Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Papicu
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domingo, 17 de outubro de 2021

Os homenageados nas ruas da cidade - Amélia Benebien - Parte XI

A Primeira médica nordestina

Amélia Pedroso Bembem¹ é nome pouco conhecido no Ceará, inclusive em sua cidade natal, Crato². Poucos ali sabem tratar-se da primeira mulher cearense e a segunda no Brasil a formar-se em Medicina, em 1889, pela veneranda Escola de Medicina da Bahia, a mais antiga do País. A primeira foi a gaúcha Rita Lobato, diplomada pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, dois anos antes. 

Como boa parte dos vizinhos, seus pais deixaram Exu-PE e foram morar no Crato/Ce, na época a mais progressista cidade de todo o Cariri, extremo sul cearense. Ali nasceu, no Sítio Bebida Nova³, ao pé da Serra do Araripe (de propriedade de seu pai, agricultor e grande produtor de rapadura na região), em 6 de janeiro de 1860, Amélia Benebien (depois Perouse, sobrenome do esposo, Dr. Julio Perouse da Ponte, médico francês), filha de Umbelina Moreira de Carvalho e do coronel Joaquim Pedroso Bembem, parente de Pe. Cícero, afeita aos estudos.

Dez anos antes da Proclamação da República, um decreto (Lei Leôncio de Carvalho) permitiu às mulheres brasileiras estudarem nas Escolas de Medicina. Quando soube, suplicou aos pais para iniciar o curso na Escola de Cirurgia do Hospital Real da Cidade da Bahia, cuja Faculdade de Medicina fora criada em 1808. 

Ao término do curso, a cearense defendeu a tese que intitulou “Disposições anormais do cordão umbilical”.


Recorte da matéria de Ângela Barros Leal (O Povo, 22/11/ 1988), “A História do Ceará Passa Por Esta Rua”. A Rua Amélia Benebien se localiza no bairro do Papicu.


Rua em homenagem à Amélia 

E num lombo de um cavalo, aos 25 anos, acompanhada de dois escravos, partiu para Salvador, cortando de balsa o majestoso Rio São Francisco. Enfrentou o preconceito por ser mulher, cearense, num curso frequentado por filhos de abastados, brancos de todo o Nordeste, e para tal conviveu com seus cabelos curtos, machista, até a formatura em 1889, sem repetir uma cadeira.
Valeu a pena: primeira médica nordestina. E segundo conta a história, foi também a primeira mulher a exercer a Anestesia no Ceará
Amélia faleceu em 1953, aos 93 anos. 

Foto: Memória Histórica do Crato
A respeito da médica cratense, escreveu Figueiredo Filho

“De Crato, escondida à sombra da Chapada do Araripe, quando no Brasil não se falava em reivindicações femininas, ainda na monarquia seguiu, para estudar medicina, a moça Amélia Pedroso. Parte do percurso até alcançar os trilhos da estrada de ferro SalvadorJuazeiro da Bahia fazia-se em lombo de cavalo”. E, reportando-se ao pai de Amélia, para ele uma espécie de Diógenes matuto: 

"Certa vez, quando conduzia a filha do Crato ao São Francisco, acompanhada de dois escravos de confiança, parou o cavalo de súbito em cima da chapada do Araripe. Virou-se para a filha e disse: “Menina, você vive na escola com rapazes brancos e bonitos, mas nunca se perdeu. Pode viajar sozinha com esses negros, sem nenhum perigo. Vou voltar." Retrocedeu. Foi cuidar do engenho de rapadura no seu sítio pé-de-serra, Bebida Nova”.

Rua Amélia Benebien

¹ O escritor J. de Figueiredo Filho, autor do livro “Engenhos de Rapadura do Cariri”, cratense como Amélia, esteve com ela, em Salvador, em 1936. Visitou-a em casa. Ela já de idade avançada e viúva do cirurgião Julio Perouse Pontes, de ascendência francesa. Explica Figueiredo Filho como, com o casamento, ela passou a assinar Amélia Benebien Perouse. Alterou o sobrenome Bembem para Benebien, resultado da junção da palavra latina Bene, e do francês Bien. Na verdade, Bembem era apelido do seu pai que foi incorporado ao sobrenome de família. Com o nome de casamento, passou a ser conhecida na Bahia e com o qual a municipalidade de Fortaleza a homenageou no início dos anos 80, batizando uma rua com o seu nome, fato que até hoje, lamentavelmente, não ocorreu em sua cidade natal. 

² O jurista e escritor Raimundo de Oliveira Borges, em seu livro “Crato Intelectual”, focaliza a figura da Dra. Amélia e afirma fora a homenagem prestada pela edilidade fortalezense à primeira médica cearense, a ilustre cratense “teria desaparecido na voragem do esquecimento, lembrada quando muito pelos familiares...”.

³ Também conhecido como Lopes, o sítio ficava a pouca distância do centro da cidade do Crato e em volta dele dezenas de outras propriedades rurais eram dedicadas à produção de rapadura, que era vendida, em grande parte, para os estados de Pernambuco, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte. Houve época em que só no município do Crato havia mais de 200 engenhos de cana de açúcar, produzindo a melhor rapadura do País.

Leia também:



Fonte: Blog Fatos Históricos Mundo em debate/Portal da História do Ceará/1001 Cearenses Notáveis-F. Silva Nobre e Site Casa do ceara, do jornalista José Jézer de Oliveira (Crato).

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O sapateiro poeta do Papicu


Seu Alves, a versão cearense do poeta Gentileza 

“Essa história é complicada, não tive nenhuma comunicação. Me senti violado, desconsiderado, tá certo que eu não sou nada na vida, mas eles não podiam ter feito isso”. É assim que Honorato Alves Pereira, 73 , mais conhecido como “seu Alves” inicia e descreve a própria história: a do sapateiro-poeta do Papicu, bairro localizado na zona-leste da capital cearense.

Há 23 anos ele trabalha como sapateiro em um dos pontos mais movimentados da cidade de Fortaleza, no horário de oito da manhã até às quatro da tarde, exercido religiosamente de segunda a sábado, embaixo de um puxadinho feito de madeira construído por ele mesmo. É nesse local que seu Alves tirou o ‘sustento’ para criar uma família numerosa.

“Filhos eu sei que são dez, agora os netos ainda não consegui contar direito, só os bisnetos, sei que são cinco”, contabiliza o homem que também foi carpinteiro e eletricista.

O sapateiro-carpinteiro há doze anos virou também escritor, quando resolveu utilizar o muro de um terreno localizado na Avenida Engenheiro Santana Junior para escrever mensagens que exaltam o amor e a família.


“Eu tenho isso aqui como um livro, eu coloquei isso para orientar as pessoas, as famílias estão se desfazendo.” Muitas mensagens escritas são em homenagem à mãe de seu Alves. “Não gosto muito de falar sobre a minha mãe, mas me lembro que ela sempre dizia: – meu filho, eu não tenho estudo, se eu pudesse, eu te dava. Cheguei a pedir esmolas com ela”, confessa entre lágrimas.

O sapateiro não sabe quantas mensagens escreveu, mas sabe que algumas conseguiram alcançar o objetivo. “Teve gente que veio aqui só me dizer que um dia foi tocado pelas minhas mensagens.”


A fama do sapateiro-escritor ultrapassou os limites da cidade, “vários estudantes e jornalistas de outros lugares vieram só ver minhas mensagens, teve gente da Itália, da França e do Paraguai. Eu tenho tudo guardado, todas as reportagens, tá tudo plastificado lá na parede da minha casa. Eu sou o Gentileza-cearense”, sorri enquanto se autointitula.

O sapateiro faz referência ao Profeta Gentileza, andarilho das ruas do Rio de Janeiro, que na década de 80 pintou 56 pilastras do Viaduto do Caju, numa extensão de aproximadamente 1,5km. As mensagens do profeta eram inscritas em verde e amarelo e mencionavam frases de gentileza. Uma das mais conhecidas é “gentileza gera gentileza”.

Mesmo sendo reconhecido como um personagem importante, seu Alves não conseguiu a conservação das mensagens, pois elas foram escritas em muro de uma propriedade particular. No local foi construído um supermercado de uma grande rede internacional. Com a construção do prédio, quase toda a extensão do muro foi pintada, apagando uma boa parte das mensagens.

“Eles estão apagando mensagens que podiam modificar as pessoas, me senti como se eu tivesse feito algo de muito ruim. Quando vi quase não acreditei, passei muitos dias sem vontade de comer, fiquei muito triste”, desabafa o sapateiro-escritor.

O muro-livro é também local de trabalho, e muitos dos clientes de seu Alves estão espalhados pelas adjacências. O sapateiro afirma que muitos deles estão contrariados, “todos dizem que isso é uma crueldade”.

Paulo Gusmão, 43, que é engenheiro de pesca e passa pela avenida quase todos os dias, desabafa: “a gente vai sentir falta”. A indignação vai além. Marcos Pedrosa, 34, comerciante, ressalta que “não faz sentido a retirada de todas as mensagens”. “Com isso uma parte do Papicu vai morrer”, reforça.


Seu Alves já é um personagem conhecido de todo o bairro e porque não dizer de toda cidade? Muitas pessoas passam pela Avenida Engenheiro Santana Junior diariamente e utilizam o muro até como referência de localização, como no caso do estudante Leandro Porto, 23, que está há pouco tempo em Fortaleza e utilizava o muro como referência. “Quando passei e não vi as mensagens, pensei que não estava perto do terminal, quase passei do ponto de descida”.

Além do muro, seu Alves também utilizou uma parte da calçada do terreno como painel, onde escreveu mensagens nas cores azul e vermelho.

Mesmo na pressa diária, alguns pedestres mais atentos param para ver palavras que falam de amor e felicidade. Palavras que desejam o fim das guerras com uma vontade infinita de que todos sejam felizes.


Colaboradora: Angélica Goiana
(Texto publicado originalmente em 07 de maio de 2013 no site Clichetes)
Fotos: Agência Fato


Saiba Mais:

Em março de 2015, as pinturas do Sapateiro chegaram ao Estoril na exposição Sapateiro Alves: amigo do pobre, conhecido do rico. Reunindo placas com frases de amor, fé e tiradas cômicas, a mostra ficou em cartaz até o mês de abril e se juntou à comemoração do aniversário de Fortaleza.

“A calçada pertence a nós”, brada o homem simples que achou que pediria esmola para sobreviver à velhice, mas que hoje, é “aposentado com casa própria”. E é do lar grafado de azul e vermelho no Bairro Vicente Pinzón que o Sapateiro percorre de ônibus toda a cidade, “da Messejana até Caucaia. Conhecido por muitos e até estudado por pesquisadores de tipografia, Alves não quer ser artista. “Sou uma pessoa como qualquer outra. Eu não tenho riqueza e nem quero. Eu quero mesmo é saúde”, gargalha.

Honorato Alves Pereira já foi carpinteiro, eletricista, ferreiro e chegou até a trabalhar como sinalizador na pista do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. “Me mandei pro Rio, cheguei lá querendo falar com o Getúlio Vargas (presidente à época), viram logo que eu era matuto”, conta. Já tendo passado por outros 10 estados, voltou e se firmou mesmo no Ceará, no bairro Papicu, onde fez muito velho virar novo. “Engraxar é como fazer o cabelo, tirar a barba. Eu deixo só o mi”.

Nos 30 anos que passou na famosa banca, tomou como missão colorir o cinza urbano. Chegou a ter problemas com a Polícia, mas ganhou o respeito dos pichadores. “Eles diziam que eram meus fãs”, conta, ressaltando que passou a pintar os muros só de madrugada. Preferiu não criar problema com os “barões”, sabe que “quem tem rabo de palha, não chega perto do fogo”.

O mural foi apagado inúmeras vezes. Ele não desanimava e refazia, até que achou por bem não pintar mais. Agora, as cores do Sapateiro chegam às galerias em mostra com curadoria de Bárbara Cariry e Diego Pontes. Orgulhoso do feito, Alves quer mesmo é passar suas mensagens. Com fala apressada e pandeiro à mão, pede para deixar um recado primordial: “Quer ser feliz? Faça alguém feliz”.

Fonte: Jornal O Povo - Matéria de Paulo Renato Abreu em 14/03/2015

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fábrica da Brahma - Só restou a saudade...



A Fábrica vista do Conjunto Santa Terzinha. Foto dos anos 80. Acervo Isabel Aguiar


CARNAVAL COM ASTRA

(Marcha) 

Letra e música de Francisco José Abreu

Vamos minha gente simbora
Carnaval chegou já está na hora
Vamos minha gente simbora
Carnaval com Astra é o melhor
Está na hora
Cerveja Astra é a melhor do Ceará
Em qualquer lugar você pode encontrar
Cerveja Astra geladinha o que, que há
Não há outra melhor no Ceará
Cerveja Astra chegou e abafou
Vamos beber e pular até o sol raiar
Cerveja Astra geladinha eu vou tomar
É a cerveja melhor do ceará
Mas quem foi que chegou
E abafou, foi a Astra, foi a Astra, sim senhor (Bis)




Foi em 1965 a solenidade da pedra fundamental do prédio, localizado no bairro do Papicu, 
um dos bairros mais tradicionais de Fortaleza, contendo por exemplo o Hospital Geral de Fortaleza, peça importante da saúde pública cearense; o Terminal do Papicu, o mais movimentado terminal de ônibus da cidade, com um fluxo de 303.129 pessoas transportadas por dia; e também a Lagoa do Papicu. 

O prédio foi construído pelo engenheiro cearense, Luiz Gonzaga de Carmo Paula¹, formado pela Universidade Mackenzie, de São Paulo.

Em 1970, houve a  inauguração e lançamento da cerveja Astra, com festa no Clube Náutico Atlético Cearense.
A cerveja Astra foi criada pela firma J. Macêdo & Cia, em Fortaleza, produzindo então uma cerveja de marca própria. Astra, cerveja do Ceará!

Em 1971 a J. Macêdo adquire o controle acionário da Cervejaria Miranda Corrêa, de Manaus, para, em seguida, se associar à Brahma.



Em 2010 a antiga fabrica da Brahma foi ao chão. A implosão ocorreu sem problemas, deixando, no entanto, a lembrança para alguns que passaram certo período de sua vida ligado a essa cervejaria. Caso, por exemplo, do publicitário Giácomo Mastroianni. Ele conta:

“Eu fiquei em casa para ver a implosão da antiga cervejaria Astra (Brahma), muito ligada ao meu passado, pois participei de seu nascimento, paixão e – agora – morte, como associada de J.Macedo. Fiz a solenidade de pedra fundamental (1965), inaugurei e lancei o produto (1970) e agora estou assistindo ao desmonte (2010).”


Muitos colégios faziam passeios até a fábrica da Brahma, lá os alunos tomavam guaraná Brahma (a inconfundível garrafa marrom com “gominhos”), ganhavam lápis, régua e uma revistinha. 



Dez segundos foi o tempo que o prédio da Brahma levou pra vir abaixo, no domingo, 16 de Maio. O estrondo foi sentido distante dali, na Beira Mar, por quem, na infância, adorava as réguas e lápis distribuídos nos passeios pela empresa e se enchia de refrigerante.


Em dez segundos, o prédio onde Paulo havia trabalhado no início dos anos 70 veio abaixo. Como divulgado pelo jornal O POVO, de pé, restou apenas a caixa d'água. Paulo recorda: passou ali bons anos da vida, como assessor de imprensa da Brahma e, antes, da empresa que fabricava a cerveja Astra, uma legítima criação cearense. A construção, que ficava no bairro Papicu, era não somente um amontoado de tijolos, mas um repositório de histórias.

Há quem se lembre até dos almoços na empresa, das festas, da pompa que gozava uma fábrica de cerveja. O jornalista Paulo Limaverde, 70 anos, por exemplo, resgata um dos pontos que o fazem recordar aquele tempo. "Acho que a Brahma era a única fábrica onde, na hora almoço, o funcionário podia tomar até dois copos de chope."

Paulo também relata um caso curioso. Antes de se instalar na cidade, para desbancar a concorrente local, a marca de cerveja teria feito uma presepada. "Eles compraram caixas de Astra, congelaram, depois levaram pra praia, deixaram no sol e, em seguida, distribuíram." O resultado foi calamitoso. "Deu dor de barriga em todo mundo. É, foi assim. O pessoal conta, ninguém prova nada, mas tenho certeza que eles fizeram isso."

Para as irmãs Dedê e Aldiane Oliveira, a memória despertada pela lembrança da fábrica tem menos a ver com cerveja do que com refrigerante. Quando crianças, elas faziam, junto com os alunos da Escola Dorotéias, passeios periódicos à empresa. A designer Dedê, 32 anos, fala que, além de ganhar brindes, "enchia o bucho" de Sukita. "Bebia porque não gostava de Coca. Eu tinha uns oito anos. Era na quinta série. A gente assistia ao filme da história do guaraná. Como é que fazia tudo, tinha palhacinho". Aldiane, 35, não se interessava tanto pelo refrigerante, mas pela produção em si da beberagem. "Gostava mais do processo produtivo. Como era feito o refrigerante, a garrafinha."

No dia da implosão do prédio da Brahma, Dedê estava em casa. Era domingo. O chão vibrou, ouviu-se um estampido. Havia fogos no Aterrinho da Praia de Iracema, ali perto, mas a menina da Sukita sabia que era fábrica despencando e deixando pra trás apenas um rastro de memória.

"Bons tempos que sinto, ao relembrar a fábrica que visitei varias vezes quando era criança, pela escola. Ganhava régua e lápis do guaraná Brahma, e refrigerante até dizer chega. só de memórias em fotos e pensamentos." 
Paulo Duarte

Para implodir o prédio, foram necessários 250 kg de dinamite. A implosão durou 10 segundos. A população pode assistir, de longe, à implosão, cujo impacto pode ser sentido bem longe dali. E aquele cheiro de gás forte, lavando as garrafas.  


Queda começa e o prédio central tomba e cai, chamando a atenção dos presentes. Ao fundo, os prédios altos e o mar são referência para a boa localização do terreno no Papicu - Foto de Tuno Vieira

Para o jornalista Paulo Limaverde, 70, o momento foi importante. "Foi uma emoção incrível. Porque aquilo acolá tinha uma parte grande da história. Tinha concurso, jantares, muita gente ia almoçar conosco. Tinha muita coisa interessante naquela fábrica."


Outro ângulo: o prédio mais alto foi o último a ir ao chão. A estrutura da caixa d´água não ruiu causando frustração aos presentes.

Histórico na Capital

A implosão mais antiga em Fortaleza foi em 1994, na Beira-Mar com o edifício Jalcy, de nove andares. Em agosto de 2000, foi abaixo o antigo prédio do Fórum Clóvis Beviláqua, no Centro da cidade. A última implosão na Capital aconteceu no dia 17 de fevereiro de 2002; um prédio inacabado na avenida Abolição com a rua Joaquim Nabuco. A estrutura tinha 15 metros de altura.


Uma curiosidade:

Foi Tarcísio Tavares o criador e executor do lançamento da Cerveja Astra no mercado.


Aquele prédio tinha um significado muito grande para todos nós, pois representava a cearensidade destemida que ousou desafiar os carteis de cerveja do país.Todos nós lutamos até a exaustão para solidificar a marca Astra que foi engolida pela Brhama. Quando o prédio implodiu foi-se dentro daquele poeiral enorme parte da história desta cidade que um dia será contada em detalhes.

Paulo Limaverde


¹ O Dr. Luiz Gonzaga era engenheiro civil, formado pela Universidade Mackenzie de São Paulo, com brilhante currículo. Filho de João da Light, figura ímpar da História de Fortaleza.
Ele sempre trabalhou para o Grupo J. Macêdo, onde teve oportunidade de dirigir e construir diversas obras, destacando-se a Cervejaria Astra, depois Brahma. Dele também, a sede, do O POVO, na Avenida Aguanambi.
Esse engenheiro era parente da família Dummar (primo de Demócrito). Mais tarde, resolveu nos deixar e ir morar nas terras da esposa, D. Nilce Scortecci, em São Paulo, onde veio a falecer. 

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Créditos: blog do Eliomar, 
Jornal o Povo,
Site Autentica vida,
Site Cervejas do Mundo  e
Mourão Cavalcante

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