Na Fortaleza dos anos 50 e 60, nada aterrorizava mais do que os famosos Rabos de Burro, delinquentes que hoje em dia seriam conhecidos por "filhinhos de papai", devido a boa condição financeira que tinham. Um desses rabos de burro, ganhou fama pela facilidade com que escapava da cadeia e pela dificuldade em ser capturado.
Ivan Paiva era um nome a se temer!!!
Foto ao lado: Parangaba, estação central.
"A história da violência contra as crianças, as pedofilias vem de longe... O mais famoso da época chamava-se Ivan Paiva. Todo mundo tinha medo do Ivan. O nome dele era segredado para não aumentar o terror que as adolescentes e crianças tinham dele. As aventuras do Ivan, eram relatadas como estupros, jovens abandonadas nos matagais. Ele, andava livremente pela cidade. Certa vez, ele chegou de lambreta trazendo uma garota, não na garupa, mas, sim, numa espécie de canoa acoplada, anexada ao lado da lambreta. Era o lançamento do ano. A moça vinha de calça ban-lon, colada no corpo e a avó foi logo retirando as netas e colocando-as para dentro de casa, murmurando que aquele era o Ivan , o rabo-de-burro feroz!"
(Trecho de texto publicado no Blog Maria Egla)
Ainda adolescente*, ao retornar de São Paulo, em 1983, o poeta Mário Gomes conheceu um grupo de playboys, que o povo chamava de «rabos de burro», porque tinham o cabelão grande que escorria pelas costas. Fez muitas farras com o grupo, liderado pelo famoso Ivan Paiva, um marginal da classe alta. Durante as farras, costumavam roubar carros e passar a noite circulando com o automóvel, bebendo uísque, fumando e conversando.
Ouvi dizer que o temível rabo de burro hoje está de cadeira de rodas...
"Leila Nobre, ele é vivo e já velho em uma cadeira de rodas. Conheci muito, foi vizinho de minha avó na Parangaba. Subia na caixa d'água atrás da igreja e desafiava a policia. Sabem, o Ivan Paiva hoje seria um marginal pouco perigoso, hoje a maldade é muito maior."
* Na verdade, o poeta já estava com 36 anos, pois nasceu em 1947.
Leia Também:
Os Rabos de Burro
Tarcísio Antônio Rodrigues Ramos - O "Grafite"
Rua onde Ivan morava em Parangaba.
(Trecho de texto publicado no Blog Maria Egla)
Ivan Paiva era caso de policia e estava constantemente nas manchetes dos jornais:
Causos na Fortaleza das antigas...
Os jovens que compunham o bando, entre os quais o Djafre, o Elmo e o Émerson, para citar apenas os principais, o convenceram a praticar algumas travessuras desse tipo. Com eles, de vez em quando, roubava um carro, passava num posto de gasolina, enchia o tanque e se mandava sem pagar. Depois, os vagabundos passavam numa mercearia, pegavam pacotes de cigarro, garrafas de uísque e outras coisas. O comerciante, feliz, botava tudo em caixas. Então, Djafre dizia: "olhe, vou pegar o dinheiro no carro." E aí... pé no acelerador... Ao clarear o dia, abandonavam o carro em alguma rua. Na noite seguinte, repetiam a mesma façanha...
Mário se lembra do dia em que, com os companheiros «rabos de burro », tirou uma rural da garagem de uma casa, no centro de Fortaleza. Luis César batia o record pela rapidez com que fazia ligação direta. Mas naquela noite, depois de empurrarem a rural até o meio da rua, quando Luis estava fazendo a ligação, Elmo avisou: "Vem vindo a PM!" Mário, embora estreante na arte de roubar rurais, não hesitou e falou: "Seu guarda, dá uma mãozinha aqui". Os PMs empurraram a rural e a turma de malandros se mandou, dando risadas. Quando amanheceu o dia, colocaram a rural dentro da garagem da casa de onde a haviam tirado.
"Certa vez, numa matéria de jornal, Ivan contou que assim ficou conhecido, somente porque andava de lambreta a mais de mil, trajava um blusão de negro couro e promovia "inocentes" arruaças por onde passava.
Quando era preso, Ivan Paiva tinha o costume de posar para as fotos. Numa das vezes, foi castigado pelo barbeiro da cadeia com um corte de cabelo que destruiu seu topete."
Imagem meramente ilustrativa
Mário se lembra do dia em que, com os companheiros «rabos de burro », tirou uma rural da garagem de uma casa, no centro de Fortaleza. Luis César batia o record pela rapidez com que fazia ligação direta. Mas naquela noite, depois de empurrarem a rural até o meio da rua, quando Luis estava fazendo a ligação, Elmo avisou: "Vem vindo a PM!" Mário, embora estreante na arte de roubar rurais, não hesitou e falou: "Seu guarda, dá uma mãozinha aqui". Os PMs empurraram a rural e a turma de malandros se mandou, dando risadas. Quando amanheceu o dia, colocaram a rural dentro da garagem da casa de onde a haviam tirado.
"Certa vez, numa matéria de jornal, Ivan contou que assim ficou conhecido, somente porque andava de lambreta a mais de mil, trajava um blusão de negro couro e promovia "inocentes" arruaças por onde passava.
Quando era preso, Ivan Paiva tinha o costume de posar para as fotos. Numa das vezes, foi castigado pelo barbeiro da cadeia com um corte de cabelo que destruiu seu topete."
"Leila Nobre, ele é vivo e já velho em uma cadeira de rodas. Conheci muito, foi vizinho de minha avó na Parangaba. Subia na caixa d'água atrás da igreja e desafiava a policia. Sabem, o Ivan Paiva hoje seria um marginal pouco perigoso, hoje a maldade é muito maior."
* Na verdade, o poeta já estava com 36 anos, pois nasceu em 1947.
Leia Também:
Os Rabos de Burro
Tarcísio Antônio Rodrigues Ramos - O "Grafite"
Fonte: José Leite Netto (Blog: http://poetamariogomes.blogspot.com.br), Portal da História do Ceará (Gildácio Sá) e pesquisas diversas