Casarão construído na primeira metade do século XIX pelo Sargento Mor e comerciante português Antônio Francisco da Silva, que lá instalou o seu armazém de alimentos. O prédio depois foi vendido ao comendador e rico negociador, Joaquim Mendes da Cruz Guimarães, proprietário até 1860. Foi um dos primeiros casarões de Fortaleza, originalmente de linhas neoclássicas. O sobrado destacava-se pelas aberturas encimadas com arcos plenos, apresentando uma predominância de cheios sobre vazios e um aspecto compacto, este expresso pelos altos muros que cercavam a edificação. Situado a Rua das Almas – Hoje Rua São José, entre as ruas Rufino de Alencar e Costa Barros.
A Intendência Municipal - Foto do livro Vistas do Ceará - 1908
A Intendência Municipal era um sobrado com três frentes, uma para a Travessa Pará, outra para a Rua Floriano Peixoto e outra para a Rua Guilherme Rocha ou Praça do Ferreira, era o solar do Pachecão (Francisco José Pacheco de Medeiros), adquirido pela Municipalidade em 1831 para ali funcionar a Câmara e a Casa de Correção, o que aconteceu a partir de 1833. O sobrado tinha sido construído em 1825, sendo o primeiro de tijolo e telha da Cidade. Depois ali funcionaram além da Câmara a Intendência (Prefeitura) e a sala de júri.
Em 1939 houve um incêndio parcial no quarteirão e o mesmo foi demolido a partir de 1941.
A Intendência Municipal em 1941, em processo de demolição - Arquivo de Eduardo Campos. Agradecimento: Isabel Pires
No local foi feita a grosso-modo uma pequena praça separada da outra apenas pela Rua Guilherme rocha, quando por ela ainda circulavam carros.
Praça do Ferreira, vendo-se a Intendência Municipal
Ao tempo da Intendência Municipal, existiam, na parte térrea, estabelecimentos comerciais como garapeiras, cafés, livrarias, etc. Na parte alta ou torre vemos, pelo lado da rua Floriano Peixoto, um grande relógio, inaugurado em 21 de dezembro de 1932 que competiu com a Coluna da Hora (também demolida) de 1934 a 1939. No mesmo quarteirão existiam e marcaram época casas comerciais como o "Café Emygdio", a "Chrisanthemo", a "Casa Mundlos" e a "Livraria Edésio".
Em 1967, com a destruição da Praça do Ferreira, esta parte foi anexada ao espaço, cortando a rua Guilherme Rocha e em todo o espaço foi implantada uma nova "praça" na gestão José Walter que a ninguém agradou e que agora, felizmente, já não mais existe.
A foto mais antiga é do final da década de 1930 e por trás da Intendência ainda não existiam os edifícios Jereissati e Sul América, mas o prédio dos Albanos, onde funcionou a Casa Albano e "A Libertadora".
A segunda fotografia, de Osmar Onofre, traz a Praça do Ferreira como hoje está vista do mesmo ângulo, o setor das bancas de revistas e jornais no local da antiga Intendência, as novas árvores, as duas pistas, da Rua Major Facundo e da Rua Floriano Peixoto e os dois edifícios antes citados, o primeiro foi por muito tempo ocupado pelo Hotel Savanah e o segundo pertenceu à Sul América Capitalização. No térreo do Edifício Jereissati hoje funcionou (ou funciona?) um bingo.
Rua Floriano Peixoto em 1905 - O prédio com a torre era a Intendência Municipal, adquirido do Pachecão (Francisco José Pacheco de Medeiros) sobrado antiquíssimo, o primeiro de Fortaleza e que foi demolido no inicio de década de 40.
O quarteirão onde ficava o sobrado da Intendência Municipal desapareceu com ele, dando lugar a uma outra praça muito mal cuidada na época. Depois foi construído no local, na administração do prefeito Acrísio Moreira da Rocha, pelo comerciante Edson Queiroz, o Abrigo Central, em 1949. Arquivo Nirez
A Intendência Municipal, onde também funcionava a Câmara Municipal. Vista da Rua Guilherme Rocha - Arquivo Nirez
Fatos Históricos
24 de janeiro de 1831 - Data da escritura de compra e venda do sobrado do português Francisco José Pacheco de Medeiros, o Pachecão à Câmara Municipal. Seria a Intendência Municipal.
Prédio da Intendência Municipal - Foto Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Nirez
09 de outubro de 1890 - Assume a Intendência Municipal, o capitão Manuel Nogueira Borges.
17 de janeiro de 1891 - Confirmado, através do Decreto nº 1.290, a concessão feita pela Intendência Municipal de Fortaleza a Arnulfo Pamplona, com prazo de 15 anos, para exploração de telefones.
24 de maio de 1909 - Funda-se, em Fortaleza, a Sociedade Protetora dos Animais, com 202 sócios, em solenidade no salão nobre da Intendência Municipal, sob a presidência do coronel Guilherme Rocha.
31 de dezembro de 1928 - Último dia do ano, é inaugurada em Fortaleza a Confeitaria Glória, da firma Almeida &Martins, pertencente a André Almeida e Antônio Martins Filho, na esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua Pará, baixos do Paço da Intendência Municipal.
Maravilhosa foto da Intendência Municipal - Foto do livro Vistas do Ceará - 1908
26 de agosto de 1941 - Começa a demolição do quarteirão que fica entre a Rua Major Facundo, Travessa Pará, Rua Floriano Peixoto e Rua Guilherme Rocha, na Praça do Ferreira, para construção do edifício que vai abrigar a Prefeitura Municipal.
"O prédio nunca foi iniciado e no local foi construída, de início, uma pequena praça, depois o Abrigo Central e por fim o alongamento da Praça do Ferreira. É triste como se destrói com facilidade em nossa terra. Naquele quarteirão ficava um dos mais antigos e importantes sobrados de Fortaleza, a Intendência Municipal."
Nirez
Crédito: Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo
Croqui do Clube de Regatas da Barra do Ceará. Projeto do Arquiteto Ivan Brito. Acervo Sérgio Roberto
O clube em construção. Fonte Alberto de Souza
O Clube de Regatas em um tempo não tão pretérito foi um importante pólo de lazer de Fortaleza. Nos anos 50 e 60, Fortaleza ainda era uma cidade provinciana e acanhada, com poucos habitantes e poucas opções de divertimento.
A moda na capital da Terra do Sol era participar de clubes que ofereciam diversas modalidades esportivas, tertúlias, concursos de beleza e eventos culturais em seus salões elegantes.
Obra de construção do Clube em 1959. Edificação projetada pelo arquiteto Ivan Brito, professor da Escola de Arquitetura da UFC. Acervo Sérgio Roberto
Vista aérea do clube em 1959. Foto: A. Capibaribe Neto
Foto de 1977- Foto Gentil Barreira
A existência dos clubes sociais se justificava porque nos fins dos anos 50, as casas das famílias, mesmos as mais ricas, não possuíam piscinas ou quadras esportivas. Em vista disso, as famílias mais abastadas frequentavam clubes, não apenas para ter acesso ao esporte e ao lazer, mas para garantir status.
O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza
Os clubes mais importantes estavam localizados no entorno daAldeotae doMeireles, como oIdeal, Náutico, Iate e, um pouco mais afastado do circuito tradicional havia o Clube de Regatas, na Barra do Ceará, encontro do Atlântico com o Rio Ceará.
O Clube de Regatas iniciou suas atividades no início da década 60. O clube era propriedade de Oswaldo Rizzato, em sociedade com o político Antony Costa.
Parte interna do prédio do Clube de Regatas
Fachada do prédio principal do clube
O lançamento foi marcado por diversas estratégias de marketing, como a publicação da planta do clube nos jornais para a venda de ações, feitas também no interior. Por esta razão, muitos dos sócios do clube não residiam na Capital.
O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza
Ivan Bezerra foi o arquiteto que elaborou o projeto do arrojado clube, cujas instalações incluíam: piscina, salão nobre com um imenso lustre de cristal trazido de São Paulo e quadra de tênis. O clube não era, portanto, um empreendimento para as pessoas mais humildes da região. No início, o clube era frequentado por pessoas que vinham de outros bairros.
Clube de Regatas da Barra do Ceará nos anos de 1970
Os sócios do clube que moravam nas áreas nobres enfrentavam um percurso longo para chegar ao Regatas. O esforço valia a pena, sem dúvida.
O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza
Desfile da Rainha do Colégio Júlia Jorge no clube. Acervo Vandinha Feliz
Nos anos 60, muitas gerações de fortalezenses foram embaladas pelas tertúlias e festas realizadas no Clube de Regatas Barra do Ceará. Portentoso, o local recebia a classe média não só dos que residiam no seu entorno, mas pessoas vindas de todas as partes da Cidade ou até mesmo do Interior. Era a única opção em termos de clube social daquela área de Fortaleza.
Ali, muitos estudantes tiveram o sonho da conclusão do ensino de Segundo Grau consumado nos finais de ano, com grandes festas.
Arquivo Pompeu Macário
O Clube de Regatas foi palco para shows de artistas de renome nacional, bailes de formatura e festas de confraternização. Outro atrativo interessante eram os bingos com prêmios que iam de automóveis a passagens aéreas.
Assim como muitos dos clubes sociais de Fortaleza, o Regatas começou a entrar em decadência no final dos anos 60. Os clubes passaram a competir com outras formas de lazer e foram perdendo importância.
E como ficou o Clube de Regatas e a população jovem da Barra do Ceará?
Na desigual sociedade fortalezense, os jovens das camadas mais ricas têm acesso a clubes e academias de esporte ou ginástica onde são iniciados em diversas atividades esportivas.
Na periferia não é assim e a juventude destas áreas está mais vulnerável aos riscos de uma cidade como Fortaleza, que apesar de importantes conquistas sociais, ainda apresenta muitas desigualdades.
Terreno do CUCA
A grande área com mais de 14 mil metros quadrados, localizada na Barra do Ceará, na maior Secretaria Executiva Regional de Fortaleza (SER I), insere-se em um meio urbano-paisagístico de extrema beleza e importância. Mas também vem acompanhada de graves problemáticas sócio-urbanas.
Configura-se em um quarteirão limitado ao Norte pela Avenida Radialista Leal Lima Verde e o Rio Ceará, ao Leste pela Avenida Presidente Castelo Branco, ao Sul pela Rua Vila Velha e à Oeste pela Rua Estevão de Campos. A ponte que dá continuidade à Avenida Presidente Castelo Branco faz ligação de Fortaleza a Caucaia, ajudando a compor a beleza cênica da região e potencializando o fluxo turístico para ambas as regiões.
A citada área, outrora dedicada às atividades de um clube recreativo (Clube de Regatas Barra do Ceará), atualmente encontra-se em estado de abandono. Sua utilização se dá em certos casos, quando jovens realizam partidas de futebol e brincadeiras coletivas diversas.
O terreno abriga atualmente, além de pequenas ruínas, uma grande edificação e uma piscina semi-olímpica (aterrada), sendo que estas serão aproveitadas por meio de sua reciclagem.
O terreno apresenta topografia com níveis definidos pela antiga configuração de uso e uma série de árvores adultas, que complementam e direcionam as premissas para o futuro projeto. Serão previstas, conforme decisões da coordenação do concurso, um total de 30 vagas para automóveis, sendo 02 para portadores de necessidades especiais, além de 02 vagas para ônibus de médio porte e espaço para guarda de motos e bicicletas.
Texto retirado do Projeto de José Otávio Sorato, Gustavo Braz Carneiro e Fábio Marcizio Gonçalves para a construção do primeiro Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte de Fortaleza, o CUCA em 18 de março de 2006.
O prédio do antigo Clube de Regatas, outrora restrito, hoje é palco do Cuca Che Guevara, construído na gestão da prefeita Luizianne Lins. Um sonho coletivo, realizado por uma gestão democrática e popular. Um espaço de juventude com esporte, lazer, cultura, arte e ciência.
Por quase duas décadas, o local ficou abandonado, até que a Prefeitura resolveu construir o Centro Urbano de Cultura, Arte e Esporte (Cuca).
Em 2009, o equipamento, que recebeu o nome do médico e guerrilheiro Ernesto Guevara de la Senra (Che Guevara) e passou por reformas durante mais de um ano, foi inaugurado com uma festa que contou, inclusive, com a participação do presidente Lula.
Nos 14 mil m² de área, foram construídos ginásios, anfiteatros, pista de esportes radicais, piscina semiolímpica, campo de futebol, salas de aula e de dança, biblioteca e um cine-teatro com moderna estrutura de som e iluminação, com capacidade para 220 pessoas. "Isso aqui é tudo para nós, que não tínhamos o que fazer nas férias", conta o estudante Inácio Albuquerque Filho, que reside no bairro e frequenta o Cuca.
O Cuca Che Guevara foi inaugurado no dia 10 de setembro de 2009.
O Cuca Che Guevara vem para tentar mudar um pouco a realidade dos jovens de Fortaleza. Trata-se de uma ação efetiva das políticas públicas para a juventude. No Cuca, os jovens terão acesso livre à cultura, esporte, lazer e qualificação profissional em um espaço coletivo que contempla ginásio coberto, anfiteatro, pista de esportes radicais, piscina semi-olímpica, campo de futebol de areia, cine-teatro, salas de aula e laboratórios equipados para cursos de informática e artes visuais.
A Secretaria de Esporte e Lazer de Fortaleza é parceira do Cuca porque compreende o esporte e o lazer como direitos humanos, sociais e universais, direito de todos, instância de emancipação social e desenvolvimento humano.
Em 1825, chegava de mudança ao Ceará, vindo do Estado do Rio, o boticário Antônio Rodrigues Ferreira. Estabeleceu-se naquele local, concentrando, em pouco, em seu torno, as atenções dos fortalezenses, pois era homem de visão larga e notável simpatia. Sua botica ficou sendo o "rendez-vous” dos políticos da terra, da gente de prol. Dado o prestígio granjeado pelos seus dotes pessoais, era, em 1848, eleito vereador e, logo mais, vice-presidente, depois, presidente da Câmara Municipal da Capital, cargo que exerceu, ininterruptamente, pelo largo período de doze anos, trabalhando sempre em prol do desenvolvimento material da cidade, e cujo nome ficou perpetuado na Feira Nova, como homenagem póstuma dos seus contemporâneos, após seu falecimento, em 29 de abril de 1859. Antônio Rodrigues Ferreira, o boticário Ferreira, foi o político do seu tempo que mais influência exerceu e que maiores benefícios prestou ao aformoseamento da cidadezinha que desabrochava promissora.
Até o seu tempo, a Feira Nova, — nome que se lhe aplicou em virtude de ser ali que os comboieiros costumavam expor à venda as mercadorias trazidas do sertão, — morria no beco do Cotovêlo, formada de uma linha modesta de casas modestas, em cuja extremidade se trifurcava em ruelas pobres.
Outro aspecto da praça - Arquivo Nirez
Antônio Rodrigues Ferreira nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, em 1799. Ainda jovem, veio para Fortaleza*, trabalhando como caixeiro para o cônsul Manoel Caetano de Gouveia. Foi vereador, prefeito e presidiu a Câmara Estadual do Ceará de 3 de março de 1843 até 29 de abril de 1859, quando faleceu. Como presidente, era o executor das decisões do Colegiado e suas ações são notórias na história da cidade de Fortaleza. Empenhou-se na construção daSanta Casa, foi o responsável pela construção da Praça do Ferreira e resguardou tenazmente, ao lado de Silva Paulet, a regular expansão urbana de Fortaleza.
O boticário Ferreira
Político brasileiro nascido no Rio de Janeiro, o folclórico Boticário Ferreira, que foi escolhido (1845) e reeleito várias vezes presidente da Câmara e que em sua homenagem, a Praça Municipalpassou a se chamar Praça do Ferreira, duas semanas após sua morte. Da capital do Vice-Reino do Brasil, ainda jovem, veio para Fortaleza, trabalhando como caixeiro para o comerciante Manoel Caetano. Depois da proclamação do 2° Império, foi eleito vereador e assumiu a presidência da Câmara Estadual do Ceará (1843-1859), cargo que permaneceu até sua morte. Na sua época quem assumia a presidência da Câmara, também acumulava automaticamente as funções de prefeito. Como presidente e executor das decisões do Colegiado, suas ações tornaram-se notórias na história da cidade de Fortaleza. Na sua administração foram aplicadas com rigor as diretrizes do plano de urbanização da cidade elaboradas, durante o governo (1812-1820) do Coronel Manuel Inácio de Sampaio, pelo ajudante de ordens, o tenente-coronel de Engenheiros Antônio José da Silva Paulet. No documento estavam as primeiras normas de organização do espaço urbano de Fortaleza, como também, a elaboração do projeto para a construção de um novo Forte (1812-1823), no lugar onde existira o já desmoronado Forte de Schoonenboch. a velha fortaleza no monte à margem esquerda do Rio Pajeú, construído pelo holandês Matias Beck. No trabalho de Paulet, se incluiu aPlanta da Villa da Fortaleza e seu Porto (1818). Na data de 17 de março (1823) a Vila de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção foi elevada à categoria de cidade recebendo o nome de Fortaleza de Nova Bragança. Como prefeito deu prosseguimento a implantação do traçado em xadrez, dirigindo a expansão da cidade para o lado Sul, Praça da Sé ou Largo da Matriz e Praça do Ferreira. Obedeceu tenazmente, o projeto do Engenheiro Paulet quanto a expansão urbana regular de Fortaleza, modelo de fácil adaptação em função da topografia plana da região. Contratou como seu auxiliar o arquiteto Adolfo Herbster, para dá continuidade ao direcionamento da malha urbana em xadrez. Foi obedecido um maior disciplinamento à expansão da cidade, proibindo-se a abertura de becos estreitos e/ou em deflexões, como nos arruamentos do traçado orgânico. Empenhou-se na construção da Santa Casa, foi o responsável pela construção da hoje famosa Praça do Ferreira. Ordenou (1856) um levantamento cadastral da cidade, resultando na planta organizada pelo padre Manuel Riego Medeiros, onde se constatou que a área urbana ia pouco além dos limites, mas observando-se o cumprimento às diretrizes em xadrez de Paulet. Três anos depois, Herbster elaborou a Planta Exata da capital do Ceará, acrescentando vários elementos, como o levantamento do sistema ecológico, vias de acesso à cidade, denominação dos Logradouros públicos, todo equipamento urbano público e privado então existente. Morreu em Fortaleza, aos oitenta anos, ainda no exercício do poder.
Antiga Rua da Palma (Major Facundo)
Em 1881, após a morte do Boticário Antônio Rodrigues Ferreira, a Câmara Municipal deu ao logradouro o nome de Praça do Ferreira em sua homenagem, mas em 1890 o Conselho da Intendência achou por bem retirar os nomes de pessoas de todas as ruas, avenidas e praças da cidade, recebendo as ruas numeração e as praças nomes como a Praça Municipal, novo nome da nossa Praça do Ferreira, mas durou pouco e no mesmo ano volta a velha nomenclatura.
A rua Major Facundo - Local da Botica do Ferreira
*Veio para o Ceará muito jovem, trabalhando como caixeiro. Tornou-se boticário, utilizando-se da licença de "pronto-medicato", assim estabeleceu uma farmácia situada à Rua Major Facundo. Seu temperamento cordial e comunicativo logo transformou sua casa de trabalho em um movimentado centro de reuniões políticas e sociais, no coração de nossa cidade.
A rua Major Facundo - Detalhe para a 'Pharmácia Galeno'(Onde antes funcionou a Botica do Ferreira - Arquivo Nirez (Foto restaurada por Sidney Souto)
Gozando de enorme prestígio devido a personalidade de homem íntegro e capaz, além da passagem pelo batalhão de reserva de Fortaleza, logo ingressou na vida política. Foi eleito vereador em 1842 e presidente da Câmara no ano seguinte, mantendo-se nesse cargo e função até o ano de sua morte, 1859.
Este é o registro fotográfico mais antigo realizado no Ceará. O homem que vemos em seu leito de morte é Antônio Rodrigues Ferreira de Macedo, o boticário Ferreira. Morreu no dia 29 de abril de 1859, momento registrado na fotografia acima. Foto: Museu do Ceará
Até os dias de hoje o Boticário, como era popularmente conhecido, se faz presente na cidade, onde a Praça do Ferreira leva seu sobrenome e também a honrosa medalha ofertada pela câmara aos indivíduos que se destacam pelo trabalho social , em prol do coletivo e da cidade de Fortaleza.
Homenagem ao boticário
Exumação do corpo do Boticário Ferreira do São Casimiro para o Cemitério São João Batista
Medalha Boticário Ferreira - a medalha é uma forma de reconhecer e valorizar aqueles que se distinguam pelo notório saber e pelos serviços ofertados à coletividade. A Medalha recebeu esta denominação em homenagem a uma das mais ilustres personalidades que Fortaleza teve como administrador: Boticário Ferreira.
Começaremos nossa viagem ao passado com essa rara fotografia do Sobrado do Dr. José Lourenço. Nessa prédio esteve por muitos anos o Tribunal da Relação do Ceará e, por pouco tempo, a prefeitura municipal de Fortaleza. Ao seu lado o sobradinho do Pe Salazar da Cunha, aparecendo ainda, parte do sobrado do pai de Gustavo Barroso, onde o grande escritor conterrâneo passou a sua meninice. Estes dois últimos já desapareceram, para no local levantar-se novo prédio.
Agora uma imagem bem antiga, a Sede da Padaria Espiritual
Programa de inauguração do Cine teatro Majestic-Palace, com a transformista e a orquestra do maestro Arturo Frassinesi, em 1917
Grupo Clã, movimento literario dos anos 40
Agora uma rara fotografia dos escritores da Padaria Espiritual
Essa sem dúvida é uma raridade, a ficha do Excelsior Hotel, 1953
Praia de Iracema e o Balneário 'Iracema Plaza', a primeira edificação da orla em registro de 1958
'O portão de ferro carrega um cadeado proibindo a entrada de desconhecidos. Em formato de navio, o edifício São Pedro, situado na Praia de Iracema, ancora-se sobre uma sorveteria, uma agência dos correios, uma consultoria imobiliária, um centro de estética e uma Lan house. Nos arredores, a Igreja São Pedro e uma tabacaria. '
Iracema Plaza Hotel, inaugurado em 1950-1951
O edifício São Pedro faz parte da lista de equipamentos tombados em caráter provisório pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, em janeiro de 2006. No entanto, o síndico do prédio e proprietário majoritário, Alexandre Philomenos Gomes, afirma nunca ter recebido alguma notificação do município sobre o tombamento do prédio e por isso preferiu não falar. “Tive conhecimento desse assunto por meio da imprensa. Mas nunca os residentes do prédio foram notificados. Só posso me pronunciar a respeito do tombamento, quando eu souber de fato qual o interesse da prefeitura neste prédio”, finaliza.
O Iracema Plaza Hotel foi a primeira edificação da orla, digamos assim, apesar de estar a poucos metros do mar e mesmo não sendo à beira-mar, que foi rasgada somente em 1963.
Porém, o prédio foi inaugurado em 1951, inspirado em hotéis de Miami.
Lá funcionava um restaurante famoso, de nome 'Panela', que recebeu ao longo daquele século, várias personalidades.
Hoje é um prédio residencial de nome São Pedro e não "San Pedro", já que este é outro ex hotel, onde funciona o Crea-CE.
História
Exótico Iracema Plaza Hotel - Edifício São Pedro na Iracema anos 50
Pertencente à família Philomeno Gomes, o edifício São Pedro também chamado de “Copacabana Palace” da capital cearense. O edifício de arquitetura inspirada nos hotéis luxuosos de Miami Beach, nos Estados Unidos, foi construído em 1951 para ser o primeiro prédio da orla. Com formato de navio, foi idealizado para desenvolver atividades de hotel, condomínio residencial e comercial em meio às casas e o areal da Praia de Iracema.
Foto do Documentário Lastro – Memórias do Edifício São Pedro de Rebeca Prado
Foto do Documentário Lastro – Memórias do Edifício São Pedro de Rebeca Prado
Foto do Documentário Lastro – Memórias do Edifício São Pedro de Rebeca Prado
Foto do Documentário Lastro – Memórias do Edifício São Pedro de Rebeca Prado
Só no hotel são mais de 100 apartamentos com salões de convenções, estar, coffee shop e barbearia. São 12 mil metros de área construída, apartamentos com 200 metros quadrados. Vê-se da janela uma das imagens mais bonitas de Fortaleza: a Praia de Iracema
O Prédio abrigava um hotel que era sinônimo de requinte.
A arquitetura é, no mínimo exótica, ou indefinida. De longe chega a lembrar um navio, com os seus cinco pavimentos pintados de branco, hoje desbotados pela degradação do tempo e ausência de manutenção. A verdade é que o Iracema Plaza Hotel, localizado na Praia de Iracema, não somente encerrou melancolicamente seu ciclo de pompa e luxo, como o antigo prédio tem ainda um futuro incerto.
Foto do final dos anos 50 começo dos anos 60
Foi o primeiro hotel instalado na orla marítima. O Iracema Plaza Hotel foi também capaz de mudar o hábito do fortalezense, fazendo com que sentisse prazer em almoçar ou jantar fora, num restaurante de primeira categoria. Era o tempo do Panela, funcionando na parte de baixo do hotel, e que oferecia tanto uma culinária internacional como também regional. Não obstante todo o passado de glória, o antigo hotel foi desativado desde o final da década de 70 e hoje seus compartimentos laterais e o térreo foram transformados em residências ou estabelecimentos comerciais.
Foto da década de 50
Ex-Iracema Plaza Hotel, hoje edifício São Pedro, inaugurado em meados de 1951, em Iracema. Foto de 1960
Iracema Plaza em 1986. Gentil Barreira
A síndica Júlia Philomeno evita falar na venda do imóvel, até porque ele está dividido entre mais de 14 proprietários, alguns desses morando em pequenos apartamentos ou quitinetes, com dificuldades, em alguns casos, até para se reunirem a fim de bancarem uma reforma no prédio.
Beira-mar 1976 - O exótico prédio São Pedro, nessa foto chamado ainda de Iracema Plaza
“O que estamos aguardando é uma tomada de decisão, porque o prédio, de fato, precisa ser recuperado”, afirma Júlia Philomeno. Para ela, de todo o conjunto da edificação o que mais importou foi a construção do hotel, na década de 50.
O prédio, conforme conta Júlia, não foi concebido inicialmente para abrigar um hotel. Essa transformação decorreu de um encontro realizado em Fortaleza, de iniciativa da junta comercial, que não contava na época com uma rede hoteleira capaz de atender a demanda.
Foto de 1999
A improvisação foi plena de êxito e o hotel chegou a ser um referencial para a cidade, abrindo até o corredor para a Avenida Beira Mar, onde hoje estão instalados os principais hotéis da cidade. Era também nesse local onde a chamada alta sociedade de Fortaleza reunia-se, principalmente em torno do restaurante Panela, sinônimo de requinte e sofisticação na Fortaleza daquela época.
O jornalista e colunista social José Rangel lembra do ambiente agradável proporcionado pelas instalações do hotel e o esmero da cozinha no Panela, numa época em que os restaurantes ficavam restritos aos clubes, como o Ideal, Náutico e Country Club.
José Rangel lamenta tanto o fechamento do hotel, quanto a degradação do prédio, que, para ele, deve ser preservado a qualquer custo, em nome da memória histórica de Fortaleza, onde o patrimônio não é levado na devida conta. “Trata-se de um prédio importante para a cidade, tanto pela particularidade de sua arquitetura - que proporcionava uma ampla visão do litoral e do bairro de Iracema - quanto pela sua importância, em ter aberto a rota para a Avenida Beira Mar”, ressalta.
Com certeza o prédio é patrimônio Histórico da Cidade!
Localização: rua Ararius, n° 9 - Praia de Iracema
Ali funcionou o Hotel Iracema Plaza com a entrada no lado norte, dando para a praia e no lado oeste, entrada para os apartamentos. Foi inaugurado na década de 1950, e ficou inacabado (o último andar) durante algum tempo.
Iracema Plaza Hotel em notícias:
Documentário Lastro – Memórias do Edifício São Pedro de Rebeca Prado:
Fonte: Diário do Nordeste, artigo publicado nos anos 90, Elzine Carneiro de Souza, Portal da História do Ceará e pesquisas na internet