Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Irapuan Lima
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

José Airton Ponte - O Boris


Jose Airton Ponte, o Boris, nasceu na cidade cearense de Sobral em 1949, sendo um dos doze filhos de uma família humilde, mas de fortes princípios morais.


Jovem destemido, aos 10 anos, começou a vender “água de quartinha” na Estação de Sobral* e aos 15 anos, partiu do interior em busca de melhoria de vida. Era o ano de 1964 e Fortaleza, a capital do Ceará, era uma cidade em ascensão, cheia de oportunidades para aquele garoto decidido a transformar seus sonhos em realidade.

“Naquela época, Fortaleza tinha 900 mil habitantes. Eu fui morar na rua Sete de Setembro, no Pirambu. E a gente ouvia falar que o Pirambu era um bairro muito perigoso, mas eu sempre gostei porque era muito próximo do Centro da cidade. Eu vinha a pé para o Centro. Tinha a (avenida) Francisco Sá.
E eu aprendi a andar para o Centro logo no segundo dia em que eu estava aqui. Comprei uns óculos nas Casas Freitas. Descobri onde era que os camelôs compravam óculos. Porque eu cheguei aqui e vi mais de 15 camelôs ali na esquina da General Bezerril ao lado da Assembleia vendendo óculos. Se tinha tanta gente vendendo óculos, é porque era um negócio bom.
Eu usava óculos esportivos e tinha sido um sonho ao comprar meus primeiros óculos. Aqui em Fortaleza eu comprei os primeiro óculos por um conto e duzentos e vendi por dois. Aí eu disse: o negócio é bom. Passei nove anos vendendo óculos esportivos no Centro de Fortaleza. Isso foi em 1964. Em 1969, eu dei um voo mais alto. Fui a São Paulo comprar lá.
Eu só tive um irmão que foi vender óculos comigo. Os outros seguiram outros comércios, confecção, indústria de esquadrilha de ferro.” Boris

“Boris, o rei dos óculos esportes”

Começou suas vendas na Praça do Ferreira, com óculos esportivos que eram conduzidos nas mãos.

Os primeiros anos na cidade grande foram de muitas dificuldades! Pelas ruas do Centro, Boris fez amigos e trabalhou como vendedor ambulante durante 9 anos, oferecendo os mais variados óculos esportivos.

Era o que sabia e o que amava fazer.

Em 1973, com fé, empenho e muito esforço, ele juntou suas economias e conseguiu a realização de um sonho, abriu sua primeira ótica “na galeria Brandão, número 2”, a primeira das Óticas Boris, com apenas um funcionário, que trabalha com Boris até hoje.

Seu sonho começava a se realizar.

“As óticas Boris foram fundadas em 23 novembro de 1973. Dentro das óticas Boris já passaram minha esposa, minha mãe, meus irmãos, cunhados e cunhadas, várias pessoas como sócios.

Foi o seguinte. Em 1967, meu pai resolveu voltar para Sobral. Eu disse que para Sobral eu não voltaria. Eu tenho mais de 45 anos aqui em Fortaleza. Não é que eu não gostasse de Sobral, mas é porque eu sonhava algo maior, um voo maior. Eu fiquei morando aqui como mensalista na rua SenadorAlencar, 817. De repente, aparece lá um cidadão, que era da Polícia Federal na época da revolução, Aureliano Duarte da Silva. Esse rapaz vinha do Rio de Janeiro e na época estava se montando aqui no Ceará o Departamento de Polícia Federal. E aí foi a minha sorte porque ele era um cidadão nota dez, um homem íntegro. Ele tinha um filho da minha idade e ele parecia muito com o papai fisicamente. Ele me ajudou em sua formação como policial a ajudar a arrumar melhor o quarto, a me orientar para aprender a escrever...
Em 1973, juntei minhas economias para montar meu negócio. Eu tinha uma casa aqui no Bairro da Piedade. Um quarteirão para aAguanambi com Dona Leopoldina, em frente ao prédio da Coelce. Aí eu vendi essa casa e comprei a chave de um ponto comercial na Galeria Professor Brandão.” Boris

Marchinha

Em 1975, essa loja foi a primeira a ganhar um jingle, uma das mais famosas estratégias das Óticas Boris em toda sua historia.

“Essa marchinha surgiu em função de uma besteira que eu fiz e, eu então para me retratar ao dono da galeria, que foi tão bom e tão generoso comigo, fiz essa marchinha. Eu acredito que ainda hoje quando ele escuta essa marchinha no rádio, na televisão, que é o seu João Neto Brandão, ele fica feliz. Eu tornei a Galeria Professor Brandão a mais famosa e a mais conhecida através desse jingle que toca há mais de 40 anos na televisão.” Boris

A marchinha era assim: 

"Se você vai comprar óculos, faça como eu fiz, na Galeria Brandão número dois, nas Óticas Boris"'.

O mais famoso, entretanto, é o que foi lançado em 1979 e toda criança cantava na época e hoje muitos adultos ainda lembram.

 O 'Cadê Cacá' foi criado por causa da novela 'Dancing Days' e era o nome do personagem interpretado por Antônio Fagundes.

“Cadê Cacá ca ca cá...? Tá na Boris Boris Boris..."

Pela sonoridade que lembra as marchinhas de carnaval, agrada aos ouvidos até de quem nunca ouviu falar na novela.

“Depois veio o “Cadê Cacá?”, que foi uma ajuda muito grande do meu estimado e saudoso amigo Irapuã Lima, que eu tenho uma gratidão muito grande. Ele tinha uma audiência muito grande. Era o Chacrinha do Ceará. Ainda hoje tenho muitos clientes por conta do Irapuã Lima.

Cacá foi do Dancing Days quando Antônio Fagundes saiu na revista Sétimo Céu e fazia parte como ator da novela com o personagem Cacá. Eu passei em uma banca de revista e o vi com uma armação de óculos oval no rosto e eu tinha muito aquelas armações dentro de casa. Eu cheguei e mostrei para o Irapuã Lima: Olha, Irapuã, eu tenho umas 900 armações dessas aqui e o nome do artista é Cacá. Então, vamos chamar essa peça de Cacá e vamos colocar no rosto das Irapuetes. Aí a orquestra toca e vamos fazer um jingle. Ele respondeu: Amanhã eu trago esse resultado. Ele disse que estava no banheiro e começou: “Cadê Cacá, Cacá, Cacá? Tá no Boris, Boris, Boris”. Ele era muito criativo e daí foi.” Boris

Dando um passo de cada vez e sempre considerando o cliente um rei e “para ele todas as honras”, as Óticas Boris conseguiram se estabelecer. O segredo do sucesso, Boris sabe de cor: “ser especialista em óculos de grau”.

As primeiras realizações

A loja recém-inaugurada apesar de modesta,  prezava em oferecer bons artigos a preços baixos, variedade de produtos e pronto atendimento a um público diversificado. Tudo isso aliado ao trabalho árduo e à confiança de parentes e amigos, permitiu que as Óticas Boris continuasse crescendo. Hoje já são mais de 40 anos de sucesso!
Em 1974 foi inaugurado o primeiro laboratório óptico e com o passar dos anos, as filiais e o prédio administrativo.
Homem de fé, Boris diz que não estaria mais vivo se não acreditasse tanto em Deus. Ele conta que, todas as vezes em que fica triste, lembra de tudo o que já passou e de como ele conseguiu superar as dificuldades com esforço.

O apelido

O codinome Boris, que José Airton carrega desde criança, veio meio por acaso, em função de um apelido que o pai, bom jogador em peladas, conseguiu:

“Meu pai se chama Francisco Ponte e, na sua juventude, apelidaram meu pai de Boris. Ele, jogando bola, pegou a bola, driblou três e fez o gol. E, na época, estava passando um filme com o Boris Karloff (ator britânico de filmes de terror que atuou em Frankenstein), que era um monstro, e aí colocaram esse apelido no meu pai. E eu andando com o meu pai aos seis, sete anos de idade, começaram a me chamar de Borizinho. Eu gostei e adotei esse nome de Boris.” Boris

O nome, que hoje é uma das marcas mais respeitadas no Ceará, foi usado pelo empresário desde o primeiro óculos esporte que ele vendeu nas ruas de Fortaleza, aos 15 anos.


As Óticas Boris se consolidou no mercado cearense e permaneceu firme diante das seguidas crises econômicas enfrentadas por nosso pais, sempre com muita esperança e determinação.

“Eu consegui transformar esse nome Boris em uma marca. Era o apelido de um simples vendedor de óculos, um camelô e consegui conquistar o respeito e a admiração da população do estado do Ceará. Esta marca está gerando mais de 500 empregos diretos, são 81 lojas. Hoje os filhos, noras e genros, também estão fazendo parte dessa marca.  O segredo da Boris é ser especialista em óculos de grau e assim sendo, nós vamos orientar o cliente na escolha da armação, na escolha da lente. Nós compramos bem para vender por um preço justo e fazer com que ele fique feliz com o produto que ele comprou.” Boris

*”O dinheiro que a mamãe tinha era 500 réis que eu peguei emprestado. Fui ao mercado, comprei uma quartinha (utensílio de barro), lavei, enchi de água e fui vender na estação. Aí foi um escândalo. Encontrei um primo rico na estação. Imediatamente, ele chamou meu pai e mandou me tirar da estação que era perigoso, mas não era só o perigo. Era a vergonha de ver o primo pobre vendendo água na estação...

Na semana seguinte o primo rico foi para o cinema com a namorada e se deparou comigo com uma caixa de bombom pendurada no pescoço. É que a cidade era pequena e, no interior, quando tem uma família rica, ter uma parte pobre, não era muito bom e não é até hoje. Não guardo mágoa de ninguém, mas são essas coisas que dá para rir. Então, aos 12 anos de idade, eu já comecei a viajar para a Serra Grande para vender chinela japonesa.Boris



Crédito: Site oficial das Óticas Boris e Teresa Fernandes (Jornal O Povo)



quinta-feira, 28 de julho de 2011

Das antigas - Fez sucesso, namorou uma irapuete




ALGUNS ÍNFIMOS havia traçado para o ano novo. Um deles era vencer um concurso de calouros do Irapuan Lima no Canal 8. Além do desejo de ser cantor, havia tentado também (quando pirralho) ser do júri mirim do programa. Treinava dizer na frente do espelho algumas besteiras e, ao mesmo tempo, beber na boca da garrafa de um Wilson (Ah, que delícia de guaraná!). POR TEMPOS FOI fã de Sílvia Bessa, Cíntia Lima, Danielly Portela e Aleteia Patrícia. Durante sábados sonhou com o dia em que seria julgado por Félix, Tarcísio Tavares, Luis Cruz e Marquinhos... 


MAS ENQUANTO A grande hora não chegava, ia tentando mostrar que era bom de gogó em outros terreiros. Estava no sangue. O avô havia cantado e ganhado certames de rádio-auditório nas jornadas do Fim de Semana da Taba, Noturno Pajeú e integrado o cast de Orquestras de Concertos da Ceará Rádio Clube.MAIS MODESTO que o velho, havia vencido um torneio de cantores promovido pelo time do bairro. 
Na partida entre Ajax do Campo do Pio e Real Madrid, donos da casa, a porrada comeu solta depois que os anfitriões perderam. Um desastre.PRA ELE, POUCO importou o rififi. Sururu. Foi considerado o melhor crooner e levou de prêmio cinco Brahmas (quentes), uma Coca-Cola família, meio frango e uma baciada de sobrecu e moelas. Regozijou. 


Achava que poderia ir mais longe. Chegar ao Irapuan afinado e depois tentar o Chacrinha, Sílvio Santos e BolinhaESTAVA NA DÚVIDA. Interpretaria Abba nos estúdios refrigerados da TV Cidade? The Winner takes It All havia lhe dado o título de melhor da quermesse de Nossa Senhora da Salete. Pelo feito levou pra casa um galeto assado e dois santos óleos vivos (uma galinha pé duro e um carneiro). O CANELAU FOI À loucura quando soltou no inglês britânico (meio Quixeramobim): I don´t wanna talk. About the things we´ve gone through... E emendou no refrão: The winner takes it all/The loser standing small/Beside the victory/ That´s her destiny... Pelo sucesso que fez, recebeu até convite para cantar num baile de 15 anos no Clube dos Fumicultores em Arapiraca. AlagoasCHEGOU O SÁBADO.
Decidiu cantar Aquela Menina e Sua Cadeira de Rodas. Até parecia com Fernando Mendes. Cantarolou também Pare de Tomar a Pílula e encerrou com Chiquitita do Abba. Matou a pau. Apesar de ter ganhado um frango e terem tomado na saída do programa, flertou e namoricou com uma das irapuetes (Xuxa Cearense, Marineide, Hanna Capô de Fusca, sei lá). Tanto sucesso não o levou ao Chacrinha, mas fez dele garoto propaganda das panelas de pressão Ironte, e depois, vendedor da Galeria Brandão nº 2.

Fonte: O Povo (Demitri Túlio)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Rádio Iracema



Em 1 de agosto de 1945 foi constituída uma sociedade por José Barreto Parente, Flavio Barreto Parente, José Josino da Costa e mais 22 personalidades com o objetivo de criar uma emissora de rádio. A concretização ocorreu aos 9 de outubro de 1948, às 16:00h, quando foi inaugurada pelos irmãos José e Flávio Barreto Parente a “Rádio Iracema de Fortaleza” ZYR-7, cujo estúdio passou a funcionar no 2º andar do Edifício Vitória na Rua Guilherme Rocha, esquina com a Rua Barão do Rio Branco, no centro de Fortaleza em uma sala outrora ocupada pelo Partido Comunista do Brasil. Na entrada existia uma larga e bonita escada de degraus e corrimão com balaustres de madeira. O espetáculo inaugural realizado na Praça José de Alencar contou com apresentação de César de Alencar, cearense mas que atuava na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, e fizeram-se presentes: Luiz GonzagaO Rei do Baião”, Heleninha Costa, Ruy Rey e sua orquestra, dentre outros.





A estação transmissora com equipamento da S/A Phillips do Brasil passou a irradiar das dunas do bairro Urubu que, com a urbanização futura, se denominaria Rua Alberto de Oliveira nº 140, no Jardim Petrópolis (atual Colônia). Tinha 10 KW de potência e uma torre de 82 metros, num terreno que ao lado passava o ramal ferroviário da Barra do ceará. José Josino Costa foi o locutor da abertura, e nos transmissores segurando a modulação o Sr. Osmar Castro.



A Iracema fez ponte com os cantores da Rádio Tupi, com “Astros” e “Estrelas” da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Devido o “Roof-Garden”, ou seja, um auditório ao ar livre no terrace (Terraço) do Edifício Vitória, a emissora da índia recebeu o slogan de “A mais popular”. O palco era coberto, porém a platéia ficava a céu aberto, inclusive com mesas onde os freqüentadores assistiam aos “Shows” tomando wisky, cerveja, refrigerantes etc. Era chamada a “Turma da Caixa d’água” os que ocupavam a caixa d’água do prédio.



Nos primeiros tempos o “Cast” era: Paulo Lopes Filho, Peixoto Alencar, Antonio de Almeida: No departamento esportivo Barbosa Filho e discotecário Hirano Meireles.
Em março de 1949 Armando Vasconcelos foi contratado, e fundou o departamento de jornais falados e reportagens e, também o “Grande Jornal Sonoro Iracema”. Armando era o seu redator e locutor. Esses jornalísticos foram consolidados devidos sua experiência, haja vista, Armando na época trabalhar no jornal “O Estado”.



A parte de entretenimento ficou com Irapuan Lima que em estilo Chacrinha, animava as platéias com o programa “Rádio-Baile” nas Noites de sábados, e a “Garotada se Diverte”. O sonoplasta fazia efeitos, o que confundia os ouvintes que imaginavam tratar-se da retransmissão de uma animada festa de clube.



Em 1951 foi criado a Rede Iracemista pelos irmãos Parentes, e assim sendo aos 15 de novembro do mesmo 1951 surgiu a Rádio Iracema de Juazeiro do Norte e um ano e sete dias após (22/11/52) apareceu a Iracema de Sobral, seguindo-se a de Iguatú. A Iracema de Maranguape seria inaugurada aos 15 de agosto de 1959, com os transmissores instalados no distrito de Taquara. Ainda no mesmo 1952, José Josino Costa foi substituído por José Pessoa de Araújo, de quem saiu o projeto do Edifício Guarany, na Praça José de Alencar em local privilegiado.
A pedra fundamental do edifício próprio da Rádio Iracema, fora lançada em 10 de dezembro de 1952 na Rua 24 de maio nº. 554 (Praça José de Alencar), contando o evento com as presenças de Raul Barbosa (Governador do Ceará), Paulo Cabral de Araújo (Radialista e Prefeito de Fortaleza), Henrique de La Roque (Presidente do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários - IAPC) e de José Barreto Parente (Diretor da Emissora). O IAPC foi o financiador deste novo empreendimento.



Na data precisa de seis anos de fundação (9-10-1954) a emissora recebeu de presente o majestoso “Edifício Guarany” com seus três andares e no subsolo um restaurante. No primeiro andar além da recepção, tinha o escritório de publicidade do locutor Irapuan Lima; No segundo andar a sala da direção artística e a discoteca; No terceiro era o auditório e o estúdio.
José Parente Diretor-presidente da Rede Iracemista, lançou nas mãos de Armando Vasconcelos para inaugurar no atapetado auditório, o programa “Fim de Semana na Taba”, cuja primeira audição foi ao ar no dia da proclamação da República de 1954. Esse semanário era apresentado todos os domingos das 20 às 23 h, com auditório lotado e os homens em traje de passeio completo. Era cognominado “Programa Milionário do Rádio Cearense”, ou “Programa da Elite”. Distribuía prêmios de valor em suas muitas promoções e concursos. Eram até mesmo sorteadas viagens aéreas para Paris (França).
No concurso Miss Ceará, que nos anos 50 era uma promoção dos Diários Associados, a miss eleita comparecia ao “Fim de Semana” no programa seguinte à sua eleição.
Em 1958, o time do Bota Fogo do Rio, após o Brasil conquistar o primeiro campeonato mundial de Futebol, veio jogar aqui em Fortaleza com o Usina ceará (Dia 29 de Junho, placar 3x1 pro Bota), e toda delegação alvinegra carioca, fora recebida com aplausos os mais efusivos, no auditório da ZYR7, dentre eles os campeões Newton Santos, Garrincha, Didi e Zagalo.



O “Fim de Semana na Taba” que esteve sob o comando do animador Armando Vasconcelos de 1954/1958; foi passado as mãos de Eduardo Fernandes (Dudu), o qual por sua vez transferiu para o cantor e radialista José Lisboa. Os cantores que abrilhantaram os microfones do FST, dentre tantos se destacaram: Zuila Aquiles com textos de Carlos D’álge, Vera Lucia, Salete Dias, Lúcia Elizabeth, Ayla Maria, Ivanilde Rodrigues, Celina Maria, Terezinha Nogueira, e o Solteiro. A grande locutora “Lady-speacker” foi Orlys Vasconcelos.



Os locutores dessa fase de ouro eram: Mattos Dourado, Eduardo Fernandes, Tarcísio Tavares, Edmundo Vitoriano (Assombração), Alan Neto, Haroldo Serra, José Lisboa, Terezinha de Jesus que também era do “Cast”.
A Rádio Iracema até fez transmissões em tempo real com repórteres a bordo de aeronaves, como exemplo, a vinda de Raul Barbosa vindo do Rio de Janeiro para assumir o governo do Ceará e Ademar de Barros em campanha presidencial, transmitindo a Iracema “in loco” a primeira entrevista ao presidenciável. A outra foi a volta triunfal do Rio de Janeiro de Emilia Correia Lima, com o título de Miss Brasil 1955.
A crônica “Doa a quem doer” passou mais de quinze anos no ar, e quando foi encerrada em 1972, estava com narração de Nonato Albuquerque ao meio dia. Era o grito de protestos dos que não tinham vez e voz. O programa de entrevistas chamava-se “O Direito de Defesa”. Outros programas dos anos 50 eram: “O Comprador de Melodias”, “Assembléia Protestativa”, “Álbum de Brasileiros Ilustres” (uma dramatização dos textos escritos por Waldery Uchoa).
A RIF na Praça José de Alencar marcou época neste local, tanto pela popular localização como, pela programação de estúdio, a exemplo da “Discoteca do Fã” com José Lisboa e os de auditório que ficaram até 1972. Com a televisão tomando espaço, e na euforia das cores, os programas de auditório pelo rádio, saíram do ar para entrar na história.



A Emissora da Índia tinha uma programação bem eclética chegando várias vezes em primeiro lugar na audiência. Ao sair do Edifício Guarany no dia 16 de fevereiro de 1972, o estúdio da Rádio Iracema foi instalado no 12º andar do edifício Senador, localizado na Rua Senador Pompeu nº. 1087 (centro), e foram apagados os programas de auditório. Posteriormente o estúdio foi para a Avenida Barão de Studart nº. 1864; depois Rua Bárbara de Alencar ambos na Aldeota.



A estação transmissora saiu do Bairro da Colônia em 1983, e foi montada na rodovia CE 004 km 06 (Estrada de Fortaleza - Maranguape), e parou de transmitir em ondas tropicais popularmente chamadas de ondas intermediárias. Após a saída da Rádio Iracema do Edifício Guarany (belo cartão postal) o mesmo ficou sem serventia. Considerado pelos “modernistas” como “monstrengo”, após a Prefeitura Municipal de Fortaleza ter comprado o espaço visando unificar a priori as Praças José de Alencar com a da Lagoinha, o mesmo desapareceu. Em seu local é erguido o Shopping do Camelô popularmente conhecido como “Beco da Poeira”, nomenclatura herdada de um beco não urbanizado que ligava promiscuamente a Rua 24 de maio com a Avenida Tristão Gonçalves.



A Rádio Iracema de Fortaleza, que já pertenceu ao ex-governador Adauto Bezerra, hoje é integrada ao grupo do empresário Etevaldo Nogueira. Seu estúdio se encontra na Avenida Santos Dumont nº. 1687, e opera somente com ondas médias na mesma freqüência de 1.300 kHz com o prefixo de ZYH 586.



PROGRAMAÇÃO DA IRACEMA EM 1971

05.00 às 06.20 h: Alvorada Musical (Rodrigo Neto);
06.20 às 06.30 h: Eternidade em Minutos (Pastor Ely Theodoro Batista);
06.30 às 08.00 h: A Bronca é livre (Allan Neto);
08.00 às 09.00 h: Discoteca do Fã (Jalmir Monteiro);
09.00 às 10.00 h: Show da CBS (...);Solicito colaboração do nternauta
10.00 às 11.00 h: Manhã Musical (Carlos Branco);
11.00 às 11.15 h: Mistérios da Vida (Dr. Kardo Allikan);
11.15 às 12.00 h: Parada de Sucessos Odeon (Nonato Albuquerque e Ferrerinha c/ Participação de Assis Lima);
12.00 às 12.05 h: Crônica Doa a Quem Doer (Nonato Albuquerque);
12.05 às 14.00 h: Festival de Orquestras (Nonato Albuquerque);
14.00 às 15.00 h: Discoteca do Fã 2ª Edição (Jalmir Monteiro);
15.00 às 16.00 h: Som Jovem 40 Graus (Carlos Branco);
16.00 às 18.00 h: Show dos Populares (Nonato Albuquerque c/ Participação de Assis Lima)
(Repórter Guarany)
18.00 às 19.00 h: Superlativo Programa do Allan (Allan Neto);
19.00 às 20.00 h: A Voz do Brasil;
20.00 às 22.00 h: A Hora é de Som (Edson Silva);
22.00 às 24.00 h:.....Quem souber e quiser colaborar........

Considerações finais: José Lisboa pouco antes de ir para a Rádio Assunção apresentar a Discoteca do Lisboa, comandou por muitos anos a Discoteca do Fã e o programa de auditório “Fim de Semana na Taba”.

Sonoplastas: José Dias Barbosa, Antonio Chaves de Assis, Francisco José de Almeida e o Geraldo Ceguim.

PRIMEIRO OPERADOR DE TRANSMISSORES DA IRACEMA

Raimundo Osmar de Castro, natural de Jaguaribe, nasceu em 14 de março de 1924; foi oficialmente admitido na Rádio Iracema de Fortaleza S/A aos 11 de agosto de 1949. Aos 20 de fevereiro de 1980, pela Delegacia Regional do Trabalho -CE foi reclassificado como Radialista Operador de Transmissor; afastou-se das atividades em 1 de setembro de 1982, por motivo de aposentadoria previdenciária. Faleceu em Fortaleza vítima de Acidente Vascular Cerebral –AVC, aos 21 de janeiro de 1984.



Crédito: Tempos do rádio



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Programa Irapuan Lima



Nessas minhas andanças pela internet garimpando material para o blog, achei algo que me fez parar e lembrar de quando eu tinha uns 6, 7 anos e ficava achando graça aquele senhor presentear os calouros com um pacote de macarrão Fortaleza rsrs sem falar nos calouros, aparecia cada figura...
Eu sei que o blog é sobre a cidade de Fortaleza, mas Irapuan Lima merece que eu abra uma exceção!

°°°No ar "O Chacrinha do Norte"°°°

Antes do hype do "formato VJ", os telespectadores desta cidade quente podiam ver, todas as tardes de sábado, um apresentador estritamente cearense. O saudoso Irapuan Lima,com suas "irapuetes", fazia um inacreditável programa de calouros, com direito ao "Frango assado do Zezé" como prêmio de consolação aos perdedores. Irapuan só gostava de apresentar programa ao vivo, adorava improvisar, cantava clássicos da Era do Rádio, era garoto-propaganda de vários produtos, fez programas infantis e, no Carnaval, dizem, era um excelente Rei Momo. Passaram pelo seu programa ícones da música brasileira de todos os tipos, como Roberto Carlos, Wanderley Cardoso, Sérgio Cardoso, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Bibi Ferreira e Ângela Maria.

Cadê Cacá, Cacá, Cacá?



Famoso pela sua irreverência e pelos famosos reclames (”Cadê Cacá”, “Frango do Zezé”, “Macarrão Fortaleza” etc), Irapuan Lima tornou-se um dos mais importantes comunicadores da mídia cearense. Recebeu o apelido de “Chacrinha do Norte” pelo companheiro Armando Vasconcelos, que dividia a preferência nos finais de semana da TV Cidade, na década de 1980.

 



















Irapuan Barros de Lima nasceu em Fortaleza em 1º de agosto de 1927. Começou a carreira com pouco mais de 20 anos, na Rádio Iracema, em 1949. Na emissora apresentou programas infantis como A Garotada se Revela e o Programa Irapuan Lima, nome que levou para a televisão, ao ingressar na TV Ceará Canal 2, em 1975.



Foi rei momo do carnaval cearense durante três anos consecutivos (1961, 1962 a 1963). Depois de apresentar diversos programas na Rádio Iracema foi para a televisão. Com o fechamento das emissoras associadas, Irapuan partiu para a TV Verdes Mares, apresentando o programa Dez Espetacular. Ficou pouco tempo. Foi para a TV Cidade Canal 8, onde atingiu seu auge de popularidade.

A cantora Ayla Maria, Célio Cury e Irapuã Lima na Rádio Iracema - Arquivo Marciano Lopes

O Programa Irapuan Lima ficou no ar até janeiro de 1992, quando interrompeu as atividades por conta de uma cirurgia na vesícula, que havia evoluído para uma pancreatite. Após isso, o “Chacrinha do Norte” realizou aparições em comerciais da televisão.

Foto de 1971

Irapuan Lima chegou a comandar seu programa de auditório por 4 horas e meia ao vivo, o maior neste formato na América Latina durante a década de 1980. A fama também aconteceu para suas companheiras de palco, as Irapuetes, principalmente para Lionah Dias - a Xuxa cearense.



Para quem ainda não ligou o nome à pessoa, a Lionah Dias (a Xuxa cearense) é aquela senhora que faz o programa Clube do Brega da TV Diário.

Foto recente da ex Irapuete "Xuxa cearense"



Outra curiosidade fica por conta da Jornalista mirim ( "Boa tarde Irapuan, boa tarde Telespectadores " ) Daniele Portela. Sim, ela mesma, a jornalista do CE TV que com apenas 5 aninhos era jurada do Irapuã Lima e fazia um jornalzinho num dos intervalos do programa.


Em 1982, Chacrinha fazia sucesso em todo o Brasil, mas no Ceará as tardes dos sábados eram imperdíveis no canal 8. Aqui, a maior audiência era sem dúvida de Irapuan Lima, que começava o seu programa de auditório ao meio-dia proporcionando muita alegria a milhares de pessoas. Ele, e claro, as Irapuetes, que na época esbanjavam sensualidade. Ao invés do abacaxi que se tornou marca registrada do "concorrente" nacional, Irapuan Lima oferecia um frango aos candidatos reprovados pelos jurados no palco. A sátira era engraçada e agradava em cheio ao público.



No Chacrinha tinha as Chacretes, já aqui tinha as Irapuetes, e pense numas Irapuetes!
Grande ícone da publicidade local, o programa era famoso pela sua irreverência e pelos famosos reclames. Irapuan tornou-se um dos mais importantes comunicadores da mídia cearense. Seu programa ficou no ar até janeiro de 1992, quando interrompeu as atividades por conta de uma cirurgia na vesícula, que havia evoluído para uma pancreatite.

 

"Eu mesmo não perdia um sábado o “Irapuan Lima”. De tão tosco o programa, tornava-se engraçado, leve e muito contemporâneo, em uma época onde os ídolos tinham muito talento e carisma. A TV local ainda está orfã de um profissional como Irapuan e seu programa. Saudades de uma época que passou e não volta mais, mas o que nos resta são as lembranças engraçadas, como a Xuxa cearense que dizia que a cachaça Sapupara em japonês era chamada de Sapupei. Pense!" -Thiago Marinho do blog CULTucando

O ADEUS

"Morreu na madrugada deste sábado(04 de Maio de 2002), o radialista e apresentador de TV, Irapuan Lima, aos 74 anos. Irapuan estava passando o final de semana com a família na praia de Quixaba, em Aracati, quando sentiu-se mal. A causa da morte foi uma embolia pulmonar.

Irapuan trabalhou na Rádio Iracema. Na TV, apresentou programas na TV Verdes Mares e TV Cidade. Nos últimos tempos, o radialista havia se aposentado
." - Jornal local

O velório aconteceu no domingo, no cemitério Parque da Paz às 16hs.


°°°Uma homenagem ao Chacrinha do Norte°°°


O Museu da Imagem e do Som (MIS) está fazendo uma homenagem ao radialista que se tornou um símbolo na televisão cearense: Irapuan Lima. O Chacrinha do Norte, como ficou conhecido, rompeu décadas animando programas de auditório, onde artistas nacionais dividiam o palco com calouros e novos talentos do Ceará. A estética de Irapuan Lima era própria, o talento era único.

E tudo isso pode ser visto pela primeira vez, numa exposição de fotografias, revistas e antigos equipamentos que contam a história de Irapuan, das ondas do rádios às luzes da televisão. A exposição pode ser vista no MIS, na Avenida Barão de Studart, na Aldeota.


A memória do rádio cearense merece homenagens. Na exposição do Museu da Imagem e do Som, na capital, os fãs do rádio vão encontrar mais que aparelhos antigos. A história do rádio no Estado está contada em fotografias, em revistas, em relíquias... A primeira rádio do Estado - Ceará Rádio Clube - foi fundada em 1934. Depois a mesma rádio passou a ser chamada de PRE-9 e transmitiu a primeira novela de rádio. Era a época dos radioatores.


A história do rádio se confunde. Nascido em Fortaleza, Irapuan Lima entrou para o rádio em 1949. No rádio e na tv o comunicador famoso pela alegria contagiava o público nos programas de auditório. Foram 54 anos de carreira, como relembra o amigo, Francisco Felix, também radialista que trabalhou ao lado de Irapuan por 15 anos.





A frente de programas de auditório na TV Irapuan Lima se destacava pela espontaneidade. A filha Vera Sílvia também gosta de relembrar a hospitalidade do pai com os artistas que trazia de todo o país. Mais que a coroa de rei momo do Carnaval - que foi dele nos anos 60 - Irapuan Lima deixou lições de um comunicador cheio de carisma.








1986



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