A Praça Clóvis Beviláqua já foi, em meados do século XIX, a Praça do Encanamento, quando se estendeu, desde o Benfica, o abastecimento d'água para a cidade, com a localização, ali, de chafarizes. Depois a Praça chamou-se Visconde de Pelotas, em virtude de decreto da Câmara dos Vereadores, numa homenagem ao herói da guerra do Paraguai, marechal José Antônio Correia da Câmara. Em 1930, na administração de Álvaro Weyne, a praça foi urbanizada no atual trecho e recebeu o nome de Praça da Bandeira, mas oficialmente só foi mudado em 1937, por decreto do então prefeito Raimundo de Alencar Araripe. Em 1959, na gestão do prefeito Cordeiro Neto, seu nome foi novamente mudado, passando a chamar-se Clóvis Beviláqua. O nome de Praça da Bandeira passou para a Praça do Colégio Militar.
Em 27 de novembro de 1862 - Pela resolução nº 1.023 foi concedido a José Paulino Hoonholtz o privilégio de explorar por 50 anos o fornecimento de água em canecos, oriunda do Benfica, obrigando-se a instalar no mínimo quatro chafarizes na cidade. O mesmo contrato mandava fechar todas as cacimbas (poços) residenciais. No ano seguinte Hoonholtz transfere a concessão para a Ceará Water Company, de Londres, mas não funcionou. No dia 26/03/1867 inaugurou-se esse serviço. Só em 1911 o presidente do Estado inicia trabalhos de encanamento para água com duas caixas d`água na Praça Visconde de Pelotas (atual Praça Clóvis Beviláqua), mas em janeiro de 1912 o governador é deposto e as obras suspensas até 1922, quando novo presidente retoma as obras, que são finalmente terminadas e inauguradas em 1926.
Foto da década de 30 - Sem da Faculdade de Direito
21 de junho de 1911 - O presidente Antônio Pinto Nogueira Acioli inicia as obras de abastecimento de água e esgoto sanitário de Fortaleza, com a montagem de duas caixas d`água de ferro, na Praça Visconde de Pelotas e inicia a implantação dos canos, para fornecimento de água encanada e esgotos, à Cidade, tendo à frente o engenheiro João Felipe Pereira, trabalho interrompido com a revolta de 24/01/1912.
Em 02 de janeiro de 1926 instala-se, na Praça de Pelotas (hoje Praça Clóvis Beviláqua), o Circo Floriano, que tem como principal atração o atleta Floriano Peixoto, seu dirigente.
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No início do século XX, no Brasil começou a se tornar mais comum a prática da luta romana, notadamente desafios entre atletas cariocas e de São Paulo. José Floriano Peixoto foi um dos mais renomados dessa modalidade naquele momento, praticamente o nosso Sandow.
Nos primeiros anos da década de 1900, Peixoto já estava envolvido com o grupo de Paul Pons, um francês muito atuante nos primeiros momentos do halterofilismo no Brasil e no mundo. No decorrer da década esteve envolvido com apresentações em teatros, fazendo parte da "Companhia Ginástica e de Variedades" e chegando a ser proprietário de um circo (Circo Floriano), que fez sucesso na cidade.
José Floriano Peixoto era filho do ex-presidente Floriano Peixoto.
14 de fevereiro de 1926 - Estréia, em Fortaleza, o ‘Coney Island Park’, armado à Praça de Pelotas.
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- 03 de maio de 1926 - Inaugurado oficialmente, iniciando às 15h, o serviço de abastecimento de água e esgoto em Fortaleza, pelo presidente do Estado, desembargador José Moreira da Rocha, aos pés das caixas d'água na Praça de Pelotas (hoje Praça Clóvis Beviláqua). Com a deposição de Acioli, foram suspensos os trabalhos de esgoto e fornecimento de água de Fortaleza, os canos ficaram expostos, danificando-se. A água encanada vinha do açude Acarape, trabalho executado sob a direção do engenheiro Vitoriano Borges de Melo.
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Em 1928 funda-se a primeira emissora do Ceará, a Rádio Educadora Cearense, de vida efêmera, funcionando na esquina da Rua General Sampaio (nº 118) com Rua Meton de Alencar e que chegou a transmitir jogos realizados na Praça de Pelotas, que ficava em frente.
Tinha em seu quadro nomes como Pierre Pereira da Luz (Pierre Luz) que foi o primeiro locutor, Sebastião Coelho, Antônio de Alencar Santiago (Antony Santiago), Francisco Hill Odorico de Moraes (Hill Moraes), Augusto Mena Barreto, Tomás Marques Dias, Francisco José Odorico de Morais, Egídio Coelho, Luís Spíndola, Jeferson Braun, Achiles Arrais, Antônio de Oliveira Braga, J. Miranda Lopes, Renato F. Cardoso, Francisco Flósculo Barreto, Benjamin Falcão e Osvaldo Fernandes.
Ouve anteriormente a Rádio Clube Cearense, mas não chegou a ir ao ar.
01 de agosto de 1929 - No Rio é lançada, oficialmente a chapa Júlio-Prestes-Vital Soares à sucessão presidencial da República, e em Fortaleza, à Praça de Pelotas, realiza-se o primeiro comício pró-candidatura Getúlio, discursando Quintino Cunha, Hermes Barroso e Américo Palha.
18 de outubro de 1931 - Encerra-se o Campeonato Cearense de Futebol, cujo último jogo realizou-se no Campo da Praça de Pelotas (depois Praça da Bandeira, hoje Praça Clóvis Beviláqua), quando se sagrou Campeão o Ceará Sporting Club.
10 de fevereiro de 1932 - No ‘Circo Stevanovich’, armado à Praça de Pelotas, estréiam com sucesso as Irmãs Checas.
04 de novembro de 1933 - Inaugurado, armado na Praça de Pelotas, o Grande Circo Nerino de Nerino Avanzi.
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07 de setembro de 1934 - Das solenidades comemorativas do Dia da Independência, constou a inauguração do Quartel do Corpo de Bombeiros, à Praça FernandesVieira. Pela manhã se dera a parada militar e, à tarde, houve a concentração escolar na Praça de Pelotas, onde discursou o Tenente João Alves Grangeiro.
07 de setembro de 1935 - Entre as muitas e brilhantes festas em homenagem ao Dia da Independência, merece destaque a concentração orfeônica na Praça de Pelotas, em que tomam parte alunos de quase todos os educandários fortalezenses, sob a regência do maestro Silva Novo. Fez entusiástico discurso o Dr. Eduardo Mota.
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- 08 de dezembro de 1935 - Data em que foi assentada a pedra fundamental do prédio da Faculdade de Direito, na Praça de Pelotas, depois Praça da Bandeira. Discursaram o Dr. Jorge de Sousa, diretor da Faculdade, o bacharelado Edmar Lima e o Dr. José Martins Rodrigues, Secretário do Interior.
A Faculdade de Direito
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30 de setembro de 1936 - Inaugura-se, na Praça de Pelotas, a herma deJuvenal Galeno, obra do escultor italiano radicado em Fortaleza, Agostinho Balmes Odísio. Na ocasião, discursaram Sinobilino Pinheiro Maia "Sinó" e João Perboyre e Silva. Anos depois a herma foi retirada e levada para depósito da prefeitura, de onde a Casa de Juvenal Galeno foi buscar e colocou em seu jardim interno no dia 25/09/1984.
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30 de setembro de 1943 - Lançada a pedra fundamental do Obelisco da Vitória, projeto do desenhista Rubens Diniz, na Praça da Bandeira (atual Clóvis Beviláqua) em frente à Faculdade de Direito, uma iniciativa da mocidade universitária cuja comissão era composta pelos acadêmicos Álvaro Lins Cavalcante, Tomás Pompeu Gomes de Matos e Marijeso de Alencar Benevides (Marijeso Benevides). Houve um concurso para escolha do projeto do obelisco, saindo vencedor o desenhista Rubens Diniz.
A praça no início dos anos 60 - Nirez
A fonte das Nereidas (sereias), quando esta esteve na Praça Clóvis Beviláqua, em 1965.
19 de novembro de 1943 - Inaugura-se, na Praça da Bandeira, o Obelisco da Vitória, e Instala-se um Congresso de Prefeitos. Nesta última cerimônia, realizada no Palácio do Comércio, discursam os Drs: Menezes Pimentel, Andrade Furtado, Hugo Vítor e Raimundo Araripe.
14 de março de 1945 - Comício dos estudantes de Direito do Ceará junto ao Obelisco da Vitória. Um dos oradores foi o Dr. Nehemias Gueiros.
Fontes: Revista Brasileira de história, Almanack Paulistano, Portal da história do Ceará, Livro Vistas do Ceará - 1908, Livro Álbum de Fortaleza - datado de 1931 - Organizado por Paulo Bezerra e o Livro Fortaleza Cronologia Ilustrada de Miguel ângelo de Azevedo e pesquisas na internet