Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Mercado Central
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A arquitetura do ferro em Fortaleza (Parte III) - Adaptação técnica e estética



No fim do Império, a criação da Escola Militar do Ceará, trouxe para a cidade oficiais matemáticos e engenheiros.


O século XIX assistiu à elaboração de novos esquemas de implantação da arquitetura urbana, representando um verdadeiro esforço de adaptação às condições de ingresso do país na modernidade. A integração do Brasil no mercado mundial, após a abertura dos portos, possibilitou a importação de equipamentos que contribuíram para a alteração da aparência das construções dos centros maiores do litoral, porém ainda respeitando o primitivismo das técnicas tradicionais.
A chegada tardia do neoclássico no Brasil se justapõe a uma duração prolongada dos caracteres austeros e simplificadores desse estilo na arquitetura, predominando no país até o final do terceiro quartel do século XIX.

É comum, e com razão,fazer uma ligação do neoclassicismo ao processo de europeização arquitetônica do Brasil, mesmo que algumas realizações nacionais dessa corrente formal estivesse presente, por via portuguesa, desde o século XVIII.
No Brasil costuma-se englobar, sob a mesma categoria, todos os edifícios que empregam o vocabulário arquitetônico cuja origem remonta à Antiguidade greco-romana, que se convencionou chamar neoclassicismo. Alguns elementos construtivos como cornijas, pilastras sob platibandas; paredes de tijolo, revestidas e pintadas de cores suaves; janelas e portas, enquadradas em pedra aparelhada e arrematadas em arco pleno, cujas bandeiras dispunham-se rosáceas com vidros coloridos; bem como os corpos de entrada, salientes, compunham-se de escadarias, colunatas e frontões de pedra aparente, formando conjuntos de linhas severas às normas vitruvianas, que eram características da influência da Academia e do estilo neoclássico.


Mercado da Carne, a primeira edificação pré-fabricada em ferro inaugurada na cidade.


Chegaram também os princípios de higiene que iriam modificar o urbanismo.
O saneamento das habitações e das cidades, a insolação e a aeração de todos os cômodos das habitações, foram medidas que alteraram profundamente os costumes.
Em Fortaleza, as obras de melhor acabamento, que só começaram a acontecer depois da metade do século XIX, resultaram uma ocasional sofisticação na vida urbana, atendidas em parte pelo aprimoramento técnico e a contribuição de profissionais mais capacitados para as novas necessidades. De início, foram militares engenheiros; depois engenheiros militares e, finalmente, engenheiros civis. O Ceará deve a esses profissionais, alguns de ascendência estrangeira, ou mesmo estrangeiros, a implantação e o desenvolvimento de sua arquitetura neoclássica, num primeiro momento. No fim do Império, a criação da Escola Militar do Ceará, trouxe para a cidade oficiais matemáticos e engenheiros. Os projetistas do neoclassicismo cearense não mantinham qualquer tipo de ligação com a Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro. Eram em sua maior parte estrangeiros ou seus descendentes diretos, tais como Paulet, Gouveia, Folglare, Berthot, Théberge, Privat, Steffert, Herbster..
Tanto no Ceará, como em várias partes do Brasil, comprovam claramente a pouca ou nenhuma influência da Missão Francesa na implantação do neoclassicismo do país, pelo menos em pontos distantes do Rio de Janeiro, capital do Império.

Antigo mercado central de Fortaleza - Fonte Jucá Neto

No Ceará, mais precisamente em Fortaleza, o português Antônio José da Silva Paulet, Tenente-Coronel de Engenheiros, autor da malha em xadrez do primeiro plano de arruamento da cidade e elaborado segundo um traçado ortogonal de inspiração neoclássica, foi responsável, também, pelos primeiros projetos arquitetônicos desse estilo, implantados na cidade.
O projeto do novo mercado, da ainda vila, figurou como a mais antiga representação neoclássica da cidade, com características desse estilo na portada de acesso em pedra portuguesa. Silva Paulet foi responsável também pelo projeto e construção, iniciada em 1812 e concluída em 1822, da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, na sua última versão, com características do estilo neoclássico.


Antigo mercado central - Aquivo Jaime Correia

10ª Região Militar - Fonte Capelo Filho


Nessa época, a cidade demandava um conjunto de atividades burocráticas, para cujo exercício se impõe a devida correspondência arquitetônica. Além de igrejas na capital e no interior, merecem citação algumas obras dispersas pela Província, como o Teatro da Ribeira de Icó (1860), conforme projeto do médico, historiador e arquiteto amador, o francês Pedro Théberge; e o Teatro São João (1875-1882), em Sobral, projetado por João José da Veiga Braga.


Antiga cadeia pública - Arquivo Nirez


Em Fortaleza, o neoclassicismo oficial também foi representado no edifício da Cadeia Pública, projetada pelo engenheiro militar Manuel Caetano de Gouveia Filho, concluída em 1866; e na Assembléia Provincial do Ceará, cujas obras se iniciaram no ano de 1856 e foram concluídas em 1871, ainda, na época do Brasil-Império, projetada por Adolfo Herbster, descrito por Menezes (1895: 155), como sendo um majestoso edifício com dois pavimentos, frontão e “archivolta de cantaria ornando a porta principal, sobre a qual foi colocado pesado relevo, representando as armas imperiaes, arrancadas em 1890 a escopro para serem substituídas pelo emblema da Republica”
(Grafia da época)


Antiga Assembléia, hoje Museu do Ceará - Arquivo Nirez


O segundo e definitivo edifício da Estação Central, de acordo com o projeto do austríaco Henrique Foglare e inaugurado em 1880, ainda no Reinado de D. Pedro II, também merece destaque. A fachada do bloco principal da nova estação central de Fortaleza “possui colunas sobre pedestal encimado por frontão triangular, e escadaria demarcando o acesso ao interior do edifício”, com fachadas contíguas e janelas com aberturas em arco pleno, arrematadas superiormente por cornijas e platibandas, solução esta que foi adotada para integrar a antiga estação à nova.
No último quartel do século XIX, os edifícios construídos em Fortaleza apresentaram características da linguagem neoclássica, como a simplicidade das formas e a clareza construtiva. Na prática, porém, o neoclassicismo provincial ficou reduzido a simples vestígios simbólicos do estilo, tais como vergas de arco pleno, tímpano preenchido por bandeiras envidraçadas, e platibandas sobrepostas a cornijas de massa, raras vezes, a presença de algum frontão. Todos esses elementos revelam-se em algumas edificações inseridas no contexto urbano de Fortaleza, mais comuns em edifícios públicos.


Edifício da Estação Central do Álbum Vistas do Ceará


No Ceará, como em quase todo o país, a precisão formal neoclássica envolvia soluções pouco dispendiosas, sem grandes investimentos e sem precisar recorrer a trabalhadores altamente especializados. O tratamento enobrecido e distinto das pedras aparelhadas, geralmente lioz, muitas vezes já vinham prontas em partes, de Lisboa, para serem montadas no Brasil.
Era comum, também, substituir os vidros por grades de ferro batido nas bandeiras das portas principais de entrada; desenhos e a data da construção eram frenquentemente inseridos na parte central da peça. Por facilitar o arejamento, era utilizado também em lojas e armazéns.

Exemplos significativos podem ser encontrados em todas as cidades mais antigas do Brasil, especialmente em áreas junto ao porto. Essa bandeira de ferro pode ser vista como exemplo da época, sobre a porta principal da entrada da Assembléia do Ceará, e também sobre as portas da antiga Alfândega, inseridas num portal de pedra aparelhada, outro ornamento bastante característico desse período.

Bandeira de ferro e portal de pedra aparelhada da antiga Assembléia - 2014
Foto de Maria Claudia Vidal Lima Silva

Bandeira de ferro e portal de pedra aparelhada da Alfândega - 2014
Foto de Maria Claudia Vidal Lima Silva

Portanto, os autores desses projetos erguidos na Capital se enquadravam plenamente sob as influências desse estilo importado, mostrando uma ligação direta com a Europa, com a chegada dos arquitetos europeus e os também descendentes destes, na cidade.
Logo após a proclamação da República, o Ceará se viu dominado por uma oligarquia política comandada pelo comendador Antônio Pinto Nogueira Accioly. Os governos oligárquicos estaduais constituíram uma ocorrência nacional, a chamada política dos governadores inaugurada pelo presidente da República Campos Salles. O Ceará não foi exceção, inclusive com posterior destituição do grupo oligárquico, de forma violenta, no início de 1912.
Nesse período, em Fortaleza, duas obras têm grande importância no final do século XIX, no governo do Tenente-Coronel de Engenheiros José Freire Bezerril Fontenele, entre 1892 e 1896. O sóbrio quartel do Batalhão de Segurança (1893), na Praça Marquês do Herval, com reminiscências neogóticas e a sede do Liceu do Ceará (1894), provavelmente a primeira edificação a empregar elementos decorativos correlacionados ao ecletismo arquitetônico, localizada na Praça dos Voluntários. No governo de Bezerril Fontenele também foi iniciada a obra do Mercado da Carne, a primeira edificação pré-fabricada em ferro inaugurada na cidade.
Contudo, as manifestações da arquitetura eclética na Capital compreenderam as três primeiras décadas do século XX. As primeiras realizações já apareceram no final do século XIX, coincidindo com o período da oligarquia acciolina, iniciado no primeiro mandato em 1896. Apesar do número de obras de arquitetura nesse período ter sido modesto, no entanto, foram portadoras de alto valor simbólico no meio social de Fortaleza, envolvendo entidades e pessoas de notoriedade.


Batalhão de Segurança em foto de 1911

Prédio do Liceu na Praça dos Voluntários - Arquivo Nirez

Prédio do Liceu na Praça dos Voluntários, provavelmente a primeira edificação a empregar elementos decorativos correlacionados ao ecletismo arquitetônico. Arquivo Nirez


As transformações sociais e a expansão física da cidade vão ter consequências na organização espacial da casa e também dos lotes urbanos. As novas construções começavam a se afastar cada vez mais da chamada casa-corredor, de origem colonial. Durante o período imperial, Fortaleza havia mantido o aspecto comum da maioria das cidades brasileiras, uma arquitetura residencial constituída por alguns sobrados, uma grande parte de casas térreas e uma faixa de palhoças circundando a periferia urbana. Para romper com o velho sistema, alterou-se o plano tradicional, introduzindo acessos laterais às casas; assim começaram aparecer casas de esquina e casas situadas no meio dos quarteirões com entrada recuada em relação ao alinhamento da rua.
Nesse sentido, na arquitetura se processaram modificações ditadas não somente pelo gosto por estilos mais refinados, mas também por conveniências de mercado. As casas urbanas com telhados dotados de beirais, receberam platibandas que interrompiam esses mesmos beirais que jogavam água sobre as ruas, geralmente sem calçamento. Surgiam, assim, as calhas e descidas de águas pluviais executadas em ferro fundido e em ferro galvanizado, quase sempre produtos ingleses importados.




A primeira edificação, realmente construída segundo as normas do ecletismo arquitetônico, foi a sede da Fênix Caixeiral*, inaugurada em junho de 1905, em uma das esquinas da Praça Marquês de Herval, um dos locais da cidade mais valorizados na época.
O edifício reproduzia o plano das novas casas de esquina**, ou seja, com entrada lateral sem corredor; uma grande sala para festas, biblioteca e salas de aula. Mostrava um andar nobre sobre porão habitável, que dava um novo aspecto à arquitetura do prédio, com novidades tanto na implantação e localização, como na ornamentação da fachada, com abundância decorativa.

Associação Comercial (Palacete Guarani) - Arquivo Nirez

Em dezembro de 1908, foi inaugurada a Associação Comercial, uma antiga ambição do Barão de Camocim, Geminiano Maia, comerciante de posses, que havia passado parte da mocidade em Paris, voltando à Fortaleza, casado com uma jovem francesa. A nova edificação deveria dar lugar o “status que o alto comércio de importação e exportação reivindicava para si”, segundo Castro (1987: 220). O prédio também situava-se numa esquina, constava no térreo de locais destinados ao Banco Comercial e Agrícola, à exposição de produtos exportáveis e à Associação: e no andar superior, constavam vastos salões.

[...] tinha um vasto telhado de placas coloridas à feição de ardósia, formando desenhos geométricos cinza e róseos. O projeto recebera a assinatura do 1°. Tenente José de Castelo Branco e obedecia ao “estlylo greco-romano”, com “elegante pórtico formado por columnas jonicas” e intercolúnios “encimados por pilastras de ordem corinthia”. Os interiores do pavimento superior constavam de “quatro vastos e luxuosos salões: o de honra, gris-perle; o azul, o róseo, o verde”, com “ornamentos recordando Luis XV”, além do “forro de metal e o soalho todo de madeira de lei, formado por taboas escamadas, que produzem magnifico efeito, o unico no genero no Ceará” (CASTRO, 1987: 220). 
(Grafia da época)

Além dessas duas obras de arquitetura eclética, as sedes da Fênix Caixeiral e da Associação Comercial, a mais representativa nessa época, entretanto, é o Teatro José de Alencar, edificação metálica pré-fabricada, e o exemplar de maior significado da arquitetura do ferro na cidade de Fortaleza.


*Fundada em 1891, a Fênix Caixeiral era uma sociedade assistencial e cultural que congregava o pessoal do comércio, representados pelas figuras de maiores aspirações sociais no segmento, geralmente guarda-livros. Rapidamente passaram a desfrutar de grande consideração em todos os círculos sociais da cidade (CASTRO, 1987: 220).

**O esquema consistia em recuar o edifício dos limites laterais, conservando-o sobre o alinhamento da via pública, o recuo era apenas de um dos lados, do outro quando existia, era reduzido ao mínimo (REIS FILHO, 1983: 44).


Leia também:
Parte I
Parte II


Crédito: Uma Revolução no tempo das trocas: Arquitetura do ferro na cidade de Fortaleza (1860-1910) - Maria Claudia Vidal Lima Silva

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Edificações que contam a história de Fortaleza



 

Nos últimos 80 anos vimos a cidade crescer vertiginosa. Alguns prédios ficaram como verdadeiras joias, testemunhas da passagem do tempo. Vamos conhecer um pouco mais sobre o Excelsior Hotel, Instituto Dr. José Frota, Náutico Atlético Cearense, Edifício Clóvis Beviláqua, Palácio da Abolição, Shopping Center Iguatemi, Mercado Central e Centro de Eventos do Ceará.

Veja a matéria completa no Vós



Crédito: Vós

Agradecimento especial: Paulo Maranfon e Ronaldo Moreira (Café)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mercado Central de Fortaleza - 200 anos de história - parte II



O ANTIGO MERCADO DA FARINHA
CENTRO DE REFERENCIA DO PROFESSOR
ANTIGO MERCADO CENTRAL - 1994/1996
PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA
RESTAURAÇÃO E REABILITAÇÃO DO ANTIGO MERCADO CENTRAL




“Na sessão de 15 de junho de 1809, a câmara municipal acordou por determinação do Governador Barba Alardo publicar e afixar editais para se fazer um Mercado Público dentro do pátio e estacada dos paços do conselho (casa n. 42 da Rua Sena Madureira)”.
Este mercado, mais conhecido como Mercado da Farinha, que já não existe, era destinado a venda de cereais complementando o serviço de abastecimento da cidade de Fortaleza, já que o Mercado de Ferro se destinava única e exclusivamente a venda de produtos frescos e foi desmontado em 1938. O atual edifício do Antigo Mercado Central foi concluído e inaugurado em 22 de setembro de 1932, provocando com isso a posterior retirada do Mercado de Ferro da vizinhança, concentrando-se todo o serviço de abastecimento de grande parte da cidade nele.
O edifício, com acessos por três ruas distintas, Conde D’Eu, General Bezerril e Travessa Crato, tem características Art-Déco bastante despojadas e simples, tão em moda e próprias da época. É composto basicamente por um pavilhão com estrutura de pilares de concreto e coberta executadas com elegantes tesouras metálicas feitas com trilhos de bondes. Originalmente foi coberto com telhas de barro planas do tipo de Marselha, sendo substituídas posteriormente por telhas de fibrocimento.
São poucas as alterações propostas pelo novo projeto de reabilitação arquitetônica para o edifício como tal, já que elas se produziram fundamentalmente no seu novo uso, abrigar o Centro de Referência do Professor.
Fazem parte do programa deste Centro, a Biblioteca Virtual Moreira Campos¹, a Galeria Antônio Bandeira², a sala de referência do Município, áreas para café, de lazer passivo, teatro aberto, jardins e outros.
O Centro de Referência do Professor foi projetado tendo como foco central a restauração e reabilitação do edifício do Antigo Mercado Central.

A ideia nasce como uma grande praça coberta com 3.500,00 m² de área, onde os equipamentos, como a Biblioteca Virtual Moreira Campos, a Galeria Antônio Bandeira, o Teatro, os jardins e outros estariam distribuídos dentro da mesma.

Foram mantidos todos os elementos construtivos que o caracterizam, com realce para a estrutura metálica da coberta que esta executada com tesouras que utilizam trilhos de bonde. A preocupação maior recai sobre a nova inserção física no edifício que é o mezanino. Este abrigará na parte térrea a Galeria e na parte superior a Biblioteca. Foi projetado e executado também em estrutura metálica. Sua robustez marca a presença do novo dentro do edifício antigo, respeitando o projeto original.


¹MOREIRA CAMPOS (José Maria)
Nasceu em 1914, em Senador Pompeu, Ceará. Infância nômade por causa das atividades iniciais do seu pai, funcionário da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas. Formado em Direito, 1946, licenciou-se mais tarde em Letras Neolatinas e teve longa carreira de professor. Faleceu em 1995. Sua estreia com Vidas Marginais, em 1947, pelas Edições Clã, aproxima-o de Graciliano Ramos pela frase seca e pela força da expressão. O contista adquirirá voz própria a partir de Portas Fechadas, 1957. Publicou ainda estes volumes de contos: As Vozes do morto, 1963, O Puxador de Terço, 1969, Contos Escolhidos, 1971 (a terceira edição, pela Antares, coube a Hélio Pólvora, 1978), Os Doze Parafusos, 1978, e A Grande Mosca no Copo de Leite, 1985. Seu conto O conto O Preso, que está traduzido em hebraico e alemão, foi extraído da Obra Completa: Contos, de Moreira Campos, pela Editora Maltese, 1996.

²ANTÔNIO BANDEIRA

(Fortaleza, CE, 1922 - Paris, 1967), Pintor, autodidata. Começou a desenhar no Colégio Cearense dos Irmãos Maristas, em Fortaleza. Participa do movimento artístico local, inclusive da fundação no início da década de (1940) do Centro Cultural Cearense. Participou do Salão de Abril, Fortaleza obtendo medalha de ouro (1942) e do Salão Paulista de Belas-artes, medalha de bronze (1943). Realiza individual na seção carioca do Instituto dos Arquitetos do Brasil. aonde recebeu bolsa-de-estudos do governo francês. Em Paris frequenta a Escola Superior de Belas-artes e Académie de La Grande Chaumere (1946 a 1950).Em 1949, com os pintores Wols e Camille Bruyen, fundou o grupo Banbryols ("Ban" de Bandeira, Bry de Bryen e Ols de Wols). Retornou ao Brasil, expondo individualmente no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1951 e 1953. Participou de várias exposições individuais e coletivas no Brasil e Exterior, destacando-se: Bienais de São Paulo (1951, 1953, 1955, 1959), Salão Nacional de Arte Moderna no Rio de Janeiro (1951, 1953); Bienais de Veneza, (1952, 1954, 1960, 1964), Museu de Arte Moderna da Bahia, (1960); Galeria Bonino em São Paulo (1962).
GALERIA ANTÔNIO BANDEIRA

A Galeria Antônio Bandeira se encontra sob o mezanino no centro da grande praça coberta que é o Centro de Referência do Professor.

São duas salas, uma destinada a exposições temporárias com 320 m² e outra de menor tamanho, com 91 m², para exposições de maior permanência. Ambas completamente equipadas e climatizadas.

Portanto a Galeria do Centro de Referência, com um total de 411 m², é sem dúvidas um dos maiores espaços para exposições da cidade de Fortaleza.
A gestão tanto da Galeria como das atividades culturais do Centro, estarão sob a responsabilidade da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo da Prefeitura Municipal de Fortaleza - FUNCET.

BIBLIOTECA VIRTUAL MOREIRA CAMPOS

A Biblioteca Virtual é um programa inédito no Brasil. Para atender aos estudantes e ao público em geral e estará conectada a rede internacional de computadores.

Dentro do Centro de Referência ela está localizada no mezanino em uma área de 632 m², com 145 terminais conectado a um provedor próprio da Prefeitura.

A previsão de atendimento é de 123.000 usuários, com horário em três turnos.

Está dividida nos seguintes setores:
•Sala de Pesquisa e Estudos em Grupo,
•Sala de Pesquisa e Estudos Individuais,
•Sala de Aula,
•Sala de Professores e
•Sala de Informações da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
A gestão do Centro e da Biblioteca Virtual será da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social - SMDS.

O PROJETO DE REABILITAÇÃO DO ENTORNO

A Prefeitura Municipal de Fortaleza, empenhada na recuperação do Centro Antigo da cidade elaborou projeto de reabilitação do entorno do Centro de Referência do Professor (Antigo Mercado Central - 1932). Está composto de 23 edificações, todas do início do século, que junto com o Antigo Mercado compõem e integram o conjunto de maneira harmoniosa na escala do contexto urbano.

Para a elaboração do projeto foram levados em conta, todo um conjunto de informações histórica, iconográficas e arqueológicas, bem como um fator importante: a compatibilização com os interesses dos usuários e proprietários.



O PROJETO DE REABILITAÇÃO DO ENTORNO
Rua General Bezerril

TRAVESSA DO CRATO

CONDE D’EU
Obras de recuperação feitas no setor 2 da Rua General Bezerril


Mercado Central de Fortaleza - 200 anos de história



Uma trajetória de desafios e conquistas

A Câmara municipal autorizou a construção, em madeira, do mercado em 1809, a princípio funcionaria para o comércio de carne, fruta e verdura.
Em 1814 estas instalações precárias foram demolidas e, em seu lugar ergueu-se um novo prédio que foi denominado de cozinha do povo.

A reforma mais significativa do mercado não foi de ordem física : em 1931, o comércio de carne, fruta e verdura foram proibidos dentro do prédio, assim sendo, os lojistas do mercado tiveram que mudar de ramo dando lugar aos boxes de artesanato.
Além da proibição para a venda de carnes, frutas e verduras, esta medida também foi forçada devido à boa freqüência do local, tendo em vista seu posicionamento físico, e o avanço na introdução de produtos dos mais variados tipos, tanto para o uso doméstico, como artigos para vestimentas, cama e mesa, derivados do caju, bebidas, doces etc.
Com o passar do tempo várias reformas foram realizadas, quando em 1975, o mercado foi reinaugurado ocupando um espaço de 1.200 metros quadrados. Desta forma um grande centro para comercialização destes produtos foi iniciado, o local foi se transformando em um grande labirinto formado por pequenos boxes, com corredores estreitos e, cada dia mais, aumentava seu fluxo de compradores e vendedores.
O tempo foi modificando a clientela, passando a ser formada cada vez mais por visitantes, tanto do estado como das mais variadas cidades do Brasil e do mundo.


No início dos anos 90 os boxes estavam em constantes ameaças de incêndio, devido à precariedade de suas instalações elétricas. Aliando este fato ao crescimento de Fortaleza e ao seu potencial turístico, e, por conseqüência, de seu público frequentador  um novo mercado foi idealizado, em modernas instalações, muito mais amplo e com muito mais boxes, aumentando as oportunidades de trabalho para comerciantes e artesões, da cidade e do interior.


Casinhas na Avenida Alberto Nepomuceno que foram demolidas para construção do Mercado Central. Na foto ainda é possível apreciar a antiga igreja da Sé que seria demolida em 1938. 
Foto dos anos 30. Arquivo Carlos Augusto Rocha

O novo prédio
O Diário Oficial do Município publicou no dia 5 de novembro de 1997 a lei Nº 8073, de 21 de outubro de 1997, que autoriza o chefe do poder executivo a outorgar a atual Associação dos Lojistas do Mercado Central (ALMEC) a administração gerencial deste novo equipamento, nas condições que indica e dá outras providências.
No dia 19 de janeiro de 1998 iniciou suas operações na Av. Alberto Nepomuceno, 199, bem ao lado da Catedral Metropolitana de Fortaleza, a igreja da Sé e, em frente ao comando da 10ª Região Militar.

O Novo Mercado Central iniciou suas operações abrigando 559 boxes, 18 banheiros, distribuídos em 5 (cinco) pavimentos, sendo um deles destinado a estacionamento.


Foto da construção do Mercado Central em julho de 1996. Acervo O Povo


A área compreendida para a administração da ALMEC era de 9.690,75 m2, medindo e se confrontando: ao poente, frente, por onde mede 174,16m, com a Av. Alberto Nepomuceno  ao nascente, fundos, por onde mede 168,00m, com área de domínio público municipal, ao norte, lado direito, por onde mede 57,00m, também com propriedade do município de Fortaleza, e ao sul, lado esquerdo, em dois seguimentos de reta, medindo o primeiro, 9,00m e o segundo 49,00m, ambos confinando com o terreno em que se encrava a unidade assistencial da FEBEMCE termo de outorga da administração gerencial do Novo Mercado Central foi assinado, em 21 de outubro de 1997, pelo prefeito, no caso, Dr.Juraci Vieira Magalhães e o presidente da Associação dos Lojistas de Fortaleza – Almec, Sr. Antônio Bezerra de Brito.
No dia 19 de janeiro de 1998 foi inaugurado o novo prédio do Mercado Central de Fortaleza projetado pelo arquiteto Luiz Fiúza.


Os visitantes podem encontrar no Mercado Central: artigos em couro (sandálias, sapatos, chapéus, bolsas e malas), rendas e bordados em roupas e em peças de cama, mesa e banho, rendas de bilro, camisetas, lembrancinhas como mini-jangadas, bijuterias, jóias em ouro e artigos para decoração. 
Os produtos regionais que encantam o paladar dos turistas como cachaça, licores, castanha e doce de caju, também estão, à venda no mercado. Restaurantes oferecem comidas típicas nordestinas. Escadas, rampas e o elevador facilitam o acesso do público aos andares superiores.


Mercado Central de Fortaleza é o maior mercado do nordeste. 


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ruas de Fortaleza - Mudanças (Rua Conde D'eu)


RUA CONDE D'EU - CASA DOS GOVERNADORES

A primeira foto data de 1929 e mostra a Casa dos Governadores, onde em 5 de outubro de 1824, foi nomeada a Comissão Militar para julgar os revoltosos republicanos cearenses, que ali funcionou, na Rua Direita dos Mercadores, chefiada pelo tenente-coronel Conrado Jacob Niemayer, sendo arroladas 35 pessoas. Foram bacamarteados em 1825 vários heróis.
No dia 30 de abril, João Andrade Pessoa Anta e o padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó (Padre Mororó); no dia 7 de maio, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina; em 16 de maio, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo (Azevedo Bolão); e no dia 28 do mesmo mês, tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.


Em 1929 o então prefeito Álvaro Weyne mandou demolir a casa, antes mandou fotografá-la, como fez com o Oitizeiro do Rosário e o portão do mercado conhecido como "cozinha do povo", que também ficava naquela rua.

Mandou construir no local o Mercado Central, de frutas e cereal, que se inaugurou em 22 de setembro de 1932, que vemos na Segunda foto e que serviu à Cidade durante muitos anos, mas que depois ficou somente para artesanato e que com a construção de um novo na Avenida Alberto Nepomuceno foi transformado no Centro de Referência do professor.
A terceira foto data de 1990 e mostra em que estado estava o velho mercado que já havia se transformado em centro artesanal. Vivia momentos difíceis, pois estava condenado pelo Corpo de Bombeiros como uma fonte de incêndio.

A Quarta foto é atual, vendo-se como ficou após a total reforma. Sua inauguração deu-se no dia 27 de outubro de 2000, abrigando as instalações do Centro de Referência do Professor, da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
O trabalho foi do arquiteto José Capelo Filho, abrigando a Biblioteca Virtual Moreira Campos, a Galeria Antônio Bandeira, a Sala de Referência do Município, áreas para café e o teatro aberto. Como o mercado, tem três entradas, pela Rua General Bezerril, Rua Sobral (antiga Travessa Crato) e Rua Conde D'Eu.

RUA CONDE D'EU - COZINHA DO POVO

Barba Alardo, que saiu do governo do Ceará em 1812, deixou um pavilhão de madeira no meio do cercado da casa da Câmara, simples telheiro onde eram feitas as feiras. Em 1814 é iniciada a construção de um mercado que tinha, como o atual, frente para a praça Carolina (atualmente Valdemar Falcão) outra para a rua Direita dos Mercadores (atual Conde d'Eu). Era deste lado que ficava este portão que ganhou do povo o apelido de "cozinha do povo".
Antigos resquícios da velha Fortaleza foram demolidos em 1929 pelo então prefeito Álvaro Weyne, precursor de José Valter, que antes mandou fotografá-los (triste consolo!), como a derrubada do oitizeiro do Rosário, a destruição da antiga "casa dos governadores" e este portão de mercado que trazemos nesta fotografia que foi uma das mandadas colher pelo citado prefeito.
Apesar da derrubada do portão da velha foto em 1929, o mercado de frutas e cereais só ficou pronto em 1932, sendo inaugurado no dia 22 de setembro, no primeiro aniversário do governo do capitão Roberto Carneiro de Mendonça.
Depois o Mercado Central já não servia às finalidades para o qual foi construído. A indústria do turismo transformou-o em ponto de venda de peças de artesanato, principalmente peças de bordados e labirinto, sendo um chamariz para os turistas que por aqui passam à procura de artesanato regional.

Na foto mais antiga vemos o portão do antigo mercado na Rua Direita dos Mercadores (atual Rua Conde D'Eu) conhecido popularmente como "cozinha do povo", demolido pelo prefeito Álvaro Weyne em 1929.
Na Segunda foto, que data de 1980, o mercado inaugurado em 1932 já deteriorado e servindo de centro artesanal para turistas e na parte térrea dos fundos vendas de raízes, ferragens, material de folha flandres, bombas de puxar água, tamancos, vassouras, espanadores, ralos, peneiras, rapa-cocos, tábuas para corte de carne, material para fogões, mesas, cadeiras, tamboretes, cavaletes, escadas, etc.
Vendo-se a fotografia atual, têm-se uma ideia da localização exata das antigas fotos. O sobrado que aparece uma ponta no canto direito ao alto, está nas três fotos. No velho prédio, hoje totalmente reformado e adaptado, funciona hoje o Centro de Referência do Professor.

Crédito: Portal do Ceará/Arquivo Nirez

quarta-feira, 17 de março de 2010

Fortaleza em P&B

Praia do Mucuripe - 1939
Praia do Mucuripe - 1945 (Custo a acreditar que esse morro seja aquele cheio de casas¬¬)

Essa foto é bem antiga, vemos a estação central e o movimento das carroças daquela época

Esse é o Moinho Fortaleza - Anos 50


Mercado Público na antiga praça José de Alencar - Foto de 1909


Uma bela mansão na Av. Santos Dumont - Década de 50




Foto dos anos 30 da Major Facundo



Jangadeiros e uma cidade ao fundo pacata, sem prédios - Década de 50


Agora duas fotos da Praia de Iracema - 1930


Centro da cidade - Década de 50


Quiosque do Bembem - 1907

Avenida Presidente Vargas
Avenida Almirante Barroso



Antigo mercado Municipal



Documentário compara a capital do Ceará de 1920 com a Fortaleza, já metrópole, de 1963






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