Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Praça Clóvis Beviláqua
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
Mostrando postagens com marcador Praça Clóvis Beviláqua. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Praça Clóvis Beviláqua. Mostrar todas as postagens

domingo, 2 de dezembro de 2018

Os Jardins de Fortaleza II

Nos jardins de Fortaleza, os cata-ventos estavam geralmente associados a caixas d’água metálicas, adquiridas provavelmente de países europeus como parte do rico universo de edificações, instalações, equipamentos e componentes arquiteturais importados em massa por países latino-americanos em processo de urbanização a partir do século XIX. Esses reservatórios d’água “destinavam-se à irrigação dos jardins públicos por gravidade” e “formavam binário com cata-ventos destinados a elevar a água das cacimbas adjac
entes”. (T. Lindsay Baker - 2012, p. 120).
 

Nos Estados Unidos, embora predominantes no contexto rural, cata-ventos eram instalados em áreas urbanas em várias partes do país, já que governos locais financiavam a escavação de poços e a construção de moinhos para uso público. Cavalos e mulas usados em meios de transporte anteriores à era do automóvel demandavam consumo regular de água, de modo que “próximos aos poços construíam-se cochos de concreto, madeira ou aço com lados de altura apropriada para os animais beberem confortavelmente”. (Cf. ibidem, p. 120).

Esse sistema foi registrado no país a partir do final do século XIX e desapareceu após a década de 1920, com a era do veículo automotor. As imagens que o autor T. Lindsay Baker fornece de distritos urbanos dos Estados Unidos - Kansas City, no Kansas, e Ruskin e Farnam, em Nebraska - mostram poços e moinhos semelhantes às cacimbas e cata-ventos de Fortaleza, mas nenhum deles instalado em jardins. Tais ilustrações - entre outras de San Diego, na Califórnia, e Canyon, no Texas - retratam cochos, carroças, vias sem pavimentação e áreas livres cobertas por terra, sem tratamento paisagístico, indicando que os moinhos bombeavam água para os animais ou para a população, mas não para a irrigação de jardins públicos.


Em Fortaleza, a exemplo do que ocorria em áreas urbanas dos Estados Unidos, a municipalidade era responsável pela instalação e manutenção de cata-ventos em logradouros públicos, segundo consta na seção de finanças municipais sob a rubrica “conservação de cataventos e motores” no Anuário Estatístico do Estado do Ceará relativo aos anos de 1922, 1923 e 1924.

No entanto, no começo do século, ao comentar a seca de 1900, Raimundo Girão afirma que, àquela época, Fortaleza revelava uma “simplicidade provinciana de praças ainda sem jardins, antes monótonos quadros de pastagem do gado à solta”. Naquele tempo, a cidade contava com o Passeio Público, mas ainda não haviam sido ajardinadas as praças do Ferreira e Marquês do Herval, o que veio a ocorrer entre 1902 e 1903.
 


Sobre a Praça do Ferreira, diz Gustavo Barroso (1888-1959) que, durante a seca de 1877-1879, foi aberta em seu centro uma cacimba em pedra lioz para provisão d’água, ao lado da qual se instalou “um chafariz do sistema que os franceses denominavam fontaine Wallace”. Essa peça parece ter sido substituída posteriormente, já que, na época de seu ajardinamento, em 1902, a praça dispunha de cata-vento e caixa-d’água e bacias para irrigação, conforme postagem anterior.

Até então, a Praça do Ferreira era um antigo areal chamado Feira Nova com um “cacimbão no centro”, ponto de parada dos comboios vindos do interior, a que se mostrariam úteis “as mongubeiras e as castanholas floridas, enchendo o solo da frescura das sombras doces e dos frutos gostosos”, bem como a água da cacimba, em palavras de Raimundo de Menezes (1903-1984).

É possível que cacimbas perfuradas para obtenção d’água doce tenham sido aproveitadas quando do ajardinamento de praças, dotadas de cata-ventos e reservatórios. Segundo Liberal de Castro, escavavam-se cacimbas de uso público no ponto central das praças, que, uma vez “ajardinadas, ganhavam caixas-d’água e cataventos, instalações usadas na elevação e na rega dos jardins”.



Contudo, segundo iconografia da época, a Praça General Tibúrcio, ajardinada entre 1913 e 1914, não tinha cata-vento, de modo que desconhecemos quais teriam sido as soluções adotadas para sua irrigação. Por sua vez, a Praça José de Alencar (hoje Waldemar Falcão, que não deve ser confundida com a atual José de Alencar, antiga Marquês do Herval), embora não ajardinada, era dotada de um cata-vento e de um reservatório, além de um chafariz.


Dessa maneira, supomos que a água bombeada pudesse servir para o consumo dos moradores ou dos animais que trafegavam na cidade anteriormente à popularização do automóvel ou vinham do Sertão - nesse último caso, assemelhando-se ao que ocorria em localidades urbanas dos Estados Unidos.
A partir dos anos 1930, a iconografia urbana da capital cearense, nela incluindo-se as fotos do Álbum de Fortaleza, de 1931, mostra que os logradouros urbanos não mais possuíam cata-ventos. Naquela época, a cidade já dispunha do novo serviço de abastecimento d’água, o qual compreendia captação, adução por tubulação, armazenamento em duas caixas d’água localizadas na Praça Visconde de Pelotas e rede de distribuição.

Esses reservatórios eram remanescentes da década de 1910, pois coube ao governador Antônio Pinto Nogueira Accioly (1896-1900, 1904-1912) iniciar as obras do sistema de abastecimento d’água, o qual foi inaugurado somente posteriormente, na gestão estadual de José Moreira da Rocha (1924-1928).62 O novo serviço, todavia, tinha “capacidade de abastecimento parcial à população”.



Fotos daquela época indicam que, se por um lado os cata-ventos já haviam desaparecido das praças ajardinadas, sua existência resistia nos quintais das casas, pois ainda deviam desempenhar importante papel no fornecimento d’água para o consumo doméstico. Segundo Emy Falcão Maia Neto, em 1927, os cata-ventos continuavam sendo anunciados pelas funilarias, sinalizando que faziam “circular água aonde a rede ainda não chegava ou como uma fonte alternativa para fugir dos preços cobrados”.


Naquela década, após a reforma completa que lhe foi imputada, em 1925, no governo do prefeito Godofredo Maciel (1924-1928), a Praça do Ferreira, que antes possuía cata-vento e caixa-d’água, aparece destituída de ambos em fotos da época. Tais imagens ainda deixam ver a presença de fícus-benjamim  no contorno da praça, exemplificando o plantio de espécies arbóreas resistentes, conforme postado anteriormente.


O desaparecimento do sistema de irrigação por moinho eólico também se verifica na Praça José de Alencar. Em 1929, em seu espaço central, antes ocupado por pavilhão, cata-vento e reservatório d’água, foi instalada a escultura do escritor que nomeia o logradouro.


Portanto, admitimos que os anúncios veiculados pelo jornal O Povo entre 1928 e 1930 e antes referidos ofereciam, de fato, cata-ventos usados, tendo particulares como possíveis interessados. Esse é um marco cronológico razoável para o seu desaparecimento dos jardins públicos da cidade, ainda que permanecessem nas propriedades privadas.


Leia também a Parte I

Créditos: Aline de Figueirôa Silva (Arquiteta e urbanista) - Artigo: À procura d'água: cata-ventos americanos nos jardins de Fortaleza, Folha do Litoral de 1918, Jornal A Lucta de 1922, Jornal A Razão de 1931, Jornal A Ordem de 1930, Revista do Instituto do Ceará de 1899, Arquivo Nirez, Arquivo Fortaleza Nobre e Museu da Imagem e do Som.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Avenida da Universidade - As ruas e suas modificações



Avenida Visconde de Cauhípe (Avenida da Universidade) - Assis Lima

"A Avenida da Universidade no Siará Grande era uma artéria aberta pelos holandeses que, queriam no olho chegar a bonita serra azul: Maranguape. Só que quando chegou a Porangaba se toparam com uma linda lagoa e surgiu a primeira bifurcação em Y que a cidade registra.* Os exploradores holandeses encontraram próximo outra lagoa: a de Maraponga. E as abertura foram dos dois lados. Uma chegou a serra e a outra ficou em Mondoig = Mondubim. A aventura de chegarem à Pacatuba não se concretizou. Em revista ao percurso encontrado, o Senador Alencar pai do romancista José de Alencar, achou interessante o potencial econômico dos locais descoberto pelos flamengos e os recursos hídricos que eram as belas lagoas. Não hesitou e assinou em 1836, decreto autorizando à Província seu alargamento num largo que se denominaria Praça da Bandeira. Essa foi a primeira rua aberta para o interior na época. Com a abertura a coisa foi sendo urbanizada e assim nasceu o nome Benfica, pois, se tinha uma visão privilegiada.

Mesmo trecho da foto anterior em data diferente - Assis Lima

Arquivo Nirez

Como parece que tudo que é bonito é efêmero, a imposição política nocauteia o que é de interesse e satisfação do povo. Os nomes de ruas eram mais bonitos, românticos. Na posteriori e com pedras toscas, colocaram o nome de Avenida Visconde de Cauhípe homenageando Severiano Ribeiro da Cunha (1831-1876). Natural de Caucaia ele era comerciante e Filantropo. Havia exercido vários cargos políticos sem filiação partidária. A Universidade Federal do Ceará foi criada oficialmente pela Lei N° 2 373, de 16 de dezembro de 1954, e instalada em sessão no dia 16 de junho de 1955. Aí pela localização denominou-se devido ao complexo de prédios com salas de ensino superior, Avenida da Universidade. Aliás, não gosto de chamar de Avenida, ruas de mão única. Bons nomes nunca devem ser esquecidos. Estão cogitando para que a Avenida da Universidade seja chamada de Antônio Martins, magnificência exordial na reitoria do Ceará, bem como a Rua Baturité (antiga Escadinha) se chame Christiano Câmara. Nada mais sugestivos. Agora tomemos cuidado para que esses nomes, não tirem da Avenida e/ou Rua a sua essência."

Assis Lima


* "Nesse mapa de Ricardo Carr de 1649, vê-se que a bicuração no caminho/picada indígena ficava depois do "Rivier genamt Itapeba" ( rio Maranguapinho ou Siqueira)." J Terto de Amorim

"A lagoa desse mapa é a do Mondubim. A lagoa da Maraponga não é uma lagoa de origem, mas um açude originalmente." J Terto.
 Conforme o círculo vermelho no mapa

"Nesse mapa de Baltazhar Gerbier de 1650/55, também vemos a mesma birfucação depois do nosso rio Maranguapinho/Siqueira, ou como Bergier citou : "La grande Riviere apelleé Ytapeha, pleine de Rochers". Círculo vermelho no mapa."    J Terto de Amorim

Conforme o círculo vermelho no mapa

 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Especial Fortaleza 288 anos - Praças da cidade (Parte II)



Apesar de não figurar na planta da cidade em 1875, a sua demarcação é anterior a 1859. A praça foi construída sobre uma pequena lagoa (daí a nomeação de Praça da Lagoinha) depois de aterrada por haver se convertido em depósito de lixo, e em foco de doença.
Chamou-se também Coronel Teodorico (1881) em honra ao médico, Vice Presidente da Província, Deputado, Presidente da Assembléia e Coronel Comandante da Guarda Nacional.
Outro nome foi Praça 16 de novembro (1890), data da instalação do Estado do Ceará em 1889.
Comendador Teodorico (1891) - A denominação anterior ficou sem efeito. 
Foi arborizada com mongubeiras em 1923. 
Sua área foi reduzida para a construção de dois Institutos de Beneficência e Caridade.
Em 1929 foi construído um coreto, onde servia de palco para exibições da Banda da Polícia Militar.

Em 1930 se construiu um lindo jardim com Fonte luminosa (Hoje na Praça Murilo Borges). Nessa época a praça tinha o nome de Thomas Pompeu de Sousa Brasil.

A praça é uma das mais antigas e tradicionais de Fortaleza.
João Capistrano de Abreu: Intelectual destacado, cearense de Maranguape, dedicou-se intensamente ao ensino do jornalismo, da crítica literária e dos assuntos históricos.



O antigo Largo do Patrocínio era um areial, como todas as antigas praças da cidade. Foi chamada de Largo do Patrocínio até 1870, por ficar em frente a Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, construída em 1849.
Em 1870, por proposta de um vereador, teve seu nome mudado para Praça Marquês de Herval, mas o povo continuou a tratá-la como do Patrocínio.


Em 1890 passou a ser oficialmente Praça do Patrocínio, mas em 1891 voltou a ser Marquês de Herval. No ano de 1903, houve a inauguração do Jardim Nogueira Acioly (Antigamente, cada praça de Fortaleza ao ser urbanizada, tinha dois nomes, o da praça e o do jardim. Na Praça do Ferreira tinha o jardim Sete de Setembro; a Praça Caio Prado, ou da , tinha o Jardim Pedro Borges; a Praça José Júlio (ou Coração de Jesus) tinha o jardim Bárbara de Alencar, a Praça Comendador Teodorico (ou da Lagoinha) tinha o jardim Tomás Pompeu e a nossa Marquês do Herval, tinha o Jardim Nogueira Acióli, que foi inaugurado na administração do intendente Guilherme Rocha. No dia 24 de janeiro de 1912 houve uma revolta e a consequente derrubada do Governo Acióli, quando o povo rebatiza o jardim como Franco Rabelo).
Recebeu o nome de Praça José de Alencar em 1º de maio de 1929, por ocasião do centenário de nascimento do romancista. Nesta ocasião, também foi inaugurado o conjunto escultório. Somente em 1938, foi oficialmente denominada de Praça José de Alencar.



A Praça Clóvis Beviláqua já chamou-se Visconde de Pelotas (Por volta de 1870), em virtude de decreto da Câmara dos Vereadores, numa homenagem ao herói da guerra do Paraguai, marechal José Antônio Correia da Câmara
Em 1926 recebeu o nome de Praça do Encanamento, quando se estendeu, desde o Benfica, o abastecimento d'água para a cidade, com a localização de chafarizes. 

Em 1930, na administração de Álvaro Weyne, a praça foi urbanizada no atual trecho e recebeu o nome de Praça da Bandeira, mas oficialmente só foi mudado em 1937, por decreto do então prefeito Raimundo de Alencar Araripe

Em 1943 foi construído, com projeto do desenhista Rubens Diniz, um obelisco em homenagem aos Aliados da 2ª Guerra Mundial, o "Obelisco da Vitória". A iniciativa foi de estudantes da Faculdade de Direito, que promoveram um concurso. 
Em 10 de julho de 1959, na gestão do prefeito Cordeiro Neto, seu nome foi novamente mudado, passando a chamar-se Clóvis Beviláqua. O nome de Praça da Bandeira passou para a Praça do Colégio Militar.

Quando a praça tinha o nome de Visconde de Pelotas, ia da Rua General Sampaio até a Senador Pompeu em sua largura e no comprimento ia da Rua Clarindo de Queiroz até a Rua Antônio Pompeu, atravessando a Rua Meton de Alencar. Primeiramente foram construídas as caixas d'água que ocuparam um espaço considerável do lado da Rua Antônio Pompeu. Depois veio a Faculdade de Direito que ocupou o restante da parte que ia até a Rua Meton de Alencar. Aos poucos a Faculdade foi tomando as laterais e o espaço entre ela e as caixas d'água. Depois a praça foi destruída, na administração Walter Sá Cavalcante, sendo nela feita uma caixa d'água subterrânea que a deixou sem arborização e sem função por mais de uma década.


A praça foi criada no início do século XIX, chamada de Praça da Alfândega em virtude do prédio da Alfândega  (inaugurado em 1891). Antes de o prédio ser construído, a Alfândega funcionou em prédio modesto no local onde depois seria a Praça Almirante Saldanha. Tem uma área de 5.820,00 m². Fica entre a Avenida Pessoa Anta, Rua Dragão do Mar, Almirante Tamandaré e Almirante Jaceguai.

Após 1915,  recebeu o nome de Praça Fausto Barreto, em homenagem ao Dr. Fausto Barreto, médico, Presidente do Rio Grande do Norte e Deputado pelo Ceará.

Em 1932, na gestão do Prefeito Raimundo Girão, volta ao nome original (Da Alfândega).

Na gestão do prefeito Álvaro Weyne (1935/1936), recebe o nome que tem hoje, Praça Almirante Saldanha.


No local existia apenas um grande campo onde foram concentrados, aqueles que voluntariamente se alistavam para a Guerra do Paraguai em 1864.

Depois, pelo local ficar bem próximo a Lagoa do Garrote (que se transformaria no Parque da Liberdade), antes de 1932, a Praça dos Voluntários recebeu o nome de Largo do Garrote; essa Nomenclatura deveu-se segundo os historiadores eruditos, em que nos cajueiros e demais árvores que ficavam na beira da Lagoa do Garrote, abatia-se gado provenientes de Messejana e Parangaba, para o abastecimento de carne verde para a cidade.

Nomes que recebeu a praça:

Largo do Garrote - Anterior a 1932. A Praça estendia-se até onde hoje é o Parque da Liberdade.
Largos dos Voluntários da Pátria - Homenagem aos cearenses que seguiram voluntariamente para a Guerra do Paraguai, como componentes do famoso Batalhão 26 de Voluntários da Pátria, contra o ditador Paraguaio Solano López.
Praça Voluntários - Em 1932.
Em 1941, foi remodelada e colocado um busto do Presidente da República na época, Dr. Getúlio Vargas.


Leia aqui a Parte I
Fontes: Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Livro Fortaleza - Praças, Parques e Monumentos de Lídia Sarmiento e José Capelo Filho e Portal do Ceará de Gildásio Sá.

Fotos: Arquivo Pessoal, Arquivo Nirez, Arquivo Assis Lima e Acervo Clóvis Acário Maciel



quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Faculdade de Direito do Ceará


A Faculdade de Direito do Ceará foi fundada em 1° de março de 1903, no governo do Dr. Antônio Pinto Nogueira Acióli, tendo sido este  ilustre, o seu 1º diretor. Foram seus fundadores os Doutores: Álvaro de Alencar, Eduardo Saboia, Antônio Augusto de Vasconcelos, Francisco de Assis Bezerra de Menezes, Tomás Pompeu de Souza Brasil e Antônio Acióli.


O primeiro bacharel por ela formado foi o Dr. José Feliciano A. de Ataíde, que colou grau aos 27 de dezembro de 1904, seguindo-lhe, em 28 de abril de 1906, o Dr. João Gualberto Machado Tinoco; em 1º de dezembro de 1906, o Dr. José Rodrigues de Carvalho; em 15 de dezembro do mesmo ano, o Dr. Francisco Gomes Parente e, em 9 de abril de 1907, o Dr. Graccho Cardoso.




A sua primeira turma coletiva bacharelou-se nos dias 2 e 6 de dezembro de 1907, e dela fizeram parte: Guilherme Moreira da RochaRaimundo Leopoldo Coelho de ArrudaArmando MadeiraHermino BarrosoAntônio Aureliano de MenezesIldebrando Gomes do RegoAlceu Ferreira BaltarDomingos Bonifácio de OliveiraAbner Carneiro Leão de VasconcelosVicente de Arruda Gondim e Adalberto Soares de Araújo Amorim.

A Faculdade no início do século XX

Compõem o corpo docente, nesta data, os doutores: Benedito Augusto Carvalho dos Santos, Manuel A. de Andrade Furtado, Manuel Leiria de Andrade, Gustavo A. da Frota Braga, Eduardo Henrique Girão, Raimundo Gomes de Matos, Waldemar Cromwell do Rego Falcão, Luis de Morais Correia, Edgar Cavalcante de Arruda, Francisco Gomes Parente, Antônio Furtado Bezerra de Menezes, José Francisco Jorge de Souza, Olavo oliveira, Hermino Barroso, José de Borba Vasconcelos, Francisco de Menezes Pimentel e José Vitor Ferreira Nobre. E, professor substituto o Dr. João Otávio Lobo e em disponibilidade os Doutores: Maurício Graccho Cardoso e José Carlos de Matos Peixoto.

Arquivo O Povo


Texto publicado no Álbum Fortaleza 1931


Criada em 21 de fevereiro de 1903, por força da Lei Estadual Nº 717, a Faculdade Livre de Direito do Ceará foi a primeira instituição de ensino superior do Estado.






O Curso começou a funcionar no andar superior do antigo prédio da Assembléia Legislativa, hoje Museu do Ceará, situado na Praça General Tibúrcio (dos Leões). O prédio onde atualmente está localizada a Faculdade, situado à rua Meton de Alencar, de frente para a Praça Clóvis Beviláqua, foi inaugurado em 12 de março de 1938.



Faculdade na Praça Clóvis Beviláqua - Foto do Arquivo Nirez



Em 12 de maio de 1938, o Curso foi oficialmente reconhecido pelo Governo Federal através do Decreto-Lei Nº 421.

Em dezembro 1954, por força da Lei Federal Nº 2.373, a Faculdade de Direito foi reunida com a Escola de Agronomia, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Farmácia e Odontologia com a finalidade de instituir a Universidade Federal do Ceará (UFC).


A Faculdade na década de 60 - Acervo de Pedro Leite


Missão


Atualmente, o Curso de Direito da UFC apresenta a seguinte missão: 


"Desenvolver o potencial humano pleno dos futuros bacharéis em Direito, formando-os com uma visão atualizada e crítica do mundo e, em particular, dando-lhes uma consciência planetária dos problemas locais e nacionais através de uma abordagem interdisciplinar e transdisciplinar do Direito, sem descurar a competência técnico-jurídica necessária para a busca de soluções comprometidas com a ética e a justiça social através da preservação e efetivação dos direitos humanos e fundamentais".



Saiba mais:

A Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, surgiu como Faculdade de Direito do Ceará, é uma faculdade de direito de renome nacional. Fundada pelos Drs. Nogueira Accioli e Tomás Pompeu de Sousa Brasil (filho), foi a primeira instituição de ensino superior do Ceará, tendo surgido antes mesmo da própria Universidade Federal do Ceará, sendo a terceira do eixo Norte-Nordeste.

Dr. Nogueira Acióli

A faculdade de direito surgiu como "Academia Livre de Direito do Ceará" em 21 de fevereiro de 1903 por meio de uma reunião que ocorreu na Associação Comercial do Ceará. Estavam presentes Thomaz Pompeu, Antônio Augusto de Vasconcellos, Tomás Accioly, Eduardo Studart, Sabino do Monte, Virgílio de Moraes, Alcântara Bilhar, Paulino Nogueira, Joaquim Pauleta e Francisco de Assis Bezerra de Menezes. Nessa ocasião foi aclamado primeiro diretor Antônio Pinto Nogueira Accioly.
O curso foi instalada em 1º de março no andar superior do antigo prédio da Assembleia Legislativa, hoje Museu do Ceará, sendo estruturada da seguinte forma:

Ainda em 1903 a Academia foi estadualizada pela Lei nº 717 de 8 de agosto. Essa lei foi expedida por Pedro Borges que também expediu o regimento da faculdade. Ainda no ano de sua fundação surge o Instituto Acadêmico Clóvis Beviláqua criado pelos estudantes com o intuito de estimular os estudos de direito.
O prédio onde atualmente está localizada a Faculdade, situado à rua Meton de Alencar, de frente para a Praça Clóvis Beviláqua, foi inaugurado em 12 de março de 1938. Em 12 de maio desse mesmo ano o curso foi oficialmente reconhecido pelo Governo Federal através do Decreto-Lei Nº 421.


Foto de Francisco Edson Mendonça Gomes

Em dezembro 1954, por força da Lei Federal Nº 2.373, a Faculdade de Direito foi reunida com a Escola de Agronomia, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Farmácia e Odontologia com a finalidade de instituir a Universidade Federal do Ceará.
Dos bancos dessa "Salamanca", que recebe este apelido por ter sido a pioneira do estado, e ter sido a Universidade de Salamanca, na Espanha, a primeira a oferecer o curso de Direito no mundo, passaram, como alunos e/ou professores inúmeras personalidades ilustres, de renome nacional e internacional, dentre os quais destaca-se: Andrade Furtado, Antônio Martins Filho, Alexandre Rodrigues de Albuquerque, Arnaldo Vasconcelos, Ciro Gomes, Djacir Menezes, Dolor Barreira, Ernani Barreira Porto, Eduardo Girão, Heribaldo da Costa, José Armando da Costa, Napoleão Nunes Maia, Machidovel Trigueiro Filho, Otavio Luiz Rodrigues Junior, Hugo de Brito Machado, Paulo Bonavides, Paulo Sarasate, Pinto Madeira, Marcelo Lima Guerra, Maria Magnólia Lima Guerra, Menezes Pimentel, Otávio Lobo, Raimundo Bezerra Falcão, Renato Aragão, Soriano Albuquerque, Wagner Turbay Barreira, Willis Santiago Guerra, Willis Santiago Guerra Filho, Valmir Pontes Filho, dentre muitos outros.

Dr. Paulo Sarasate e Dr. Dolor Barreira

1º ano
DisciplinaProfessor
Filosofia do direitoAntonio Augusto de Vasconcellos
Direito RomanoJoaquim Pauleta Bastos de Oliveira
2º ano
DisciplinaProfessor
Direito constitucionalFrancisco de Assis Bezerra de Menezes
Direito internacionalThomaz Pompeu Pinto Accioly
Direito civil IJoaquim Lopes de Alcantara Bilhar
3º ano
DisciplinaProfessor
Direito criminal IPaulino Nogueira Borges da Fonseca
Direito comercial IVirgílio Augusto de Moraes
Direito civil IIAntonio Sabino do Monte
4º ano
DisciplinaProfessor
Direito comercial IIEduardo Studart
5º ano
DisciplinaProfessor
Direito administrativoThomaz Pompeu de Souza Brasil


A faculdade dispõe de um auditório, que tem o nome do antigo professor de Direito comercial, fundador e primeiro reitor da Universidade Federal do Ceará: Antônio Martins Filho, que foi reinaugurado durante aI Semana do Direito, evento organizado pelo Centro Acadêmico Clóvis Beviláqua. O Auditório Reitor Martins Filho foi palco de exposições de personalidades lendárias, tais como Luís Carlos Prestes, Paulo Freire, Carlos Cossio, Robert Alexy, Jean Paul Sartre, Miguel Reale, Caio Mário da Silva Pereira, Orlando Gomes, Haroldo Valadão, Eugênio Paccelli, dentre diversos outros. Além disso, em 1959, sediou o 'I Congresso Nacional de Direito', ao qual se fizeram presentes, além do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, os mais renomados juristas do Brasil.


Foto de Ricardo Sabadia


x_3c9f86ed
Fontes: Álbum Fortaleza 1931, Site da Faculdade, Nirez, Wikipédia e pesquisas pela internet

sexta-feira, 30 de março de 2012

Praças de Fortaleza



Praça da Lagoinha no dia da inauguração (12/07/1930), pelo pref. Álvaro Weyne. Na praça, havia o jardim Tomás Pompeu - Arquivo Nirez


No dia 05 de julho de 1931 foi inaugurado o Jardim Bárbara de Alencar, na Praça José Júlio, hoje Praça Coração de Jesus, pelo prefeito Antônio Urbano de Almeida. Arquivo Jaime Correia


A Praça Caio Prado (da Sé). Em 1903 foi inaugurado o jardim da praça, pelo Intendente Guilherme Rocha. O Jardim recebeu o nome de Jardim Dr. Pedro Borges. A foto é de 1911 e nela podemos avistar lá atrás a Pensão Bitu (o prédio maior) depois Hotel Bitu.
Hoje essa Praça não tem mais o Hotel, nem as grades que a circundavam, somente o monumento de D. Pedro II. Arquivo Nirez


Foto da Praça Caio Prado com um bondinho puxado a burros com empanadas descidas protegendo os passageiros do sol da manhã. Ele atravessa a rua Alberto Nepomuceno no sentido praia sertão. A sombra que podemos ver na foto é da velha . Arquivo Nirez


Estamos na antiga Praça Carolina. A foto data do início da década de 1930, quando, entre a Assembléia Legislativa e o Mercado de Ferro, foi criado vários quiosques de madeira para venda de frutas. Arquivo Nirez


Praça Clóvis Bevilacqua, que já foi Praça da Bandeira e Visconde de Pelotas em outros tempos. Foto de 1936 do Arquivo Nirez


Praça Clóvis Beviláqua - Arquivo Jaime Correia


Praça Clóvis Bevilaqua, na época Praça da Bandeira, vendo-se a fonte e ao fundo a Rua General Sampaio. Foto dos idos de 40/50 - Arquivo Nirez


Outro aspecto da Praça Clóvis Beviláqua - Arquivo Nirez


A Praça Coração de Jesus - Arquivo Marciano Lopes


Aspecto da Praça da Bandeira (atual Clóvis Beviláqua) e ao fundo o prédio onde funcionou a Rádio Educadora Cearense. Arquivo Nirez


Praça da Estação (Castro Carreira) - A foto foi tirada no dia 24 de maio* de 1900. Ali foi inaugurada, nesta data citada, a estátua do general Antônio de Sampaio, ferido mortalmente no dia 24 de maio de 1866 na Batalha de Tuiuti. Foi dado então o nome da Rua General Sampaio, da Rua 24 de Maio e inaugurada a estátua. Ao fundo vemos a Fábrica Proença (local hoje ocupado por um shopping). 

*O 24 de maio da rua é a data da Batalha de Tuiuti onde o general Sampaio foi baleado mortalmente sagrando-se herói nacional. Não tem nada a ver com libertação dos escravos. A grande festa que houve no dia 24 de maio de 1900 foi na Praça Castro Carreira. Esta foto está na direção da Rua Castro e Silva. Os galpões da estrada de ferro ficam à direta da foto.


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: