A Delegacia Fiscal - Álbum de Vistas do Ceará 1908
Seguindo no quarto quarteirão, entre as ruas Senador Alencar e Rua São Paulo (antiga Rua da Assembléia) os imóveis N.º 676 - o antigo casarão do desembargador Sabino do Monte, hoje Shopping das Jóias; N.º 685, prédio de esquina do Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC) - seguia-se casa com entrada lateral com degraus, varanda ampla, com janelão e formato ogival, residência da Família Sabóia.
Rua São Paulo com Senador Pompeu - Arquivo Nirez
N.º 716 - no meio do quarteirão (entre Senador Alencar e São Paulo), era o antigo Fortaleza Hotel, onde anteriormente serviu de residência do jornalista João Brígido dos Santos, hoje Cerbrasa - Comércio e Rep. do Brasil Ltda.; N.º 744 - próximo à esquina da Rua São Paulo - o imóvel da Tipografia Progresso dos irmãos Esteves, que foi unificado com o prédio de Hugo Leal. O Nº 766 - sobradão com três portas de frente e varandas com 21 portas e 21 varandas laterais da Rua São Paulo, onde por algum tempo funcionou um bar na esquina, conhecido por Senadorzão, hoje em estado de ruínas; o último prédio da Rua Senador Pompeu com a Rua São Paulo. Sobrado onde funcionou por muitos anos o Clube dos Garçons.
Foto da década de 1990. Trata-se da esquina nordeste do cruzamente da Rua Senador Pompeu com Rua São Paulo, local vastamente conhecido na cidade. Era a casa de danças conhecida por "Sargento", nos altos. Infelizmente esta parte do canto, a da esquina foi demolida e feito um prédio de concreto, quadrado. Sobraram metade das janelas que ainda estão lá. Arquivo Nirez
Seguindo no quinto quarteirão, entre as ruas São Paulo e Guilherme Rocha (antiga Travessa Municipal) os imóveis: Edifício São Paulo, de propriedade do herdeiro Silvino César Cabral. Térreo ocupado por muitos anos pela Mercearia Santa Clara, de propriedade de Aderbaldo Cavalcante Sá; prédio onde funcionou a Gazeta de Notícias, de propriedade do jornalista Antonio Drumont; chegando ao fim da quadra dois prédios pertencentes - 1° ao desembargador Gabriel Cavalcante de Arruda e o outro a João Cavalcante (Juca), casado com Victória Marques Dias, pais de numerosa família; o N.º 834 - na mesma quadra, o Jornal Correio do Ceará, vizinho ao Jornal Unitário, hoje Galeria Pedro Jorge; último prédio da quadra da rua São Paulo esquina com Guilherme Rocha: prédio que serviu de residência ao Senador Pompeu e depois vendido para se instalar a Padaria Palmeira, hoje edifício da família Ventura; o Edifício Santa Elisa, pertencente aos herdeiros da Família Diogo Cals; o N.º 909 - Sul, prédio de esquina onde funcionou a Casa Tabajara, mercearia de propriedade de Dantas Braga, hoje Casa Pio; seguindo entre as ruas Guilherme Rocha e Liberato Barroso (antiga Travessa das Trincheiras), os prédios Nº 980 - Consultório médico de Artur Enéas Vieira; consultório médico Dr. João Otávio Lobo; N.º 988 - casa do arquiteto José Barros Maia, que nesse prédio residiu durante 70 anos, pai das estimadas amigas Maria e Margaridinha Esteves Maia; no quarteirão entre as ruas Liberato Barroso e Pedro Pereira (antiga Travessa São Bernardo) os imóveis: prédio térreo com fundos para casa de José Salgado, onde por muitos anos funcionou a Padaria Triunfo, hoje Edifício Triunfo de propriedade do português João Marques Cunha, irmão de Manuel Marques Cunha, proprietário da Padaria Aliança - Avenida Tristão Gonçalves esquina com rua São Paulo; o Nº 1.067 - consultório dentário de Astrogildo Barreto Fontoura; o Nº 1.082 - casa que pertenceu ao desembargador Ubirajara Carneiro, irmão do grande e inesquecível amigo, durante varias décadas e incentivador dos destinos do autor desta crônica - Araken Carneiro, saudosa memória; pelo lado par - prédio de propriedade do jornal O Povo; o Nº 1.127 - Fórum Candido Couto e José Almir de Carvalho, hoje Juizado da Infância e da Juventude; seguindo no quarteirão entre as ruas Pedro Pereira e Pedro I (antigas Ruas Dom Pedro e Tiradentes), os prédios: Igreja São Bernardo, que teve como pároco por muitos anos - Padre Quinderé e hoje Monsenhor Camuça; no mesmo lado - prédio que pertenceu à família Souza Pinto, pai do ilustre amigo de priscas datas ao tempo do Conselho Penitenciário do Ceará - Gerardo Frota Pinto, pai do amigo e irmão Victor César Frota Pinto; ainda pelo lado par prédio onde nasceu o grande maestro e compositor Alberto Nepomuceno; prédio que pertenceu à família do comerciante português José Madeira Barros; pelo lado ímpar - prédio assobradado que pertenceu aos pais de Amadeu Furtado, esquina com a rua Pedro I, nº 667, onde existiu uma antiga Escola de Datilografia da Professora Cecília Furtado. Nº 1.350 - antigo consultório dentário do Dr. João Furtado, irmão de Amadeu Furtado, cujo prédio serviu de consultório e residência também, serviu de residência do jornalista Juarez Temoteo Furtado e João Temoteo Furtado - dentista já falecido, hoje loja Veterinária Provet Ltda.
A Galeria Pedro Jorge - Foto Pedro Rocha
Mas, como tudo na vida tem o seu início e fim, a Rua Senador Pompeu talvez, se não mudasse de denominação no seu percurso, seria a maior rua de Fortaleza, porque seu prolongamento se dá pela Avenida dos Expedicionários até o Conjunto Prefeito José Walter; se inicia a beira do Oceano Atlântico, no foco nervoso do antigo 'curral das éguas' vizinho as 'cinzas' das fornalhas de abastecimento da Ceará Light, depois Conefor, para lembrar que as caldeiras eram alimentadas para o fornecimento de energia que eram abastecidas pelo simplório português José Maria Cardoso, que se tornou num dos mais ricos proprietários de nossa cidade. Tinha por hábito ou como medida de precaução, usar sapatos com galocha quer estivesse chovendo quer fizesse sol (Não se tem conhecimento, que os desafetos o chamavam de 'chato de galocha' ou 'homem dos pés prevenidos'), mas sabe-se, num arrevessado gesto de ventura construiu a mais bela residência do mundo, com garagem no 2° andar, na Avenida João Pessoa.
Casa do Português em 1954 - Arquivo Nirez
Enfim a vida é uma ciranda onde todos nós dentro da mesma peneira da vida, aguarda o momento de ser joeirados pelo Criador de todos os mundos a quem devemos agradecer todos os nossos momentos de nossas vidas, e enquanto isso não chega, vamos dançando a música que a cada um foi reservado, até o dia do 'toque-de-silêncio' dessa para uma vida melhor.
Portanto sejamos otimistas e aproveitemos todos os momentos, porque a vida é feita de momentos de felicidade, e a oportunidade não é fácil e às vezes até careca.
Zenilo Almada
Advogado
Matéria publicada em 27/03/2005 no Diário do Nordeste