
como preferidos pelas elites, em começos do século XX, eram os que se desenvolveram ao longo dos caminhos originais que ligavam Fortaleza a outros pontos:  Jacarecanga - estrada para Vila Velha, Benfica - estrada de ParangabaAlagadiço - estrada de Soure e Joaquim Távora - estrada de Messejana.
O deslocamento das classes abastadas pode ser reflexo do temor causado pela multidão de retirantes que invadem Fortaleza durante a seca de 1915, além da revolta urbana de 1912, ocorrida durante o governo de Nogueira Accioly.
A ocupação de Jacarecanga, a partir dos anos de 1920, configura “... o surgimento dos primeiros bairros elegantes da Capital, delineando com maior visibilidade os novos espaços burgueses e reforçando a segregação sócio – espacial entre ricos e pobres na cidade”.
No entanto, isso não quer dizer que o centro foi despovoado pela elite, pois, mesmo com o deslocamento residencial era nele que estavam localizados os principais espaços de trabalho, lazer e encontros da elite como as lojas, os cafés, o Teatro José de Alencar, as praças, os clubes, o Passeio Público e as salas de exibição cinematográfica. 

Passeio Público do Álbum Vista do Ceará 1908

Alguns desses espaços de lazer nos anos de 1920, em Fortaleza, podem ser compreendidos como ambiente de diferenciação social. A estrutura social de Fortaleza era bastante marcada pela “segregação” social na década de 1920. Os locais de diversão eram frequentados  de acordo com o poder aquisitivo, e mesmo em locais públicos havia espaços de diferenciação social.  Para compreendermos o lugar do cinema na cidade e a elitização deste espaço, analisamos o Passeio Público e os clubes que eram locais frequentados pela elite que, sobretudo a partir da década de 1920, tornou-se público das salas de exibição cinematográfica de Fortaleza. 


Fonte: Nas telas da cidade: salas de cinema e vida urbana 
na Fortaleza dos anos de 1920 - Márcio Inácio da Silva  e Arquivo Nirez

domingo, 15 de abril de 2012

Estrada de Messejana - Avenida Visconde do Rio Branco



  • 09 de maio de 1912 - Lançamento da pedra fundamental da usina e casa das máquinas para bondes (Tramways) elétricos de Fortaleza, da The Ceará Tramway Light & Co., no Passeio Público (Usina). A Estação Central era no chamado calçamento de Messejana, depois Boulevard Visconde do Rio Branco, entre a Rua Padre Valdevino e a Rua da Bomba (hoje Rua João Brígido).
"Era a segunda mais extensa linha de bonde a da Avenida do Joaquim Távora, também conhecida como estrada ou calçamento de Messejana, hoje Avenida Visconde do Rio Branco, perdendo apenas para a linha do Alagadiço.

Com rigor ainda se pode observar esse logradouro, apesar de ser quase em linha reta, tem várias denominações as ruas que se sequenciam. Tem início na Av. Alberto Nepomuceno seguindo pela Rua Conde D’Eu, prossegue pela Rua Sena Madureira, atingindo a Avenida Visconde do Rio Branco - (antiga Joaquim Távora, Calçamento ou Estrada de Messejana), numa direção quase reta cuja maior extensão continua pelo Alto da Balança (Ministério da Aeronáutica - Base Aérea de Fortaleza - Av. Aerolândia)."


Zenilo Almada


Estrada de Messejana em 1919 do fotógrafo O. justa

Provavelmente o mesmo trecho na atualidade. 
Descoberta feita pelo amigo e colaborador Ivan Gondim

  • 25 de fevereiro de 1924 - Inaugura-se, às 16h, a Ponte Dr. Justiniano de Serpa, sobre o Rio Cocó, na estrada de Messejana. O Rio Cocó nasce na Serra da Aratanha e tem um curso de 48km.

  • 04 de novembro de 1930 - O prefeito César Cals dá o nome de Joaquim Távora ao bairro conhecido popularmente como Estação, Estrada de Messejana ou Calçamento de Messejana.



Estrada de Messejana em 1919 do talentoso fotógrafo O. justa.


A morte de uma grande estrada

A Vila Cazumba

"... A estrada que pretendo de modo sintético descrever saía prosseguindo da Sena Madureira, e após a Avenida Duque de Caxias, leva o nome de Visconde do Rio Branco, mas já sofreu sua primeira interdição em 1973, com a construção necessária da Avenida Aguanambi. Até o tráfego está em sentido contrário, por conta da realidade, porém o seu sentido ia até o Cine Atapu, que ficava na esquina da Avenida Pontes Vieira, e a inauguração data de março de 1950. (A diagonal de sua localização ainda está do mesmo jeito). Não sei o que vão fazer ali. O interessante é que essa via de saída Sul, fora projetada sem silhueta e era carroçável. Segundo eruditos, foi o Padre José Martiniano de Alencar, Pai do escritor que alargou a mesma em 1836.

Depois do Atapu, havia chão para se chegar ao mercado de ferro do Aerolândia. A Base Aérea já ficava para trás e aí penetrávamos no calçamento de pedras toscas, mas no inicio da BR 116 com aquele bonito trevo e embocadura, apagou a distância. No antigo deslocamento observava-se o mar de carnaubeiras e a primitiva Vila Cazumba, cheia de mandacarus, porém, com a criação do bairro Tancredo Neves, a nomenclatura fora sepultada. Quando se dobrava a direita, deparávamos com o Mata Galinha e o Boa Vista. Castelão só apareceria depois.



Estrada de Messejana em 1919 de O. justa.

O Sanatório ensombrado pelos perfumados e medicinais pés de eucalipto, era o indicativo da chegada ao Distrito, hoje bairro periférico da Grande Fortaleza. Agora temos viadutos que às vezes os motoristas se atrapalham. Numa curva não acentuada, vemos a lagoa onde Alencar mandou Iracema também tomar banho. Aí vemos a Matriz e a Praça principal. Como observamos a via ganhou atalhos, viadutos, alargamentos, onde inevitavelmente fomentou um trânsito maluco, e com um terminal de integração.

O antigo bairro com essas descrições ficou apenas no lendário dos saudosistas, mas Messejana ficou bem ali!"


Francisco de Assis

Fotos antigas do Arquivo Assis de Lima:








"Aldeia de índios sob o nome de Paupina foi ereta em Vila Nova Real de Mecejana em 4 de janeiro de 1760. Messejana pelas cartilhas de Portugal já se chamou Vila e Freguesia de Beija; depois Freguesia Maxial no Distrito de Lisboa. Em local próximo a uma lagoa fora erigida uma Capela que dedicaram a N.S. da Conceição. O romantismo da lagoa nos é blindado por José de Alencar, romancista que deve ter tomando muitos banhos lá, pois ele fez essa conferência In-Loco, haja vista o local ter sido seu berço. O Senador Martiniano Alencar, pai do romancista que em 1836 havia construído carroçável para o Sul da então Província, oficializou uma parada oficial no trecho Capital/Messejana que distava em 2 léguas e criou a Vila Cazumba (hoje Conjunto Tancredo Neves) quando passou a ser pousada obrigatória de viajantes e tropeiros que viviam em andanças pelos sertões. Era uma coisa extraordinária carnaubeiras e mandacarus, verdadeira flora ornamentada pelo rio Cocó. Hoje Messejana é uma cidade, tal qual Parangaba até na aparência geográfica. BR 116 e sua movimentação por conta da realidade. Fragmentos históricos que são levados pela poeira do tempo. Fotos da Vila Cazumba, hoje Tancredo Neves." Assis Lima


Créditos: Assis de Lima, um grande colaborador do blog!
Obrigada amigo!!! :)
Os dados históricos são da Cronologia Ilustrada de Fortaleza do Nirez e os depoimentos são de Zenilo Almada e Assis de Lima.

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Estrada de Messejana - Avenida Visconde do Rio Branco



  • 09 de maio de 1912 - Lançamento da pedra fundamental da usina e casa das máquinas para bondes (Tramways) elétricos de Fortaleza, da The Ceará Tramway Light & Co., no Passeio Público (Usina). A Estação Central era no chamado calçamento de Messejana, depois Boulevard Visconde do Rio Branco, entre a Rua Padre Valdevino e a Rua da Bomba (hoje Rua João Brígido).
"Era a segunda mais extensa linha de bonde a da Avenida do Joaquim Távora, também conhecida como estrada ou calçamento de Messejana, hoje Avenida Visconde do Rio Branco, perdendo apenas para a linha do Alagadiço.

Com rigor ainda se pode observar esse logradouro, apesar de ser quase em linha reta, tem várias denominações as ruas que se sequenciam. Tem início na Av. Alberto Nepomuceno seguindo pela Rua Conde D’Eu, prossegue pela Rua Sena Madureira, atingindo a Avenida Visconde do Rio Branco - (antiga Joaquim Távora, Calçamento ou Estrada de Messejana), numa direção quase reta cuja maior extensão continua pelo Alto da Balança (Ministério da Aeronáutica - Base Aérea de Fortaleza - Av. Aerolândia)."


Zenilo Almada


Estrada de Messejana em 1919 do fotógrafo O. justa

Provavelmente o mesmo trecho na atualidade. 
Descoberta feita pelo amigo e colaborador Ivan Gondim

  • 25 de fevereiro de 1924 - Inaugura-se, às 16h, a Ponte Dr. Justiniano de Serpa, sobre o Rio Cocó, na estrada de Messejana. O Rio Cocó nasce na Serra da Aratanha e tem um curso de 48km.

  • 04 de novembro de 1930 - O prefeito César Cals dá o nome de Joaquim Távora ao bairro conhecido popularmente como Estação, Estrada de Messejana ou Calçamento de Messejana.



Estrada de Messejana em 1919 do talentoso fotógrafo O. justa.


A morte de uma grande estrada

A Vila Cazumba
"... A estrada que pretendo de modo sintético descrever saía prosseguindo da Sena Madureira, e após a Avenida Duque de Caxias, leva o nome de Visconde do Rio Branco, mas já sofreu sua primeira interdição em 1973, com a construção necessária da Avenida Aguanambi. Até o tráfego está em sentido contrário, por conta da realidade, porém o seu sentido ia até o Cine Atapu, que ficava na esquina da Avenida Pontes Vieira, e a inauguração data de março de 1950. (A diagonal de sua localização ainda está do mesmo jeito). Não sei o que vão fazer ali. O interessante é que essa via de saída Sul, fora projetada sem silhueta e era carroçável. Segundo eruditos, foi o Padre José Martiniano de Alencar, Pai do escritor que alargou a mesma em 1836.

Depois do Atapu, havia chão para se chegar ao mercado de ferro do Aerolândia. A Base Aérea já ficava para trás e aí penetrávamos no calçamento de pedras toscas, mas no inicio da BR 116 com aquele bonito trevo e embocadura, apagou a distância. No antigo deslocamento observava-se o mar de carnaubeiras e a primitiva Vila Cazumba, cheia de mandacarus, porém, com a criação do bairro Tancredo Neves, a nomenclatura fora sepultada. Quando se dobrava a direita, deparávamos com o Mata Galinha e o Boa Vista. Castelão só apareceria depois.



Estrada de Messejana em 1919 de O. justa.

O Sanatório ensombrado pelos perfumados e medicinais pés de eucalipto, era o indicativo da chegada ao Distrito, hoje bairro periférico da Grande Fortaleza. Agora temos viadutos que às vezes os motoristas se atrapalham. Numa curva não acentuada, vemos a lagoa onde Alencar mandou Iracema também tomar banho. Aí vemos a Matriz e a Praça principal. Como observamos a via ganhou atalhos, viadutos, alargamentos, onde inevitavelmente fomentou um trânsito maluco, e com um terminal de integração.

O antigo bairro com essas descrições ficou apenas no lendário dos saudosistas, mas Messejana ficou bem ali!"


Francisco de Assis

Fotos antigas do Arquivo Assis de Lima:








"Aldeia de índios sob o nome de Paupina foi ereta em Vila Nova Real de Mecejana em 4 de janeiro de 1760. Messejana pelas cartilhas de Portugal já se chamou Vila e Freguesia de Beija; depois Freguesia Maxial no Distrito de Lisboa. Em local próximo a uma lagoa fora erigida uma Capela que dedicaram a N.S. da Conceição. O romantismo da lagoa nos é blindado por José de Alencar, romancista que deve ter tomando muitos banhos lá, pois ele fez essa conferência In-Loco, haja vista o local ter sido seu berço. O Senador Martiniano Alencar, pai do romancista que em 1836 havia construído carroçável para o Sul da então Província, oficializou uma parada oficial no trecho Capital/Messejana que distava em 2 léguas e criou a Vila Cazumba (hoje Conjunto Tancredo Neves) quando passou a ser pousada obrigatória de viajantes e tropeiros que viviam em andanças pelos sertões. Era uma coisa extraordinária carnaubeiras e mandacarus, verdadeira flora ornamentada pelo rio Cocó. Hoje Messejana é uma cidade, tal qual Parangaba até na aparência geográfica. BR 116 e sua movimentação por conta da realidade. Fragmentos históricos que são levados pela poeira do tempo. Fotos da Vila Cazumba, hoje Tancredo Neves." Assis Lima


Créditos: Assis de Lima, um grande colaborador do blog!
Obrigada amigo!!! :)
Os dados históricos são da Cronologia Ilustrada de Fortaleza do Nirez e os depoimentos são de Zenilo Almada e Assis de Lima.

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Estrada de Messejana - Avenida Visconde do Rio Branco



  • 09 de maio de 1912 - Lançamento da pedra fundamental da usina e casa das máquinas para bondes (Tramways) elétricos de Fortaleza, da The Ceará Tramway Light & Co., no Passeio Público (Usina). A Estação Central era no chamado calçamento de Messejana, depois Boulevard Visconde do Rio Branco, entre a Rua Padre Valdevino e a Rua da Bomba (hoje Rua João Brígido).
"Era a segunda mais extensa linha de bonde a da Avenida do Joaquim Távora, também conhecida como estrada ou calçamento de Messejana, hoje Avenida Visconde do Rio Branco, perdendo apenas para a linha do Alagadiço.

Com rigor ainda se pode observar esse logradouro, apesar de ser quase em linha reta, tem várias denominações as ruas que se sequenciam. Tem início na Av. Alberto Nepomuceno seguindo pela Rua Conde D’Eu, prossegue pela Rua Sena Madureira, atingindo a Avenida Visconde do Rio Branco - (antiga Joaquim Távora, Calçamento ou Estrada de Messejana), numa direção quase reta cuja maior extensão continua pelo Alto da Balança (Ministério da Aeronáutica - Base Aérea de Fortaleza - Av. Aerolândia)."


Zenilo Almada


Estrada de Messejana em 1919 do fotógrafo O. justa

Provavelmente o mesmo trecho na atualidade. 
Descoberta feita pelo amigo e colaborador Ivan Gondim

  • 25 de fevereiro de 1924 - Inaugura-se, às 16h, a Ponte Dr. Justiniano de Serpa, sobre o Rio Cocó, na estrada de Messejana. O Rio Cocó nasce na Serra da Aratanha e tem um curso de 48km.

  • 04 de novembro de 1930 - O prefeito César Cals dá o nome de Joaquim Távora ao bairro conhecido popularmente como Estação, Estrada de Messejana ou Calçamento de Messejana.



Estrada de Messejana em 1919 do talentoso fotógrafo O. justa.


A morte de uma grande estrada

A Vila Cazumba

"... A estrada que pretendo de modo sintético descrever saía prosseguindo da Sena Madureira, e após a Avenida Duque de Caxias, leva o nome de Visconde do Rio Branco, mas já sofreu sua primeira interdição em 1973, com a construção necessária da Avenida Aguanambi. Até o tráfego está em sentido contrário, por conta da realidade, porém o seu sentido ia até o Cine Atapu, que ficava na esquina da Avenida Pontes Vieira, e a inauguração data de março de 1950. (A diagonal de sua localização ainda está do mesmo jeito). Não sei o que vão fazer ali. O interessante é que essa via de saída Sul, fora projetada sem silhueta e era carroçável. Segundo eruditos, foi o Padre José Martiniano de Alencar, Pai do escritor que alargou a mesma em 1836.

Depois do Atapu, havia chão para se chegar ao mercado de ferro do Aerolândia. A Base Aérea já ficava para trás e aí penetrávamos no calçamento de pedras toscas, mas no inicio da BR 116 com aquele bonito trevo e embocadura, apagou a distância. No antigo deslocamento observava-se o mar de carnaubeiras e a primitiva Vila Cazumba, cheia de mandacarus, porém, com a criação do bairro Tancredo Neves, a nomenclatura fora sepultada. Quando se dobrava a direita, deparávamos com o Mata Galinha e o Boa Vista. Castelão só apareceria depois.



Estrada de Messejana em 1919 de O. justa.

O Sanatório ensombrado pelos perfumados e medicinais pés de eucalipto, era o indicativo da chegada ao Distrito, hoje bairro periférico da Grande Fortaleza. Agora temos viadutos que às vezes os motoristas se atrapalham. Numa curva não acentuada, vemos a lagoa onde Alencar mandou Iracema também tomar banho. Aí vemos a Matriz e a Praça principal. Como observamos a via ganhou atalhos, viadutos, alargamentos, onde inevitavelmente fomentou um trânsito maluco, e com um terminal de integração.

O antigo bairro com essas descrições ficou apenas no lendário dos saudosistas, mas Messejana ficou bem ali!"


Francisco de Assis

Fotos antigas do Arquivo Assis de Lima:








"Aldeia de índios sob o nome de Paupina foi ereta em Vila Nova Real de Mecejana em 4 de janeiro de 1760. Messejana pelas cartilhas de Portugal já se chamou Vila e Freguesia de Beija; depois Freguesia Maxial no Distrito de Lisboa. Em local próximo a uma lagoa fora erigida uma Capela que dedicaram a N.S. da Conceição. O romantismo da lagoa nos é blindado por José de Alencar, romancista que deve ter tomando muitos banhos lá, pois ele fez essa conferência In-Loco, haja vista o local ter sido seu berço. O Senador Martiniano Alencar, pai do romancista que em 1836 havia construído carroçável para o Sul da então Província, oficializou uma parada oficial no trecho Capital/Messejana que distava em 2 léguas e criou a Vila Cazumba (hoje Conjunto Tancredo Neves) quando passou a ser pousada obrigatória de viajantes e tropeiros que viviam em andanças pelos sertões. Era uma coisa extraordinária carnaubeiras e mandacarus, verdadeira flora ornamentada pelo rio Cocó. Hoje Messejana é uma cidade, tal qual Parangaba até na aparência geográfica. BR 116 e sua movimentação por conta da realidade. Fragmentos históricos que são levados pela poeira do tempo. Fotos da Vila Cazumba, hoje Tancredo Neves." Assis Lima


Créditos: Assis de Lima, um grande colaborador do blog!
Obrigada amigo!!! :)
Os dados históricos são da Cronologia Ilustrada de Fortaleza do Nirez e os depoimentos são de Zenilo Almada e Assis de Lima.

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